Encrenca Shaolin escrita por Metal_Will


Capítulo 155
Capítulo 155




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/167381/chapter/155

Capítulo 155 - Desarmado

Álvaro estava penando para enfrentar Yang que, por sinal, parecia estar se divertindo naquela luta. O tenista tinha pouca munição, enquanto seu oponente parecia extremamente preparado com todos os tipos de lâminas escondidas. Por cortesia de seu pingente do rato, Yang conseguia controlar suas lâminas com ainda mais precisão. O braço de Álvaro já havia levado um corte profundo. Yang lambeu os lábios de satisfação em acertar seu último golpe.

– Bom, muito bom - disse o garoto mestre das lâminas - Agora...o que aconteceria se eu cortasse sua cabeça?

Álvaro posicionou sua raquete de modo a proteger o pescoço. Yang lançou mais três adagas. Álvaro conseguiu se desviar de duas, mas uma terceira pegou em sua perna, também de raspão. Ainda assim, o corte foi bastante significativo.

"Droga", pensou ele. "Isso dói muito!"

– Apenas renda-se e entregue os pingentes...ou pelo menos diga onde estão - falou Yang, logo após suas adagas retornarem com perfeição para suas mãos - Se fizer isso, não irei matá-lo.

– Nunca! - respondeu Álvaro - Pode ter me acertado, mas estou longe de ser vencido.

– É? E posso saber como pretende me atacar? - perguntou Yang.

Álvaro começou a pegar mais uma bola de sua bolsa. Yang apenas riu.

– Não, não diga - falou o garoto - Bem, deixe-me adivinhar. Você vai lançar uma dessas bolas em mim, não é?

– Como se fosse muito difícil de adivinhar! - gritou Álvaro, pegando sua raquete e lançando na direção de seu oponente. Mais uma vez, a bola é facilmente esquartejada, de modo que nossos olhos comuns sequer conseguiriam ver.

– Deixe-me dizer uma coisa - prosseguiu Yang - Sabia que eu podia ter cortado seu braço nesse simples movimento de pegar a bola da bolsa?

– E por que não fez isso? - indagou Álvaro.

– Gosto de você - respondeu Yang cinicamente - Gosto de ver uma vítima inútil, tentando se debater, tentando achar meio de conseguir vencer seu oponente.

– Tsc...não deixarei você fazer o que quer - reclamou Álvaro, agora usando de toda sua agilidade para pegar duas bolas enquanto dava alguns saltos para trás, tudo para tentar evitar ser atingido por seu oponente.

– É inútil - insistia Yang - Pode até ter sido mais rápido dessa vez, mas seus ataques não são.

"Dessa vez preciso dobrar a quantidade de energia. Pense em quantas vezes treinou com a Amanda. Preciso lutar com tudo"

E foi o que o tenista fez. As bolas saíram com o dobro da capacidade. Dessa vez, Yang não cortou, mas tentou desviar. No entanto, agora foi a vez dele de ser atingido em uma das pernas. O impacto foi razoável, devido à energia da bola.

"Isso! Pelo menos acertei um golpe. Invencível ele não é!", pensou Álvaro.

– Heh. Devo dar os parabéns. Faz muito tempo que alguém não me atinge - prosseguiu Yang, coçando a cabeça - Mas não fique comemorando por uma coisinha dessas.

"Sei bem que não foi grande coisa, mas isso me dá tempo de preparar outra coisa. Fique só olhando", pensou Álvaro, empunhando com força sua raquete.

– Para começar...qualquer outro membro da Meyou Zídan menos paciente já teria te matado - prosseguiu Yang - Sua técnica é ridícula.

– O que está dizendo? - reclamou Álvaro.

– O que aconteceria se você perdesse sua principal arma? - questionou Yang - E estou me referindo a...isso.

Yang lançou um ataque poderoso com uma espada que tirou rapidamente das mangas. Álvaro tentou se proteger concentrando o máximo de energia em seu corpo, mas o alvo de Yang era outra coisa: sua raquete.

– Minha...raquete - disse Álvaro, ao ver sua querida e poderosa raquete despedaçada.

– Heh. Viu só?

"Eu concentrei a energia no meu corpo e esqueci de proteger minha própria raquete. E agora? O que vou fazer?", pensava o pobre tenista.

– Um tenista sem raquete. Isso é possível? - zombou Yang.

