A Girls Choice escrita por DehBlackRose


Capítulo 4
OVNI


Notas iniciais do capítulo

Enjoy! =3



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OVNI Ele tirou a blusa (e não estava usando nada por baixo). Logo, quando minha atenção foi desviada da máquina para ele, eu tive de fechar os olhos e contar até dez...mil. Eu sei que já disse que o Uchiha era perfeito, mas Neji não ficava nem um pouco atrás. Era pescoço a pescoço. Ou devo dizer: abdômen a abdômen? Ele depositou a blusa gosmenta em minha mão, que foi estendida antes de eu ter de fechar os olhos. Eu me virei de volta à lavadora e, finalmente, abri os olhos. A imagem ainda estava grudada em minha mente, mas, como eu estava de costas a ele, não me preocupei em não corar. Joguei a camiseta dele dentro da lavadora e liguei-a. Preparei-me psicologicamente para o que eu estava prestes a ver (de novo), e... Não deu certo. A paisagem dos montes perfeitamente esculpidos ainda era de tirar o fôlego. A Mãe Natureza sabe o que faz. E o faz muito bem. Minha expressão deve ter sido cômica, ao que ele começou a rir levemente. -Você está bem? Depois de gaguejar bastante, consegui responder: -Sim. Antes que ele me achasse um louca varrida e saísse correndo da minha casa, decidi ir ao quarto do meu pai para pegar alguma camisa para ele. Encontrei uma branca, um pouco pequena para o meu pai, então, provavelmente era o tamanho certo para Neji. Não que Neji fosse baixo ou algo do gênero, mas meu pai era um homem bem alto e largo. Ele tinha 1,90 metro de altura e pesava...bem, pesava bastante, mas não era gordo. Era uma camisa social branca (que meu pai usava por baixo do terno), e as mangas ficaram um pouco grandes nele, mas ele as dobrou deixando à mostra apenas os antebraços. -Acho que é melhor eu ir para casa agora...- ele disse, meio relutante. -É, está ficando tarde, sua família deve estar preocupada. Arrependi-me instantaneamente de ter falado isso. A expressão de Neji passou de felicidade controlada a rancor profundo. Pelo visto, ele não se dava muito bem com a família dele. Depois de alguns momentos durantes os quais ele permaneceu calado, vi seu cenho franzido e suas mãos agarrarem sua calça jeans, como se quisesse sufocá-las. Fiquei até com medo de que ele se descontrolasse e começasse a quebrar coisas. E o pior é que é tudo culpa minha. -Tchau. Ele pegou seu material, que estava perto do meu no sofá, e estava abrindo a porta da rua quando eu lembrei de perguntar: -Vejo você amanhã?- achei que esse fosse o melhor jeito de perguntar se nos encontraríamos na biblioteca. -Temo que não. Tenho outros compromissos.- ele ainda estava de costas a mim e foi embora. Ah, maravilha! Eu e minha boca grande acabamos de estragar tudo! Eu só fico imaginando que tipo de realcionamento ele tem com a família dele. Pelo que sei, ele custumava ter uma rivalidade muito grande contra sua prima, Hinata (que também estuda no SB¹ e é do meu ano). Ouvi dizer que ambos os pais de Hinata e Neji eram militares e ocupavam cargos importantes. Hiashi, pai de Hinata, foi escolhido para comparecer a uma conferência para se evitar uma guerra. No entanto, por causa dos riscos, Hizashi, pai de Neji e irmão gêmeo de Hiashi, tomou o lugar de seu irmão. Antes mesmo de chegar ao local onde a conferência seria realizada, Hizashi foi morto em um atentado. Neji ficou muito perturbado com tudo isso e passou a culpar seu tio pela morte de seu pai. Mas parecia que tudo já estava resolvido, depois que Hiashi teve uma conversa séria com Neji. Soube de tudo isso pela própria Hinata, que é minha amiga há anos. Talvez, se eu perguntasse a ela o que estava havendo com ele.... Mas isso não é da minha conta! É uma coisa pessoal e seria extremamente errado fazer perguntas sobre isso a qualquer um que não seja Neji! A curiosidade é grande, mas eu devo me conter. Vai que Neji descobre que eu andei perguntando para a Hinata sobre a vida dele? É capaz de ele não querer nem mais olhar para mim. E isso é algo que eu não poderia suportar. Passei o dia seguinte inteiro tentando achar Neji para devolver a camiseta que ele esqueceu lá em casa. Porém, como sempre, parece que ele havia desaparecido. Até fui à biblioteca, mas ele também não estava lá. Senti uma estranha pontada no coração ao ver a tão conhecida mesa vazia. Realmente, parecia que faltava