O Outro Weasley E A Outra Potter escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 3
A "falsa" Potter




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Capítulo 3 – A “falsa” Potter

         No dia seguinte aquele, já estava combinado do Profº Dumbledore dar uma rápida passada na Toca para ver seu aceitava os dois.

         Fred e Jorge já tinham logo se adaptado a Nick e, principalmente, Malí. No início, era visível que o ruivo ficara com ciúmes dos dois gêmeos, mas, depois, vira que só gostavam de falar sobre marotagens, e se tinha uma coisa que Mary gostava de fazer, era isso.

         Trocaram várias peças, mas os gêmeos Weasley tiveram que voltar a loja de noite, no mesmo dia.

         Molly, como sempre, já tinha se apegado aos dois adolescentes, apesar de só se conhecerem a um dia. Ela os tratava como filhos próprios, ainda mais por terem somente 16 e 14 anos, menores de idade.

         Gui e Fleur tiveram que ir para a França, iriam procurar pessoas para entrar na Ordem. Tonks, Sirius e Remo também, tinham um pedido de Dumbledore para terminar.

- Bom dia – falou Mary animada, chegando à cozinha.

         Ela dormia no antigo quarto de Gina, junto de Hermione, agora, entretanto, sem Gina.

         Mary sempre acordava cedo, mas a Sra. Weasley acordava mais, e Mione também.

- Bom dia, querida – falou Molly gentilmente. – O que gostaria de comer?

- Só torradas, por favor – ela respondeu um pouco sonolenta e esfregando os olhos.

         Essa resposta fez Hermione ouvir a voz de Harry em sua cabeça. “Só torradas, por favor,”. Lembrava-se, o amigo sempre pedia isso a Sra. Weasley. Mas, afinal, não poderia ser ele.

         Primeiro, porque Mary era uma garota. Segundo, ele estava morto, e morto, certamente, não renascem, ainda mais com quatorze anos.

- Bom dia, Mary – cumprimentou Hermione.

- Oi, Mione – disse Mary, animada, enquanto mordia um pedaço da torrada crocante.

         Hermione não é mais a mesma, pensou Mary, olhando para a garota.

         Os cabelos que eram meio cheios, agora caiam como cachos perfeitos, os olhos castanhos já não tinham mais a mesma felicidade, por mais que sorrisse qualquer um que a conhecesse antes daquilo poderia reparar. Qualquer um.

         Tomaram o café da manhã em silêncio, por alguns minutos.

- O Tio Dumby vem aqui hoje? – indagou Mary, sorrindo marota.

- Mary! – repreendeu a Sra. Weasley – Não o chame assim na frente dele! Imagine! Alvo Dumbledore, o maior bruxo de todos os tempos... Tio Dumby!

         E saiu escandalizada da cozinha. Hermione, por mais que tentasse parecer severa, tinha um sorriso pequeno no rosto. Abaixou o Profeta Diário que lia, e disse:

- Você me lembra uma amiga minha.

- Ginevra Weasley? – chutou Mary.

         Hermione arregalou os olhos e engasgou com sabe-se lá o que.

- C-como sabe? – perguntou.

- Olha, eu disse que Comensais procuram a mim e Nick desde que eu me lembre – ela começou num tom triste – Quando Voldemort voltou e Harry Potter falou que ele tinha ressurgido, fomos os primeiros a acreditar.

         Hermione piscou antes de perguntar: - Por quê?

         Mary Lílian deu um sorriso tristonho.

- Sabe, eu sempre soube quem foi Harry Potter, a família de Nick é puro-sangue – ela viu que Hermione ia perguntar qual era, mas ela levantou a mão, dizendo para esperar – mas, veja bem, eu sei como é perder os pais cedo. Sei como é não ter ninguém, posso imaginar como ele se sentia ao ficar com os amigos, é como eu me sinto ao ficar com Nick.

         Ela respirou e sorriu largamente.

- Eu me sinto mais completa, como se, mesmo que meus pais não estejam ali, minha família estivesse completa. Quando comecei a namorá-lo, então... – e sorriu mais – Posso imaginar que tendo os Weasleys e você, ele se sentisse bem.

- Mas isso ainda não explica o fato de saber que minha amiga era Gina – jogou Hermione, duvidosa e erguendo uma sobrancelha como se dissesse “E agora, hein?”.

