Magical Normality escrita por Jojo Almeida


Capítulo 1
Flying High Up There


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, consegui terminar alguma coisa de Harry Potter!
FINALMENTE!



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                - Então... Isso é normal?

                - Como eu posso saber?

                - Bom, é a sua filha.

                - Também é a sua filha.

                - Eu não especialista nesse assunto.

                - E eu sou?

                - Não sei... Você é a mãe.

                - E você é o pai.

                -Será que não dá para fazer nada a respeito?

                - Deve dar.

                - E isso seria algo bom... Certo?

                - Depende.

                - Depende do que?

                - Não faço a mínima ideia.

                - Ótimo. Somos um fracasso nisso.

                - Disso eu tenho certeza.

                Harry e Gina Potter encaravam a pequena Lily Luna, que parecia rir divertida da confusão dos pais. Com apenas onze meses, estava completamente alheia ao fato de que todos os objetos que a cercavam no tapete da sala estarem flutuando a alguns centímetros do chão.

                - Talvez devêssemos perguntar a sua mãe. – Harry sugeriu coçando a cabeça e ajeitando os oculos. Com seus trinta e poucos anos, não parecia mais aquele tal menino-que-sobreviveu. A parte do menino estava meio de fora, na verdade. Talvez, naquele momento, também não parecesse o chefe do departamento de aurors. Estava mais para pai de família atrapalhado.

                - Não. De jeito nenhum. – Gina discordou de prontidão, balançando a cabeça com veemência e fazendo com que uma cascata de cabelos ruivos flamejantes tão tipicamente Weasleys cobrisse seus ombros. – Já ouvi os discursos de maternidade dela o número de vezes que seriam necessários para uma vida. Capaz de ter até decorado-os, Merlin.

                - Mas... O que isso significa? – o moreno indagou confuso.

                - São apenas os primeiros sinais de magia, bobinho. – ela respondeu com um rissinho baixo, se aproximando dele um pouco mais.

                - Essas coisas não deviam acontecer só quando ela tivesse sete anos ou sei lá? – perguntou franzindo o cenho para a caçulinha.

                - Acho que sim. Depende. Não sei. – Gina respondeu pensativa, tentando agarrar um dos blocos de madeira que passou flutuando a centímetro de sua mão. Sem sucesso.

                - Ótimo. Nós somos realmente bons nisso. – o marido ironizou.

                - James e Alvo sobreviveram. – ela rebateu dando de ombros distraída.

                - Isso não prova nada. – Harry afirmou parte brincalhão, parte irritadiço.

                - Ah, Harry. – Gina suspirou revirando os olhos. Ela andou até a mesinha de centro, pegando o Profeta Diário e começando a lê-lo distraidamente. – Quanto drama. Algumas coisas estão flutuando, e daí? Ninguém vai morrer por isso.

                - Talvez se pedir com jeitinho... – Ele murmurou ignorando-a completamente. Ajoelhou-se, ficando em frente à filha e fitando os grandes e curiosos olhos castanho-esverdeados da ruivinha. – Hey, Lily. Que tal trazer as coisas de volta para o chão? Chão, sabe? Para baixo. Por favor. Papai está te pedindo. Papai ia gostar muito, muito mesmo que isso acontecesse.

                Gina levantou os olhos do jornal bruxo, precisando de todas as suas forças para não rir. A filha olhava para o pai de uma forma meio engraçada, como se estivesse meio divida entre rir ou ver aonde aquilo ia dar também. A coisa toda era bem engraçada, de fato. Harry Potter, o bruxo que matou o temível lord Voldemort, falando mansinho com a filha de onze meses para que ela parasse de fazer as coisas flutuarem não era algo que se via todos os dias.

                Ela largou o Profeta Diário no sofá de qualquer jeito, indo até o marido por trás dele e dobrando levemente os joelhos para que seus rostos ficassem na mesma altura.

                - Acho que não está funcionando. – ela sussurrou em seu ouvido com um riso baixo, como se estivesse conspirando contra a filha e não quisesse que ela escutasse.

                - Percebi. – Harry respondeu também em um sussurro, com uma careta cômica de desgosto. - Hun, eu preciso de sua ajuda. Tenho um plano melhor.

                - Melhor do que pedir com jeitinho? – a ruiva ironizou sem aumentar o tom de voz. – Nossa, agora eu realmente estou morrendo de medo.

                - Quase deu certo. – o marido se defendeu encolhendo os ombros.

                - Harry, ela tem onze meses. – Gina comentou batendo a mão contra a própria testa. – Duvido que tenha entendido mais do que duas palavras do que você falou.