– Está enganado se pensa que me derrotou - falou Álvaro saltando para trás, mas Yang já havia mandado mais três facas em seu encalço. O rapaz fez o que pode para se desviar, mas acabou levando um duro no ombro. Doía muito.

– Você não pode vencer e sabe disso - falou Yang, mas antes que terminasse a frase, o dono do pingente do rato percebeu uma dor forte em seu ombro - Como?

– Heh...pelo menos isso eu consegui - resmungou Álvaro, caindo de joelhos alguns metros na frente de Yang.

"Quando...ele me atingiu?", perguntou o garoto, olhando para a queimadura sofrida pela alta energia da bolada que recebeu. "Entendi, ele percebeu que baixei a guarda quando vi que o atingi com a faca e usou parte de suas últimas forças antes de cair para me atirar uma bola com as próprias mãos. Até que ele não é tão mole assim"

Os dois se encararam por alguns instantes, mas dessa vez a dor de Álvaro era realmente forte.

– Devo te dar os parabéns. Essa última bolada realmente doeu...mas precisa de muito mais do que isso para me vencer - disse Yang, agora em um tom mais sério - Se tivesse acertado meu peito com esse ataque...talvez eu não pudesse dizer o mesmo.

Feito isso, Yang revelou mais uma afiada faca de sua manga.

– Bem - prosseguiu o chinês - Chega de brincadeira. O próximo ataque será para valer. Não terei pena.

Claro que em um momento de grande tensão como esse, o melhor a se fazer é aumentar o suspense e mudar o cenário. Não muito longe dali, Kéfera continuava a perseguir Shuìmían, que roubara seu celular na tentativa de buscar o pingente do galo ejetado. A garota estava tendo dificuldades para alcançá-lo quando resolveu se concentrar ao máximo e correr. Ela deu o máximo que pode a ponto de, finalmente, derrubar Shuìmían pelas pernas.

– Peguei! - gritou ela - Não vou deixar você sair na frente.

– Heh! Garota tola - disse o inimigo, escapando facilmente das mãos da menina.

– Como? - antes que se desse conta, o seu celular caiu de volta em suas mãos. Parece que Shuìmían não precisava mais dele.

– Eu já decorei esse mapa - disse ele - O pingente logo será meu!

E ele voltou a correr.

– Ei, espera! Oh, droga...se eu deixar esse cara pegar o pingente vai ser o fim!

Em outras palavras, a situação não estava boa para nenhum dos lados. Mas no lado de Álvaro, o cenário era bem mais trágico.

"Hehe", Álvaro, transpirando frio, ria de sua própria desgraça. "Eu vou morrer aqui? Antes de conquistar o coração de Lien Wong. Só entrei nessa para ajudá-la...apenas para ter uma chance de ganhar ao menos o respeito dela"

Yang continuava a andar lentamente na direção de sua vítima.

"Esse olhar não me engana. Ele vai me matar...será que...não melhorei nada depois de todo aquele treinamento? Não, não é verdade. Eu melhorei. Eu terei morrido logo nos primeiros ataques se não tivesse melhorado. Acontece que ele é forte demais...a Meyou Zídan é absurdamente forte. E eles descobrirão isso da pior maneira possível. Adeus, mundo cruel. Ao menos encerrarei minha vida no auge de minha beleza", pensava Alvaro, já fechando os olhos e aceitando sua derrota. Yang lançou sua faca na direção do tenista e...

...CLINK!

Foi o som deu duas lâminas colidindo. Álvaro abriu os olhos e viu uma estranha garota de cabelos amarrados em rabo de cavalo. Eram da mesma cor dos cabelos de Yang e a moça era do mesmo tamanho do chinês. A diferença é que essa garota vestia uma roupa de luta branca, com leves detalhes negros no centro. Álvaro respirou aliviado. Quem era sua misteriosa salvadora?

– Enfim te encontrei, Yang - disse a moça.

Yang começou a rir. Ele a conhecia.

– Há quanto tempo, Yin - disse ele, sorrindo de satisfação - Minha irmã!

A irmã de Yang, Yin, havia aparecido. Quais seriam suas intenções com o portador do pingente do rato?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Normalmente o Álvaro é utilizado como alívio cômico, mas acho que essa foi uma das lutas mais tensas da história.

PS: Achei que já tinha postado esse capítulo na semana passada, mas só publiquei no blog. Aqui está ele. Daqui a pouco publicarei o capítulo 156! ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Encrenca Shaolin" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.