- Eu soube quando e como Harry Potter morreu. Foi como uma... Dor. Soube que Gina Weasley, que todo mundo sabe ser namorada do Harry, morreu antes dele. E ele depois. Doeu em mim, doeu de verdade, fisicamente – ela agora parecia com dor mesmo, o que assustou Hermione.

         Ela deixou uma lágrima fina cair, antes de continuar a história:

- Harry foi realmente meu herói. E ele... M-morreu – agora ela estava aos prantos.

         Hermione, que sempre entendia de sentimentos, correu para consolar a amiga.

- Calma, calma .Tudo bem, vai passar. Eu também fiquei muito triste, eles eram meus amigos. Vai passar, vai passar – ela murmurava, abraçando os ombros da garota que soluçava.

         Hermione não sabia o que estava fazendo, mas sentia que precisava fazer isso. Agora sim ela sabia como Rony se sentia com Gina, ela via Mary quase como uma irmã mais nova, ela tinha dezessete e Malí quatorze, era quase como se fosse dever. Ela não sabia o que as ligavam, parecia que se conheciam há anos, não um dia.

         Nick, que dormia no quarto de Rony, entrou bocejando, sendo logo seguido pelo mesmo.

- Dormi até não agüentar mais, e você anj... – mas parou ao ver Mary chorando, e foi substituir Hermione para consolar a namorada.

         Mary soluçava, e Hermione foi contar aos sussurros o que aconteceu para Rony, que finalmente pôde entender.

- Calma, anjo, calma – dizia em murmúrios, Nick.

         Mas, o que nenhum dos dois via, era que Nick e Mary conversavam na mente.

“Ficou mais emotiva desde que voltou assim” ele brincou.

“Não consigo impedir, sinto falta deles, sinto falta de antes. Não sei o que fazer, não sei. Só tenho quatorze anos agora... Já era para ter dezessete!” choramingou Mary, um soluço mentalmente.

“Ficou mais delicada” Nick riu na mente dela, e continuou “Não posso te culpar. Ficou tudo bagunçado, é possível ter adquirido algumas coisas minhas. Quando estava sozinha, eu ficava bastante chorosa”.

“Eu, aparentemente, fico em público também” disse Mary.

“Eu ainda te amo, ok? Isso basta” disse Nick.

         Ele sorriu na realidade, e ela retribuiu. Mione e Rony, que já tinham para de cochichar, os fitavam confusos.

         Mas não tiveram tempo para nada, a Sra. Weasley entra ali. Acompanhada do Sr. Weasley, Remo, Sirius e... Dumbledore. Mary e Nick iriam a Hogwarts se fossem aceitos, afinal.

- Bom dia senhores e senhoritas – comentou Dumbledore, gentilmente.

“Os olhos não tem mais o mesmo brilho” pensaram Nick e Mary ao mesmo tempo.

- Alvo – disse Remo, indicando para os dois adolescentes – Estes são Nicholas Jimmy e Mary Lílian.

- Mary Lílian de quê?- perguntou Dumbledore, uma expressão calma no rosto, apesar de, ter franzido, ligeiramente, a testa.

- Somente Mary Lílian, professor. Meu sobrenome eu nunca soube, já que não tenho parentes – falou ela. “Corta-me o coração...”, pensou ela.

- Entendo, Srta. Mary – falou gentilmente o diretor, enquanto sentava-se a mesa, convidado por Molly – e você senhor...

- Também não sei professor – falou ele pesadamente, pensando a mesma coisa que a namorada – Meus pais morreram em uma época, em que, bom... O Ministério da Magia ainda estava consertando os estragos, Comensais simplesmente invadiram nossa casa e os mataram.

- Eu penso ser um trauma nosso – disse Mary – Morei com eles, sabe. Fui enviada para lá. Mas éramos crianças, e ver Tia Mônica e Tio Arcturo morrer me faz esquecer os nomes.

         Nick disse entre suspiros: - Na verdade, minha mãe me deu esse nome, Nicholas Jimmy, é só o que consigo me lembrar dela. Malí deu esse nome a si própria, já que foi deixada a nossa casa, quando tinha o que, um ano? Bom, meus pais a chamavam de Hillary, mas ela mudou para Mary Lílian, dizia ter certeza ter sido esse o nome que seus pais lhe deram.

- E ainda tenho – disse com tanta convicção que assustou os adultos.

         Dumbledore deu um pequeno suspiro, preocupado. Ele tentara, discretamente, usar Legilimência nos dois, mas tinha uma parede de aço revestida ali.

