Charlie escrita por Reet


Capítulo 8
07 - Medo do escuro


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Mais um capítulo para vocês curtirem da cara da Charlie, acontece que esse capítulo começa o romancezinho, e gente, não é INCESTO! Apesar de ter citado "quase-irmãos", Danny e Charlie não tem nenhum sangue comum entre eles, são totalmente diferentes ^^
Espero que gostem.



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A raiva ferveu nas minhas veias depois de saber que a bendita mãe do Lucas tem todas as chaves, menos as algemas! Fritei mentalmente aquele par de órbitas castanhas que sorriam inocentemente, esse era meu primeiro sinal de você está morto.

Lucas se deu conta disso, parou de sorrir segundos depois e se virou, correndo, para a cozinha. Eu tentei correr atrás; como eu disse, tentei. A algema de metal queimou meu pulso e eu gritei de raiva batendo os pés no chão e piscando rápido. Virei a cabeça para Danny.

- Me ajuda, caramba, aproveitando que você está grudado à mim! – Grunhi para o Moritz.

Corri com o braço direito um pouco atrás do meu corpo para Danny me acompanhar até a cozinha. Lucas tentava desesperadamente abrir a porta dos fundos, mas eu fui mais rápida, peguei a primeira coisa que vi pela frente – uma frigideira, que sorte – e terminei de me aproximar correndo dele. Acertei a frigideira no seu bumbum, na perna, nos braços... Lucas gritava e eu ouvia Danny gargalhar atrás de mim. Não iria acertar a cabeça do garoto quem eu tinha acabado de conhecer, por isso preferi as partes mais acessível, levando em conta o fato de que ele era mais alto.

Joguei a frigideira no chão e cravei minhas unhas no seu pescoço, forçando sua cabeça para frente até que ele se ajoelhasse no chão a minha frente.

- Desculpa, Charlie! Desculpa, desculpa! – Lucas repetia de forma confusa e dolorida, eu mantinha minhas unhas em seu pescoço – Que você quer que eu fale para você me soltar? Desculpe vossa majestade? EU ESQUECI DAS CHAVES!

- Não, seu babaca! – Eu gritei – Eu quero saber de você o que eu faço para terminar a noite longe do Moritz aqui!

- Não tem como! Minha mãe trabalha de manhã e o chaveiro já deve ter fechado!

Eu bufei com muita raiva. Não acredito nisso! Eu estou algemada! Ninguém nunca me algemou, nem o circo que deu uma passadinha no meu colégio alguns dias atrás para comemorar o final de ano, e olha que eu sou um leão na escola. Soltei Lucas e gritei, virei-me para Danny e acertei um tapa no seu braço.

- Ai! Que eu fiz? – Gritou se fingindo de inocente o idiota.

- Nasceu!

- E o Gerard? Ele nasceu junto comigo, bate nele também!

- Não tenho problemas com o Gerard. Eu estou algemada com você, não com ele.

Danny revirou os olhos.

- Não tem problema, eu trouxe duas algemas! – Lucas disse sorridente e eu ameacei a martelar a frigideira contra a cabeça dele, o garoto se calou.

Voltei à sala junto com Danny – que idiotice! – e Lucas vinha atrás de nós dois. Para completar meu desagrado, Andrews e Gerard na sala não davam a menor importância a isso, e já tinham ligado o videogame novamente. E eu não poderia jogar com o Danny puxando a minha mão.

Instintivamente, entrei no banheiro com o intuito de tirar aquela calça gigante, eu ainda estava vestida de Danny. Ao mesmo tempo, Danny tentou subir as escadas em direção ao andar superior. Nossos braços arderam quando as algemas se esticaram demais e nós gememos de dor ao mesmo tempo.

Agora eu me dei conta de que não poderia ir ao banheiro sem que Danny viesse junto. Trocamos olhares com a cabeça tombada e uma placa escrita “panaca” nas testas.

- Eu quero trocar de roupa – Eu avisei apontando para a calça larga que me incomodava.

- Também quero, o que você acha que eu estava indo fazer? – Era uma pergunta retórica, mas eu respondi de brincadeira.

- Masturbar.

