A Girls Choice escrita por DehBlackRose


Capítulo 5
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A Girl’s Choice

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Não consigo tirar meus olhos daquela...nave. É idêntico a um disco voador dos filmes mais comuns de Hollywood. Não me surpreenderia se de lá saíssem ET’s.

Ok, não chega a tanto, eu me surpreenderia sim.

Shino virou o tronco e olhou para mim...e sorriu. Vi que ele estava sorrindo, porque, quando eu mantinha minha atenção no OVNI à frente, ele havia removido os óculos e o casaco. Ao mesmo tempo em que era quase absurdo vê-lo desse jeito, era impensável parar de olhá-lo.

Mesmo na penumbra, pude ver que seu rosto era delicado, puro. Seus olhos também carregavam um brilho misterioso, tentador. Ele, certamente, tinha uma beleza que condizia com a sua personalidade: incomum.

Ele pegou minha mão e me levou mais para perto do objeto não-identificado. Nem pensei em parar e perguntar o que era aquilo, senti-me estranhamente segura com ele.

Quanto mais nos aproximávamos, mais notável era a bela e futurista arquitetura da suposta nave. Contornamos o disco e subimos uma rampa que o conectava ao solo. Havia uma porta, e a curiosidade em mim era enorme.

Ao contrário do que se poderia imaginar, não havia nenhum extraterrestre lá dentro, tão pouco algum laboratório onde se dissecava algum humano. Era apenas um espaço quase vazio. Quase, pois, ao fundo do grande salão, havia um enorme telescópio apontado para o céu através de uma fenda no teto da estrutura.

Eu ainda não tinha idéia do que estava acontecendo, mas uma coisa era certa: era tudo muito surpreendente e instigante.

-O que é tudo isso?- consegui perguntar.

-Este aqui é o maior centro astronômico do mundo.

-Eu não sabia que Konoha tinha esse tipo de coisa.

-Hehe, civis não devem saber disso. Isto é meio que secreto, então...- ele se aproximou e sussurrou em meu ouvido: -este será um segredo só nosso, tá?

Senti arrepios percorrerem minhas costas da baixo a cima. E ele nem ao menos encostara em mim. Mas eu não ia deixá-lo saber que me intimidara, não ia mesmo.

Aproximei-me dele e respondi no mesmo tom de voz:

-Se é tão secreto, como conseguimos entrar?

-Digamos que eu conheça as pessoas certas.

Eu o olhei com uma expressão questionadora, mas divertida. Estaria eu lidando com um mafioso ao invés de um sociopata?

-Além disso, meu pai trabalha aqui. –ele respondeu normalmente, com um leve balançar de ombros, enquanto me conduzia pela mão até o telescópio tamanho família.

-E então, você gosta de olhar as estrelas? –ele me perguntou.

-É um pouco tarde para se perguntar, mas sim, eu gosto. –respondi, rindo.

-Sente-se aqui. –Shino apontava para uma poltrona de couro que parecia parte do telescópio.

Sentei-me ali, e meus olhos ficaram no mesmo nível que a ponta do telescópio. Inclinando-me mais para perto pude ver o céu estrelado através das várias lentes. Tive a sensação de que, se esticasse o braço, poderia tocar naqueles corpos celestes.

O brilho das estrelas parecia mais intenso, e a Lua parecia, definitivamente, bem maior. Ela não estava cintilante nem brilhava ao máximo, apesar de ser Lua cheia. Eu podia ver suas crateras, agindo como manchas na sua superfície. Não sei dizer quanto tempo se passou, mas aquela visão estática me deu a sensação de ser a própria eternidade.

De repente, através do infinito estrelado, cruzou uma estrela cadente. Fazer um pedido.... O que mais uma garota poderia querer na minha situação? Um beijo? É, talvez...Mas será que é isso o que eu quero?

Antes que eu pudesse me decidir, Shino interveio:

-Lindo, não?

-É... –minhas preocupações devem ter superado a minha vontade de parecer feliz.

-Está tudo bem com você?

-O que? Ah, sim. Está tudo bem! –dei um dos meus mais mentirosos sorrisos, aqueles que mostram que está tudo ótimo, mesmo quando não está.

–É só que tudo por aqui é tão emocionante. –sei que não foi uma das minhas melhores mentiras, mas acho que ele caiu nessa.

