Blasphemy escrita por Hoppe


Capítulo 10
Dançando no escuro


Notas iniciais do capítulo

Tah... o título eh meio tosco ushauhsa mas eh q eu vi uma fic Draco/Ginny chamada Dançando no Escuro e aí eu achei mt fofo *-* suhaush bem... aqui outro capitulo, fiquei inspirada ontem e naum resisti! Espero q gostem!
Musica do capitulo: http://www.youtube.com/watch?v=AbXnLn5-7MA



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Chapter Nine


Astoria apertou seus braços mais fortemente em torno do pescoço de Draco e fechou os olhos.

– O que está pensando agora? – ele sussurrou em meio ao silêncio, quebrando-o.

– Que talvez... Eu não seja... Boa o bastante para você – ela disse em um sussurro abafado.

Ele riu em seu ouvido, e o som lhe parecera prata, um sino de vento fazendo um estranho arrepio correr pelo corpo de Astoria.

– Com quem você acha que está falando? – perguntou ele. Cada palavra era carregada de sarcasmo e ironia – O herói do mundo bruxo? Harry Potter? Eu não sou bom o bastante para você, é tão pura... Eu sou o vilão da história infantil. Lembre-se sempre disso. Por vezes posso ser o lobo-mau, e em outras, posso ser o cara que tem planos infalíveis e malígnos mas no final nenhum deles dá certo... Não sou o herói disso tudo.

– Sabe quais são as minhas histórias infantis preferidas? – ela sorriu afastando-se dele – A história cujo vilão no final sempre fora bom, apenas incompreendido. A história cujo vilão muda no final por que para mim, as pessoas nem sempre são tão ruins como aparentam.

Draco continuou fitando-a em perplexidade que se misturava com a surpresa e incredulidade. Ele sentiu um batuque frenético em seu corpo e soube que vinha do seu peito, seu coração estava acelerado como se houvesse corrido á quilômetros de distância, embora continuasse parado ali, fitando a doce Astoria Greengrass, dona de uma graciosidade jamais vista por ele. Ele sentiu o ar faltar em seus pulmões e um remexer violento do seu estômago, como se mil borboletas voassem livre e furiosamente de dentro dele. O que estaria acontecendo?

– Está insinuando o que? – ele perguntou, embora soubesse exatamente o significado das palavras dela mas precisava ouvir mais claramente.

– Que... Você, para mim, nunca fora uma má pessoa, apenas incompreendida. Que você mudou, Draco Malfoy – ele estremeceu novamente, dessa vez por causa da pronuncia de seu nome saindo da voz dela – E se possível, se tornou o meu herói.

Ele desviou os olhos dela, estavam vazios e frios.

– Por que eu... Seria seu herói, Greengrass? – perguntou ele sentindo sua voz se enroscar.

– Por que você foi de um garoto cínico, mimado e arrogante para um homem maduro... Arrependido pelos atos do passado... Eu sei que você está arrependido...

O silêncio novamente se instalou ali, Draco continuara com os olhos fixos no chão. Não sabia ao certo o que dizer. Agradecer á ela? Negar sua afirmação? Dizer os motivos que o levavam a não ser o herói? Do que adiantaria?

Ele sobressaltou-se ao sentir a mão dela tocar a sua.

– Fale alguma coisa – ela sorriu.

Draco respirou profundamente quando uma idéia estranha lhe ocorreu. Ele a levantou delicadamente e fez o mesmo; ela, por sua vez, o encarou confusa.

E ali, em pé diante dela no quarto ainda mergulhado na escuridão, ele acenou com a varinha e uma melodia começara a tocar vinda de nenhum lugar específico.

– Sabe dançar, Astoria? – perguntou ele abrindo um meio sorriso.

– Não... – respondeu ela, desconcertada.

– Posso mudar isso, então – riu ele novamente a risada de prata pegando delicadamente a mão dela, colocando-a sobre seu ombro direito. Ele tocou sua cintura, enquanto a sua outra mão entrelaçava-se com a dela.

E desengonçadamente, eles começaram a passos lentos. Ele a guiava pela escuridão apenas ouvindo a melodia e a voz de Celestina Warbeck, ela por sua vez, podia apenas fitar os olhos prateados de Draco Malfoy sentindo ser guiada por ele na estranha dança.

– Ainda não se acha boa o suficiente para mim? – perguntou ele sob a música lenta. Ela levantou os olhos para os de Draco, surpresa ao ver a conversa retomar o rumo anterior.

Astoria apenas negou com a cabeça e Draco voltou a abrir o sorriso de canto.

– Que tolice – negou ele com a cabeça – Posso me arriscar em dizer que talvez eu não seja bom o bastante para você.

– Por que está dizendo isso?

Ele segurou fortemente sua mão empurrando-a delicadamente para trás, para enfim rodopiá-la de forma lenta.

– Você, Astoria Greengrass – ele tornou a falar – Gentil – começou então a guiá-la para a parte mais escura do quarto, perto da enorme e abarrotada estante de livros – Eu, Draco Malfoy. Arrogante.Você, Astoria Greengrass, tão pura quanto uma criança – ela riu diante de tais palavras – Eu, Draco Malfoy, como posso me definir? Malicioso? – ele lhe abriu um sorriso carregado de malícia e ela riu novamente – Você, Astoria Greengrass, bonita – ela corou fortemente e agradeceu mentalmente por estar escuro – Eu, Draco Malfoy, não tão bonito assim – ela abriu um fraco sorriso – E por fim... Você, Astoria Greengrass, ingênua. Eu, Draco Malfoy, meu nome é apenas mais uma prova do quanto não posso ser o mocinho da história. Draco, do latim, dragão. Isso já diz tudo não?

– Está enganado – ela o cortou e ele a fitou em desafio – Você é sim bonito... – ele desviou os olhos rapidamente dos dela diante de tal comentário. Ela riu – Estou dizendo a verdade! Vamos... Aposto que muitas mulheres devem achar o mesmo.

– Não me importa a opinião delas – murmurou ele com desdém voltando seus olhos para os de Astoria – A sua opinião talvez já seja o bastante – ele então lhe abriu novamente o sorriso de canto, rodopiando-a novamente. Ela riu quando sentiu a estante de livros contra as suas costas.

– Ainda não se acha boa o suficiente para mim? – ele tornou a repetir a pergunta.

– Não... – ela fechou os olhos sentindo a respiração de Draco bater contra sua pele – Acho que tenho mais um motivo...

– Diga então... – murmurou ele.

– Eu tenho 15 anos, apenas uma pirralha que nem mesmo se formou em Hogwarts. E você tem 17, já é um homem.

– Ainda não terminei Hogwarts também – ele insistiu.

– Mas sei que não vai voltar para terminar seu último ano – ela sorriu – Duvido que você vá.

– Está me desafiando, Greengrass? – ele voltou a usar seu tom frio que já não incomodava mais Astoria.

– Talvez... – ela lhe lançou um sorriso inocente.

Talvez, era isso que os unia. O talvez, por que tanto Draco como Astoria não sabiam o que se passava ali, entre eles. Talvez a amizade, talvez uma estranha química, ou talvez o começo de um romance. Talvez... Nada ali era concreto, nem mesmo os sentimentos de ambos.



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