Dei de ombros prendendo o riso e Danny ficou vermelho.

Puxei-o pela algema e entramos no meu quarto. Se ele me seguia por todo o canto antes de ficarmos algemados, imagina agora. Peguei na minha mala ainda feita, um shortinho azul de tecido e fiz sinal para que Danny se virasse e eu pudesse me trocar.

Tirei a calça e coloquei o short, mas sobre a blusa branca eu não poderia fazer nada. Peguei meu boné azul da sua cabeça e coloquei na minha. Saímos do quarto e ele fez o mesmo comigo escada acima, entramos em seu quarto.

Nunca imaginei que o quarto de Danny fosse tão organizado – as prateleiras guardavam livros, ele tinha uma estante com um notebook desligado, cadernos ao lado fechados e sem orelhas, cama forrada -, de qualquer forma isso tudo o deixava bem mais gay do que já parecia. Fui tirada do devaneio quando ele me puxou pela algema para perto do guarda roupa de onde tirou uma calça de moletom.

Eu me virei com o braço atrás e ele se trocou. Depois pegou uma tesoura e eu não entendi bem o que ele estava fazendo quando cortou a lateral da blusa e tirou-a por cima da cabeça. Danny ficou sem blusa na minha frente, e novamente, eu corei. O observei pegar outra blusa dentro do guarda roupa e parar um segundo antes de tentar vesti-la.

- Danny... – Eu comecei – Você sabe que não vai conseguir colocar essa blusa, não é? – Disse com a voz baixa, retoricamente.

Ele me olhou e depois olhou para a camisa. Se deu conta de que teria que ficar a noite toda sem camisa perto de mim. Isso só complicava minha situação.

- Nossa. – Danny murmurou para si mesmo, jogando a camisa de volta para o guarda roupa.

- Que idiota! – Eu disse séria.

Descemos as escadas e os meninos notaram isso, se virando com três sorrisos nos rostos adultos.

- Oi! Danny, mini-capeta! – Gerard pareceu surpreso – Ué, por que você está sem blusa, Danny? – Disse, inocentemente, aquilo me fez rir.

- Eu dei uma de Gerard Moritz e esqueci que não tem como colocar a camisa quando se está algemado. – Danny respondeu com a voz séria. Os dois meninos riram, mas Gerard ficou procurando a piada no ar sem se dar conta de que estava sendo zoado.

- Eu não consigo acreditar! Isso não tem lógica! – Eu reclamei – Estou algemada! EU ESTOU ALGEMADA!

- Você não tem lógica, Charlie – Danny deu de ombros – Mas se quer saber, expulsar traficantes também não é a coisa mais normal.

- Aquilo foi fácil. – Eu disse, incrédula – Agora como eu vou no banheiro?

- Vamos pular essa parte, e você se preocupa com isso quando realmente quiser ir.

De repente me bateu uma vontade de ir ao banheiro e eu olhei com um olhar significativo para Danny. Ele arregalou os olhos.

- É psicológico, é psicológico. – Disse rápido – Quando você realmente quiser ir a gente se vira.

Do nada, a luz da sala se apagou. Eu soltei um grito e levantei os braços. Já disse que tenho medo do escuro? Eu morro de medo do escuro! Tentei correr para o interruptor, mas Danny puxou a algema. Acontece que no momento, eu não pensei que fosse Danny me puxando, e sim um fantasma ou um louco! Eu gritei mais ainda e a voz dele soou mais alta.

- CALA A BOCA, CHARLIE! A LUZ SÓ ACABOU!

- Ahh... – Eu gemi baixinho e senti braços me envolverem pelos ombros, fui encostada ao corpo quente dele.

- Gerard? Andy e Luc? Vocês estão aí? – Danny se certificou.

- Estou sim! – Distingui a voz de Gerard e Lucas, mas logo em seguida alguém fez uma voz assustadoramente aterrorizante.

- MUA-HÁ-HÁ NÃO, AQUI É O BICHO PAPÃO!

Eu gritei novamente e bem alto, passando instintivamente os braços pela cintura de Danny e o apertando contra meu rosto.

- Cala a boca você também, Andrews! Não tá vendo que a garota está com medo?

