O Verdadeiro Mundo escrita por Lady


Capítulo 3
Capítulo 2 - Traição


Notas iniciais do capítulo

boa leitura *3*



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Seus passos eram inaudíveis naquela superfície extremamente lisa. Seu longo cabelo albino decaia para trás como uma cachoeira de neve. Seu vestido tomara que caia vermelho sangue resplandecia ao ser iluminado pela chama das velas nos vários candelabros que se espalhavam pelos corredores. Seu rosto estava sem emoção enquanto seus olhos de esmeralda, que já tomavam sua tonalidade avermelhada, estavam fixos no grande portal de madeira localizado ao fim do extenso corredor.

A mulher continuou a caminhar enquanto logo se foram ouvidos passos pesados vindo em sua direção.

Ela sorriu.

- M-Majestade – chamou o rapaz fazendo-a virar-se a tempo apenas de vê-lo tropeçar nos próprios pés e ir de encontro ao chão. – A-Ai...

- Calma criança – murmurou a albina vendo o rapaz erguer-se e logo em seguida reverenciá-la.

- Senhora eu tive outra visão – afirmou-o. – Caçadores estão vindo para cá... e não são poucos.

Um pequeno sorriso brotou nos lábios da mulher enquanto observava atendo os olhos negros do rapaz vendo que ali se escondia o motivo de ele ser o trunfo que Yuna sempre escondera. Ele trajava apenas uma calça jeans e uma camisa negra de mangas longas, enquanto seus cabelos castanho-claros, curtos e bagunçados davam ao jovem uma aparência cada vez mais infantil.

- Ótimo, poupam-me muito trabalho eles... – murmurou-a mais para si mesmo do que para seu acompanhante. – Jet se ajeite você sabe muito bem que VOCÊ não precisa me reverenciar – afirmou-a mordendo pensativamente a ponta de seu polegar enquanto o rapaz ao seu lado ajeitava-se.

- D-Desculpe... – murmurou-o envergonhado.

- Tenho um serviço para você – informou a mulher determinada voltando-se para encarar seu preferido. – Reúna meus cinco generais e os mande esvaziar esse lugar os únicos que permaneceram aqui serei eu e o restante dos conselheiros... tenho que descobrir quem é o traidor – disse as ultimas palavras montando uma expressão sombria em sua face.

- Eles não vão me ouvir Senhora... quer dizer Yuna, eu sou apenas uma criança comparado a você ou algum dos generais... – as palavras do rapaz morreram antes que este pudesse completar a frase.

- Calma criança – pediu-a.

A mulher apenas pegou a mão do rapaz e ergueu um pouco a manga da camisa do mesmo fazendo com que o pulso ficasse a mostra. Apenas um toque dos lábios da mulher na pele do garoto fez com que calafrios percorressem o corpo do mesmo. Ela apenas sussurrou um “mostre essa marca a eles” e partiu voltando-se a caminhar em direção ao fim do corredor.

Ainda parado em seu canto Jet tentava apenas entender o porquê daquilo, mas logo viu a pequena marca que surgiu no local em que os lábios da mulher tocaram. Por um segundo viu-se uma linha vermelha dançar sob a pele clara do rapaz, logo em seguida uma espada mostrou-se e por fim uma serpente envolveu-a chegando ao topo para mostrar à rosa em sua boca.

Aquele era o símbolo que mostrava que ele era o preferido da Rainha Yuna. Agora ele era superior a qualquer general ou conselheiro.

Yuna adentrou no grande salão e apenas seguiu para o seu trono enquanto doze conselheiros erguiam-se de seus acentos e se curvavam perante ela.

A mulher apenas sentou em seu trono, cruzou as pernas e encarou friamente as doze criaturas presentes.

- E então? – indagou com desgosto. Alguns apenas entreolharam-se em uma tentativa de buscar alguém que ousasse proferir o que estava por vir. – É para hoje ou ta difícil – murmurou-a massageando as têmporas tentando, facilmente, demonstrar desgosto.

Fora então que uma ruiva ergueu-se e se pronunciou.

- Majestade nós do conselho fizemos uma votação e por escolha da maioria resolvemos que você deve escolher um sucessor agora – informou-a seriamente querendo transparecer-se mais superior do que na verdade era. Yuna percebeu que esta não possuía nada mais do que um par de asas alvas. E na classificação da rainha a ruiva era apenas... uma arcanja de nível baixo.

A albina ergueu sua sobrancelha enquanto continha um riso cínico.

- Estou ciente da decisão de vocês...

- Perfeito – informou a garota – assim você poderá ceder logo seu lugar para mim e...

- ...mas não cederei meu posto para ninguém muito menos para uma fracassada... como você – informou a mulher logo alguns membros do conselho ergueram-se.

- Você não pode fazer isso! Somos o conselho supremo deve acatar nossas ordens e.... – o homem que se pronunciara foi cortado pela gargalhada de Yuna.

- Não se faça de tolo... sou mais poderosa do que todos vocês juntos – o homem recuou ao notar o tom ameaçador na voz da mulher. Ela apenas curvou-se um pouco para frente e as criaturas que antes se encontravam de pé sentaram-se rapidamente. – Vocês só estão aqui presentes por que eu permito... então não venham tentar me destronar ou retirarei tudo o que vocês tem e os jogarei aos caçadores – ameaçou-a.

