Charlie escrita por Reet


Capítulo 3
02 - Implicância


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas!
Mais um capítulo de Charlie pra vocês. Esse é meio lentinho, mas eu garanto que o próximo vocês vão dar boas risadas.
Para quem perguntou, os gêmeos Moritz têm 19 anos hehe ^-^
Curtam o capítulo, vejo vocês nas notas finais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/168321/chapter/3

Ponto de vista - Charlie Hagen

Tranquei a porta de vidro com uma chave que estava lá, quase enferrujando. A merda já estava feita, agora eu ficaria três meses com os gêmeos toscos.

Em uma visão geral, eu notei que Danny parecia um gay e não gostou nem um pouco da minha pessoa, obviamente. Cabelos castanhos e desarrumados, olhos azuis. Usava calças jeans gordas que deixavam a barra da sua boxe aparecendo e tinha uma pose de skatista tensa. Gerard tinha cabelos tingidos de vermelho, e os mesmos olhos azuis, só que ele parecia um maníaco que acabou de fugir do hospício. Roupas justas e correntes de prata faziam um barulho irritante quando ele andava; Gerard parecia ter medo de mim e tinha pose de rockeiro.

Assim que os vi, com aquelas roupas caras e um carro preto de vidros escuros eu me senti até envergonhada por trotar com meu jeans rasgado, camisa xadrez e aquelas míseras sapatilhas douradas que eu tinha ganhado no dia anterior. Senti-me só um pouquinho superior porque eles pareciam burros enquanto falavam, retardados.

Pelo menos o quarto em que eu estava não era terrível. Tinha um ar condicionado para agüentar o calor da cidade que tem certa população que abusada do espanhol metido, Los Angeles; cama de solteiro com edredons fofos e gordos travesseiros; criado-mudo e um guarda-roupa com aquelas portas de correr.

Chutei minha mala com metade das roupas dentro e metade delas no chão tudo para debaixo da cama – eu não iria arrumar aquela bagunça tão cedo. Tirei as sapatilhas douradas e olhei para o teto super interessante.

Minha barriga roncou constrangedoramente. Abri a porta de vidro e depois a porta de carvalho bem devagar para não fazer barulho e trotei pelo longo corredor que saía da sala ligando a vários quartos, e no final, uma cozinha enorme sem mesas, apenas uma bancada.

Abri todos os armários do andar de baixo: panelas que pareciam nunca ter sido usadas. Sem opções, subi na bancada descalço e abri as portas dos armários de cima, mais panelas. Vi um estreito armário de madeira que imaginei ser a dispensa, achei vários pacotes de biscoitos entalados no lugar, mas todos eles tinham etiquetas e nomes. Tinha uma barra de chocolate ao leite etiquetada com um garrancho.

Gerard Moritz

Era a barra de chocolate do rockeiro sem noção. Vasculhei mais um pouco achando bolachas recheadas, garrafas de vidro de refrigerantes, além de cerveja e várias de Ice, tudo do Gerard. Na prateleira do alto, todos os itens estavam marcados com uma letra mais comportada em que o M parecia ser um W. 

Daniel Moritz

Nem me importei que os itens pertencessem ao Danny. Ele tinha um pacote bonitinho de Ruffles com dez por cento de batatinhas e noventa por cento de ar, eu catei a batatinha e mais uma garrafa de vidro de coca-cola também com o nome de Danny na geladeira. Com a boca cheia e as mãos meladas, me joguei no banquinho e devorei o pacote.

Alguns minutos depois, o carinha com pinta de gay e a boxe aparecendo adentrou a cozinha com passos largos como um pingüim, eu imaginei. Ele olhou para minha cara e abaixou a cabeça para o Ruffles em minhas mãos. Recuou alguns passos de volta à porta.

- MINHAS BATATINHAS, SUA PIRRALHA!

Eu arregalei os olhos com o grito. Enfiei mais uma batatinha na boca, provocante.

- Essas? – Mostrei o pacote vazio. – Acabou.

Ele se aproximou e pegou o pacote para analisar melhor, me encarou com um olhar assassino, que eu devolvi para ele com raivinha.

- Você comeu as minhas Ruffles!

- É, né. Você queria que eu morresse de fome?! Sem falar que a dispensa está toda marcada com aquela caligrafia feia que você e seu irmão têm, eu escolhi qualquer coisa. – Dei de ombros.

- Precisava JUSTAMENTE pegar minhas batatinhas? Ah, cara! – Ele bufou – Você veio pra foder com a minha vida, só pode.

Danny se voltou para mim e arrancou a garrafa de coca-cola das minhas mãos. Eu – com muita raiva agora, ninguém tira comida das minhas mãos – desci do banquinho e chutei a canela dele, fazendo-o gemer de dor e se inclinar deixando a garrafa na mesa, que eu logo peguei e me direcionei para o corredor.

Claro que ele não ficou olhando pro chão depois de ser chutado, ele me xingou em quinhentas línguas enquanto eu caminhava pelo corredor procurando o banheiro, sentia meus pés grudentos agora – eles não varrem o chão dessa casa? Parece até engordurado.

Mesmo com a porta aberta, adentrei o banheiro de mármore branco e entrei na banheira, ligando o chuveiro para limpar os pés e alterando a temperatura para o muito quente. A casa deveria estar mesmo engordurada pelo chão, pois saiu água preta enquanto eu esfregava os pés. Danny passou pela porta do banheiro e parou, me observando.

