“’...espero que isto sirva para aliviar um pouco de seu sofrimento e o de outros.’”

À minha frente, a mesa estava coberta pelos frascos e instrumentos, poções, remédios, venenos e anotações que minha tia deixara para mim.

Eu já desistira de minhas ocupações no feudo. Toda a responsabilidade fora passada para meu caro e confiável Nicolas. EU estava velho e meus tempos já haviam se ido, mas antes de desistir de qualquer coisa, eu terminaria aquilo. O trabalho que por duas décadas ocupara minha tia, e eu não imaginava o quão bom e interessante ele seria. Pelo menos, para mim, seria útil, mas eu sabia que precisava correr.

O motivo de tudo? O trabalho era o estudo e as experiências para se descobrir a cura da maldita doença que me perseguia. Descobrir a cura para a tuberculose.

Os frascos e anotações à minha frente ainda não estavam sendo utilizados. Eu lia a carta.

“Meu querido Salazar,

Sei que a dor te persegue. E que Helga talvez não esteja viva quando você receber este meu legado, mas espero que isto sirva para aliviar um pouco de seu sofrimento e o de outros.

Por muito tempo venho tentando isto, mas sei que não poderei terminar meu trabalho em vida. Por isso acredito que esta tarefe é sua. Desde que soube da doença que sua ‘irmã’ porta, eu venho pesquisando, mas apenas agora, seis meses depois, comecei a por meus estudos em prática.

Descobriremos a cura para a tuberculose.

Espero que este seja material o bastante para que o trabalho seja feito. Faça bom proveito.

Obrigada e boa sorte,

Anastácia.”

Continuei apenas encarando os desenhos e substâncias antes de começar. Eu tinha muito trabalho pela frente.