Charlie escrita por Reet


Capítulo 2
01 - Ela é um mini-capeta


Notas iniciais do capítulo

Bem, é isso. Imagino que não tenha recebido tantos reviews por ter sido só o início, então espero que curtam agora o capítulo 1 e deixem reviews :D



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Ponto de vista - Danny Moritz

Encarei meu gêmeo de cabelos vermelhos sentado no capô do carro erguendo uma plaquinha com o nome “Charlie Hagen”. Puxei a plaquinha das suas mãos e rasguei furiosamente.

- Cara, minha letra saiu bonitinha! – Gerard cruzou os braços, mal-humorado.

- Ela vai estar com mamãe e Joseph, não precisamos de plaquinhas.

Gerard suspirou enquanto revirava os olhos. No segundo seguinte ele apontou para dentro do aeroporto, onde três pessoas caminhavam lentamente na nossa direção. Reconheci Joseph de cabelos castanhos bagunçados e minha mãe, Jeane, cabelos loiros com mechas cor de rosa, os dois cercavam uma criaturinha que conseguia superar Gerard no quesito mal humor com os braços torcidos e uma careta estranha quando conseguiu nos enxergar.

Ela foi se aproximando com dois olhos verdes fuziladores em cima de mim, nariz empinado e boca de botão. Tinha uns fios de cabelos castanhos que clareava até chegar ao loiro da raiz até as pontas, que alcançavam sua cintura fina. Usava jeans rasgados nos joelhos, uma blusa que delineava seu corpo infantil e uma camisa xadrez vermelha por cima, completando o visual com sapatilhas douradas.

Virei o rosto para Gerard e o encarei friamente.

- Vamos aceitar a menininha, Danny! Só um pouquinho, ela deve ser uma santa, vai, deixa! Ela nem vai atrapalhar! Parece uma santinha! – Imitei a voz de Gerard e depois fiz uma careta. Sabia que tanto ele quanto eu estávamos achando que a meia-sombra era um mini-capeta só pelos olhos fuziladores que ela tinha.

- Ok, imagino que devo ter esquecido-me de perguntar para Joseph como era menina antes de aceitar cuidar dela... – Gerard forçou um sorriso.

- Vou te matar, cara.

Eu e ele estávamos imaginando uma menininha fofa, tímida que usasse óculos grandes e parecesse uma nerd bem santa.

Podia até ouvir o início da música Moves Like Jagger curtindo com a minha cara a cada passo que a criaturinha dava. Ela parou no meio do caminho, disse alguma coisa para meu padrasto e deu a volta até o banquinho e se jogou lá ao lado de um menininho com a mãe que provavelmente esperavam pelo avião.

- Gerard! Danny! – Joseph nos cumprimentou. - Eu tenho que agradecer muito a vocês por ficarem esses dias com a Charlie!

- Imagino...

Eu acertei meu cotovelo na barriga de Gerard e ele sorriu, retirando o que disse.

- Eu quero dizer, o que podemos esperar da menina? – Gerard perguntou tentando parecer confortável com todo o peso de cuidar de uma criança. 

- Tenho quase certeza de que você nem vão notá-la em casa, ela é praticamente... Anti-social. – Deu de ombros – Tem um jeitinho rebelde, antipática, irritante, desbocada, mal-humorada...

A cada adjetivo que Joseph acrescentava da sua filha ele fazia uma careta como se realmente não acreditasse que o mini-capeta fosse assim tão ruim.

- Mas quando você passa um tempo com ela, vê que no fundo, bem no fundo mesmo, ela é só uma menina doce e gentil. – Sorriu por último.

Todos nós esticamos o pescoço para observar a loirinha sentada ao lado do menino e da mãe alguns bancos lá na frente. Meu queixo caiu um pouco, porque, bem, os últimos adjetivos de Joseph não se encaixavam nada com a garota ali.

A menina jogava amendoins no menino que aparentava ter seis anos, furioso, que revidava com amendoins também. Infelizmente, os amendoins do garotinho acabaram e Charlie abriu um sorriso macabro erguendo o dedo do meio para a criança, que logo começou a berrar.

- Querido, talvez você tenha exagerado um pouquinho no doce e gentil – Mamãe sussurrou para Joseph, ainda fitando o mini-capeta.

- Bote exagero nisso! – Gerard disse apenas para mim.

- Tirou as palavras da minha boca – Eu disse de volta.

A criatura virou o rosto para nós quatro, que logo desviamos o olhar e fingimos estar olhando para outra coisa – eu olhei para o teto e Gerard olhou para o chão.

Uma voz automática anunciou alto para todo o aeroporto que o próximo vôo para Guiana Francesa tinha chegado e os passageiros precisavam se aproximar. Joseph de repente pareceu feliz demais, bateu palmas e disse por fim:

- Então... Divirtam-se!