- Você está lavando os pés?

Eu revirei os olhos.

- Por que você não pára de fazer pergunta tosca? Claro que não, eu estou limpando o chuveiro, não está vendo?

Ele fez uma careta para minha tolerância zero e continuou me assistindo quando eu saí do chuveiro e, sem secar os pés, saí do banheiro passando por baixo do braço de Danny apoiado no batente da porta – sim, eu sou consideravelmente pequena em relação aos gêmeos Moritz.

Fui ao meu quarto e busquei meu boné azul que eu costumava usar dentro de casa quando prendia o cabelo em um coque, voltei à sala e notei que Danny continuava me observando andar pela casa. Eu me joguei no sofá ao lado de Gerard sem me importar se o ruivinho tingido tinha mesmo medo de mim ou não.

- Se você anda descalço por aí, por que lava os pés? – Danny arqueou a sobrancelha.

- Porque fica sujo, panaca. – Eu revirei os olhos.

Ficaria com dor nos olhos de tanto revirá-los para as perguntas idiotas daquele gayzão.

- Isso não tem lógica. – Ele disse sentando-se ao lado do irmão e pegando um controle de Nitendo Wii.

- Eu sei disso.

Fiquei em silêncio enquanto assistia os dois meninos jogando um clássico do Mario no videogame. O Luigi e o Mario tentavam vencer o Bowser Junior em uma lutinha que eu mesma já tinha passado quinhentas vezes no meu videogame e eu nunca vi alguém lutar tão mal quanto Gerard que lutava com o Mario. Eles perderam três vezes para o Bowser e eu já estava irritada de vê-los recuperando mais cinco vidas e reiniciando a fase.

- Me dê esse controle aqui, idiotas. Nunca vi ninguém jogar tão mal quanto vocês dois. – Eu puxei o controle da mão de Gerard e iniciei a fase correndo esperando que Danny me acompanhasse.

Eu passei por vários monstrinhos que foram deixados para trás, sobrando para Danny matá-los, segurei o riso. No final da fase, ganhei do Bowser sozinha. Coloquei o controle de volta na mesa de centro sorrindo.

- Cara, você perdeu para uma menininha! – Gerard gargalhou.

Ele esticou o braço para mim, esperando que eu batesse minha mão com a sua, mas eu o deixei mofando com a mão no ar, ele a recolheu dando de ombros.

- Isso se chama sorte – Danny disse.

- Não se chama, não! Isso se chama ser terrível mesmo. – Eu retruquei.

- Ah, fica quieta aí porque eu ainda estou com muita raiva por você ter comido minhas batatinhas, pirralha!

- Mano, sério, meus parabéns! – Gerard falou comigo – Você deixou Danny no chinelo, o gay ali só não quer admitir isso.

Eu ri, sendo acompanhada por Gerard.

- Viu? Eu a fiz rir – O ruivinho disse para o irmão.

- Humor baseado em mim, que lindo – Exagerou no sarcasmo revirando os olhos e se levantou do sofá.

- Vai fugir agora que perdeu no jogo para mim, seu franguinho? – Eu provoquei.

- Cala a boca! - O castanho continuou andando – Ainda terá revanche, foi só um jogo do Mario.

- Porque uma coisa é certa, ninguém ganha do Danny no Guitar Hero.

Eu gargalhei bem alto e com muito sarcasmo.

- Está brincando? Eu sou muito boa no Guitar Hero.

- Você não tem chance nenhuma contra mim, nanica.

Danny estalou a boca e eu abri um sorriso zombeteiro gigante no meu rosto, observei o garoto voltar a se aproximar do sofá.

- Medo de jogar e perder? – Desafiei.

- Nunca.

Danny pegou o controle do Wii e se jogou ao meu lado no sofá, sem querer, encostando-se no meu ombro. Eu senti um choque de surpresa – eu não gosto de encostar-me nas pessoas, prefiro ficar longe delas e nunca estivesse próxima assim com alguém como Danny. Afastei-me dele, incomodada. Apertei o botão start no Guitar Hero escolhendo uma das músicas mais difíceis.

- Pronta? – Danny me encarou. Me perguntei se o incômodo tinha só me afetado ou se ele estava fingindo muito bem, realmente não sabia como as pessoas conseguiam ficar tão próximas das outras. Resolvi ignorar essa parte e balancei a cabeça, afirmando.

Gerard torceu para mim, é claro. Ele não queria morrer tão cedo. Três minutos depois, Danny estava xingando mil e um palavrões para cima de mim por eu ter ganhado.

Dessa vez, quando Gerard estendeu as mãos eu bati com tanto força que fez as duas ficar vermelhas e o ruivinho praguejou por segundos.

- Que idiota! – Eu disse para Danny que rodava o controle em suas mãos preparando mais um jogo para tentar me vencer.

Joguei-me no sofá dando um encontrão em Danny sem me importar com a proximidade agora, eu queria mais era mostrar qual o próximo jogo que ele iria perder mais uma vez para uma nanica como eu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Viu? Capítulo lento, garanto que o próximo será melhor!
Espero receber seus reviews para que eu continue fohsofhs Ainda estou meio tensa com a fanfic, acho que se não receber comentários, vou achar que está realmente ruim, então...
Mas é isso (: 'té mais vocês leitores que clicam em "acompanhar história" e não comentam, eu fico muito brava! fspjfsp De qualquer forma, beijos pra vocês.