Capítulo 142 - Tentativas de Aproximação

Em um momento crítico, Astolfo, o primeiro a ser liberado por Ningjing do treinamento, apareceu diante de Mestre Wong para auxiliar na luta contra o oponente da Meyou Zidan, Bao (mas isso você já sabia). A questão agora era: será que Astolfo está preparado para enfrentar esse adversário?

– Nada tema, Mestre Wong - disse Astolfo - Esses dois meses me deixaram bem mais forte.

– Espero que sim - disse o veterano Wong - Poderia vencer um oponente comum facilmente, mas esse cara não é comum.

Mais uma vez, a dupla é atacada por uma das mãos de Bao. Ele realmente não estava brincando.

– Não precisam passar por isso - falou Bao - Basta entregarem o que nos pertence.

– Aquele pingente não pertence a vocês! - reclamou Wong.

– Heh! Por que tanta pressa? Agora que a coisa vai começar a esquentar! - provocou Astolfo - Pode vir quente que eu tô fervendo, rapaz!

– O que amadores como vocês podem contra mim? - disse Bao - Estão enfrentando um dos portadores dos pingentes zodiacais.

– Tô nem aí! - disse Astolfo, apontando para Bao de forma provocativa - Pode ter até uma armadura de ouro, que eu te encaro!

– Você não sabe com o que está brincando - disse o inimigo - Não sei o que fizeram para atrair Ningjing, mas comigo não será tão fácil.

"Ningjing", pensou Astolfo. "O que ela me disse mesmo?"

* Flashback do Astolfo *

– Acho que...você tem chances de enfrentar Bao do jeito que está agora - falou Ningjing - Ao menos, pode nos dar tempo até deixar os outros mais fortes.

– Por que os dois não vão juntos? - indagou Lien.

– Eu sozinho posso dar conta! - falou Astolfo.

– Bom, eu também queria enfrentá-lo sozinha, para ver os resultados do meu treino - falou Kéfera.

– Entendeu? Os dois são bem cabeça-dura para compartilhar uma luta - disse André.

– Pelo amor...isso não é brincadeira. É o destino do mundo que tá em jogo! - falou Lien.

– Ah, vá, Lien. Você não lê mangás? Dá mais emoção com mais drama - disse Alex.

– Só eu penso aqui?! - reclamou a garota.

– Bom, pode ser uma oportunidade de deixar Kéfera mais forte - disse Ningjing - Quanto mais demorar lá fora, mais tempo teremos aqui dentro. O máximo que pode acontecer é Bao derrotar todos e entrar aqui, mas aí terá que enfrentar a todos nós...mas esse é o pior cenário.

– Uau! Você é uma boa estrategista - reparou André.

– Só quero impedir a minha irmã a todo custo - falou ela - Escute, Astolfo, não é?

– Eu mesmo - respondeu o grandão imediatamente. Ele ainda se admirava do quanto o sotaque chinês dela era imperceptível.

– Bao tem o pingente do Boi. E o poder dele...é atacar a distância - disse Ningjing.

– Então ele atira coisas? - perguntou Astolfo.

– Antes fosse...ele pode atacar com a força de dez touros a distância.

– Força de dez touros, é? Gostei. Parece o oponente ideal para mim.

– Mas ele é fraco a curta distância - continuou Ningjing - Se conseguir se aproximar, pode ter uma chance. Mas se conseguir fazer isso...terá que ir com tudo para cima. Não tenha piedade...porque ele não vai ter piedade de você!

Essa última frase soou bastante dramática. Mas Astolfo compreendeu.

– Entendido, mestra - disse ele, fazendo um cafuné no cabelo de Ningjing - Você treinou um ótimo guerreiro.

– Não mexa no meu cabelo, por favor - respondeu ela, ainda com um ar sério - De qualquer modo, ao se aproximar, tente tirar o pingente dele o mais rápido possível. Sem o pingente, ele será apenas uma pessoa comum. Esse é o ponto fraco de todos os membros da Meyou Zidan, afinal, foi assim que eu fui vencida.

