All About Us escrita por Helle


Capítulo 3
Everything you do - Part 1


Notas iniciais do capítulo

Bem... Eu sempre escrevo ouvindo música, muitas vezes não tem nada a ver com a letra em si, mas sou influenciada pela vibe das canções. Dessa vez a eleita do cap foi Everything you do da banda He is We. Esse cap vai ter duas partes e eu espero que gostem. Mais notas lá no final =D



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-Como assim já vai dormir? Não são nem nove horas ainda!

Hermione suspirou. Ela já estava sabendo da escapada de Rony com Lilá. 

 “De novo.”  Pensou a garota.

-Procure outra pessoa para te fazer companhia Ronald, estou cansada. Quero dormir cedo.

O ruivo levantou-se num rompante do sofá onde antes estiveram juntos na sala precisa. Agora ele encarava a bruxa com uma expressão zangada.

-Que quer dizer com isso?

-O que você acha que eu quis dizer? –Rebateu Hermione, que apesar de tudo não havia perdido sua petulância.

-Você anda estranha há semanas, não faço ideia do que quer dizer, mas se for pra continuar me rejeitando assim, é melhor dizer logo!

-Eu te rejeitando?! Você me trai desde o começo deste maldito namoro e quer que eu faça o que?! Me diga Ronald! Tudo o que você faz é errado! Você só me magoa o tempo todo!

-Trair... do que você...

-Ah Ron, não me venha com essa! A escola inteira sabe que você vive se agarrando com a Lilá! Você acha mesmo que eu sou idiota?!

Rony ia responder alguma coisa, mas Hermione não o deixou falar. Respondeu a própria pergunta. As lágrimas já ameaçavam transbordar de seus olhos...

-Eu devo ser mesmo muito idiota, né? O que eu ainda estou fazendo? A quem eu quero enganar? Eu não aguento mais isso. Esse namoro, você, tudo! Eu estou farta de ser boba o tempo todo!

-O que você quer dizer com isso? –Perguntou Rony em um tom estranhamente sério.

-Que acabou! –Explodiu Hermione jogando os braços pra cima. Estava chorando a essa altura.

-Você está alterada, não sabe o que está dizendo. Eu nunca te traí com ninguém, eu...

-CALA A BOCA RONALD!

O ruivo, que até então encarava tudo com uma calma surpreendente estreitou os olhos ao ver a garota gritar.

-Não grite comigo. –Disse ele fechando as mãos em punhos, sinal de que estava começando a ficar com raiva.

-Não grite comigo? –Hermione esboçou um sorriso. Estava vermelha de raiva. A calma com a qual Rony estava lidando com tudo a deixara mais nervosa ainda. Tentar mentir pra ela então, a deixou furiosa e agora essa de...  -NÃO GRITE COMIGO?! VOCÊ MERECE MUITO MAIS QUE GRITOS! EU NÃO TE AGUENTO MAIS RON! ACABOU, ENTENDEU?! ACABOU!

O ruivo adquiriu a tonalidade dos cabelos no rosto, mas se manteve “calmo”.

-Não acabou coisa nenhuma. Você está alterada por algum motivo que desconheço, mais tarde conversamos. Boa noite. –Disse ele dando as costas a Hermione e se preparando pra sair da sala.

A bruxa a este ponto já estava tendo um colapso nervoso. Não conseguiu falar mais nada, apenas se deixou cair de volta no sofá e desatou a chorar. Ron sentiu vontade de voltar e dizer algo para a garota, mas  saiu da sala, deixando Hermione sozinha ao prantos.

Draco Malfoy estava zangado.Detestava fazer rondas estúpidas no castelo durante aquele horário. Era monitor sim, mas, e daí? O que diabos podia acontecer no sétimo andar? Lá só havia a sala precisa e... Ronald Weasley?

“Que diabos ele está fazendo aqui? As rondas dele são antes das minhas e essa nem é a parte dele do castelo” Pensou o sonserino ao ver o bruxo grifinório passar tempestuosamente por ele. Sequer deu atenção para o fato de trombar com Draco Malfoy num corredor vazio. A chance perfeita para uma discussão, ou quem sabe um duelo. Ronald Weasley não perderia essa oportunidade. Algo estava errado.

“Granger” –Foi a primeira coisa que veio à cabeça do loiro.

