Encrenca Shaolin escrita por Metal_Will


Capítulo 176
Capítulo 176




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Capítulo 176 - Em Chamas

A luta havia alcançado proporções sérias. Kéfera lutava para continuar em pé, Astolfo parecia ter sido nocauteado e o adversário Jilié não tinha nenhuma piedade.

– Haaah! - Jilié avançou na direção da garota com suas garras. Kéfera conseguiu saltar para trás, mas não conseguiu impedir que sua barriga fosse arranhada.

– Ai! - ela reclamou, colocando as mãos no ferimento.

– Está sangrando? Já posso sentir o gosto da sua carne!

– Não..vou me render tão fácil assim - disse ela.

– Você foi uma excelente adversária. Nunca lutei com alguém que aguentasse tanto assim em uma luta séria. Mas o show acabou, mocinha. Na próxima vez você não sairá só com uns arranhões na barriga.

No próximo ataque, Jilié mirou no rosto dela, mas a garota conseguiu segurar os braços do inimigo com suas mãos e o chutou na barriga. O cão foi lançado para longe, mas só isso não seria o bastante para vencê-lo.

– Resistente até o fim, hã? Hehe. Só está adiando. Mas até que eu gosto...

"Preciso...aguentar", pensava a loirinha, já no fim de suas forças.

Enquanto isso, o restante do grupo corria dentro da fortaleza da Meyou Zidan. Alguns guardas tentaram impedi-los, mas o treinamento deles era bom o bastante para vencer uns dez ou quinze soldados aleatórios.

– É mesmo muita gente nessa base - disse Lien - Eles são mesmo um grupo enorme.

– Não temos tempo para isso - falou Amanda - Certamente, a líder estará no topo.

– Precisamos impedi-la nem que seja na porrada - concordou Lien - Só assim nossa família vai ter um pouco de sossego.

– Será que Kéfera e Astolfo estão bem? - perguntou André.

– Eles são fortes. Certamente estão aguentando bem o tranco - disse Alex.

– Espero que sim - respondeu André, embora a preocupação não tenha abandonado seus pensamentos ainda. Enquanto seguiam, o grupo acabou se deparando com um único corredor e uma porta.

– E agora? - perguntou Lien - Só dá pra ir por aí.

– Será que está trancada? - indagou Álvaro.

– Bem, vamos ver - disse Amanda, mexendo na maçaneta e percebendo que aquela velha porta de madeira era facilmente aberta - Ah, tá aberto.

Ao entrarem, todos dão de cara com um enorme jardim interno. O teto permitia a entrada de luz solar (embora estivesse nublado naquele momento) e tudo era cercado de árvores, flores, plantas e insetos.

– Quê? - estranhou Alex, filmando tudo que podia - Que lugar estranho.

– Parece uma estufa - comentou Amanda.

– Mas não tinha um jardim lá fora, gente? - perguntou Lien.

– Bem-vindos ao meu jardim particular - disse uma suave voz desconhecida.

– Quem está aí? - exigiu Amanda.

Nisso, uma bela garota de traços orientais e cabelos lisos castanhos apareceu. Ela usava um tipo de vestido longo verde além de uma tiara com pequenos enfeites de folhas. Como se não bastasse, seu batom era verde. Tinha uma beleza exótica, digamos assim.

– Quem é você? - perguntou Lien.

– Sou só a pessoa que terminará com a vida de vocês - disse ela, com um sorriso no rosto - É uma pena morrerem tão jovens.

Sem dúvida, seria a próxima inimiga. Mas lá fora Kéfera continuava em perigo. Jilié estava com muito mais energia e conseguia derrubar sua adversária facilmente.

– E então? Não quer se levantar: Heim? Heim? - ele batia na garota, mesmo quando ela estava caída no chão - Bom, acho que já é hora de acabar com isso, não é?

"Estou muito fraca...realmente...essa luta está fugindo do controle", pensava a loirinha, ainda consciente. Mas o próximo ataque de Jilié prometia ser fora do comum.

– Poderia acabar com você usando uma outra Mordida Espiritual, mas como recompensa pela sua boa luta, vou mostrar minha última técnica.

