Charlie escrita por Reet


Capítulo 27
Capítulo Bônus


Notas iniciais do capítulo

OOOI PESSOAS.
Capítulo bônus.



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– Sem Charlie por hoje. – Eu neguei antes mesmo de Andrews ou Lucas abrirem a boca para perguntarem por ela.

– Onde ela está?

– Em casa. Nós viemos comprar os presentes dela.

– Ela vai destruir a casa.

Disse Lucas.

– Provavelmente. – Concordou Gerard.


Rodamos Los Angeles. Andrews foi o primeiro a comprar o presente em uma papelaria. Gerard comprou alguma coisa na farmácia (eu perguntei se era uma camisa de força, mas infelizmente não era) e Lucas me arrastou para dentro da Jelly, uma loja de sandálias femininas de plástico que com o tempo, começam a feder.

– Os senhores procuram alguma coisa? – Perguntou a atendente.

– As sapatilhas douradas da Chars estão sem brilho.

Aquele era Lucas? Ele não reparava nessas coisas, ele reparava em revistas de quadrinhos.

– Hoje você está sendo muito gay.

Eu disse, quando ele saiu da loja com novas sapatilhas embrulhadas para presente.

Estava muito chato sem a Charlie hoje. Mas tínhamos que deixar ela em casa. Gerard e Andrews entraram em uma loja de CDs enquanto eu e Lucas nos sentamos no meio fio. Eu liguei para Charlie e ela atendeu em alguns segundos.

Alô? – Ouvi uma música de fundo muito alta e reconheci como Lithium, do Nirvana.

– Você está ouvindo Nirvana?! – Eu perguntei. De repente, olhei para a loja de CDs e tive uma ideia para um bom presente. Pelo menos melhor do que o do Andrews e do Gerard. – Trocou a água do Nikabrik?

Sim! Danny, onde você está?

Ela fez voz de choro. Eu queria gritar que estava voltando para casa, ao olhar pro céu e ver que ele estava ficando escuro. E Charlie tinha medo do escuro.

– A gente já está voltando, Chars. – Eu disse lentamente. – Acenda todas as luzes da casa. Dessa vez eu não vou brigar com você.

Desliguei o telefone depois de me despedir e entrei na loja de CDs procurando os discos nacionais de pop/rock. Em minha mão, eu estava indeciso entre Nirvana, AC/DC, Guns N’ Roses e Green Day. Eu sabia que ela gostava de todas essas bandas. Gerard se aproximou.

– Estou confuso.

– Você podia dar um presente super legal como o meu: um lenço de assoar o nariz. – Disse Gerard.

Eu balancei a cabeça.

– Quem dá um lenço de assoar o nariz de aniversário?

– É, Gerard! – Andrews fez uma careta – Eu comprei uma caneta!

– Vocês são uns merdas.

Eu levei o CD Apetite for Destruction do Guns e Nevermind do Nirvana.

Ainda passei na loja interna da loja de CDs, de camisas. Comprei a menor delas do Nirvana, para a Charlie e embrulhei tudo.

Chegamos em casa depois de deixar Andrews e Lucas em suas respectivas casas, e já estava escuro. Todas as luzes estavam apagadas. Gerard foi acendendo as luzes e eu corri para o quarto de Charlie, que também estava apagado. Acendi a luz e ela não estava lá. Gritei seu nome.

Oiiiiii. – Gerard tentou imitar a voz de Charlie e eu ergui o dedo do meio para ele.

Procurei no banheiro, na área de serviços e cozinha. O último lugar que eu fui procurar era o meu quarto, e a luz também estava apagada, mas eu encontrei uma Charlie insegura em cima da minha cama debaixo do edredom. Me sentei na beirada e puxei o edredom, ela gritou. Mas se calou quando me viu.

– Achou que eu fosse um monstro? – Eu sorri e segurei sua mão. Meus dias de viver um romance clichê se passaram, porque eu nunca iria encontrar uma menina perfeita. Eu já tinha. Ela me encontrou.

Charlie engatinhou pelo colchão e me abraçou.

– Você se atrasou.

– Só um pouco.

– Me deixou aqui sozinha com um buldogue! Que tipo de irmão mais velho é você?!

– Eu nunca fui seu irmão mais velho.