- Eu disse que ela era uma pirralha. – Gerard falou com a voz firme.

- Diz o primeiro que pulou no sofá quando ela quebrou a porta de vidro. – Andrews afirmou rindo e Lucas o acompanhou junto com Danny. Até esse momento eu estava calada, apertando cada vez mais forte o corpo de Danny contra o meu. Seu movimento pesado de respirar nos movimentava juntos.

- Ok, parece que a luz acabou. Algum fio pode ter sido cortado lá fora, porque eu tenho certeza que paguei a conta de luz. – Danny falou alto para todos ouvirem – Mas tenho quase certeza de que tem algum pacote de velas na cozinha em cima do armário ou na dispensa.

- Eu vou pegar, a luz do meu celular é forte. – Lucas disse e eu ouvi os passos pesados dele passarem por mim.

- Celular, isso! – Danny exclamou – Ge, pega o seu e empresta para mim e Charlie, porque ela está com medo.

Logo uma luzinha se ascendeu perto da gente e eu vi o reflexo do cabelo ruivo tingido de Gerard, a luz do celular - com fundo de tela do 30 Seconds To Mars, eu notei – iluminou o rosto de Danny quando ele segurou o celular na mão que estava algemada à minha, o que me fez soltar-me dele e tomar o celular da sua mão.

- O que a gente faz agora? – Eu gemi.

- Dorme ou espera acordado a luz voltar – Andrews respondeu – Já sei, vou contar histórias de terror!

- NÃO! – Eu gritei.

- Charlie, a menina que coloca medo em narcotraficantes diz. – Lucas murmurou sério, mas tentava prender a gargalhada.

- Quero dizer... Não conte agora, espere a luz voltar. – Eu disse.

- Agora fica mais interessante, ué, fica mais assustador. Com medo, Charlie? – Andrews desafiou.

Eu revirei os olhos, mas no escuro ninguém pode ver isso. Me movi até o sofá, tateando o local e me joguei nas almofadas, Danny fez o mesmo ao meu lado.

- Onde estão os fósforos, Moritz? – Lucas perguntou.

- Em cima da mesa, mas mantenha longe da Charlie para ela não por fogo na casa. – Danny respondeu.

- Muito responsável você. – Eu bufei e os meninos riram.

- Meu trabalho como babá. – Danny respondeu ironicamente.

- Vou contar sobre a loira do banheiro! – Andrews anunciou e parecia conter uma gargalhada por sua voz ter saído mais fina – Ela era uma menininha fofa e loira que tinha bexiga solta e vivia no banheiro e então...

- Andy, a única loira do banheiro que existe é a Charlie, que vive lavando o pé. – Gerard comentou fazendo os meninos rirem junto comigo também.

Logo duas velas foram colocadas na mesinha de centro, iluminando cada rosto em sua volta.

- A parte mais engraçada é que tudo deu errado hoje com a chegada de vocês dois. – Eu bufei. – Primeiro, fui tentada a virar Danny por um dia...

- E não conseguiu, detalhe. – Andrews me interrompeu.

- Obrigada por lembrar, babaca. – Eu fiz uma careta – E depois minha língua queima com a comida mexicana...

- Isso foi culpa do Danny que não quis te avisar sobre esse fato. – Lucas apontou para o castanho ao meu lado e eu ignorei esse comentário.

- E depois eu sou algemada ao Danny... – Tentei continuar, e novamente fui interrompida.

- Mas a gente resolve isso de manhã, nem esquenta – Andrews foi o bendito que me interrompeu.

- Então a luz acaba...

- Mas isso não é nossa culpa...

- PAREM DE ME INTERROMPER SEUS DESGRAÇADOS! – Eu surtei e o silêncio reinou nos segundos seguintes – O que eu digo, é que hoje não presta. Agora só quero dormir, mas não vou arrastar Danny para meu quarto.

- Era o que eu estava pensando – Danny disse – Gerard, pode pegar algumas roupas de cama lá no seu quarto? E alguns travesseiros sobrando em cima da minha cama. Podemos dormir todos na sala.

- Isso é muita preocupação com todo mundo – Eu apontei para Danny com o tom desconfiado – Precisa parar com isso, não tem nada haver com você.

