Ok, eu já tinha chego a conclusão de que Justin estava completamente pirado. Rose? Mas o nome da garota não é Samantha? E o que ele poderia saber da vida dela de tão misterioso ou obscuro? Logo o Justin e a Samantha? Porque, que eu saiba, os dois se odeiam... Droga Justin! Que mania de me deixar confusa! Caminhamos em um silêncio constrangedor até que reuni toda minha coragem e curiosidade, empurrando-o conta uma árvore. Ele sorriu malicioso para mim, e grudou nossos corpos, revirei os olhos e me afastei.

- Começa a explicar agora. – disse firme.

- Começa a explicar o que? – Justin fez-se de desentendido e eu revirei meus olhos. Percebendo minha profunda irritação, o garoto deu de ombros – Digamos que eu sei algumas coisas sobre o passado da Sam, mas me desculpe, eu não posso contar, nem mesmo á você.

- Tem certeza de que não pode me contar, ou não quer me contar? Porque você sabe, disse que queria que as coisas voltassem a ser como eram antes, e antes, você me contava tudo.

- Sinto muito Lícia, isso eu não posso mesmo te contar. – franziu os lábios e eu assenti com um suspiro.

- Eu vou confiar em você – ele desgrudou-se da árvore -, mas antes – o empurrei novamente para a mesma -, por que Rose? O nome dela não é Samantha? – fiz uma careta e Justin riu, envolvendo meu ombro em um abraço.

- Lícia minha cara, aqui, quando queremos intimidar uma pessoa, chamamos pelo sobrenome, e o sobrenome dela é Rose, entendeu? – beijou minha bochecha.

- Entendi – sorri pensante – Engraçado, lá no Brasil, chamamos a pessoa de vaca, vadia, colocam o dedo na cara, essas coisas. – ri lembrando-me e pude ver Justin me fitar de olhos arregalados.

- Esse pessoal do Brasil é bastante educado hein?

- Eles são uns amores – ri beijando sua bochecha.

Justin e eu seguimos caminhando por cerca de quinze minutos, falando sobre o jogo que haveria amanhã, sobre o baile de formatura e das habilidades de ninja dele. Ele não havia mudado meu purple ninja.

Flashback ON

Era a primeira vez que Justin e Alícia dormiam sozinhos na casinha. O tio John dormia no carro, do lado de fora. O ambiente estava uma bagunça, várias revistas e gibis espalhados, alguns salgadinhos pelo chão e em vasilhas de plástico, o garoto tinha suas costas apoiadas na parede de madeira, estava sentado sobre o colchão posto no chão, e, em seu colo, estava a cabeça de Alícia, com seus cabelos todos esparramados, o amigo os bagunçava e os arrumava, fazendo-a abrir e fechar os olhos diversas vezes.

- O céu está bonito Jus – Alícia disse meio sonolenta.

- Sabe a estrela mais brilhante dele?

- O que tem ela?

- Eu vou te dar – sorriu otimista.

- Não dá Justin, é uma estrela!

- Dá sim, porque eu sou um ninja, um Purple Ninja. E porque eu te amo demais.

Flashback OFF

Quando já estava cansada de andar, encontramos James, Kate, Hillary, Chaz, Christian, Ryan, Eduardo, Dereck, Amber e uma garota que nunca havia visto antes. Cumprimentei a todos com um beijo na bochecha, e fitei a garota, completamente constrangida, percebendo meu comportamento, Chaz pronunciou-se:

- Oh, desculpe minha má educação, Destiny essa é a Alícia, Alícia essa é a Destiny, minha irmã e par do seu amigo no baile.

- Prazer – dissemos em uníssono e sorrimos. Ela me parecia bastante engraçada e divertida. Ótimo, perfeito para o Gustav!

- Fiquei sabendo que é do Brasil! Eu adoro o Brasil, morro de visitar lá, deve ser lindo! Faz quanto tempo que não vai? – Destiny perguntou-me, e eu senti todas as atenções viradas para mim.

- O Brasil realmente é lindo, as praias de lá então... Nossa! – suspirei – Vai fazer um ano. Todo ano eu vou pra lá, como uma tradição sabe? É uma delícia.

- Quando você for de novo me chama, deve ser uma delícia morar lá, e aqueles homens lindos de lá... – Destiny disse me fazendo rir. Todos os meninos reviraram os olhos.

- Prefiro a gente – Eduardo disse dando de ombros.

- Convencidos.

