Charlie escrita por Reet


Capítulo 6
05 - Sendo inteligente como eu.


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal!
Obrigada suas lindas por deixarem seus reviews e me deixarem aqui muito feliz. E não, eu ainda não respondi, mas eu li todos, meu tempo veio andando correndo e ele some de repente quando eu me dou conta.
Sobre esse capítulo, o nome já explica o final "sejam inteligentes como eu" fsphfps vocês irão entender.
Vejo vocês nas notas finas!



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Sete horas da manhã no dia seguinte, eu me levantei entorpecida com uma puta dor de cabeça. A casa estava silenciosa, não muito desarrumada, pois Danny tentou dar um jeito ontem à noite. Peguei minha nécessaire e caminhei como um zumbi até o banheiro no corredor, alterei a temperatura novamente e tomei um banho bem demorado.

Prendi o cabelo no boné e vesti um short jeans com uma camiseta suada do ACDC, calcei as sapatilhas douradas infernizantes que eu não conseguia tirá-las do pé.

Indo até a cozinha, eu ouvi uma voz de taquara rachada cantando terrivelmente mal.

- Near, far, wherever you are I believe that the heart does go on…

E o pior, era a droga da música do Titanic. Gerard – não sei como, mas o ruivinho tingido conseguiu acordar cedo depois de beber até encher o saco ontem à noite – cantava enquanto mexia uma colher de madeira na frigideira, eu senti cheiro de ovos queimados.

- Once more, you open the door, and you're here in my heart, and my heart will go on and on…

Eu inclinei a cabeça para Gerard, que sorriu quando me viu atravessando a cozinha e me jogando na bancada com os pés na cadeira.

- Bom dia, Charlie! – Disse.

- Que porra você está fazendo na frigideira?

- Ovos com bacon mexidos!

- E desde quando você faz isso? – Eu arqueei a sobrancelha – Estão queimados.

- Bem, desde hoje. Eu imaginei que como agora temos uma criança em casa, deveria ter comida saudável de manhã...

- Gerard, eu não sou uma criança, cala a boca. – Eu bufei.

Alguns segundos de silêncio e ele voltou a cantar a música do Titanic, eu tapei os ouvidos com raiva. Esperei que terminasse de torrar os ovos com bacon, colocou uma porção no meu prato e eu peguei um refrigerante na geladeira, coloquei em cima da mesa. Nessa hora, Gerard já tinha calado a boca e murmurava a música sem abrir a mesma. Me servi e comecei a comer.

Minutos depois, um zumbi desce as escadas com uma calça de moletom que ainda deixava a barra da 

sua boxer aparecendo – que, aparentemente, ainda não havia trocado a mesma -, descalço, cabelos mais bagunçados que o normal e a cara amassada.

O problema todo é que ele estava sem camisa. Sem camisa. Eu tenho dezesseis anos e meus hormônios ainda estão a flor da pele, fiquei ligeiramente corada com aquilo.

Como Danny não pareceu notar minha presença, só conseguia mirar os olhos franzidos para o refrigerante em cima da mesa, eu comecei a aprontar logo cedo; apertei a tampa da garrafa e a sacudi com força até se formar espumas de gás dentro dela. Assim, quando Danny abriu a garrafa, ela explodiu na sua cara e isso o fez acordar. Simples assim, explodiu na cara dele.

- Aaah, mas que merda! – Danny praguejou enquanto eu e Gerard começamos a rir – Calem a boca vocês dois... CHARLIE!

Eu arregalei os olhos quando ele gritou meu nome, vi suas bochechas ficarem vermelhas.

- Eu estou sem camisa, o que você está fazendo aqui?!

Eu troquei olhares toscos com Gerard.

- Sei lá, eu comecei a morar aqui, seu babaca. – Revirei os olhos enquanto Danny voltava correndo para o banheiro e enfiava uma camisa cinza e podre por cima da cabeça.

- Aê, mano! Eu fiz ovos com bacon como a mamãe fazia. – Gerard disse bem alegre para Danny.

O Moritz idiota olhou para a panela com uma careta.

