O Outro Weasley E A Outra Potter escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 10
Olhos da Noite


Notas iniciais do capítulo

Sei que a fanfic está sem ação, mas como vocês queriam Comensais atacando e pessoas morrendo logo de cara?
Bom, aqui está a ação. Ela finalmente começa realmente!
Espero que gostem!



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Capítulo 10 – Olhos da Noite

        Gritos cortaram o ar, ao mesmo tempo em que risos foram ouvidos.

         Casas pegando fogo, corpos ao chão. Os feitiços voavam para todos os lados e os risos sádicos pareciam acompanhar os feixes de luz verdes.

         Por que essas pessoas gostavam tanto de causar dor?

Ninguém entendia nada. A confusa era tamanha. Trouxas tropeçavam e corriam, batendo-se um contra os outros sem saber o que fazer.

         O problema mesmo, é que Comensais da Morte estavam atacando uma vila trouxa. A Marca Negra pairava assustadoramente no céu escuro – a cobra saía pela boca da caveira como se estivesse realmente viva.

- Avada Kedavra – um dos homens vestidos de preto gritou. O feixe de luz verde foi breve e acertou em cheio um homem trouxa, idoso, que mal conseguia fugir.

         Isso tinha sido tão sádico, tão cruel... E o Comensal ria como se tivesse sido a melhor cena de sua vida.

         Por que essas pessoas gostavam tanto de causar dor?

         E, no meio de toda essa confusão, duas crianças caminhavam de mãos dadas. De altura e feições semelhantes, essas crianças poderiam ser gêmeas.

Eram baixas e magras – sua idade devia ser em torno de cinco ou seis, no máximo. Seus cabelos eram loiros e lisos. Os da menina caiam até sua cintura numa cascata dourada. Os do menino eram desalinhados.

         Os olhos de ambos eram estranhos. Suas íris eram de um intenso prateado derretido. E suas pupilas – que como a de pessoas normais deveria ser preta – eram douradas. Um dourado tão forte que na noite escura era visto a distância, como um holofote.

         Essas crianças eram tão estranhas quanto pareciam.

         E ficaram mais ainda ao andar tranquilamente entre o fogo das casas, ainda de mãos dadas, como se feitiços não voassem e Maldições da Morte assassinassem pessoas à sua volta.

        

- Outro Weasley – Outra Potter –

         Um burburinho preencheu a sala do diretor. Pessoas preocupadas andavam para lá e para cá. A tensão era óbvia e imensa. Todos pareciam perdidos em preocupações.

- O que vamos fazer, Alvo? – Kingsley perguntou.

         O diretor sinceramente não tinha idéia. Há exatos cinco minutos tinha recebido a notícia de que Westshire estava sob ataque de Comensais da Morte – pelo menos quarenta Comensais, além de dois do círculo interno.

         E ele sabia que não tinha tantos membros da Ordem disponíveis. Muitos estavam em missões e não voltariam em uma simples aparatação. O jeito: reunir todos que conseguia. Ele tinha em torno de vinte e cinco pessoas, sem contar ele, em sua sala.

- Lutar, meu caro, lutar. E torcer para que nossa força de vontade seja o suficiente – Dumbledore disse. – Creio que estejam todos prontos para ir até Westshire e lutar pelo bem, sim?

         Palavras de aprovação e concordância se seguiram. Antes de o próprio Dumbledore aparatar, ele chamou Sirius, que rapidamente desejava boa sorte e cuidado para Tonks e Remo.

- Tenho uma impressão muito ruim sobre tudo isso – o diretor sussurrou apressadamente, conforme todos aparatavam da sala -, passe na Ala Hospitalar e cheque se a Srta. Potter está lá.

         Sirius assentiu, mesmo que confuso, e viu Dumbledore aparatar num giro rápido.

         Ele se transformou em cachorro e correu o mais rápido que podia pelos corredores escuros. Nenhum aluno ou professor estava ali, o que não era surpresa, levando em conta que já tinha passado da hora até dos monitores irem dormir.

         Silenciosamente, empurrou a porta entreaberta da enfermaria com o focinho. Não havia luz ali, exceto por uma vela numa mesinha do lado da porta, mas ele não precisava, levando em conta que enxergava muito bem em sua forma animaga.

         Somente uma cama estava sendo usada.

         Ele aproximou-se. Malí estava tranquilamente deitada ali. Usava uma camisola própria ao invés da roupa do hospital – o animago imaginou que uma de suas amigas havia trazido.

