Blasphemy escrita por Hoppe


Capítulo 2
Hipocrisia


Notas iniciais do capítulo

Ai deuses *-* MUITO obrigada pelos reviews do capitulo anterior! Sério mesmo! Bom... espero q gostem, naum estou mt segura em relação a esse capitulo mas boa leitura =D
A musica do capitulo: http://www.kboing.com.br/goo-goo-dolls/1-200036/
Bjoos ♥



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                                  Chapter One

A primeira vez que Astoria vira Draco Malfoy fora quando estava em seu 4° ano e ele em seu 6°. Passeava pelo corredor do sétimo andar a procura de sua amiga, Chelsea, e logo o viu passar, e ele sequer notou sua presença. Ela estranhou seu comportamento agoniado e que chegava a se assemelhar ao desespero. Mexia compulsivamente nos cabelos platinados e ela se pegou admirada aos olhos prateados.

Ela, logo o esqueceu como se aquele acontecimento nunca houvesse ocorrido, no entanto, em sua mente talvez, bem na lá no fundo, ficara gravada a cor metálica dos olhos de Draco Malfoy.

Sentia os fracos feixes do sol adentrarem em meu quarto clareando o ambiente, sabia que tinha de acordar devido ao barulho e movimentação do lado de fora. Era o meu aniversário, no entanto, para mim era preferível permanecer sob as cobertas quentes e tentar ignorar aquele dia.

Normalmente, em aniversários as pessoas podiam fazer tudo àquilo que quisesse, porém, ao contrário dos outros o meu não era bem assim. Todo ano era a mesma coisa.

Uma festa da alta sociedade do lado de fora, mamãe comprava vestidos e jóias caras para exibi-las aos convidados e Daphne listava os seus próximos pretendentes a namorados. E eu, a aniversariante – ou seja, a pessoa que deveria estar feliz e aproveitar a linda festa que sua mãe planejara para você – normalmente, passava despercebida ofuscada pela beleza de minha irmã e pela elegância de minha mãe.

Nosso depressivo café da manhã também foi o mesmo. Mamãe me desejou um “Feliz aniversário” com o seu raro sorriso sincero e Daphne murmurou um simples “Parabéns”, cabisbaixa.

- Por que esta lendo o Profeta Diário do mês retrasado, mamãe? – perguntei ao perceber uma velha foto dos Malfoy na primeira página do jornal. Sorriam com os semblantes ainda abalados, com exceção do mais novo, Draco Malfoy.

- Relendo sobre o julgamento dos Malfoy... – respondeu ela bebericando o seu café puro sem adoçante – Incrível, não acha? Depois de tudo... Foram inocentados! Deveriam, à uma hora dessas, estar em Azkaban!

- Eles não têm culpa! – exclamei com a voz alterada e ela parou de ler levantando os olhos para mim. Daphne parou de mexer compulsivamente em seu cabelo e também me fitou.

- O que disse? – perguntou mamãe em um murmúrio.

- Eles... Não têm culpa... – repeti hesitante perguntando-me se era certo continuar com aquilo – Foram forçados... Não merecerão toda a humilhação...

- Não sabe o que diz, Astoria... – a voz gélida de Daphne cortou minhas tentativas inúteis – Os Malfoy desde sempre serviram de bom grado o Lorde das trevas.

- Isso mesmo... – continuou minha mãe, meus olhos se voltaram a ela e a sua calmaria enquanto dava mais um gole em seu café – Eles não prestam!

- Então... Por que os convidou para o meu aniversário? – indaguei incrédula.

- Por que, apesar do nome sujo... Eles têm ainda a fortuna, seria um bom investimento na fortuna dos Greengrass... – eu não acreditava no que minha mãe acabara de dizer. Esperava tudo, menos aquelas palavras...

Levantei-me da cadeira abruptamente e rapidamente sai da sala de jantar. Meus olhos ardiam devido a minha inútil tentativa de reprimir as lágrimas.

Eu a amava com todas as forças e sentia em dizer aquilo... Mas a única pessoa que não prestava. Era ela. Hipócrita, dissimulada, fria, arrogante...

