Carla's P.O.V
Sai correndo atrás de Bia, mas não consegui alcança-la. Quando tive que parar para recuperar o folêgo, ela continuava a correr.
Logo atrás de mim, chegavam Ayu, Kyu, Well e Hyuk.
– Para onde acha que ela vai? - Perguntou Ayu, se apoiando em Well, com a respiração afobada.
– Provavelmente vai para o hotel - Respondi, olhando para Eunhyuk, que estava vermelho feito um tomate - Não tem outro lugar para ir.
– Acho melhor irmos então...- Disse Well, olhando para trás, para a festa que ainda rolava.
Balancei a cabeça positivamente, assim como Ayu que voltou para pegar nossas bolsas e chamar a Carol, que não demoraram muito a chegar.
– Me ligue ok? - Falou Kyu, me beijando a testa - Não importa a hora, me ligue.
– Tá bom - Respondi, forçando um sorriso.
Well, que não consegue guardar suas emoções para si, olhou para Hyuk como se fosse mata-lo se tivesse acontecido alguma coisa com Bia, em seu trajeto desgovernado até o hotel.
– Eu fui um idiota, eu sei - Hyuk disse, sem encarar ninguém , levando as mãos no rosto .
– É bom estar arrependido. Senão... Retrucou Well, sem dó. Peguei na mão dela antes que as mesmas fossem parar no rosto de Eunhyuk e fomos direto para o hotel, ás pressas, com medo de Bia ter fugido.
Quando estávamos praticamente em frente ao hotel, Carol e Well foram em uma lojinha de conveniência, para comprar chocolate, sorvete e lenços de papel.
– Ela vai precisar disso - Alegou Carol. Chocolate, é claro! Tinha me esquecido. Só nós mulheres sabemos como o chocolate é capaz de aliviar certas dores. Por isso eu costumo dizer que, onde há tristeza tem que ter chocolate. Nada como uma tristeza adociada.

Ao entrarmos dentro do hotel, perguntamos para a recepcionista se por algum acaso, Bia não tinha voltado.
Para o nosso alívio, ela disse que sim, apesar de ter ficado preocupada já que ela havia voltado visivelmente abalada.
– Estava sem o sapato e sua maquiagem borrada, parecia ter chorado bastante - A mocinha da recepção falou, devargarzinho - Qualquer coisa, por favor, avisem.
– Obrigada - Agradeci.

Subimos o elevador e ao entrar dentro do quarto, encontramos Bia deitada, de costas para nós. As luzes estavam apagadas, e a roupa que ela estava usando na festa, estava no chão. Seu cabelo estava todo desarrumado, e ela estava metida em uma camisola que havia ficado em cima de sua cama o dia inteiro. Dava para ouvi-la soluçar, parecia uma criança que havia acabado de levar uma bronca dos pais.
– Bia...- Sentei-me ao seu lado e a abraçei. Ela se encolheu toda e não respondeu - Não fica assim vai...
– É Bia - Reforçou Ayu, aproximando-se de nós. -Não vale à pena...Ele é um idiota.
– Não, idiota sou eu - Bia disse com a voz embargada - Eu que fui boba de pensar que ele sentia algo por mim...É claro que não...Ele é rico, bonito e logo vai embora. Vai lá saber quantas meninas ele já não conheceu nas férias e tirou pra dançar, assim como eu? Eu que me iludi, eu que sou idiota.
Ayu e eu, ouvindo aquelas palavras, engolimos em seco. Porque Bia e Hyuk, eram praticamente Ayu e Siwon, Well e Chulla, Carol e Hae, Kyu e eu. Provavelmente as histórias teriam o mesmo final quando ás férias acabassem, e nenhuma de nós havia pensado nisso. E agora, tudo aquilo parecia ser só uma questão de tempo.
– Chegamos! E trouxemos sorvete, chocolate, bolo...- Disse Well, na tentativa de animar Bia, abrindo a porta do quarto.
– O sorvete é de menta? - Perguntou Bia, virando-se para Well. Esticando os braços.Seu olhos estavam inchados e vermelhos.
– Com pedacinhos de chocolate, o seu preferido - Carol entregou o potinho e a colher para Bia.
Senti o celular vibrando na minha mão; era uma mensagem de Kyu.
Sem hesitar, não a li. Fui para a minha cama e coloquei o celular debaixo do travesseiro e tentei dormir. Tentei. Porque nessa noite, foi impossível. Fiquei pensando em Kyuhyun até o despertador tocar.
Literalmente, da festa dos sonhos direito para o pesadelo da realidade.

