O Verdadeiro Mundo escrita por Lady


Capítulo 2
Capítulo 1 - As aparências enganam


Notas iniciais do capítulo

boa leitura pessoal *-*



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Seus longos cabelos brancos estavam molhados e colados em seu corpo, seus olhos de esmeralda estavam fixos no grande casarão em chamas a sua frente. Aquela seria a ultima lembrança que ela teria dele.

- Adeus... – murmurou por fim antes de abrir suas longas asas negras e tomar vôo.

Onze anos mais tarde...

Os passos da jovem ecoavam pelo extenso corredor escolar. Esta era levada pelo diretor ate onde deveria residir pelos próximos três tempos de aula. Esta parou bruscamente quando viu que o velho homem que dirigia o lugar parara frente a uma porta que agora se encontrava aberta enquanto ordenava a todos na sala que ficassem de pé para receber a nova aluna.

A garota respirou profundamente antes de adentrar no recinto. Logo pode-se ouvir o baque da porta fechando atrás de si e quando esta deu-se conta já estava parada frente a todos os alunos da sala que esperavam, entediados, esta apresentar-se.

- Muito prazer a todos chamo-me Yuna Yang – anunciou a novata recebendo olhares profundos de todos na sala, a maior parte vinda dos garotos devido a beleza que a menina possuía.

O professor suspirou ao olhar a ficha da nova aluna. Aparentemente ele encontrara um bom assunto para sua aula.

- Senhorita Yang importa-se de que os alunos façam-lhe algumas perguntas? – a garota olhou corada para o professor. – Apenas para poderem lhe conhecer melhor...

- T-Tudo bem... – murmurou ela apoiando-se na mesa do professor enquanto o mesmo virava-se para o quadro e escrevia o nome da jovem enquanto o restante dos alunos tornavam-se a sentar.

- De onde você é? – perguntou um garoto primeiramente erguendo-se de sua cadeira. A jovem Yuna pode ver que este possuía cabelos loiros e olhos azuis céu. Sua pele era clara aponto de mostrar certo rubor nas bochechas, nariz afilado, lábios grossos, corpo alto e atlético. Provavelmente um jogador de futebol pensou ela.

- Ah...eu  me mudei da Itália recentemente – informou-a com um pequeno sorriso.

- A senhorita parece falar fluentemente o inglês – impressionou-se o professor.

- Minha mãe é Italiana, mas meu pai é daqui dos Estados Unidos – disse ela mexendo os dedos nervosamente.

Logo os restantes dos alunos bombardearam-na com perguntas direcionadas tanto a ela quando ao lugar de onde a mesma veio, mas logo, em meio à multidão de curiosos, uma mão fina e delicada pediu permissão para falar logo sendo concedida pelo professor e pelo silencio do restante dos alunos.

- Professor... – chamou a garota erguendo-se de seu acento enquanto jogava vaidosamente seus longos cabelos loiros por sobre os ombros – que eu saiba... – continuou a mesma encarando, com suas belas orbes cor de safira, a jovem novata de olhos de esmeralda – pelo regulamento não se pode usar boina em sala de aula – informou por fim apontando para o acessório que repousava na cabeça da menina prendendo os cabelos por debaixo desta.

- Podemos abrir uma exceção já que hoje é o primeiro dia dela Tyffania – falou o professor em tom ameno.

- Uma injustiça... – afirmou a garota fazendo sinal para suas comparsas a ajudarem enquanto batia ruidosamente a mão na mesa.

- Sua.... – começou o homem de testa franzida.

- Tudo bem professor – disse a novata – eu tiro a boina, não quero causar problemas – continuou dando um pequeno sorriso fazendo assim com que o professor voltasse a sorrir para ela enquanto boa parte dos alunos da sala, exceto por Tyffania, ficassem encantados pela beleza da mais nova aluna.

A menina levou às mãos a cabeça retirando cuidadosamente a boina enquanto seus longos cabelos brancos como a neve mais jovial do inverno decaiam para trás chegando há um pouco acima de seus joelhos. Não que a menina fosse baixa, o que não era já que esta possuía mais de um metro e meio, e sim pelo fato de que jamais cortara o cabelo.

Por um momento a sala parou todos se encontravam hipnotizados pela garota cujo cabelo reluzia como se possuísse o brilho da própria lua. Um sorriso presunçoso nasceu nos lábios finos da novata, mas logo se desfez dando lugar há um sorriso tímido.

- P-Professor onde é o m-meu lugar? – indagou-a dando um pequeno sorriso.

- Ah sim... é logo ali atrás – informou o homem indicando uma cadeira vazia perto da janela.

A albina caminhou ate seu acento tendo sobre si o olhar inquieto da loira, Tyffania. Aparentemente a novata já ganhara uma inimiga.