Ele sorriu de novo, e voltei a ficar hipnotizada pela sinceridade que dele transbordava.

Mas ele começou a fechar os olhos e a se inclinar para mais perto de mim. Instintivamente, eu fiz o mesmo. Quando estávamos apenas a alguns milímetros de distância, eu virei o rosto.

-Desculpe-me. –foi a única coisa que eu pude dizer.

Ele continuou no mesmo lugar, mordeu o lábio inferior e, pelo que eu pude notar, parecia desapontado. Enquanto isso, eu me levantava. Não acho que deveríamos ficar muito próximos um do outro depois disso.

Mais ou menos no meio do grande salão, eu parei.

-Poderia me levar para casa? –meu timbre de voz ainda parecia pedir perdão.

-Se é o que você quer. –ele respondeu, indiferente.

Mal sabia ele que não era isso o que eu queria. Eu não sabia o que queria. Mas, definitivamente, irritá-lo não era uma opção.

Passamos pela trilha, chegamos ao carro, entramos e ele dirigia de volta à cidade com impaciência. Tudo isso sem uma única palavra. De novo.

Aquilo provocava em mim mais do que irritação. Aquilo me provocava mágoa. Sentia-me culpada ao saber que eu machucara outra pessoa.

Mas, se eu tivesse deixado aquilo continuar, é possível que eu o tivesse machucado também. Ele não perceberia imediatamente, mas eu saberia. Eu saberia que havia lhe dado esperanças de algo que talvez não acontecesse.

Talvez...Eu só conseguia pensar em hipóteses. Não tinha mais certeza de nada. Desde que esses três loucos começaram a mostrar algum interesse em mim, meu mundo foi virado de cabeça para baixo.

Eu me sentia desonesta agindo do jeito que estava. Apesar de todas as minhas desculpas de que eu não estava namorando nenhum deles, eu sei que isso é errado. E isso me incomodava.

Como se estivesse lendo meus pensamentos, Shino finalmente quebrou o silêncio:

-Eu sei que existe alguma coisa entre você e o Hyuuga, e até entre você e o Uchiha, mas...

-Como você sabe que...?- eu tive de interrompê-lo, tinha certeza de que ninguém me ouvira falando com Sasuke.

-Não importa. O importante é que eu sei disso e também sei que você deve estar indecisa...

-Eu não posso fazer isso.

-O que?

-Eu não posso escolher um de vocês como se fossem frutas à venda. Isso seria...imoral...

-Não. Imoral é deixar três caras aflitos esperando por uma decisão. Entendo que você não queira perecer egoísta, mas, por favor, decida-se.

A essa altura, eu já não conseguia mais manter a conversa. Era demais para mim.

-Faça o seguinte: -acabamos de parar em frente à minha casa.- nos dê uma chance.

-Uma chance? –perguntei distante.

-É. Nos dê uma oportunidade para mostrar o quanto gostamos de você. Depois, você toma a sua decisão. Que tal até o Baile de Formatura?

Eu não sabia o que responder. Mas uma dúvida pairava em minha mente.

-Você quer dizer como em uma espécie de jogo?

-Não, não um jogo. Não estaremos competindo. Será mais como uma exibição. Cada um faz o seu melhor, e você escolherá o campeão.

-Eu...ainda não sei...

-Por favor, aceite. Acredite, essa sua indecisão é pedante em todos nós.

Eu olhei profundamente nos olhos dele, que continuava sem seus óculos, e, por um momento, perdi-me naquela negridão. Quando retornei à terra firme, as coisas pareciam mais claras.

-Se isso é realmente o melhor para vocês, eu lhes dou uma chance. Mas vocês terão de me prometer que não pensarão nisso como sendo um jogo!

-Bom, por mim tudo bem.

-E os outros?

-Pode ficar calma, eles também concordarão. –estranho o jeito como Shino falava pelos três.

Eu estava saltando do carro, ainda um pouco desnorteada, quando ele falou:

-Mais uma coisa. –eu me voltei a ele. -Saiba que eu não vou perder para aqueles dois.

Ele falou isso com um meio sorriso nos lábios, então eu tenho certeza de que a alusão a um jogo era pura brincadeira.

Não pude deixar de replicar:

-Isso é o que veremos.



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Notas finais do capítulo

Reviews? :3