“A imaginação é mais importante que o conhecimento. - Albert Einstein”

Julieta ainda estava com a cara emburrada, ela não queria mesmo sair da grande New York para passar um tempo na pequena Stratford com seu pai. A mãe da garota – Beatriz – iria passar cinco meses em Paris, com seu novo marido – Dylan –. Beatriz achou melhor que a filha passasse um tempo com seu pai, já que não se vêem há quase dez anos.

-Julieta, chegamos! – Jason falou, sacudindo a irmã que dormia feito um anjo no banco de trás do carro.

-Que? – A garota resmungou enquanto despertava de seu sono profundo.

-Chegamos maninha. – O garoto saiu do carro e foi ajudar seu pai, Christopher, a tirar as malas do porta-malas.

Julieta saiu do carro ainda sonolenta e se espantou com o que viu em sua frente. Paredes totalmente beges e rústicas, portas e janelas totalmente emadeiradas, árvores e plantas por todos os lados, grama verdinha e úmida e o enorme cheirinho de paz; essa seria sua nova casa por cinco meses. A boca da garota “foi ao chão” com a beleza daquela linda casa.

-Linda, não é? – Jason também se impressionara com a casa.

A garota balançou a cabeça positivamente e não falou nada.

[...]

-E então Julieta, este é o seu novo quarto, gostou? – Christopher perguntou, tentando puxar algum tipo de assunto com a filha.

-Sim, ele é lindo.

O quarto da garota era de um tom lilás, por todos os cantos. Nas paredes lilás, havia alguns adesivos de borboletas e flores junto alguns pôsteres da Taylor Swift e do Lifehouse, ídolos da garota. A cama ficava do lado direito do quarto, onde logo ao lado ficava a passagem para a sacada. A “mesinha da imaginação” também não ficava tão longe da cama, nela, Taylor expressava seus sentimentos em poemas, versos e histórias lindas de drama, ficção, ação e romance. Ela sempre exigia esse “cantinho da imaginação” onde quer que iria. Tinha também o closet e o banheiro não tão longe do mesmo. Enfim, um quarto simplesmente perfeito.

-Eu pensei que você não gostaria se eu fizesse um quarto todo rústico, até porque ficaria um pouco adulto demais, e então eu liguei para sua mãe e ela me ajudou na decoração de seu quarto. – Christopher explicou.

-Ele realmente é – a garota deu uma pequena pausa – lindo.

-No closet tem algumas roupas que comprei seu roupão e as toalhas ficam no banheiro mesmo e qualquer coisa é só chamar, sinta-se em casa querida.

-Obrigada.

-Bom, eu vou levar o seu irmão no quarto dele. Depois de arrumar tudo, desça lá em baixo para que eu mostre o resto da casa para vocês dois.

-Ok.

O pai da garota deu um enorme sorriso e saiu do quarto, deixando a mesma toda boba com o lindo quarto que agora a pertencia. Depois de colocar cada roupa ao seu lugar no closet e conhecer o resto da casa, Julieta tomou um belo banho e logo vestiu uma de suas roupas preferidas. A garota mal via à hora de começar a escrever alguma coisa. Direcionou-se então em sua nova “mesinha da imaginação” e sentou-se na cadeira, pegando em seguida seus cadernos onde continham seus textos. Pegou um lápis e começou a escrever, ou melhor, a “expressar seus sentimentos”, como Julieta preferia falar.

O único problema era que Julieta não sabia o que escrever, não tinha a menor idéia. A garota direcionou seus olhos verdes até a sacada e percebeu que o sol já começava a se pôr, e ela adorava observar isso. Foi até a porta de vidro que separava o quarto da sacada, abriu-a e junto com seu caderno, Julieta se pôis de frente de uma das melhores coisas que a natureza poderia oferecer aos seres humanos, um pôr-do-sol. Os olhos da garota brilhavam ao observar aquela ação natural, esvaziando assim completamente a mente da garota. Depois de observar aquele lindo pôr-do-sol, a garota voltou novamente em seu quarto, se perguntando a si própria o por que de não ter nenhuma idéia para escrever algo.

The next day...

Julieta acordou com uma enorme dor nas costas e logo percebeu que estava sentada na cadeira de sua “mesinha da imaginação”. Pensou um pouco e logo lembrou que o último lugar em que se lembrava de ter estado era lá, tentando escrever. Ela realmente não conseguiu escrever nada. Para qualquer um isso seria uma completa besteira, mas para Julieta, isso era quase que considerado um pesadelo. A garota tomou um banho e logo vestiu uma roupa qualquer [clique aqui]. Caminhou até a cozinha, onde havia somente um bilhete;

Julieta,eu fui para meu trabalho e volto às 00:30. Seu irmão saiu e foi conhecer um pouco mais a cidade.

Beijos, Christopher.

A garota deu de ombros e foi preparar seu café da manhã.

[...]

Julieta estava impressionada com sua nova vizinhança. Eram pessoas simples, alegres e extrovertidas. A garota decidiu conhecer mais um pouco de onde agora ela viveria por algum tempo, e então saiu andando pelas ruas de Stratford, sem destino algum. Passou por várias casas, de beleza extremamente invejável. Tinham grupos de adolescentes por vários lados, o que fez com que Julieta se animasse um pouco mais, apesar da mesma ser muito tímida. Julieta, depois de tanto andar, acabou decidindo voltar para casa. Fez o mesmo percurso que fizera antes e rapidinho chegou em casa. Ao decorrer do dia, Julieta não fez nada de diferente, mas uma coisa ainda chamara sua atenção. Ela ainda não tinha nenhuma idéia para escrever, nada e nada. A garota chegou a pensar que não tinha mais criatividade para fazer o que mais gostava; escrever, e isso realmente a deixou em pânico.

Havia várias folhas de caderno por todo o quarto da garota. Todas em um formato de bolas, algumas rasgadas e algumas todas rabiscadas. Fazia duas horas que Julieta tentava escrever, ela realmente estava em desespero. Começava uma frase e logo para de escrever, pois não vinha mais nada em sua mente, então em seguida ela fazia uma bola com a folha e jogava em qualquer lugar do quarto. Julieta acabou pegando no sono, mais uma vez; tentando escrever.