Leiam as notas Finais.

Era finalmente sexta-feira! Eu simplesmente não aguentava mais aquela escola, mesmo estudando lá a apenas uma semana, meus olhos pesavam, os treinos de líder de torcida me deixavam sempre exausta, estava deitada sobre a cama, com a respiração ofegante, amanhã teria o primeiro jogo da competição de basquete entre escolas de todo o país. Os garotos tinham que estar perfeitos, o jogo deveria ser ótimo e eles deveriam obviamente ganhar. As líderes não eram diferentes, passos cronometrados e minuciosamente ensaiados, cada passo errado e mais dez minutos de treino, eu estava completamente exausta, e havia prometido a mim mesma que só sairia daquela cama no sábado, e apenas para ir ao jogo de basquete, mas é claro que isso não iria acontecer. 

- Alícia, posso entrar? - a voz de Dereck soou do outro lado da porta.

- Pode seu bobo. O que foi? - disse sentando-me na cama, fazendo perna-de-índio.

- Carta para você - Dereck deixou um papel sobre a mesa e saiu, dei de ombros e o peguei, pelo cheiro de Dolce&Gabbana, eu tinha certeza de que se tratava de uma carta de Gustav.

"Querida Alícia, você sabe que não sou bom com palavras, mas eu prometi a você e a mim mesmo que lhe escreveria carta todas as semanas, e bem, aqui está a primeira, eu sinceramente não sei o que escrever nela, então vamos tentar.

O vento aqui na Espanha é constante, Misty não para de enxer meu saco, dizendo que quer sair, e eu simplesmente não consigo e nem quero sair, eu sei lá, isso aqui não é a mesma coisa sem você, não tem mais tanta graça... Eu acho que, você é a parte divertida desse trio, acho que o que nos une é você e bem, sem você aqui, não sei nem ao certo como agir. 

Mas deve ser, pelo fato, que por mais que tente esconder, você ainda é dona dos meus pensamentos, do meu coração, você mexe comigo minha brasileira. Eu sinto saudade da gente junto, lembra nos dias frios? Que a gente sentava perto da lareira, tomava chocolate quente e ria das nossas palhaçadas e nossos momentos? 

Eu não quero que diga que sente o mesmo, não quero nada, apenas que saiba que ainda te amo, que ainda penso em você. Mas acima de tudo, sou seu melhor amigo, então quero que me diga o que está sentindo, o que está pensando, afinal, melhores amigos são para isso! Não me omita nada, mesmo se isso for me machucar, me conte, por favor. 

Bom, acho que é apenas isso, te vejo daqui a duas semanas, eu amo você bebê"

Sorri involuntariamente ao terminar de ler a carta, colocando-a sobre meu lado. Peguei meu celular e coloquei Counting, da Christina Grimmie para tocar, a música é bastante calma, mas estava tão eufórica, que comecei  dançar loucamente, derrubando até algumas coisa que estavam espalhadas pela casa. 

Fui dançando até o banheiro e me despi, tomando uma ducha rápida. Envolvi meu corpo com uma toalha e fui até meu guarda-roupa, peguei um short jeans desfiado, uma camiseta verde com manga três quartos, e um tênis da mesma cor, dei de ombros e me vesti, já eram seis horas, resolvi então me aprontar para ir a praça central, Gustav já tinha me animado, por que não encontrar a galera?

Guardei o celular no meu bolso e desci, Dereck tinha saído, alegando que faria trabalho na casa de Chaz, meus pais estavam trabalhando, então apenas dei de ombros e saí de casa, coloquei meus fones de ouvido e comecei a caminhar apressadamente para a praça. Algumas pessoas me olhavam, então eu acho que estava acontecendo duas coisas:

Coisa Número Um: Eu estava cantando alto.

Ou

Coisa Número Dois: Eu estava andando e dançando. 

Preferi dar de ombros e ignorar os possíveis micos que estava pagando. A praça estava próxima quando senti meu celular tremer no bolso, dei um suspiro alto e li o visor, "Nova mensagem", a abri e havia um recado de Samantha.

"Me encontre na praça central agora, é muito importante."

Estranhei a mensagem, mas dei de ombros e apertei mais meus passos até a praça. Logo na porta, apoiada a um dos portões, estava Samantha, seus olhos flamejavam e parecia tremer levemente, engoli em seco e aproximei-me cautelosa.

- O que aconteceu? - perguntei baixinho. Samantha virou-se com uma força descomunal e acertou-me um tapa no rosto.

- Isso é por ter ficado com o garoto que eu gosto. - cuspiu as palavras, seu tapa ardia, mas estava mais preocupada em saber qual era o garoto. Justin? Não, ela disse que odiava ele... O Avan? Mas são... Melhores amigos! Droga, eu sou uma vadia mesmo.

- Me desculpe eu não sabia que gostava do...

- Do Avan sua vaca, sabia sim! E você ficou com ele! - as lágrimas em seus olhos já estavam a ponto de cair, dei um suspiro longo e tentei me aproximar, mas ela acertou-me outro tapa. Suspirei novamente e senti uma mão puxar-me para trás, minhas pernas amoleceram, era Justin.

- Ela pode ser a pessoa mais errada do mundo, mas nunca terá o direito de sequer levantar a mão para ela, Rose. Não se esqueça disso. Você sabe que eu sei de muita coisa que pode estragar sua vida, então não mexa com a minha Alícia.