         Os ombros da garota subiam e desciam tranquilamente junto com sua respiração. Os olhos fechados, as mãos unidas em baixo da cabeça, os cabelos pretos espalhados contra o travesseiro branquíssimo – tudo lhe dava uma aparência angelical.

         Sirius acariciou os cabelos da afilhada com carinho e tirou uma mecha de seu rosto. Ele estava grato que ela estava seguro aqui durante o ataque que acontecia em Westshire.

         Ele estava para se virar e correr de volta à sala do diretor – o único lugar que se podia aparatar em Hogwarts, no momento – até ver uma cadeira vazia na cabeceira da cama de Malí.

         Nick provavelmente passara todos os intervalos entre aulas ali. Será que...? Sirius se aproximou com a mão estendida, até a mesma roçar em um tecido fino.

         A capa da invisibilidade. Ele puxou por alguns segundos e viu que Nicholas dormia sentado – de manhã todo seu corpo protestaria pela posição desconfortável, mas Sirius sabia que o menino não sairia dali de jeito maneira, mesmo que o acordasse.

         Então, somente virou-se e refez seu caminho para a sala de Dumbledore, onde finalmente aparatou.

         Pronto para lutar.

- Outro Weasley – Outra Potter –

         Os gêmeos não pareciam remotamente preocupados. E não eram somente suas auras de tranqüilidade que demonstrava isso, mas também suas aparências. As roupas – tanto o vestido florido, quando a camiseta e calça – estavam impecáveis. Seus corpos livres de ferimentos.

         Ambos pararam na calçada. Um pouco mais a sua frente, um grande grupo de Comensais torturando trouxas. O sangue do menininho ferveu e sua mão livre se apertou numa bola de punho.

- Pronta, Lily? – porém, sua voz era pacífica. Ele falava sobre destruir Comensais como se falasse sobre o tempo.

- Perfeitamente, Jay – a garotinha respondeu. Seu rosto estranhamente sério observou a cena que se estendia a sua volta. Seus olhos rapidamente captaram três trouxas.

         Aparentavam serem irmãos. Um deles era o mais velho, devia ter quatorze ou quinze anos. Estava na frente e a julgar por seu corpo se contorcendo, o Comensal mascarado lançava-lhe uma Maldição Cruciatus.

         Um pouco mais atrás, parecendo indeciso, havia outro garoto – que devia ter dez ou onze. Alto, ele esticava os braços, impedindo uma garotinha mais nova de correr para o garoto mais velho que estava sendo torturado.

- Tony! – a menininha ouvia a garota mais nova gritar.

         A gêmea loira tinha olhos frios. O prateado líquido de sua íris pareceu se solidificar.

- Jay?

- Sim, Lily?

- Eu vou ali – e apontou na direção da família. Seu tom não aceitava argumentos, ela iria e pronto. Mas o menininho não tinha intenção nenhuma de impedi-la.

- Então, iremos.

         Ambos caminharam naquela direção.

         A menina ergueu a mão e girou o pulso. O Comensal que ria torturando o garoto foi jogado metros do ar e aterrissou no gramado, próximo ao fogo. Inconsciente, se não acordasse logo, seria consumido pelas chamas.

- Qual seu nome, garoto? – o gêmeo loiro perguntou rapidamente.

         O menino mais velho abriu os olhos, respirando ofegante. Obviamente surpreso por duas crianças terem-no salvado, porém extremamente grato.

- Damen.

- Certo, Damen. Você irá fazer o seguinte: pegará seus irmãos e fugirá daqui o mais rápido que puder, entendeu?

- Entendi – Damen, com um esforço sobrenatural, levantou. Mancou até sua irmãzinha e segurou sua mão, e com a outra, segurou a do irmão – Lilah, Travis, vamos.

         Os gêmeos viram os três irmãos se afastarem com uma aura triste – onde estavam seus pais? Para onde iriam? Os gêmeos somente esperavam que eles ficassem bem.

         Após os irmãos sumirem de suas vistas, seguros entre a fumaça – ou pelo menos, mais seguros do que com Comensais -, viraram as costas e avistaram outros trouxas que precisassem de ajuda.

         Mas a solução veio quando os dois ouviram estalos de pessoas aparecendo por todo o lugar. Os membros da Ordem!

- Eles ajudarão os trouxas e suas família, Lily. Vamos pegar Lúcio e Rodolphus.

- Sem dúvida, Jay. Sem dúvida.

- Outro Weasley – Outra Potter –

         Quando Sirius chegou à vila onde o ataque acontecia, viu tanta fumaça perto de onde tinha aparatado que começou a tossir. Rapidamente saiu dali e parou na calçada.