– Tá tudo sussa! - disse Astolfo - É nóis que voa, galera! Uhu!

– Algo me diz que isso vai dar rolo - reclamou Lien.

* Fim do flashback *

"Bom, é isso. Só preciso me aproximar desse cara", pensou Astolfo. Mais um ataque estava vindo na direção dos dois. Mais uma vez eles desviam.

– Parece mãos, não é? - disse Astolfo.

– Sim - falou Wong - O poder dele é criar essas mãos gigantes em forma de energia. É quase impossível se aproximar dele.

– Heh! Impossivel..gosto dessa palavra. Tudo é impossível até que alguém prove o contrário - disse ele.

– Eu quase consegui...mas é difícil - disse Wong - Será que o seu treinamento é tão bom assim? Parece confiante!

– Estou sim, até agora não fui atingido, fui.. e..

Foi apenas Astolfo falar que uma bela palmada o atinge de lado, empurrando-o para longe. As coisas não seriam mesmo fácil.

– Você falou, falou, mas até agora não me atingiu em nada - disse ele - Fui o primeiro que te atingiu. O que acha?

– Argh. Dói - reclamou Astolfo.

"Esse garoto...treinou mesmo?", Mestre Wong sentia um suor escorrendo pelo seu rosto. Coisa que Ming (que já havia saído da barraca) também sentia.

– Ai, ai, ai. O que selá de nós? Ele vai nos matar, não vai? - o pobre pasteleiro se desesperava.

– Bom, a nós acho que não - disse Alex que estava do lado, bem escondido tentando ao máximo pegar todos os ângulos da luta - Eu pelo menos não tenho nada a ver com essa treta. Agora você...

– O que tem eu?

– Você já foi cúmplice deles, né? Vai que algum deles não tenha ido com sua cara e tal..

– Pale de me assustar!

– Bom, agora eu quero ver o Astolfo lutando. Até agora não mostrou nada.

– Calma, eu tô bem, eu tô bem.. - disse Astolfo, tentando se desgrudar da parede devido ao impacto - Nem bati a cabeça nem nada. Mas que doeu, doeu.

– Mostra logo a que veio, moleque - disse Wong - Estamos em apuros aqui.

– Relaxa, vô Wong.

– Quem te deixou me chamar assim?! - disse o Mestre irritado.

– Quanto mais difícil, melhor fica - continuou Astolfo - É essa emoção que eu precisa sentir! Te prepara, ô magricela!

– Está falando comigo? - perguntou Bao, com uma expressão bem séria.

– Agora quem vai atacar sou eu!

– Você é uma piada - disse Bao, agora atacando Astolfo com uma bela palmada de suas mãos gigantes de energia vinda de cima. O ataque foi tão impactante que é como se o pobre Astolfinho tivesse sido esmagado.

– Queéisso, véio! - exclamou Alex, não acreditando no que via - O Astolfo...

– Eu disse! Ele vai nos matar! Vai matar a nós todos!

– Um a menos - disse Bao - Agora...o senhor vai colaborar ou não?

"O garoto...morreu mesmo?", pensou Wong. "Ei, espera...e essa energia que estou sentindo?"

Bao já ia virando as costas, quando voltou a sentir a energia de Astolfo.

– Espera...espera aí - falou Astolfo - Eu ainda tô bem vivo!

Acontece que, no último instante, Astolfo concentrou sua energia interior no próprio corpo. O ataque da mão de Bao o apertou, mas não esmagou.

– Graças! Ele tá vivo - disse Alex (vendo tudo de longe, é claro).

– Sabia que ainda estava sentindo sua energia - falou Wong - Mas não me assusta desse jeito!

– E então? Quem ainda é piada? Posso suportar seu ataque se me concentrar - falou Astolfo, esbanjando confiança por todos os lados

– Tsc. Vocês só me fazem perder tempo - reclamou Bao.

A luta continua...