Tomei seus lábios para encontro dos meus, no escuro e na temperatura da Charlie nos meus braços. Eu não admitiria que era o irmão mais velho dela enquanto amasse aquela menina acima do permitido.

– Charlie... – A chamei baixinho depois de minutos em silêncio com ela no meu colo, os braços em volta da sua cintura.

– O que é?

– Você... Uhm – Eu tossi. E continuei em silêncio como se nunca tivesse dito nada.

– Danny, continua!

– Danny, faz lasanha hoje? – Gerard entrou no quarto na maior rapidez. Eu tomei um susto, Charlie tomou um susto, nos empurramos ao mesmo tempo e ela caiu da cama. – Charlie, você está com algum problema?

– Sempre. – Ela respondeu de forma carrancuda e acertou um soco em Gerard.

Naquela noite, teve lasanha.

Charlie dormiu no meu quarto.

E eu não fui obrigado a dormir no sofá.


(...)


Charlie

Por algum motivo que nunca será revelado, eu acordei cedo na manhã seguinte. Saltei da cama de Danny e corri escada abaixo para meu quarto, vestindo a camiseta de uma banda e um short jeans, o que eu usava sempre, as sapatilhas douradas que já haviam perdido o brilho, agora eram só sapatilhas cor de cobre. Ajeitei o cabelo, prendendo com um laço e coloquei o anel que Gerard havia me dado há dias. No calendário, faltavam apenas um dia para sair daquela casa.

Mas eu estava feliz hoje por qualquer motivo. Era o meu aniversário de dezessete anos. E ninguém sabia. Achei meu mp4 em algum lugar na minha mala que nunca foi desarrumada desde que eu cheguei aqui.

Eu estava sentindo uma pontada de tristeza. Parece que foi ontem que cheguei aqui, ganhei um galo no meio da testa por bater na porta de vidro que nem existe mais, impliquei com Danny, impliquei com Gerard, impliquei Danny, impliquei com Gerard, me apaixonei por Danny, impliquei com Gerard. Conheci Andrews e Lucas. Impliquei com eles. Me algemei à Danny, bati em Lucas, bati em Lucas, bati em Lucas mais vezes até ensiná-lo a calar a boca. E ia tudo acabar.

Eu estava satisfeita, como alguém que come um bolo.

Coloquei os fones e me joguei de forma relaxada no sofá, ouvindo Nirvana. Eu estava meio viciada nessa banda nos últimos dias.

Quando os gêmeos desceram as escadas juntos – um atrás do outro – eu senti alguma coisa que nunca havia sentido com eles. Era uma vontade de sorrir de forma estúpida, porque eles estavam tão lindos sem camisa, apenas de moletom, os cabelos bagunçados e as mesmas expressões.

– Charlie, você me deixou lá sozinho. – Disse Danny.

– Você dormiu com a Chars? – Perguntou Gerard inocentemente.

– Sim. – Danny ficou vermelho, ficou lindo! – Por favor, não conte para Andrews.

Ri. Andrews ficaria puto.

Mesmo com a nova namorada.

Gerard e Danny se apoiaram nas costas do sofá em que eu estava deitada e ficaram me olhando com um sorriso safado nos rostos gêmeos. Eu fiz cara interrogativa.

– O que vocês querem? – Me fiz de santa.

Danny foi o primeiro a se abaixar e beijar minha bochecha. E Gerard foi o segundo. Eu até me surpreendi, ficando extremamente vermelha. Disseram na ordem, Danny primeiro e logo Gerard:

– Feliz aniversário, pirralha!

– Yea, parabéns mini-capeta!

– Como vocês sabem disso?! – Grunhi envergonhada.

Eles me deixaram sem resposta. Gerard e Danny iniciaram uma dancinha de comemoração, rindo da minha cara, eu estava fazendo dezessete.

– Vamos fazer uma festa! – Disse Gerard.

– Sim, nós vamos!

– Não vão não! – Gritei.

– Claro que vamos! E vamos chamar Luc, Andy e Nikabrik e o tiozinho do museu e o Chris!

– Sério?

– Não. – Negou Danny – Eu nem sei por onde anda o tiozinho do museu.

