Capítulo 154 - Raquete contra Lâminas

Enquanto Kéfera perseguia Shuìmían, o inimigo que tomou seu radar, Álvaro ficou para enfrentar Yang, o pequeno garoto portador do pingente do Rato. O vento que passava pelas ruas da cidade cortava os dois sujeitos que se encaravam. Era uma rua deserta, o que deixava o clima ainda mais tenso.

"Tudo bem, vamos lá. Ele tem o Rato, não deve ser tão forte", pensou Álvaro, em guarda com sua raquete. Por mais que o tênis marcial fosse um tipo de arte marcial, ainda era bem mais voltado para o esporte. Como o tenista poderia enfrentar seu adversário? Yang, por sua vez, parecia bem confiante.

– Vamos acabar logo com isso - falou Yang - Só preciso manter sua garganta funcionando para me dizer onde estão seus outros companheiros. Nada me impede de cortar todos o resto do seu corpo.

– Não pense que será tão fácil - disse Álvaro.

– É mesmo? - disse Yang sorrindo.

O inimigo lançou uma espécie de faca na direção de Álvaro. Na mesma hora, o tenista conseguiu rebater. Quase que a lâmina atingiu um gato que passava tranquilamente pelo local. O animal olhou para o objeto com um olhar assustado.

"Que rápido", pensou Álvaro. "Se eu não tivesse treinado tanto, não teria rebatido essa. Não vai ser fácil mesmo"

– Tsc - resmungou Yang - Olha, não gosto de gatos. Vamos lutar em outro lugar. Também não vou gostar de dar satisfações para alguém que nos veja aqui.

– Que seja. Não fugirei de você - disse Álvaro.

– Se você fugisse...eu poderia lançar duas adagas na suas pernas na mesma hora. No momento que aceitou essa luta, você já colocou muita coisa em risco, meu amigo - retrucou o garoto - Bem, você conhece melhor essa cidade. Conhece algum lugar mais deserto?

– Essa rua já é bem deserta - falou ele - Mas tem um terreno baldio poucos quarteirões daqui.

– Interessante - disse Yang, colocando as duas mãos dentro de suas mangas - Vamos para lá.

Ele saltou no telhado mais próximo e, de fato, avistou um terreno vazio.

– É naquela direção? - apontou ele.

– S-Sim - gaguejou Álvaro.

– Certo. Vamos lá - disse ele - Pode subir. Vamos pelos telhados.

"E ainda não quer chamar a atenção. Tsc", pensou Álvaro. Mas os dois saltam pelos telhados e não ousam se atacar até chegarem ao novo local da luta. O vento continuava soprando com a mesma intensidade. Álvaro olhou para o céu, vendo o tempo nublado. Uma chuva certamente se aproximava.

– Detesto me molhar - reclamou Yang - Irei derrotá-lo antes que comece a chover.

– Estarei pronto.

Yang lançou mais três facas. Álvaro rebate todas. Sua raquete aprimorada com ki conseguia evitar os ataques até então.

– Pelo visto é mesmo um ótimo tenista - continuou Yang - Mas será que é o bastante?

"Tem que ser. Se uma dessas coisas me atingir...eu já era", raciocinou Álvaro.

– Que tal isso...Lâminas Voadoras! - Yang lançou mais três facas, bem maiores que as anteriores. Álvaro se preparava para rebater, mas no último instante, as três facas simplesmente se desviam. Não apenas param de atacar Álvaro de frente, como dão a volta e tentam atacá-lo por trás. O tenista conseguiu perceber o detalhe bem a tempo e se abaixa para não ser atingido. Essa foi por pouco.

– Uuuhh..muito bom. Acho que te subestimei. Podemos ter uma boa luta

"Ele controla as lâminas com ki? E de onde ele tira tantas?", pensava Álvaro, já sentindo um suor respingando por seu corpo.

– Como eu disse...sou o mestre das lâminas ocultas - explicou Yang, colocando as mãos dentro das longas mangas novamente - Posso ter muitas lâminas escondidas em meu corpo. De onde poderá vir a próxima?

Álvaro ficava cada vez mais alerta.

– Bem, gostaria de saber como vai me atacar - falou Yang - Nunca vai me vencer se só ficar fugindo.

"Ele tem razão. Só me esquivei e rebati até agora. Preciso atingi-lo com uma bola", pensou Álvaro. pegando uma bola na pequena bolsa que carregava consigo.

– Ah, claro. Um tenista só pode atacar com bolas, não é? Está bem...vamos ver o que você tem.

"Preciso sacar rápido! Bem, foi para isso que treinei, não é?", pensou Álvaro.

Yang continuava sorrindo confiante.

– Espero que esteja preparado! Bola Meteoro! - gritou Álvaro, rebatendo uma bola com todo seu ki. Yang fitava o projétil que estava para atingi-lo e não demonstrava nenhuma intenção de desviar. Isso até o último milésimo de segundo. Yang avança para frente, como se passasse rapidamente através da bola. Uma pessoa com olhos comuns praticamente não veria o que aconteceu, mas os olhos bem treinados de Álvaro viram toda a ação. Yang simplesmente cortou a bola em vários pedaços em poucas frações de segundo. A velocidade da bola de tênis não significou nada.

– Por favor - provocou Yang - Você deve ter mais do que isso, não?

– Você...cortou a bola com tudo aquilo de ki.

– Ah, isso - Yang mostrou sua mão, segurando mais uma lâmina - Consigo sacar uma lâmpada rapidamente. Poucas pessoas perceberiam esse movimento, parabéns.

– Grrr! - Álvaro pegou mais duas bolas e jogou direto em Yang. Dessa vez o garoto saltou, mas Álvaro também sabia controlar seus ataques.

"Ele também pode controlar o movimento das bolas?", pensou Yang, enquanto estava no ar. "Interessante. Muito interessante"

Ainda assim, Yang conseguiu cortar as duas bolas. Álvaro já estava ficando sem munição.

– Pela sua cara...não parece estar em boa situação - disse Yang, como se estivesse sentindo as emoções de seu adversário.

– Não diga bobagens. Ainda nem comecei com todo o meu potencia - falou Álvaro.

– Sério? Que bom! Eu também ainda tenho muito o que mostrar - retrucou Yang.

"Que droga", pensou Álvaro. "Ainda tenho algumas bolas...mas se elas acabarem...vou precisar usar meu outro recurso"

– Bem...vamos continuar? - disse Yang - O show não pode parar!

Yang tirou duas pequenas lâminas do cabelo. Dessa vez Álvaro não podia enxergá-las muito bem e não teve como desviar muito bem delas. Acabou com um dos braços atingidos de raspão.

– Heh. Acertei - comentou o garoto.

"É muito afiada", pensou o tenista, vendo o sangue correndo pelo seu braço. "Os ataques dele podem cortas meus membros facilmente."

– As Lâminas Discretas - disse Yang - São difíceis de enxergar e cortam muito bem...apesar de não chegarem tão fundo.

"Droga. Não posso perder aqui", pensou Álvaro.

Yang se mostrou mesmo o grande mestre das lâminas, mas será que Álvaro ainda tem um trunfo?