         Podia ver membros da Ordem – e também Aurores finalmente enviados pelo Ministério – combatendo os Comensais e ajudando os trouxas a fugir.

         Olhou para cima e viu a Marca Negra flutuando assustadoramente no céu negro. Isso nunca era um bom sinal, definitivamente. Correu em direção à luta, mas algo o fez parar. Não só o fato de que ninguém parecia precisar de ajuda, já que o número de Comensais obviamente diminuíra e para cada um havia duas pessoas do bem para combater.

         Mas o fato de que duas crianças se encontravam contra dois Comensais desmascarados.

         Lúcio Malfoy e Rodolphus Lestrange.

         Ambos já tinham sido presos e soltos por Voldemort, então? Sirius não estava nem um pouco surpreso. Os dois olhavam tudo meticulosamente, analisando a situação. Eles estavam perdendo, porém, os olhos de Lúcio baixaram para as duas crianças e ele sorriu.

         Sirius não foi o único a reparar nos gêmeos. Muitos membros da Ordem – inclusive Tonks e Remo, o que lhe fez respirar, aliviado – se aproximavam para ver melhor. E ajudar, pois se essas crianças não saíssem dali rapidinho, estariam muito encrencadas.

         Ou era o que achavam.

- Outro Weasley – Outra Potter –

         Os gêmeos estavam sérios. De costas para os membros da Ordem, ninguém podia ver – além do fato de que os dois Comensais não davam a mínima para a questão de que as crianças não estavam com medo, como seria natural.

- Escolheram o dia errado para brincarem na rua, sangues-ruins – Rodolphus falou.

         A gêmea loira apertou a mão do gêmeo com mais força, que retribuiu.

- Ah, não, escolhemos o dia certo – a menina disse, antes de erguer a mão e lançar um raio em Rodolphus, que, surpreso, foi jogado para trás, tendo espasmos elétricos.

         Ninguém se preocupou em ajudá-lo, mas o menino loiro pode ver de esguelha alguém lançando cordas em volta do Comensal. Isso foi tão fácil!

- Eu não sou tão estúpido quanto meu parceiro – Lúcio olhou desafiadoramente para as crianças, antes de retirar a varinha das vestes. Até agora não tinha necessitado dela, mas parecia uma boa hora para usá-la.

         Simplesmente apontou-a para a menina: - Avada Kedavra!

         O jato de luz verde disparou veloz contra a barriga da menina e... Atravessou-a! Passou por sua barriga como se ela fosse uma miragem. E a menina não demonstrava ter sentido nada.

         Os gêmeos ouviram ofegos surpresos.

         Lúcio também estava muito surpreso. Arregalou os olhos e murmurou algo muito parecido com um "não pode ser". Olhou raivosamente as crianças e, num giro rápido, aparatou para sabe Merlin onde.

         Os gêmeos olharam tudo isso silenciosamente. Antes de apertarem a mão um do outro e, graciosamente, desaparecer. O típico estalido de aparatação não aconteceu.

         Porém, nenhum membro da Ordem ou Auror estava preocupado com isso. Aquelas crianças haviam usado mágica – sem varinha, não acidental, totalmente controlada!

         Mas... Como?

         Sirius olhava isso assombrado. Sentiu alguém pousar a mão em seu ombro. Era Remo.

- Vamos, Almofadinhas, não há nada mais aqui para ver. Temos aula para dar amanhã.

         O animago ainda esboçou um pequeno sorriso. Esse era seu sensato amigo Remo. Caminharam juntos até Tonks e, o trio aparatou até a entrada de Hogwarts – não sem antes avisar Dumbledore, que rapidamente concordou sabendo que eram professores, também.

        

- Outro Weasley – Outra Potter –

         Se alguém entrasse na enfermaria agora, encontraria uma cena, no mínimo, inusitada. Entretanto, não havia absolutamente ninguém para testemunhar isso.

         Malí tinha abertos os olhos. Ainda deitada, seus olhos brilharam no escuro. Vento sacudiu seus cabelos, mas nenhuma janela estava aberta. Nick ainda estava escondido embaixo da capa, porém seus olhos brilhavam ao ponto de aparecerem sob a invisibilidade.

         Olhos brilhantes.

         Olhos prateados e de pupilas douradas.

         Nenhum dos dois estava acordado, mas seus olhos abertos davam tal impressão. Por alguns instantes, uma luz branca preencheu o ambiente, até se extinguir.

         E haver somente dois adolescentes dormindo.


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Notas finais do capítulo

Então, merece um comentário?
Beijos, Emm =D