- Isso daqui está longe do que a mamãe fazia, Ge. E olha que ela fazia muito mal – Jogou tudo o que tinha na panela dentro da pia, passou uma água e deixou a panela apodrecendo lá dentro. Danny pegou um iogurte na geladeira e sentou-se ao lado de Gerard na bancada.

Eu desci da bancada e fui até a dispensa pegar um tubo de Pringles, voltei a me sentar na bancada com os pés na cadeira, observei que Danny acompanhava meus movimentos e encarei-o na maior cara de pau. Seu rosto estava sujo de refrigerante e seu cabelo estava grudento, isso me fez rir.

- Tire os pés da cadeira, pirralha – Ele estalou a boca.

Por pura implicância, esfreguei os pés na cadeira. Ele veio até o meu lado e segurou meus pés, fazendo com que eu o chutasse.

- Não vai me ajudar, cara? – Danny encarou Gerard, que deu de ombros negando. – Com esse apoio moral eu vou longe. Eu deveria colocar você, Charlie, de castigo.

Eu olhei pelo canto dos olhos para ele, ameaçadoramente. Vi Danny recuar um pouco e Gerard ficou assustado, que bando de idiotas.

- Tenta. – Eu desafiei.

No segundo seguinte eu estava no colo de Danny, tentando esfaqueá-lo com a minha faca de passar manteiga no pão. Não iria muito longe com isso, ele me empurrou para dentro do meu quarto e fechou com chave a porta de vidro, sentando-se na minha frente com a porta de madeira aberta.

Eu gritei, mas não foi alto suficiente para ele se irritar, mandei o dedo do meio para o garoto, que continuou lá, sentado, parado e me olhando.

- Near, far, wherever you are I believe that the heart does go on…

Gerard apareceu, sentando-se ao lado de Danny também. Ofereceu uma batatinha Pringles para o irmão que aceitou, comendo a batatinha descaradamente na minha frent-...

- A MINHA BATATINHA, SEU FILHO DE UMA MÃE DESGRAÇADA, SUAS GAZELAS! NÃO COMAM MINHAS BATATINHAS!

Gritei, mas não adiantou. Bati contra a porta de vidro com raiva e me voltei para a janela, mas estava fechada com um trinco enferrujado. E sabe o que eu fiz?

Peguei um porta-jóias no criado mudo e taquei em direção a porta – que rachou. Danny arregalou os olhos quando eu segurei o criado mudo acima da minha cabeça.

- Na-na-ni-na-não! Charlie! É só uma brincadeira! – Danny se desesperou, segurou o Pringles oferecendo para mim – Eu coloco no lugar, eu prometo, não quebre a porta...

Atirei o criado mudo contra a porta de vidro com muita raiva. Ninguém tira comida da minha mão, e ninguém come a minha comida.

Eu tenho um problema sério com comidas.

A porta se quebrou em pequenos pedacinhos, Gerard estava horrorizado e subiu em cima do sofá com medo, Danny fez o mesmo. Eu me aproximei e arranquei o Pringles da mão do Moritz, lancei um olhar assassino para os gêmeos.

- Cara, isso foi melhor que filme de ficção!

Ouvi uma voz vindo da porta da sala, virei a cabeça.

- Nem vou mais ao cinema, olha só essa nanica! Ah, não! Vocês estão com medo dela? – Outra voz.

- Tá brincando? Eles pularam no sofá depois que ela quebrou a porta!

Na frente da porta da sala, dois garotos dividiam uma barra de chocolate e nos encaravam curiosos enquanto Danny e Gerard estavam em cima do sofá – nota: quase agarrados de medo – e eu os ameaçava com um Pringles nas mãos.

O primeiro que disse que "isso" é melhor que filme de ficção, tinha cabelos castanhos cacheados e um nariz grande, o fazia parecer um nerd muito esquisitão com roupas folgadas - só faltava agora aqueles óculos fundão de garrafa. O segundo menino tinha cabelos negros e bem arrumadinhos, eu acho que usava aparelho dental e roupas descoladas.

- Se afastem! – Gerard disse alto para os meninos da porta. – Ela é um mini-capeta.

O de cabelos negros ergueu um celular e tirou fotos, gargalhando.