– Última...técnica...- balbuciou Kéfera se levantando com dificuldades. Jilié arrancou alguns fios de cabelo e os lançou no ar. Eles estavam repletos de seu ki e, do nada, transformaram-se em estranhas criaturas de ki em formato de cachorro. Sim, não pareciam animais de verdade, mas pareciam compostos de energia espiritual em forma de animal.

– O que é isso?

– Cães de Cabelo - disse Jilié - São apenas criaturas feitas de ki capazes de agir como cães ferozes. Rapazes. Acabem com ela.

– O quê? Vai terminar mandando outros me atacarem?

– Heh. Você já está acabada. Posso me dar ao luxo de fazer isso - falou Jilié - Adeus, mocinha. Obrigado por ter me divertido.

Os animais partiram na direção da garota. Certamente, cada um deles devia ter o poder de uma energia espiritual. Ela iria acabar assim? Kéfera tentou usar os braços para se proteger, quando, de repente, alguém se colocou na frente dela.

– Hã? - estranhou ela.

– O quê? - Jilié também ficou espantado.

Era Astolfo, que se colocou na frente do ataque para proteger a menina.

– Não achou que eu estivesse derrotado, achou? - provocou ele - Ainda tenho muita lenha para queimar. Esse tempinho serviu para descansar.

– Saia daí, Astolfo. Esses ataques são perigosos! - apelou Kéfera, mas o garoto já havia mandado várias cães de cabelo para longe.

– Não vou me render tão fácil. É assim que os donos de ki quente são, não é? - disse ele, empolgado.

"É...é verdade. Eu estava deixando minha vontade de esfriar. É isso. Eu preciso voltar a sentir minha paixão por luta queimar", pensou a loirinha. "É isso! Eu sonhei tanto em enfrentar um adversário forte. Treinei tanto para isso. Não posso me deixar abalar ainda..preciso...queimar meu ki o máximo que puder!"

– O que é isso? - Jilié sentia o ki de Kéfera aumentar.

– Não vou desistir dessa luta enquanto ainda tiver uma chama de vida acesa - disse ela - Farei essa chama aumentar com a minha própria força vital!

"Como?", pensou Jilié, "Ela está disposta a queimar a própria energia de vida para me derrotar? Que tipo de mulher é essa?"

– Hahh!! - Kéfera conseguiu concentrar todo o seu ki em uma gigantesca bola de fogo. Jilié tentou rebater com uma Mordida Espiritual, mas a bola de fogo era muito maior.

– Gyaaah! - berrou Jilié. Ele foi atingido pelo impacto do golpe.

"Será que agora foi?", pensou Kéfera.

– Muito...bom... - balbuciou Jilié - Era uma luta assim...que eu queria...

E caiu no chão nocauteado após proferir essas palavras com suas últimas forças. Finalmente o cão de guarda da Meyou Zidan havia sido derrubado.

– Parece que ele apagou - disse Astolfo, percebendo que os cães de cabelo também sumiram após a derrubada de seu criador - Você conseguiu, Ké.

– Não, nós conseguimos - disse ela sorrindo - Se você não tivesse atacado aqueles bichos, não sei se estaria aqui para contar história agora. Ai.

– Cuidado, você está muito fraca - disse Astolfo, segurando a garota para que não caísse desmaiada - Precisa descansar um pouco.

– Não dá...precisamos encontrar o resto do pessoal - falou ela - Afinal, os inimigos fortes de verdade estão lá dentro.

– É...isso é verdade.

– E estou louca para enfrentar todos eles - disse a loirinha, com um sorriso no rosto.

– Essa é a Kéfera que conheço - disse Astolfo, também sorrindo.

– Melhor pegar o pingente dele...se ele acordar, pode vir atrás da gente - lembrou a garota.

– É verdade - Astolfo ajudava a segurar Kéfera em um dos braços e pegou o pingente do inimigo com o outro, com todo o cuidado para o caso dele acordar de repente, mas ele parecia nocauteado de vez.

– Beleza. Vamos nessa - disse Kéfera.

– Vamos lá - concordou Astolfo.

Foi uma luta difícil. Mas era apenas o início das terríveis batalhas que aguardavam nossos amigos naquela fortaleza. Basta olharmos para o que estava acontecendo naquele jardim interno. Quem seria aquela bela garota de vestido verde?

– Bem...quem quer morrer primeiro? - disse ela, sem mostrar um pingo de tensão. Que tipo de truques ela estará guardando?


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