- Sem problemas! – Gerard murmurou irônico.

E os dois se viraram carregando suas malas para o avião.

O silêncio reinou enquanto Joseph e mamãe caminhavam para o avião. Eu virei para Gerard, que encarava a criança, quase incrédulo.

- Quantos anos ela tem mesmo? – Eu perguntei para o gêmeo.

- Três anos mais nova – Ele contou por um instante nos dedos e respondeu: - Dezesseis.

- Certo, como você é mais novo, vai lá, socialize-se com ela que nós já estamos indo.

Eu virei para o carro e Gerard negou estalando a boca.

- Eu sou terrível em matemática, mano, mas eu sei que você é mais novo aqui. Seis minutos inteirinhos e mais um pouco. – Deu de ombros e entrou no carro.

Dessa forma, eu caminhei cautelosamente para a garota loira que ria descaradamente do menino que ainda chorava, cutuquei seu ombro e recebi um olhar mortal pelo canto do olho. O tempo parou, eu senti. E deu uma alavanca quando a menina disse com a voz fina:

- Não toque em mim, seu idiota.

Certo, isso é um bom começo para uma linda amizade de verão, sente a ironia.

- Ok, pirralha. Nós já estamos indo. Pegue sua bagagem e coloque na mala do carro.

- Que isso, Danny! – Eu tomei um susto com a alma de cabelos vermelhos que apareceu do meu lado – Deixa que eu carrego sua mala, Charlie.

A garota passou por mim deixando um rastro frio e sentou-se no banco de trás do meu carro. Observei Gerard levantando a mala com um só braço e jogando pelas costas, ele fez uma careta terrível e eu gargalhei alto.

- Pesado, Ge? – Ironizei.

- Cara! Essa menina carrega uma bigorna aqui dentro, só pode.

Dei a volta no carro e me sentei no banco do motorista enquanto Gerard sentava-se no carona. De repente me bateu um medo de começar a falar naquela zona de perigo, o silêncio reinou até a casa.

Gerard arrastou a mala até o corredor dos quartos e a menina entrou com sua pose de demônio mascando chiclete irritantemente. Ela colocou as mãos na cintura.

- Onde eu vou ficar? – Perguntou, mal humorada.

- Vão ser longos três meses – Eu suspirei e apontei para a porta de carvalho do quarto de visitas que ninguém nunca usava.

A garota deu um tapa na mão de Gerard que logo soltou a mala com uma careta para a menina. Eu me virei junto com meu irmão e me sentei no sofá da sala, pegando o controle do Wii e Gerard pegou o outro sem prestar atenção na loira.

De relance, vi-a arrastar o chumbo da mala vermelha até a porta do quarto – quero dizer, ela não arrastou. A mala não saiu do lugar. Eu deixei escapar um risinho.

- Arrastando a mala? – Perguntei para a menina.

- Encerando o chão. – Ela respondeu em pura grosseria.

Eu revirei os olhos e coloquei o controle do Wii de lado.

- Você quer ajuda?

Ela fez uma careta para mim como se respondesse não. Tentou empurrar a mala, ela se moveu um centímetro. Uma hora ela iria ceder, só precisava insistir.

- Vai desistir agora, meio-metro? Eu aposto dez dólares que você não vai conseguir levar a mala sozinha.

Ela estalou a boca com o olhar fuzilador pairando em cima de mim. Chutou a mala furiosa e eu segurei o riso.

- Nem morta! Aposte vinte, babaca. – Retrucou grosseira.

Eu assenti e observei-a abrindo a mala e tirando metade das roupas, jogando-as no chão. Meu queixo caiu, incrédulo. Não custava pedir ajuda?

Gerard me cutucou e apontou com o queixo para a porta, compartilhamos um olhar divertido. A menina abriu a porta de carvalho e avançou com rapidez para dentro do quarto – logo foi ouvido um barulho forte de uma cabeça batendo no vidro e a garota caiu de costas em cima da mala.

- Que tipo de idiotas coloca uma porta de vidro atrás de uma porta de madeira? – Ela perguntou indignada, eu e Gerard gargalhamos alto e demos de ombros.

Charlie, visivelmente irritada, chutou a porta de vidro, abrindo-a. Empurrou a mala e as roupas para dentro do quarto e fechou as duas portas no segundo seguinte.


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Notas finais do capítulo

Fim do capítulo (: Nessa fanfic eu vou fazer capítulo assim, curtos. As minhas outras eu costumava exagerar, com os tempo os leitores acostumavam, de qualquer forma, aqui vão ser só assim.
Espero que tenham gostado, deixem seus comentários para eu saber se continuo! ^-^ 'té mais.