 Os três primeiros tempos passaram-se rapidamente e, assim que o sinal para o intervalo foi dado, os alunos retiraram-se preguiçosamente da sala indo em direção ao pátio ou refeitório. Ainda para trás a albino pode ver que, antes de sair do recinto, sua nova inimiga mandara-lhe um olhar duro. Assim que a jovem, juntamente de suas ‘comparsas’, saiu da sala um largo e arrogante sorriso brotou nos lábios da garota.

- Se ela pelo menos imaginasse com quem esta brincando – murmurou consigo própria erguendo-se de seu lugar e caminhando direto para a saída.

Assim que esta pôs os pés no corredor ela dirigiu-se para o lado oposto aonde se encontrava o pátio ou o refeitório. A garota seguiu para trás do colégio onde poucos alunos ficavam.

Seus passos não faziam um misero som ao tocarem o chão, seus cabelos longos balançavam levemente enquanto desciam como uma cachoeira por suas costas, sua cabeça erguida mostrava que nada lhe abalaria, sua expressão séria informava aos presentes que nenhuma aproximação era bem vinda e por fim suas roupas faziam-na aparentar ser uma popular metida ao invés de uma novata.

A garota parou assim que chegou ao local. Esta percebia as paredes sujas de lodo e também notava que algumas trepadeiras erguiam-se pelo muro de tijolos velhos. Apesar de o lugar estar em uma condição precária ele era espaçoso e também possuía um grande salgueiro negro.

A jovem Yuna aproximou-se da planta notando que encostado perto desta um rapaz se fazia presente. Ela parou ao notar o garoto que apenas direcionou para a menina um olhar intimidador que, conseqüentemente, não faria efeito algum.

Ela sorriu.

- Fumando a essa hora da manha? – indagou-a chamando a atenção do rapaz que agora se encontrava surpreso. – Não surpreenda-se posso sentir o cheiro de maconha vindo de você.

- Tsc... se você me entregar eu vou... – começou-o já sendo interrompido.

- Relaxa – informou-a sentado-se encostada na arvore enquanto pegava um maço de cigarros em seu bolso esquerdo. – Você não me entrega e eu faço o mesmo.

Ele sorriu.

- Qual o seu nome novata? – perguntou-o passando a mão por seus cabelos negros.

- Yuna... – murmurou-a pendendo a cabeça para trás e exalando a fumaça pela boca.

- Afonso – disse ele estendendo a mão para a garota que apenas olhou de sobrancelha erguida.

- Não toco em... garotos – murmurou ela fazendo-o franzir o cenho.

Por alguns segundos o silencio prevaleceu enquanto Yuna apenas observava o rapaz de canto de olho.

Cabelos negros, olhos negros, aparência meio pálida, algumas olheiras, possuía um porte físico regular, não tão musculoso como também não tão magro. Trajava apenas um jeans azul rasgado. Calçava umas botas de combate surradas. E usava uma camisa negra sem mangas e com capuz.

- Tsc... - ela ergueu-se de seu lugar – até a próxima garoto – disse por fim antes de retirar-se do local ainda com seu cigarro nos lábios.

- Se o diretor te pegar com isso você se ferra novata – informou ele não movendo um músculo para impedi-la.

- Relaxa – disse ela por fim antes de desaparecer na entrada no local.

Logo o sinal tocou indicando que os alunos deveriam voltar para suas respectivas salas. Por um momento a garota cogitou a possibilidade de ir embora... e por que não ir? Afinal ela já conhecia tudo o que estava sendo dado mesmo e amanha poderia alegar que passou mal.

Logo a garota chegou a sua sala e, ao notar que o professor ainda não chegara, tomou suas coisas em mãos e partiu para fora daquele lugar que mais aparentava ser uma prisão do que uma instituição de ensino.

Respirou fundo assim que encontrou-se do lado de fora. O sol ainda não estava forte um horário perfeito para ir a praia.

Sorriu consigo mesma quando o material em suas mãos desaparecia. Mas antes que qualquer outro movimento pudesse ser feito a albina abriu a boca em um longo e demorado bocejo.

- Talvez seja melhor ir descansar – disse a si mesma enquanto abria suas longas as asas.

Esticou as asas preguiçosamente. Era realmente desgastante mantê-las escondidas, afinal ela tinha orgulho de ser o que é.

Bufou frustrada consigo própria. Ela não poderia tomar sua verdadeira forma até que se encontrar em sua moradia nos arredores da cidade.

- Tsc... – fora o único som que escapou de seus lábios antes que esta levantasse vôo deixando para trás apenas algumas rachaduras no chão devido a força de seu impulso. - Espero que essa maldita perda de tempo seja recompensada depois... 


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Notas finais do capítulo

kero reviews *o*
bjinhus



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