- Eu iria perguntar por que vocês dois estão dando uma de babá para essa nanica – Esse mesmo menino que tirou fotos passou por mim e se escorou no sofá -, mas acho melhor deixar quieto mesmo. – Se virou para mim estendo a mão – Oi, eu sou Andrews, aquele é o Lucas.

- Ela não vai te cumprimentar – Danny se jogou no sofá depois que notou que a situação já tinha se acalmado.

Por pura implicância novamente, eu apertei a mão do Andrews, sorrindo.

- Charlie. – Respondi, deixando a voz mais fina para parecer educada.

Gargalhei da cara que Danny e Gerard fizeram no mesmo instante. Com o pote de Pringles na mão, me joguei no outro sofá, encarando Gerard que descia do sofá agora.

- Eu estou avisando, a qualquer momento ela se transforma! – Gerard disse – Não consigo acreditar como ela foi educada.

- Nem eu! – Danny retrucou apontando para mim – Ela é um capeta. Ontem de manhã estava jogando amendoins em uma criança de seis anos, de tarde quase me fez cagar nas calças com o segurança do supermercado e de noite... – Respirou fundo e fez drama – Expulsou NARCOTRAFICANTES dessa casa! Sozinha.

- Mano, você viu como ela quebrou aquela porta? – Lucas olhou para Andrews e os dois riram – Parecia o Hulk.

Eu gargalhei muito alto para chamar atenção e enfiei mais uma batatinha dentro da boca.

- Ok, parem de falar de mim como se eu não estivesse aqui, ou eu vou esfaquear todos vocês.

- Eu avisei – Gerard sussurrou e eu apontei para ele com uma batata, logo se calou.

- Charlie, Andrews e Lucas são nossos melhores amigos – Danny disse, ligando o Nitendo Wii e distribuindo quatro controles entre ele, o irmão e os amigos.

- Os únicos – Andrews corrigiu.

- Andy, Luc – Danny respirou fundo – A pirralha ali tem dezesseis anos, mas é o capeta em forma de gente. Ela é filha do nosso padrasto que foi passar três meses em uma ilha com a nossa mãe.

- Ou seja, bancamos a babá – Gerard bufou enquanto escolhia um jogo no Wii.

- Que azar. – Lucas comentou.

- Mas se vocês não tocarem nela enquanto come, ela não fará mal – Gerard sorriu falsamente – Só se ela quiser mesmo. Veja só o refrigerante grudento na cara do Danny. Ele ainda nem tomou banho.

- Ah é!

O castanho se levantou do sofá no mesmo instante e subiu as escadas de dois em dois degraus gritando lá de cima “volto já” e mais alguma coisa como “não joguem com ela no videogame”.

Eu imaginei que ele fosse tomar banho, então peguei o controle dele e escolhi eu mesma um jogo. Corridas, nada melhor que ganhar de um bando de abutres na corrida. Os três se preparam para jogar escolhendo seus personagens do jogo misturados com Sonic, Mario Bros e outro jogo lá. Eu escolhi a princesa Peach.

Gerard gargalhou quando eu fiz isso. Usei o controle do Wii para bater na cabeça dele, que gemeu de dor.

- Sabe como é, você não tem nada de princesa. – Gerard riu novamente enquanto passava a mão onde eu o havia acertado e eu o ignorei.

- Sério, cara, você já recebeu três olhares assassinos desde que eu cheguei há cinco minutos – Andrews disse – Acho melhor ficar bem quietinho.

Três minutos depois de começar o jogo, os três garotos xingavam incansavelmente por terem perdido para mim. Eu fiquei em primeiro lugar, o segundo foi ocupado pelo Mario que ninguém estava usando, depois veio Andrews, Lucas e Gerard.

- Estou ficando cansada de ganhar de vocês no videogame, Moritz – Eu disse encenando um bocejo de cansaço.

Passos na escada, atrás de mim, me fez virar a cabeça.

Não deveria ter feito isso. Corei ligeiramente.

O idiota do Danny tinha lavado os cabelos. Ele desceu a escada com uma blusa branca de gola V que fazia sombra com o raio de sol atrás dele, mostrando como ficava larga e quase a deixava transparente, possibilitando-me a ver suas sinuosas linhas do seu corpo por ele ter um corpo tão... Então, vocês entenderam. Usava outro moletom da cor marrom, descalço e bagunçava o cabelo com a toalha azul nas mãos enquanto franzia a testa junto com o nariz, fazendo um biquinho.