                - Vamos tentar aquela coisa do “policial bonzinho/policial malvado”.  – Ele a ignorou novamente, sorrindo divertido.

                - Acho que você anda vendo filmes trouxa demais. – Gina comentou levantando uma sobrancelha em uma expressão de descrença engraçada. – Mas... Hun, certo. Não custa nada tentar. Quem eu sou?

                - A policial malvada. – o marido respondeu, ainda sorrindo.

                - Por quê? – ela perguntou fazendo um biquinho para a resposta.

                - Eu já fui um cara bonzinho. – o moreno justificou ajeitando os óculos de novo. – Se virasse o cara malvado do nada íamos acabar confundindo ela.

                - Ta, tá. – Gina murmurou afastando uma mecha de cabelo dos olhos e suspirando teatralmente de brincadeira.

                Ela jogou o cabelo por cima do ombro e colocou as mãos na cintura, fazendo uma cara obviamente fingida de raiva. Tentou se lembrar com sua mãe ficava quando brigava com Fred e Jorge por uma de suas travessuras quando eram pequenos, mas as imagens pareciam falhar em sua memória. Levantou a mão esquerda, apontando para ela com o dedo indicador e semicerrando os olhos.

                - Trate de colocar essas coisas no chão, moçinha. – disse com uma voz que devia ser firme, mas deixava passar um pouquinho do riso que tentava esconder com todas as suas forças. – E olha que eu não aceito não como resposta.

                Lily olhou para ela por um segundo, parecendo indecisa. Isso antes de abrir um sorriso sem dentes e soltar aquele riso gostoso que apenas as crianças muito pequenas coseguem ter. Gina desmoronou de sua pose de uma vez, rindo junto com ela.  Harry também ria, um pouco mais alto do que elas na verdade.

                - Não adianta. – a mãe voltou a falar depois de um tempo, meio divertida, meio decepcionada. – Merlin, eu sou péssima nisso. Nunca vou conseguir ficar brava com ela.

                - Espero que ela não puxe aos tios, se é assim. – ele comentou com um sorriso engraçado, passando a mão pelos fios de cabelo pretos altamente rebeldes. – Já basta às travessuras de James e Alvo, não precisamos de mais nenhuma. Daqui uns tempos esses três vão ser capazes de colocar a casa a baixo.

                - Tem razão. – Gina admitiu com um suspiro. Em seguida sorriu levemente travessa, olhando para o marido com uma expressão inconfundível. Aquela expressão que costumada usar quando tinha alguma coisa planejada. – Mudança de planos. Vamos tentar assusta-la.

                - Assusta-la? – ecoo. Fora sua vez de levantar uma sobrancelha em uma expressão de descrença obvia. – Por que iríamos assusta-la?

                - Para fazer com que as coisas voltem para o chão, oras. – ela respondeu com um tom de voz que fez a coisa toda soar bem obvia. De fato, não parecia que nenhum dos dois estavam mais tão preocupados assim com o fato dos objetos estarem flutuando. O que também era meio engraçado. – Deve funcionar que nem quando estamos com soluço. Se alguém te dá um susto, para.

                - Soluço também para se prendermos a respiração por um tempo. – Harry rebateu com um riso baixo levemente crítico. – Devo enforcar minha filha por causa disso também?

                - Bobo. – Gina disse dando um tapa de brincadeirinha no ombro dele. – Só faça está bem? Eu tentei ser a policial malvada quando você pediu.

                O auror deu de ombros. Era uma ideia bem lógica, se parasse para pensar sobre isso. Soluços são coisas involuntárias, assim como as manifestações da magia. Ele o olhou para a enigmática ruivinha que estava sentada a sua frente, com o vestidinho branco de laço rosa caído em camadas ao seu redor. Ela parecia fitar os pais com interesse, mas talvez fosse apenas uma impressão.

                - Rwrrrr. – Harry resmungou fazendo uma carta engraçada em que mostrava os dentes parcialmente, seu olhos esquerdo ficava fechado e a mão se dobrava com os dedos em uma espécie de garra estranha que lembrava um hipogrifo em posição de ataque. Lily Luna riu, mostrando sua falta de dentes novamente e sendo acompanhada pela mãe de prontidão.

                - Muito assustador. – Gina ironizou ainda rindo um pouco, esticando a mãe esquerda e agarrando um bichinho de pelúcia que flutuava. Era um elefante de roupinha listrada azul marinho e grandes olhos verdes, notou antes de soltá-lo novamente e observar que ele ainda flutuava no espaço em vez de cair no chão como seria esperado. – Mas acho que não deu certo.