Todos os membros do conselho ficaram estáticos em seus lugares. Nenhum rei ate aquele momento ousou ameaçá-los, mas aquela rainha era diferente, era mais poderosa, destemida, mais... cruel.

- Você não ousaria... – desafiou a ruiva. Esta estava tornando-se um importuno para a rainha que esperava apenas o momento certo para destruir-la frente a seus companheiros não apenas para puni-la como também para mostrá-los que não se deve ir contra a própria líder. – Sabe que Alexander era contra a decisão que esta tomando... - a voz da garota morreu ao notar a expressão sombria que tomara posse de sua rainha.

 Antes que Yuna pudesse responder as grandes portas do salão, que antes se encontravam trancadas, foram abertas em um estrondo revelando um grupo de pessoas armadas com arcos, bestas e armas de fogo.

- Caçadores! – gritou um conselheiro defendendo-se com suas longas asas brancas de algumas flechas que foram em sua direção.

- Como ousam? – indagou a ruiva fingindo surpresa.

A albina apenas pôs-se de pé o ar ao seu redor tornando-se cada vez mais pesado e isso podia-se ser sentido até mesmo pelos humos ali presentes.

Ninguém em mil anos jamais testemunhara energia tão sombria quanto a que emanava da mulher de cabelos albinos, nem mesmo o mais velho dos conselheiros.

E antes que qualquer som pudesse ser ouvido as portas fecharam-se fortemente atrás dos caçadores cuja surpresa estava pouco evidente. O líder dos inimigos, que encarava fixamente a mulher de pé frente ao trono, apenas ergueu seu arco e disparou algumas flechas contra esta, que não desviou de uma.

As flechas cortavam o ar em direção a mulher, mas antes que a atingissem estas desapareceram. O próximo som a ser ouvido foi apenas o de três caçadores indo de encontro ao chão cada um destes com uma flecha cravada na cabeça.

Um rosnado baixo escapou dos lábios de Yuna enquanto a mesma inclinava a cabeça um pouco. Em questão de segundos o restante dos caçadores estavam no chão... todos mortos, exceto pelo líder, ainda parado em seu lugar.

- Diga... – a voz da mulher ressoou alta enquanto olhava fixamente para o homem, aparentemente, hipnotizado - ...quem lhe falou sobre esse lugar?

- Uma mulher do conselho – murmurou-o.

- Descreva-a – ordenou-a.

- Pele alva, olhos de mel, cabelos como fogo, magra de mais... – ele falava ainda com os olhos fixos na líder - ... e asas de um anjo...

- Seu nome... diga o nome dela – mandou-a.

- Roxane – murmurou-o.

Foram questão de segundos para que a ruiva tentasse fugir, mas logo fora segurada por dois conselheiros. O caçador antes que conseguisse se libertar totalmente da hipnose teve sua cabeça fora arrancada por uma loira de olhos azuis, que possuía garras, presas e um par de chifres.

- Desfaça-se desses corpos Mari – pediu Yuna aproximando-se da traidora.

A ruiva era mantida ajoelhada por dois ‘demônios’ que a seguravam-na pelos braços.

- Então era mesmo você a traidora Roxane – disse a mulher encarando a ruiva que mantinha a cabeça baixa.

Um dos rapazes puxou a garota pelos cabelos fazendo-a erguer a cabeça para encarar Yuna.

- Olhe para a rainha quando ela estiver falando com você – disse um rapaz alto de cabelos e olhos negros como a noite. Este trajava apenas uma armadura, sem elmo, digna de o mais nobre cavaleiro Templário renascentista.

- Ela não vale esse esforço Nicolas – disse a mulher. – Decapite-a... ou melhor arranque as asas dela e deixe-a sofrendo por mil anos no calabouço sem comida... – a mulher apenas caminhou em direção a porta.

- E depois? – indagou o outro ‘demônio’ que segurava a ruiva completamente atônita. Este possuía cabelos loiros e bagunçados, mas apenas de querer adaptar-se na nova era ele ainda possuía seu cabelo na altura do queixo, Seus olhos prateados brilhavam como a lua. O rapaz trajava apenas uma calça jeans podendo assim mostrar suas esqueléticas asas avermelhadas que mostravam-se pouco assustadoras comparadas as seus chifres.

- Afogue-a, desmembre-a, queime... tanto faz... use a imaginação Jonathan – afirmou Yuna partindo pra fora do salão cujas portas haviam se aberto sozinhas.

Já quando encontrava-se um pouco longe a mulher sorriu consigo mesma enquanto escutava os gritos de Roxane.

Agora Yuna tinha certeza que nenhum conselheiro pensaria em trair-la, não depois do que eles viram acontecer com a ruiva.

Continuou a caminhar enquanto tomava suas feições humanas. Faltava apenas alguns minutos para o amanhecer, ou seja, já estava na hora de ela ir para a escola.


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Notas finais do capítulo

.......
sem nada o q fala *w*.
mas kero coments u.u~
bjos ;*



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