Kyuhyun's P.O.V.

Haviam se passado uns cinco dias desde toda besteira que Eunhyuk fez na festa e cinco dias que Carla nunca mais retornou minhas ligações e mensagens.
E olha que eu deixei muitas, inclusive, até chegar a bater no quarto de hotel e a ir no quiosque, que estava fechado. Felizmente - ou não - eu não fui o único a ser ignorado no grupo.
– Hyung, a Carol retornou? - Perguntei, checando o celular. De novo.
– Não - Respondeu Hae, meio triste - Será que aconteceu alguma coisa?
– Tudo culpa do Hyuk - Respondeu Siwon, atirando uma almofada em cima de Eunhyuk, que estava sentado na cadeira. Só de olhar para ele dava vontade de chorar. Estava com a aparência cansada, e muito, muito quieto. Se ele que deu o fora estava naquele estado, não queria imaginar como estaria Bia.
– Não aconteceu nada, relaxa.Nossa época de correr atrás de garotas já passou faz tempo - Disse Chulla, sentando-se ao lado de Siwon no sofá - Deixe elas virem. Não dou dois minutos para elas ligarem de volta.
Dito e feito. Bastou Heechul acabar de falar, meu celular tocou. Era uma mensagem, e era de Carla. Quase deixei o celular cair da minha mão, e apertei todos os botões possíveis para a mensagem abrir. Era a resposta de uma mensagem que eu havia mandando há três dias, e que ela havia acabado de responder.
" Ok, vamos conversar então, já que você quer. Daqui dez minutos lá na praia, não tem muita gente hoje. Ao lado do quiosque"
– Isso não é bom - Falou Siwon.
– Isso nunca é bom - Completou Hae - Mas boa sorte...Pergunte da Carol.
– E da Ayu.
– E da Well - Falou Heechul, dando tapinhas em minhas costas - E se lembrar, da Bia pro Hyuk.
Balancei a cabeça e peguei minha camisa xadrez, já que era noite e estava ventando. Saí do hotel, peguei o elevador e segui até a praia, sem olhar pra trás. Apesar de nunca ter falado nada para Carla, eu realmente sentia alguma coisa por ela. E aquela mensagem havia me deixado ansioso, e um tanto quanto preocupado.

Logo ao pisar na areia, avistei-a ao lado do quiosque. A praia estava praticamente vazia, e a única coisa que era capaz de se ouvir eram o sons das ondas.
– Carla! - Gritei, acenando. Mas ela não olhou para trás. Quando cheguei mais perto e coloquei minhas mãos sob seu ombro, ela se esquivou.- O que aconteceu?
– Nada - Ela respondeu, fria - Sobre o que quer conversar?
– Não entendo. Por que está me tratarando assim? Te fiz alguma coisa?
– Não, muito pelo contrário. Sò estou me prevenindo - Ela rebateu, sem me olhar nos olhos.
– Prevenindo? Do que?
– De um fora. De ser chamada de irmã. Por que é assim que você me vê não é?
– É claro que não... - Respondi, sem entender nada - Por que está falando isso?
– Porque no final, vai ser assim. Você vai se virar pra mim e dizer que me vê como uma irmã. Um lance, que com a vida que você leva, não tem a mínima chance de dar certo - Ela começou a falar, tentando engolir as lágrimas - Eu não conseguia ver isso, até o Hyuk falar aquilo pra Bia!
– Carla, me escuta, por favor... - Eu falei, tentando pegar em sua mão. Mas ela se afastou mais uma vez, agora, sem se importar com as lágrimas que caíam dos seus olhos.
– Não! Eu quero ouvir - Ela gritou - Pra vocês, deve ser muito fácil esquecer. Vocês tem milhares de garotas aos seus pés. Mas para nós, Kyuhyun, não é.
Respirei fundo, euquando milhares de coisas passsavam pela minha cabeça. Eu poderia ter falado um monte de coisa. Dizer que em parte, o que ela disse era verdade. Mas em outra...Droga. Eu realmente gostava daquela garota. O que eu podia fazer?
– O Hyuk que fez besteira. Não fui eu. Eu não sou o Hyuk, Carla.
– Aé? Então, o que você faria se eu te dissesse que te amo?
– Eu simplesmente faria isso - Dei cinco passos para chegar perto dela. Ela ficou me olhando, esperando minha reação. E a única coisa que eu fiz foi beija-la, e abraça-la o mais forte que consegui.