                - Ótimo. – ele murmurou franzindo o nariz em desgosto. – Já sei!

                Harry levou a mão ao bolso da calça, puxando a sua conhecida varinha de pena de fênix de lá. Girou o objeto entre os dedos distraidamente, como se pensasse em um feitiço que fosse mais adequado. Gina observava tudo com uma expressão engraçada, franzindo o cenho para ele. O moreno logo se decidiu, levantando a varinha, murmurando um feitiço em voz baixa e fazendo com que surgisse no ar um lindo lírio branco que rodopiou no espaço junto com os blocos de madeira antes de ele segurá-lo entre o dedo indicador e o polegar.

                Lily arregalou os olhos levemente surpresa, para depois rir divertida e juntar as minúsculas mãozinhas em palmas animadas meio desajeitadas.

                - Isso. Flor bonita, Lily. – Harry confirmou com a mesma voz mansa que usara antes. – Um lírio para minha Lily. Lírio são flores bonitas. Você quer essa flor bonita? – a ruivinha balançou a cabeça afirmativamente e estendeu a mãozinha na direção do pai. -  Papai te dá a flor bonita. Lily só tem que fazer tudo voltar para o chão. Para baixo. Nós já tínhamos falado sobre isso antes não é? Tudo para baixo, e Lily ganha a flor. Simples.

                Gina olhou para a cena toda antônima de mais. Quando finalmente se recuperou, levantou a mão e desceu sem dó no ombro do marido, completamente irritadiça.

                - Babaca! – ela ralhou. – Você por acaso não está tentando chantagear minha princesinha, está?

                - Não, não. – o moreno se defendeu levando a mão até o ombro e massageando o lugar que ela havia atingido. – É apenas uma troca amigável. Nada de mais, querida.

                - Não ouse, Harry Potter. – Gina disse irritadiça arrancando a delicada fflor das mãos dele com um gesto brusco. – Que tipo de filhos você acha que estamos criando aqui? Lily não entende quase nada do que está falando, e você usa a parte que ela entende para chantagea-la. Não me surpreende que Alvo e James tentem botar a casa a baixo toda vez eu viramos as costas.

                - Calminha aí, Ginny. – Harry respondeu com uma careta. – Os filhos são tão seus quanto meus.

                - Vamos nos concentrar em colocar as coisas no chão, está bem? – ela suspirou. – Deve ter algum feitiço para isso por aqui.

                Gina se levantou, indo até a estante que ficava em um canto mais afastado da sala e puxando de lá um pesado livro com capa de couro. Ela voltou para perto do marido, colocando o livro no chão com um poderoso paf. Lily riu e,como se respondesse ao som, o livro começou a flutuar no espaço com os outros brinquedos.

                - Deixe-me ver... Deve ter algum feitiço contra isso por aqui. – Gina murmurou lutando contra o livro para poder virar as suas páginas. – O que eu procuro?

                - Sei lá. – Harry deu de ombros. – Tente algum contrafeitiço para azarações  que deve servir.

                A ruiva continuou lutando contra o livro, tão arduamente que seu cabelo já cobria quase todo o seu rosto de uma forma bagunçada fofa. Lily riu, batendo palmas. O livro se içou no ar, indo cada vez mais para o alto e fazendo com que ela o largasse.

                Gina bufou, afastando parte do cabelo que estava em seu rosto e olhando para Harry com os olhos chorosos.

                - O que você quer que eu faça? – ele perguntou parecendo ter que se segurar para não rir.

                - Não sei. – bufou de novo. – Faça alguma coisa. Qualquer coisa.

                Harry se virou para Lily com uma expressão indecifrável no rosto. A pequena sorria para ele, ainda batendo palminhas. O cabelo ruivo caia rebelde até não mais que os ombros, com pequenas curvinhas nas pontas.  Ele se ajoelhou, pegando-a no colo.

                - Devolva o livro da Mamãe. – ele disse com um tom de voz engraçado que as pessoas costumavam usar com crianças pequenas, fazendo cosegas nela com a mão esquerda. – Ah, sim. Devolva o livro da mamãe. – Lily se contorceu, vermelha de tanto rir e tentando afastar a mão do pai com tapinha. – Devolva o livro da mamãe, Lily. Mamãe quer o livro de volta.