Minutos depois de muita agitação e gritos contra Andrews que teimava em contar alguma coisa de terror contra mim, já estávamos todos enrolados em algum edredom no chão da sala, depois de empurrar a mesinha de centro para o lado e fazer uma cama gigante no chão. Claro que meu braço ficava dentro do edredom de Danny por causa da droga das algemas.

- Ah! Me lembrei de alguns versinhos da música do 30 Seconds To Mars, muito legal! – Gerard disse de forma inocente – Pray to your God open your heart, whatever you do, don’t be afraid of the dark, cover your eyes, the devil is inside!

[Reze para seu Deus abrir seu coração, qualquer coisa que faça, não tenha medo do escuro, feche seus olhos, o demônio está dentro!]

Eu pisquei algumas vezes.

- Gerard, cale sua boca ou eu vou enfiar essa vela pegando fogo dentro dela. – Eu ameacei quase em silêncio.

- Gostei da parte “não tenha medo do escuro”. – Andrews disse com simplicidade.

- Eu não. – Eu disse rápida.

- Já sei, Danny você ainda tem aquele jogo de perguntas que jogávamos quando no primeiro ano da faculdade? – Lucas perguntou.

- Quando ainda éramos nerds infelizes?! – Andrews brincou.

- Infelizmente sim. – Danny respondeu – Está em um canto em cima do meu guarda roupa, mas vou precisar que Charlie venha junto comigo.

- Por que ela precisa ir? – Gerard perguntou inocentemente.

- Eu prefiro não responder essa. – Danny e eu respondemos ao mesmo tempo em uníssono.

Levantei-me contragosto junto com Danny e andando lentamente com medo de tropeçar em alguma coisa – ouvi Danny bufar algumas vezes e tentar me puxar, nessas horas eu ameaçava gritar e continuava tateando os locais para me guiar escada acima.

Adentramos o quarto totalmente desconhecido ainda por mim de Danny e ele me segurou pelo pulso. Senti que ele tinha subido na cama e amaldiçoei por ter esquecido o celular do 30 Seconds To Mars lá embaixo com Gerard. Levantei meu braço enquanto Danny precisava se erguer para pegar o jogo em cima do guarda roupa. A algema machucou minha mão novamente.

- Ai! Danny, pega logo essa porcaria! – Eu reclamei.

- Calma aí, pirralha! Eu nem sei direito onde está a caixa, faz tempos que não pego o jogo.

- É, desde que você era nerd.

- Exatamente.

- Então nem faz tanto tempo, porque você continua sendo. E gay também.

- Caralho, eu não sou gay, Charlie! Ah, consegui pegar a caixa.

Eu subi em cima da cama junto e senti a cama tremer embaixo dos meus pés, me encostei à Danny e ele moveu o braço para abaixar com a caixa, levando seu cotovelo na minha cara, eu gritei.

- Opa, desculpa, Charlie...

- FILHO DA GAZELA!

Sem pensar – TOTALMENTE SEM PENSAR – eu empurrei Danny da cama. Mas antes de raciocinar que ele bateu com a cabeça no guarda roupa e grunhiu de dor por cair com as costas no chão, eu me dei conta de que fui junto, até porque, eu estava algemada com ele.

Resultado, caí em cima de Danny do outro lado da cama. Puta que pariu, que raiva dessa algema, é capaz de eu arrancá-la com a boca de tanta raiva que eu estou.

- Sem comentários sobre isso.

Danny disse, pelo visto, ao ouvir minha respiração tão perto do seu rosto da mesma forma que eu ouvi a sua e vi o reflexo do seu rosto quase grudado ao meu, separados por um fiozinho de ar gelado.

- Droga, Danny!

- Porra, Charlie!

Xingamos quase ao mesmo tempo, e eu me levantei com ele na minha cola. Escada abaixo, os meninos ainda estavam nos mesmo lugares. Colocamos a caixa do jogo sobre a mesa e eu voltei ao meu montinho de edredom bem quente esperando o jogo começar.

Gerard tinha voltado da cozinha com uma bandeja e canecas de chocolate quente. Peguei minha caneca com a mão algemada, já que Danny usou a mão livre para pegar a sua caneca.