Gerard se afastou para a cozinha e Danny subiu as escadas de volta. Eu achava tão legal ter dois meninos sem camisa dentro de casa. E eu iria sabotar essa porra dessa festa. Corri para a área de serviço e enchi um balde de água gelada, colocando cubos de gelos dentro. E peguei um pacote de manteiga dentro da geladeira, subir a escada foi uma luta, até porque ainda estava usando as luvas ortopédicas por ter tirado o gesso, mas nenhum deles apareceu enquanto eu demorava a fazer isso.

Esfreguei manteiga no chão, perto da escada e do quarto de Gerard, deixei a manteiga por lá mesmo. Danny estava no banheiro, deixei a porta entreaberta com um peso para que não se abrisse e coloquei o balde de água em cima, esperando para ser derrubado.

Sorri. Plano perfeito. E eu ainda nem tinha feito isso. Claro que o balde era muito comum, eu via em filmes, mas a manteiga era nova.

De repente, ouvi Danny saindo do banheiro e cantarolando qualquer coisa. Ele demorou um pouco no quarto, mas saiu. Abrindo a porta por completo e deixando o balde de água em cima dele. Ah, claro, ele gritou e me olhou de forma fuziladora.

Danny estava segurando um bolo. Que não molhou. Um bolo bonito que eu julguei ser para mim. Que emocionante.


Danny

A água estava gelada! PORRA CHARLIE! Mas eu salvei o bolo. PORRA CHARLIE NOVAMENTE.

Tive a brilhante ideia de correr atrás da Charlie, ainda segurando o bolo, e ela fugiu de mim, claro. Ela escorregou no chão e eu só fui entender que a própria havia passado manteiga na madeira quando eu também escorreguei e deixei o bolo cair em cima da cabeça de Charlie. Ela gritou muito alto e continuou gritando, enquanto se virava para me bater, mas antes de me acertar qualquer tapa, ela escorregou mais uma vez.

Eu já estava rindo. Gargalhando, e ela ainda gritava.

– Aaaaaaaaaaah! Filho da puta!

Engatinhei até ela ao ver que Charlie estava indo em direção a cair da escada, e isso me deixou aterrorizado.

– Espera, Hagen! – Gritei. Consegui segurar seu pulso, mas ela o puxou e fomos os dois escada abaixo, rolando.

Eu bati a cabeça na madeira umas quinhentas vezes nesse meio tempo.

Imagina ela!

Puxei-a para mim enquanto rolávamos e a abracei. Não estava nem ligando se ela estava me sujando com bolo também, aliás, eu estava molhado e gelado.

E conseguimos chegar no último degrau vivos.

– Ér... – Ficou um silêncio.

Não por muito tempo. Gerard fez o favor de passar por nós segurando um saco de farinha que se rasgou ao meio DO NADA! Saco de farinha amaldiçoado.

– FILHO DA PUTA! – Gritou Charlie, bem, bem alto.

– É guerra!

Soltei Charlie e corri para a cozinha, abrindo a geladeira e pegando alguns ovos. Ela e Gerard já estavam se batendo na sala, quando eu cheguei e acertei um ovo em sua cabeça. Tinha que ver! Charlie ficou vermelha como um tomate, estava prestes a explodir.


Andy

Eu segurava meu presente e Lucas, o dele. Tocamos a campainha algumas vezes, até que Luc resolveu abrir a porta por contra própria. Vai que, encontramos uma cena ainda mais engraçada igual a primeira vez que viemos aqui quando Charlie chegou.

Lucas entrou. E voltou com a cara pálida como se tivesse visto fantasmas. Achei que não era uma boa hora. Mas eu adoraria entrar e ver fantasmas.

– Fantasmas. – Disse Lucas. Caralho, sério?!

Entrei na casa e vi três estúpidas pessoas cheias de farinhas. Pareciam fantasmas mesmo.

– Que porra é essa!

Minha cara de “WTF”.

– Isso é bolo na cabeça da Charlie? – Eu ri e ela acenou positivamente – Cara, vocês viraram o bolo!

Puxei Lucas pelo colarinho para dentro da casa e tentei o convencer de que não eram fantasmas, e sim, a Chars, Danny e Ge.


Charlie

Eu e os gêmeos Moritz tomamos banhos depois de brincar mais um pouco com Andrews e Lucas, que preferiram não se sujar. Eu me arrumei, pois sabia que não haveria forma alguma de evitar uma festa de dezessete anos, quando eles decidiram que, sem bolo, iriam a uma pizzaria.