-Chorando de novo, Granger? –Disse o rapaz em um tom que deveria ser de escárnio, mas que no momento só transmitia preocupação. Havia entrado na sala precisa assim que suas rondas acabaram.

Hermione ergueu a cabeça, que antes estivera apoiada nos joelhos e fitou o jovem loiro que a observava de longe. Por algum motivo a presença dele não a incomodou como deveria. Ela não falou nada, apenas o encarou por alguns segundos com os olhos muito inchados e vermelhos e voltou a deitar a cabeça nos joelhos que abraçava à sua frente.

-O que aconteceu? –Perguntou Malfoy com a voz baixa.

-Nada demais. –Respondeu Hermione com a cabeça ainda abaixada. Sua voz falhou em todos os lugares errados, revelando que ela ainda estava chorando por dentro.

-“Nada demais” agora é o apelido do Weasel? –Indagou Draco, sentando-se em uma poltrona que ficava relativamente perto do sofá onde Hermione estava encolhida.

A grifinória suspirou pesadamente, reprimindo um soluço antes de falar com a voz chorosa:

-Saia daqui Malfoy. Por favor.

Não havia petulância naquele pedido. Nem a velha implicância de sempre. Apenas dor. Dor essa que não passou despercebida ao rapaz.

-Eu não sou o Weasley, Granger. Não é da minha natureza deixar uma garota chorando sozinha.

-Não é da sua natureza falar com sangue-ruins. –Rebateu Hermione com a voz abafada.

-Você nunca vai esquecer, não é? – Perguntou Draco, dividido entre felicidade, por ver a velha implicância da garota; e raiva, por nunca poder se livrar do rastro de destruição de suas atitudes impensadas.

Hermione mais uma vez ergueu os olhos para observar o loiro.

-Quem é você e o que diabos fez com Draco Malfoy?

O sonserino se permitiu soltar uma risada rouca. A velha Hermione estava de volta.

-Bem. Acho que eu devia me apresentar novamente. Acho que não me conhece ainda, não de verdade. –Disse Draco se levantando e se colocando em frente a garota que ainda estava encolhida no sofá carmesim. Ele se apoiou em um só joelho e sorrindo daquela forma tão conhecida falou:

-Você talvez me conheça como um ex-grande amor que durou pouco tempo. Pessimista, realista, chato e arrogante. Sonserino, 16 anos. Puro-sangue e ex-alienado por essas coisas... –Disse o rapaz fazendo um gesto displicente com as mãos como que diz que aquilo não é nada. - Prazer, Draco Black Malfoy. Completou estendendo a mão para Hermione apertar.

A garota o encarou por alguns segundos e sentiu um leve bater de asas dentro do estômago.  “Que diabos...?”

-Sabe Granger, agora você estendia a mão e dizia seu nome pra mim. –Falou o loiro em um tom confidencial. Hermione riu.

Porque ela fez aquilo? Não o sabia, mas não se importou muito no momento. 

-Hermione Jane Granger, prazer em conhecê-lo. –Falou enxugando o rosto com as costas de uma mão enquanto estendia a outra para o sonserino.

Draco apertou gentilmente a mão de Hermione. Se encararam pelo que pareceram séculos, até que o rapaz foi tomado por uma súbita urgência.

- Porque não sai um pouco daqui? Que tal um passeio noturno? –Disse o jovem num ímpeto de ousadia.

-Que? –Indagou a castanha arregalando os olhos.

-Ninguém vai nos ver, eu prometo. Vamos, levante-se.

Draco já estava de pé trazendo Hermione junto consigo. A garota se sentiu meio louca por estar fazendo aquilo, mas algo a dizia para simplesmente não pensar naquele momento.

-Para onde...? –Quis saber a grifinória desamassando a saia e a blusa. Ainda estava com a voz meio estranha por causa do choro, mas sequer se lembrava das lágrimas que a pouco derramara.

-Você irá ver. –Disse Draco estendendo o braço para a garota.

Ela hesitou um pouco antes de pensar “que se dane” e aceitar a gentileza do sonserino.


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Notas finais do capítulo

E então? Como eu disse lá em cima, sempre estou escutando alguma música ao escrever, geralmente eu acabo sendo inspirada por ela. Essa música, em particular, é muito especial para mim. Decidi dividir o cap em duas partes, para poder explorá-la melhor. Já sabem né? Críticas, elogios, xingamentos? Review! Aqui a música http://letras.terra.com.br/he-is-we/1782803/traducao.html =D