- Mas é sério Lícia, olha isso aqui – Ryan andou até mim e mostrou-me seu bíceps, eu não resisti e o apertei. – Com isso aqui, não precisa de mais nada shawty – disse acariciando meu rosto, imediatamente sorri, mas meu sorriso não durou muito, eu sabia que Justin estava chateado.

- Vamos fazer alguma coisa? – James disse por fim. Demos todos de ombro.

- Então Alícia, fala uma brincadeira lá do Brasil, e a gente faz aqui – Kate disse e eu sorri, lembrando-me imediatamente de uma das brincadeiras que Dereck e eu fazíamos quando mamãe e papai tinham que sair, e nos deixavam em casa com a babá. Sorri travessa a ele, que imediatamente entendeu o que eu estava querendo dizer.

- Carrinho de mão! – disse ele animado, todos o fitaram com um grande ponto de interrogação e seus rostos.

- Ai povo se cultura! – disse indignada. – Vem cá Dereck, vamos mostrar como se faz.

Projetei-me deitada na grama, pondo força em meus braços, todos me olharam sem entender, Dereck, rindo, pegou meus tornozelos, levantando meu tronco. Começamos a rir e finalmente pus toda minha força nos braços e Dereck fez um sinal para que começasse a “andar” com as mãos, e foi isso que eu fiz. Fomos até a fonte e voltamos, já havia se formado uma pequena roda atrás de nós, e todos da praça nos olhavam, crianças, adolescentes, adultos e idosos. Percebendo toda essa atenção sobre nós, brequei minhas mãos, mas Dereck pareceu não perceber minha ação e não parou, o que me fez cair diretamente na grama, e sentindo o peso de Dereck sobre meu corpo.

Todos correram até mim e acho que Chaz ajudou Dereck a levantar. Ele pode muito bem ter um corpo lindo, mas tinha muito peso também. Continuei a gemer de dor, até que Justin me levantou, grudando nossos corpos, e fazendo todos em volta nos olharem.

- Você está bem?

- Estou, mas se esse gordo do Dereck ficasse em cima de mim por mais tempo, acho que eu morreria – disse e Dereck estendeu-me a língua.

- Eu não sou pesado, você que é fraca e magra demais.

- Ela pode ser magra, mas tem que concordar que sua irmã é gostosa! – Ryan disse e todos o encararam surpresos. Larguei-me de Justin e, rindo caminhei até Ryan, apertando suas bochechas.

- Nossa, está se soltando mais hein?

Ele imediatamente ficou vermelho e eu comecei a rir. Senti uma mão pousar em meu ombro e me puxar levemente para trás, sua respiração batia em meu pescoço, me fazendo arrepiar.

- Vamos brincar de outra coisa, que traga menos danos físicos? – Hillary disse e assentimos – Vai Dereck, sua vez de dar uma sugestão.

- Vamos brincar de verdade ou desafio então.

- Ah, essa eu conheço! – Kate bateu palmas animadas – Vamos, e o Chris começa girando a garrafa.

Kate entregou uma garrafa fazia de Coca-Cola, que estava encostada em uma árvore próxima e nos sentamos no chão. Chris girou a garrafa, que parou de frente para Amber e Ryan.

- Verdade ou desafio? – Amber perguntou, com um sorriso malicioso nos lábios.

- Desafio – Ryan disse firme.

- Eu desafio você a beijar a Alícia.

Justin a fitou sério, mas fingiu não ligar. Fechei os olhos e suspirei, ajeitei-me na grama e senti uma respiração bater contra as minhas bochechas, acariciou as mesmas, me fazendo sorrir, e selou nossos lábios, seus quentes e bem desenhados lábios. Suas mãos instalaram-se em minha nuca, puxando meus lábios para mais perto dos seus. Nossas línguas travaram uma luta acirrada, e separamo-nos apenas pela falta de ar. Sorri ainda de olhos fechados, e, quando finalmente os abri, percebi que todos me olhavam, sorri envergonhada e virei meu rosto ligeiramente para Justin, que permanecia com uma expressão séria e estava levemente vermelho. Fechei os olhos, fazendo uma prece para que ele não ficasse bravo comigo.

- Verdade ou desafio James? – a voz de Christian soou, fazendo-me despertar.

- Alícia, será que podemos dar uma volta? – Justin disse baixinho em meu ouvido, apenas assenti e levantei-me desgostosa, eu já tinha uma pequena idéia do que ele queria me falar.