Com muita implicância em mente, assim que o idiota levou a caneca à boca eu puxei a algema, fazendo seu corpo se balançar e ele quase entornou o chocolate nas cobertas, me olhou do canto do olho com raiva. Quando eu fui tomar meu chocolate, o desgraçado fez o mesmo, mas puxou com força e eu acabei entornando chocolate nele, já que tinha puxado para seu lado.

Ouvi muitos xingamentos vindos de Danny naquele momento, que fizeram todos nós rimos.

- Que idiota! – Eu afirmei.

Minutos depois o jogo de perguntas começou. Gerard pegou a carta e disse em voz alta:

- Se você fosse alguém que não é, quem seria? – E depois respondeu a pergunta – Eu seria o Jared Leto, cantor do 30 Seconds To Mars.

- Eu seria o Batman – Lucas afirmou com o rosto sério. Coitado, nunca seria o Batman.

- Eu gostaria de ser o capitão Jack Sparrow do Piratas do Caribe. – Quem disse isso? Eu né, amo aquele pirata seduzente.

- O doutor House – Danny disse.

- Diferente de vocês, eu seria o Sr Lótus. – Andy sorriu de forma macabra. Eu não tinha a menor idéia de quem era Sr Lótus.

- O nosso carteiro? – Lucas perguntou confuso.

- Ele sabe o endereço de todo mundo. – Andy confirmou ainda de forma macabra. Eu me assustei, devo admitir.

Nós rimos pela forma que ele disse. Ao lado de Gerard, Andrews pegou uma carta agora e disse:

- O que você sempre quis fazer? – Disse Andrews – Participar de um filme de terror.

- Macabro infeliz. – Eu murmurei e os meninos riram do meu comentário. – Eu sempre quis pintar as pontas do meu cabelo de azul.

- Conhecer os estúdios da Marvel. – Lucas disse com um ar sonhador.

- Nerd infeliz. – Eu batizei o castanho de cabelos cacheados.

- Eu sempre quis tocar numa banda. Eu até tenho uma, mas queria uma famosa mesmo. – Gerard deu de ombros e passou a palavra para Danny.

- Eu sempre quis viver um clichê romântico. – Disse e nós gargalhamos no segundo seguinte fazendo o menino ficar vermelho de vergonha.

- Ai, que gay. – Eu gargalhei mais alto.

- Que?! Eu sempre quis acordar uma garota no meio da noite com um telefonema, e interrompê-la no meio do argumento para dizer que a amo...

- Ok, cala você a boca, Danny. – Eu disse rápida antes que vomitasse. Os meninos voltaram a rir e o jogo de perguntas continuou.

Ali, naquela roda, eu estava me sentindo a garota dos garotos. Estava me sentindo mais “em casa” com aqueles estranhos que eu conhecia a menos de três dias em geral do que com meu pai e a madrasta que eu moro faz um tempo. De qualquer forma, eu estava confortável.

Eles cansaram de jogar um tempo depois e ficaram só conversando, eu já estava bem calada e com sono. Tonta de sono, inclinei a cabeça e bati-a no ombro de Danny, fechei os olhos, já quase incosciente.

Só pude ouvir algumas últimas palavras deles e sentir os últimos movimentos antes de dormir.

- Shh! Ela dormiu. – Ouvi uma daquelas vozes.

- Vamos pintar a cara dela, Danny?

- Não! - Danny, a voz mais próxima, respondeu. – Vamos dormir também, já é uma da manhã. 

E depois senti seu outro braço segurando meu ombro e me inclinado lentamente até a cama improvisada no chão, onde eu me deitei, logo depois, o corpo quente e sem camisa dele se deitou ao meu lado – sem a opção disponível de ficar longe – e mesmo encostada ao braço daquele idiota eu me sentia confortável, assim eu dormi.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Detestaram? Leitores fiéis e leitores fantasmas, deixem seus reviews, porque, dude, sei que essa não é a pior fanfic que existe na página Originais, fale sério, Charlie é uma boa fanfic e eu mereço reviews para continuar, não?
Té o próximo, bjs.