Eu vesti um short jeans mais arrumadinho, uma blusa bege de alças finas com alguns colares grandes que eu nem achei que tinha, uma meia preta fina que ia até o joelho e sapatinhos da cor marrom.

E todos já estavam arrumados quando eu saí do banheiro dessa vez.

Danny colocou o braço em volta da minha cintura, enquanto todos saíamos da casa, em direção à garagem.

– Será que nesse ano a Charlie cresce? – Disse Lucas.

– Eu tinha te ensinado a ficar calado! – Grunhi.

– Ah, claro. Charlie, não quebre o restaurante. – Disse Danny ao meu lado. – Vai ser só uma festinha pequena, em uma comemoração pequena, com a gente e você, pequena...

Recebeu um tapa.

(...)


Era quase onze horas, e ainda estava cedo para a hora que dormíamos, falando de “nós” como um grupo de meninos mesmo.

Pedimos uma pizza gigante, e eu disputei com Andrews quem comia mais fatias. Resultado, acabei me enchendo e esse era o único jogo que Andrews tinha capacidade de me vencer. Comer mais. Mas nós dois tinhamos a capacidade de comer pra caralho e não engordar. Mas eu ainda venci Danny. Que nem estava no jogo.

Os meninos colocaram embrulhos em cima da mesa. Eram persentes e eu sabia.

– Hora dos presentes, Chars.

– Abre o meu primeiro! – Disse Andrews. Eu me surpreendi por não ser Gerard.

Okay. Era um embrulho grande e fino. Eu fui desembrulhando e achando mais embrulhos um embaixo do outro. E mais embrulhos, até sobrar um embrulho pequenininho, onde eu tirei uma caneta.

Uma caneta bic.

– Andy – Sorri falsamente – Você... deve ter gastado mais com embrulho do que com presente. Obrigada, eu amei.

Nós rimos muito. Muito mesmo. Principalmente pelo “amei”.

– Agora o meu! – A vez de Lucas.

Abri uma caixa de sapatos da Jelly e achei sapatilhas prateadas. Prateadas e com brilho. Minha cara foi de “se-eu-nunca-gostei-do-brilho-dourado-por-que-diabos-você-me-deu-o-prateado”.

– Wow. – Sorri novamente. Uma noite de sorrisos. – Incrível, Luc. Obrigada!

Gerard empurrou uma sacola de farmácia para mim, e de lá, eu tirei um pote de lenços de assoar o nariz. Isso é sacanagem?!

Olhei para Danny. Ele estava rindo da minha cara.

Fiz a maior encenação e saltitei de felicidade para que Gerard ficasse feliz com o presente que me deu. E depois, eu fiquei olhando interrogativamente para Danny, com as mãos vazias. Do tipo “cadê o seu presente?”. Mas não veio nada. Ele só estava rindo da minha cara.

Eu abracei cada um dos meninos, até mesmo Danny. Mesmo que eles tivessem me dado presentes horríveis, ou não tivessem me dado nada. Porque eu aprendi a amar cada um deles.

Hora da foto.

– Posso não tirar a foto? – Perguntei.

– Claro, Charlie. – Disse Andrews – Vamos tirar a foto só comigo, Lucas e os gêmeos e colocar no facebook "No aniversário da Charlie, sem a Charlie".


Pedimos para um cara da outra mesa disparar a câmera fotográfica em quatro fotos, aí, nos abraçamos juntos. O flash já iria disparar, quando eu vi Andrews pegando um pedaço de pizza de chocolate na mesa fora de hora. Bati em seu braço e a primeira foto saiu assim.

A segunda, Danny estava tentando me fazer não bater em Andrews, que estava encolhido de mim, e acertando com o cotovelo, a barriga de Gerard.

A terceira foto saiu toda movimentada – menos Lucas, que estava intacto.

E na quarta foto, eu estava no ar, com Andrews me segurando pela cintura, agarrando os cabelos de Danny, que segurava meus pulsos, e Gerard estava abaixado com dor no estômago. Lucas estava intacto e saiu bem em todas as fotos, fazendo um V com a mão.

Que lindo! Palmas.