          Como era possível? Eles fazem isso involuntariamente, ou não?, pensava o velho diretor.

- Muito bem – disse ele, por fim – Não vejo problemas em vocês irem para Hogwarts, mas, receio que alguns alunos possam achar um tanto... Suspeito vocês não terem sobrenome.

- Podem suspeitar que somos Comensais – concluiu Mary.

- Isso é impossível, são só crianças – exasperou Molly.

- Não duvido nada que o velho Tom Riddle faça isso, marcar um adolescente – disse Nick, seriamente.

         Dumbledore, por mais que não tivesse demonstrado, fica surpreso ao ver o adolescente falar “o velho Tom Riddle”. Como ele poderia saber do nome de Voldemort?

- Exatamente. Preciso que vocês tenham um sobrenome – falou.

- Não queremos nos registrar no Ministério! – quase gritou Mary – Comensais me procuram, me buscam. Se eu me registrar, será mais fácil me achar.

         Nick passou um braço em volta de sua cintura e a puxou para si. Sua altura era suficiente para, tranquilamente, apoiar seu queixo no topo da cabeça de sua namorada. Simplesmente confortou-a.

- Você ficará segura em Hogwarts – garantiu Dumbledore.

         Por um segundo, Dumbledore viu Harry nos olhos da garota. Eles brilhavam perigosamente.

- Assim como Harry Potter e Gina Weasley ficaram? Você falava isso a Harry? – desafiou Mary, aninhando-se nos braço de Nick.

         Essa garota, pensava Remo, ela é forte. Tem algo nela, mas... Eu não sei...

 - Conheceu Harry? – indagou, calmamente, Dumbledore. Ele estava cada vez mais e mais confuso. Esses adolescentes sabiam demais. Porém, como? Como sabiam tanto estando fora de escolas e lugares cheios de bruxos, sem pais? Como?

- Eu conheci Harry Potter – afirmou Mary, assentindo – Podem achar isso estranho, já que nunca fui a Hogwarts, mas tenham certeza de que o conheci. Em alma, coração e mente. Eu estava lá, mas não espero que me entendam.

         Mary agora não parecia mais àquela garota que derramava uma lágrima por qualquer coisa, e nem tão delicada.

- Não sou muito diferente de Harry, e vocês podem imaginar isso tanto fisicamente quando psicologicamente. Não somos a mesma pessoa, é claro – disse ela – Isso seria impossível. Mas entendo como ele se sentia, e, para mim, isso basta.

         Nick assentiu, concordando:

- Harry Potter para nós é como um amigo; seremos eternamente gratos, não pelo que ele fez, mas por quem ele era. Não se enganem, conhecemo-lo melhor do que vocês podem entender.

         Sirius estava muito, muito confuso. Quem eram aqueles dois, afinal.

- Tudo bem – disse Dumbledore num suspiro – Mas ainda é necessário um sobrenome, somente para não desconfiarem.

- Não tenho idéia de como posso me chamar – disse Nick inseguro. “Queria ter o sobrenome que me foi dado” – Quero dizer... Sei que minha família é puro-sangue, mas com quem eu posso parecer para me darem um nome bruxo?

         Para a surpresa de todos, Hermione se pronunciou pela primeira vez.

- Weasley, é claro – vendo que ninguém, exceto Dumbledore, não entenderam, ela continua – Olha, ele é ruivo e de família puro-sangue. Como pode ser o nome?

- A Mione tem razão.

- Nicholas Jimmy Weasley? – indagou Nick, virou-se para Arthur e Molly - Vocês se incomodam? Se, no momento em que aceitarem isso, sabem que correm perigo, não sabem?

         Arthur falou pela esposa e por ele:

- Não nos incomodamos. Sentimos como se...

- Você fosse da família. Isso porque nos conhecemos há um dia imagina depois – sonhou Molly, alto e sorrindo. – Você será Nicholas Jimmy Weasley, um primo americano. Tudo bem, Alvo?

- Claro, Molly – disse Alvo, sorrindo pela primeira vez desde que entrou ali. Era bom ver as pessoas unidas em tempos de guerra – E você, Srta...

- Potter – ela disse, e todos a olharam, de repente – Serei uma Potter.

- IMPOSSÍVEL! – Sirius agora estava bravo, seu afilhado morria, era sua culpa, tinha que ser sua culpa, e agora essa... Essa garota fala e propriamente se dá esse nome?