Não era possível uma pessoa ser tão desprezível a ponto de pensar daquela forma, apenas nela e na maldita fortuna que sempre pertencera a meu pai. E por mais doloroso que fosse, pensar em algum momento que de alguma forma ela fora a culpada pela morte dele me fazia crer que ela poderia fazer algo mais ímprobo ainda.

Era meu aniversário de 15 anos e como em todos os anos, ele não saíra como eu realmente desejava, não devia estar aos prantos em meu quarto, não devia me lamentar e muito menos, me relembrar da morte de meu pai. Por que era meu aniversário e eu deveria estar feliz.

O vestido não fora eu que escolhera, muito menos meus sapatos. A decoração da festa como todo ano fora mamãe que decidira. Eu definitivamente, não estava feliz.

Não queria sair de meu quarto e enfrentar aquelas pessoas colocando em meu rosto um sorriso feliz quando eu não estava feliz. Eu estaria sendo hipócrita se dissesse o contrário.

Era a ela hipócrita, por trás das cortinas mostrava sua verdadeira face. No entanto, na frente deles, agia com formalidade e pegara até mesmo intimidade.

- Astoria... – ainda me perguntava como o sorriso extremamente falso de minha mãe conseguia ser tão... Verdadeiro. Ela me estendeu a mão e me puxou para perto – Veja quem esta aqui...

Olhei para a sua frente me deparando com três figuras. Os olhos prateados e gélidos, os cabelos platinados e a expressão de pura frieza eram reconhecíveis. Os Malfoy.

O primeiro era Lucius Malfoy. Exibia um fraco sorriso e em seus olhos ainda podia ser visto o arrependimento por tudo que fizera.

A segunda era Narcisa Malfoy. Como o marido, exibia um fraco sorriso, seu rosto cansado era visível.

A terceira era Draco Malfoy. Seus olhos, diferente dos pais, pareciam negros, como ônix e nele havia algo que me incapacitava de lê-los ou até mesmo saber o que se passava de dentro dele. Sua expressão era de indiferença... E por algum motivo, aquilo chegava a me irritar.

Narcisa logo o repreendeu por permanecer quieto. Ele, por fim, fixou seus olhos em mim e apenas acenou brevemente com a cabeça.

- É o seu aniversário... – ele murmurou enquanto caminhava logo atrás de mim, com as mãos no bolso. A expressão de indiferença permanecia em seu rosto irritando-me mais a cada instante – Deveria estar feliz...

- Não quando seu aniversário é tudo o que você menos queria... – suspirei pesadamente observando as begônias do esplendoroso jardim de minha mãe. Ela me obrigara a mostrar o imenso jardim a Draco e mesmo hesitante, diante do olhar fulminante de mim mãe tive de ceder. Não era a coisa mais animadora, porém, aquilo me fazia ficar longe da festa.

Draco bufou observando tediosamente cada canto do jardim. O vento quente soprava trazendo consigo pequenas pétalas perfumadas. O silêncio absoluto se instalou ali e estive certa de que estávamos bem longe da festa.

- Eu... Acredito em você e na sua família – murmurei quando me lembrara do que acontecera naquela mesma manhã, evitei seus olhos que me tiravam a confiança.

- O quê? – perguntou ele fixando novamente seus olhos em mim com arrogância.

Suspirei abandonando as rosas amarelas e fitando-o.

- Que você e sua família são inocentes – falei – Sei que fora apenas um deslize de seus pais e...

- Você não sabe de nada – me cortou ele, rude em um murmúrio entre dentes.

- Eu... - recuei um passo surpresa.

- Esqueça! – ele exclamou virando-se para a saída do jardim – Eu... Vou voltar. Aliás... Feliz aniversário.

E dizendo isso, desapareceu por entre as mudas de flores deixando-me só na imensidão. Abaixei o rosto fitando o chão e meu corpo cedeu. Caí na grama fofa não me importando se estaria sujando o maldito vestido, o dia já estava arruinado.

Talvez, ele não se sentisse bem ao falar sobre aquele assunto mas não precisava ter sido grosso. E por que eu me importava se ele estava ou não sendo grosso? Desde sempre ignorei a frieza da parte de minha mãe e minha irmã, no entanto, a indiferença de Draco Malfoy me acertara em um ponto fraco. E eu não entendia o por quê.


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