Acabou a festinha particular e voltamos para casa. Para o jardim de casa, na verdade. Lucas foi o primeiro a se deitar no gramado, com Andrews do lado, em seguida Gerard e eu. Danny entrou em casa e voltou minutos depois com um pacote todo bonitinho e embrulhado com um laço vermelho. Ele empurrou para mim e se deitou ao meu lado. Eu me sentei e abri o presente. Era uma camisa do Nirvana com o smile, e dois CDs, Green Day e Nirvana. Deixei o presente de lado e me virei para cima de Danny, beijando seu rosto.

– Porra Charlie, eu te dou um dos melhores presentes e você só me dá um beijo no rosto? – Disse Danny, baixinho no meu ouvindo.

– Foi mais que o que eu mostrei para seu irmão e os macabros. – Dei de ombros. – E eu não tenho muito carinho para dar.

– Mas eu sou especial, não? – Ele riu – E eu amo você.

– É, mas...

– Mas nada, Charlie!

Eu estava sentada ao seu lado, e ele deitado com as mãos atrás da cabeça. Nesse momento, usou uma das mãos para segurar atrás do meu pescoço e me inclinou delicadamente até que encostou seus lábios nos meus. Quando eu tentei voltar à me sentar antes que os outros percebessem que estava um silêncio ali e eu estava beijando Danny – e Danny sentiu a incerteza de que meus lábios estavam se afastando –, ele mordeu minha boca e me fez inclinar soltando um gemido baixo de dor e se aproveitou para me beijar, pedinddo a passagem da sua língua na minha boca. Eu fui praticamente derrubada para cima dele, com as mãos no seu corpo, e ele passou os braços para minha cintura, colocando-me em um posição que não o machucasse.

Terminamos o beijo rindo dos comentários de Gerard.

– Tem coisas me picando! Que merda!

– São sanguessugas, Ge. – Andrews enfatiziou o SANGUE.

– QUE?

– São mosquitos!

Prendi um riso baixo contra o pescoço de Danny, ela fez a mesma coisa.

– Que amor vocês dois, heim.

Virei minha cabeça, eu deveria estar pálida ao encarar Lucas, que puxou a atenção de Gerard e Andrews. Eu e Danny ficamos vermelhos.

– Ignorando seu comentário sem hora marcada... – Danny disse, usando as mãos em minha cintura para me tombar para o outro lado e ficou de costas para os meninos. Eu ri, ele sorriu e fez carinho no meu rosto com a mão.

Ficamos em silêncio por algum tempo. Ora olhando um nos olhos do outro, ora trocando selinhos, analisando as feições, fazendo carinho.

Não estava um silêncio da parte dos idiotas ali do lado. Só entre nós. Estava romântico. Uma coisa que eu nunca pensei que haveria em mim.

– Você quer namorar comigo?

Eu fiquei pálida. Danny, não me venha com uma dessas!

– Namorar, tipo, como? – Perguntei, visivelmente confusa.

– Tipo... assim...

Nesse momento, ele passou por cima de mim, me deitando completamente no gramado, e me beijou rapidamente, descendo com os lábios para o pescoço e beijando três vezes, até chegar à minha orelha e sussurrar um eu te amo bem, bem baixinho, a ponto de me deixar arrepiada. Ele tombou para meu outro lado.

Já estávamos afastados dos garotos só nessa brincadeira de passar para o outro lado.

– Pra sempre? – Perguntei novamente. Danny riu. Estava óbvio que eu não sabia "namorar" pessoas.

– Por quanto tempo você quiser. – Ele disse.

– Você está me achando com cara de filme comédia romântica super clichê? Porque, francamente, Danny, é tão brega essa coisa de pra sempre!

Eu prendi o riso por estar acabando com o clima romântico que ele tanto desejava.

– Sim, uhm quero dizer, não! Foi você quem disse pra sempre! – Danny ficou vermelho e virou a cabeça para o céu sem estrelas – Esquece, Hagen.

Coloquei a cabeça em seu ombro e beijei sua bochecha. Ele nem olhou pra mim e continuou fazendo bico, estava irritado.

– Claro que sim, Moritz.

Ele sorriu. E me beijou novamente.



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Notas finais do capítulo

Mil beijos, mil obrigadas por lerem Charlie, deixarem seus reviews e suas 12 recomendações. Vocês não sabem como isso me manteve viva por 5 meses. São todos MUITO especiais.