- Serei uma Potter, Sirius Black, e nem você, nem Deus dirá que não – disse com firmeza – Me assemelho a um Potter, direi que sou uma.

- Como assim “se assemelha a um Potter”? – perguntou Sirius, enraivecido, enquanto Remo tentava segurá-lo, pois ele parecia a ponto de pular na garota.

- Me diga Sirius Black, você era amigo de três Potter. Tiago era nascido Potter, Lílian virou Potter, e Harry nasceu de dois Potter. Como eram os Potter? – perguntou Mary quase soletrando. Ela soltou-se dos braços do namorado e colocou as mãos na cintura, olhando questionadora para Sirius.

- Bom... – balbuciou Sirius, surpreso pela pergunta – Eram todos extremamente gentis. Divertidos, tinham repulsa pelas Artes das Trevas, Tiago era bem maroto, Lílian bem doce, e... Harry, ele era uma mistura dos dois.

- Eu sei de tudo isso, não há uma pessoa que não conheça os Potter. Mas, agora, Sirius, você já parou para pensar nos defeitos deles? – indagou Mary.

         Ninguém nunca tinha pensado nisso.

- Eu posso ver que eles eram ótimas pessoas, mas e os defeitos? Por que todo mundo tem um – afirmou a morena com convicção.

         Aos poucos, começaram a dizê-los, quem conhecia um defeito qualquer.

- Tiago era muito orgulhoso – disse Sirius. Remo acenou em concordância.

- É, Harry também – confirmou Rony – Queria tudo nas costas.

         Remo também se pronunciou: - Tiago também era, por mais que me doa dizer e não possamos ignorar um pouco arrogante.

- E muito, muito galinha – disse Sirius, sorrindo – Claro que parou depois que se apaixonou pela Lílian.

- E Lílian era muito cabeça-dura para reparar que gostava de Tiago.

- Isso – disse Hermione, atraindo a atenção para ela – Harry também era. Vocês dizendo assim as qualidades e defeitos, é fácil ver como Harry se parecia com os pais, não só na aparência e nos olhos. Ele era gentil e divertido, muito cabeça-dura em relação a garotas, não era... Galinha, como disse você, Sirius, mas cabeça-dura...

- Se era – completou Rony – Ele também era orgulhoso, demais. Arrogância, bom, não que eu me lembre. Ele era bem modesto, e morria de vergonha quando olhavam para sua cicatriz.

- Então, eu e ele, como eu já disse e repito, somos muito parecidos – agora todos olhavam para ela confusos, exceto Nick, que entendia – Sou muito arrogante, por mais que não pareça. Odeio estar errada, não sou muito modesta, mas morro de vergonha quando olham para mim. Quero dizer, não sou famosa, nem tenho dinheiro, é quase como se fosse um lixo. Mas eu sou muito marota, adoro me divertir e divertir as pessoas. E sou extremamente bipolar.

         Hermione sorriu levemente e trocou olhares com Rony. Malí era estranha.

- Você só falou defeitos, anjo. Você também é bem doce e amável, se quer saber. E bem bonita – disse Nick, e sorriu.

         A garota corou.

- Obrigada. Mas – agora ela estava séria de novo – como disse antes. Serei Mary Lílian Potter.

         Nem Sirius ousou discordar.

- Certamente, Srta. Potter – ela sorriu ao ouvir o diretor – Bom, a lista de materiais será enviada. Veremos-nos em breve, espero. Tenham um bom dia.

         E saiu, com Sirius e Remo em seus encalços. O Sr. Weasley suspirou, cansado, antes de dizer:

- Voltarei para o Ministério, só passei aqui para dar um pulo e ver o que Alvo ia decidir, tenho de voltar para lá. Volto à noite, Molly, querida.

         A mulher assentiu, e ele aparatou.

- Muito bem, muito bem. Todo mundo indo tomar café – mandou ela.

         A casa fica silenciosa sem todos os adolescentes, mas, pelo menos, agora não são somente Rony e Hermione... Isso aqui fica muito parado sem Harry e Gina, pensou ela, mas balançou a cabeça para espantar esses pensamentos.

“Estão nos aceitando na família” pensou Nick enquanto andavam de volta a cozinha.

“Você literalmente, Weasley”

“Você também, Potter”.

         Os dois sorriram cúmplices. Afinal, ninguém suspeitava de suas conversas mentais, nem seus poderes.

         Nem de suas verdadeiras identidades, por mais que doesse não saberem.


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Notas finais do capítulo

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Beijos, Emm