Ele estava simplesmente sexy e eu não queria admitir isso. Não mesmo.

- Prontos para jogarem até suas mãos ficarem dormentes...? Cara, vocês perderam para a pirralha?

Os meninos riram sem graça.

- Eu ia avisar, ela me ganhou em quase todos os jogos ontem, o Ge viu! É muito competitiva.

- Já mandei parar de falar de mim como se eu não estivesse aqui. – Eu grunhi.

- Aham, cala a boca aí, Charlie. Ainda estou pensando como vou consertar a porta de vidro que você quebrou com o criado mudo.

- Por que não, simplesmente, tira os vestígios da porta de vidro? Eu já disse e repito, que idiota coloca portas de vidro atrás de uma porta de madeira?

- Eu! – Danny gritou e todos prestaram atenção.

- Ah, claro. Porque você é um idiota. E eu que pensei que tinham vindo com a mobília!

- Algum problema com a mobília? Fui eu também que escolhi seu quarto e se tiver algum problema, eu te coloco para dormir na rua, pirralha.

- Tenta – Desafiei.

Andrews soltou um silvo que encheu a sala por segundos ecoando no lugar entre a fala de Danny e a minha provocação.

- Eu não cairia nessa, Danny, se fosse você. – Gerard murmurou – Da última vez ela quebrou a porta de vidro, quero ver só o que ela faz com a porta da frente.

- Problema nenhum com a mobília, ela só parece muito gay como você. – Eu dei língua.

Danny jogou a toalha por cima do sofá, me ignorando. Pegou o controle do Wii e colocou em outro jogo além de corrida, Guitar Hero e Mario.

- É, cara. Essa cortininha florida não combina nada com os dois adolescentes que moram aqui – Lucas concordou, fazendo Gerard e Andrews murmurarem também.

- Parece gay – Andrews disse.

- Concordo. – Gerard disse.

- EU NÃO SOU GAY, PORRA!

Danny gritou assustando todos na sala, eu gargalhei bem alto antes que o silêncio reinasse por mais instantes, é claro que eu estava provocando.

- Ok então – Lucas prendeu o riso.

- Prova – Disse Andrews.

Danny balançou a cabeça.

- Eu tenho um pacote de camisinha no meu criado mudo e não queria falar isso alto – Danny murmurou.

- Isso não prova nada, cara.

- É! – Lucas murmurou de volta – Já sei! Por que você não beija o mini-capeta?

- Que?! – Eu e Danny exclamamos juntos.

Apontei para ele enquanto ele apontou para mim e negamos com a cabeça no mesmo instante.

- Eu nunca...!

- Muito menos eu! – Quase gritei – Eu o odeio!

- Também a odeio! – Danny disse de volta.

Pensei por segundos colocando mais uma batatinha na boca e disse de boca cheia:

- Eu odeio todos vocês nessa casa, de qualquer forma. Por que não o desafiam a trocar de lugar com alguma amiga aí de vocês para ver se ele interpreta o lado feminino bem o suficiente para comprovar que é gay até o fim do dia?

- Vai à merda, Charlie! – Danny murmurou retoricamente.

- Boa idéia, mini-capeta! – Gerard exclamou.

De repente todos os meninos se entreolharam na sala. Depois começaram a olhar de mim para Danny com sorrisos zombeteiros no rosto.

Eu me dei conta de que não foi a coisa mais inteligente que eu falei naquele dia.


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Notas finais do capítulo

Heeeeeey (: Não tinha nada para fazer e chegou até aqui, que coisas meigas *O* E vocês gostaram do que leram? Espero que sim, e espero vocês nos reviews.
Gente, de vez em quando vocês vão achar a fanfic atualizada na página originais, mas sem nenhum capítulo novo, ok? Por isso é sempre melhor olhar nas histórias que você acompanha.
Mais uma coisinha, agora que já tiveram uma noção da fanfic, vocês imaginam músicas que se pareçam com a Charlie e os gêmeos Moritz? Ou imagens que te lembrem a fanfic? Eu gostaria de saber de vocês ^-^
Té mais nos reviews, beijinhos vocês.