                Gina olhou para cena incrédula. Assim que conseguiu assimilar o que estava acontecendo, começou a rir. E a rir, e a rir, e a rir. Gina ria tanto quando Lily, mas Harry não havia encostado nem um dedo nela. Quando deu por si, já estava deitada no chão de tanto rir, olhando para o teto e vendo os brinquedos da filha passarem diante os seus olhos como um bizarro desfile de ponta cabeça.

                - Mamãe, Mamãe! – Uma voz criança gritou. Ela se apoiou nos cotovelos, a ponto de ver Alvo entrar correndo na sala sendo seguido por um James. Alvo,  agora com seus recém adquiridos 3 anos, corria em sua direção empunhando a vassoura de brinquedo que ganhara de aniversário. – James  tra-‘Trapiceou’!

                - Não trapaceie nada. – o irmão negou correndo um pouco mais para ao lado dele, em frente à mãe.

                - Trapiceou sim! – Alvo negou irritadiço, arregaçando as mangas do casaco azul que usava e estava grande demais nele.

                - Olha, Al! – James exclamou olhando para cima maravilhado. Era alto para sua idade, mas ainda sim os brinquedos conseguiam passar a uns dez centímetros de sua cabeça.  – ‘Tá tudo voando!

                - Oh! – o mais novo exclamou surpreso. Os dois trocaram um sorriso cúmplice e, antes que Gina pudesse pensar em algo para falar, já estavam no ar determinando quem ia pegar o que. James ficou com os blocos de madeira, e Alvo com os bichos de pelúcia.

                - Voltem aqui! Os dois para o chão agora! – Gina exclamou tentando perseguir os filhos. Infelizmente, não conseguia definir qual perseguir primeiro, além de que os dois pareciam ter herdado tanto as habilidades do pai quanto as dela quando se tratava de uma vassoura. Passavam por ela como duas flechas, sempre em direções opostas. – Arrrgh!

                Harry continuava a fazer cócegas em Lily, sem perceber que quanto mais a garotinha ria mais objetos ia ao ar.  Gina estava totalmente descabelada da luta com o livro, mas corria atrás dos filhos como julgaria impossível.

                Em algum ponto, nenhum deles saberia dizer qual, Hermione entrou pela porta aberta, deixando a bolsa em cima da mesa de jantar e se virando para encara-los. A Granger suspirou, olhando para a cena momentaneamente congelada. Já havia se acostumado com as surpresas da casa os Potter, mas nenhuma se igualava aquela.

                Ela andou calmamente até o centro da confusão. Lily Luna ria e batia palminhas animadas, em quanto os pais perseguiam os dois filhos mais velhos. Pegou a garotinha no colo, sorrindo para ela antes de se virar para a bagunça.

                - HEY! – ela gritou ao mesmo tempo em que Gina conseguia agarrar Alvo e Harry, James. Os quatro se viraram para ela surpresos por não terem a notado ali antes. -  O que aconteceu dessa vez?

                - Lily estava fazendo as coisas flutuarem. – Harry culpou a filha como se tivesse sido pego pela mãe no meio de uma travessura e não quisesse levar a culpa. Hermione ergueu uma sobrancelha, olhando para a sobrinha com um sorriso.

                - É mesmo, Lily? – perguntou para a garotinha. – Bom, não me surpreende.

                - Mas Hermione, os primeiro sinais de magia só deviam aparecer quando ela tivesse- Gina começou a falar, sendo interrompida logo em seguida.

                - Gina, presta atenção. – Hermione disse calmamente. A amiga assentiu. – Nós não estamos falando de uma garotinha qualquer. Essa é Lily Luna Potter, filha de Ginerva Molly Weasley Potter e Harry James Potter, os dois maiores bruxos que já conheci. É obvio que ela é diferente. Lily é especial, de um jeito incrível.

                - É... Mesmo? – Gina murmurou antônima, olhando-a com uma expressão estranha. Hermione riu baixinho, indo até Harry e colocando a caçulinha nos braços dele.

                - É. – ela disse. – Agora tira essa cara de peixe morto e vamos logo. Você prometeu que ia ao beco diagonal comigo e eu disse a Ron que estaria de volta antes do entardecer.


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Notas finais do capítulo

E... Fim.
Nem acredito nisso.
Certo, foi só uma one-shot.
Mas eu SEMPRE tive bloqueio quando se trata de Harry Potter.
É INCRÍVEL!
Enfim... DEIXE UM REVIEW!
Vamos, é a primeira vez que eu escrevo alguma coisa nesse mundo.
Quero saber o que achou.
Quero mesmo.
E ainda juro para você que não mata não.
Beijos,
Jojo