algo. Resignada, estava deixando a escola quando vi, à piscina, uma aglomeração de garotas. Parece que a entrada do Uchiha na ANBU era de conhecimento geral. Mas acho que agora não era mais uma iniciação, e sim um treino de verdade, porque todas aquelas meninas gritavam o nome dele como se estivessem torcendo. Entre as mais eufóricas estava Sakura. Mas é claro que ela não me viu. Estava concentrada demais no seu campeão. Quando cheguei em casa, veio-me de novo o sentimento de solidão. O que estava havendo comigo? Estou assim só porque ele finalmente abriu os olhos à realidade e notou que eu não sou tão extraordinária a ponto de ser digna de atenção? Além do mais, assim como aconteceu com Shino, nunca formalizamos nada entre nós, então ele tinha todo o direito de me ignorar, como deveria ser. Lembrando do Shino, hoje é sexta-feira, e, apesar do que aconteceu ontem, acho que ainda tenho a obrigação de sair com ele. Não estou com a menor paciência para ficar escolhendo roupa, por isso vou com o que eu tiver de mais confortável e prático. Assim, se ele se provar um sociota, será até mais fácil para correr dele. Nada de vestido, nenhum sapato de salto, e tomara-que-caia nem pensar. Uma calça jeans normal, um sapato boneca e uma blusa estilo chinesa da minha cor favorita estão de bom tamanho. Do jeito que o Shino é incomum, ele não deve me levar a nenhum lugar comum a um primeiro encontro (por mais que seja um encontro entre amigos). Por isso, é melhor estar preparada para qualquer eventualidade, por mais que eu não tenha de correr de um sociopata. Às sete em ponto, eu ouço batidas na porta. Estava terminando de prender meu cabelo, então demorei um pouco até descer e finalmente atender. Ele não trajava seu costumeiro casaco grosso cinza, esse tinha uma cor diferente, era totalmente preto. Mas seus óculos escuros estavam lá, firmes e fortes. Cumprimentamo-nos e eu notei que havia um carro, também totalmente negro, parado bem em frente à minha porta e diretamente atrás de Shino. Não conheço quase nada de carros, então não sei qual modelo era, mas era algo similar a um Volvo (sei disso porque meu pai costumava ter um Volvo). Tinha o motor ligado e os faróis acesos (era um início de noite com muita neblina). Não sabia que ele já dirigia². -Vamos?- ele me perguntou. -Vamos. – eu confirmei. Caminhamos até o carro, e ele abriu a porta para mim. Depois, deu a volta até a porta do motorista e entrou. Durante todo o caminho, permanecemos calados. Senti certa ansiedade e expectativa vindas dele. Estava cada vez mais distante de um encontro de namorados. Notei que havia uma lanterna em um dos compartimentos visíveis do carro. Julguei ser para alguma emergência e dei pouca importância. Estávamos indo por um caminho que eu desconhecia por completo. Cada vez mais afastados da cidade, cada vez mais fundo nos campos que rodeavam Konoha. Eu estava assustada, a teoria do sociopata parecia cada vez mais vívida. Tentei não deixar isso transparecer, mas piorava a cada instante. Ele estacionou no meio do nada, pegou a lanterna que eu havia visto e saltou do carro. E eu apenas o segui. Eu poderia ter saído correndo. Eu poderia ter gritado (não sei quem me ouviria, mas não custa tentar). Eu poderia ter chutado, socado, cometido qualquer tipo de agressão física contra ele. Mas não. Eu apenas o segui. Andamos, ainda em silêncio, por uma trilha bem delimitada no chão, iluminada apenas por Shino que carregava a única lanterna que tínhamos. Não sou uma pessoa que fica assustada com facilidade em relação ao escuro, mas os barulhos da mata em volta, que se sobrepunham ao silêncio, causavam-me arrepios. As batidas do meu coração estavam descontroladas, e eu tentava me manter mais atrás em relação a Shino, mas tinha medo de perdê-lo de vista e acabar sozinha, em uma floresta, no escuro. Toda a tensão se desmanchou quando as altas árvores foram dando espaço a um campo aberto. Vi, ao centro da clareira, algo que a princípio não considerei possível.... Acho que entrei em um filme de ficção científica, porque o que eu vi foi um OVNI....

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Notas finais do capítulo

¹: SB é só uma abreviatura para o nome do col, ok? ;D

²: como eu já falei, o universo da fic é no estilo americano, portanto, sim, adolescentes de 16 anos ou mais já podem dirigir.

Reviews? :3