Como Dizer Que Chegou Ao Fim? escrita por July Carter


Capítulo 1
Capítulo 1




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PDV BELLA

Anos e mais anos, conversas e mais conversas. Chega uma hora que temos que dizer basta ou pelo menos tentar mudar a relação. Edward , após a minha transformação nunca mais foi o mesmo. Foi se modificando aos poucos no início até que foi legal, mas depois o relacionamento foi esfriando e eu também mudei. Não posso dizer que sou a mesma Isabella boba e apaixonada de antes, para falar a verdade, acho que se tivesse a chance de escolher novamente com quem eu ficaria escolheria Jacob.

 A eternidade é cansativa. Entediante para falar a verdade. Eu sentia interesse, curiosidade até de saber como seria minha vida sem Edward, mas o ponto chave da situação estava... Como contar isso para ele? Por mais que a sua personalidade tenha mudado acho que o que ele sente por mim nunca fora alterado. Olhei para o meu lado onde ele estava deitado, seus olhos dourados me fitavam, seus dedos faziam movimentos circulares nas minhas costas.

A verdade é que eu tinha medo de contar a verdade, tinha medo de vê-lo desaparecer, por mais que eu não amasse ainda o tinha como um bom amigo, o meu melhor amigo. Do nosso amor adolescente nasceu a minha filha, a minha única filha. Renesmee. De tantas aventuras que tivemos todas foram marcantes, de seus vários pedidos de casamento até o dia que nos conhecemos naquela escola.

Eu tenho medo de perdê-lo em um de seus ataques de bipolaridade, tenho medo de vê-lo sumir para sempre da minha vida e da vida de minha família, talvez porque eu não tenho nada que o prenda aqui? Às vezes eu chego a pensar que ele só está comigo por falta de opção, por medo de está “enferrujado”. Mas acho que para mim hoje tanto faz.

- Eu te amo minha Bella. – ele sussurrou em meu ouvido puxando a coberta em nossa direção. Esse era um costume do velho Edward que havia sobrevivido.

- Eu...eu também te amo. – respondi, mas nesse pequeno Eu também te amo esgotei meu estoque de mentiras de todos os anos.

Eu perdi a conta de quantos Eu te amo sem sentir o mesmo já pronunciei, de quantas decepções já o fiz passar. Meu coração morto estava em pedaços junto com o dele também de certa forma, era difícil dizer quem sofria mais. Talvez o meu modo de esconder o que eu sinto seja o meu modo de proteger não só a ele como a mim mesma.

- Eu estou com sede. – sussurrei baixinho.

Edward rapidamente se descobriu das cobertas e levantou-se.

- Vou pegar o resto de sangue que tenho guardado para você.

Há um bom tempo eu havia deixado de me alimentar com a dieta animal, talvez ela fizesse com que eu ainda tivesse sentimentos, agora com o sangue humano eu me sentia um monstro. O monstro que eu sempre temi em ser transformado.

Sem sentimentos, egoísta, possessiva. Era assim que eu me sentia.

Lembro-me exatamente do dia que resolvemos dar um tempo, foi só eu o vê com outra que eu voltei a sentir amor por ele. Hoje  tenho certeza que isso não é amor, eu apenas tenho medo de ficar sozinha, sem o amor dele e sem o meu amor próprio.

No nosso primeiro ano de casados fugíamos da escola como duas crianças e corríamos para qualquer lugar longe da mesa, ficávamos horas do nosso dia conversando bobagens até a hora de pegarmos nossa filha.

- Aqui está. – Edward murmurou estendendo a garrafa com sangue em minha direção.

- Tem certeza que não vai querer? – perguntei mordendo o lábio antes de abri-la.

- Pode tomar gatinha. – falou dando um pequeno sorriso. Era assim que ele me chamava. Gatinha.

Abri a garrafa com cuidado e assim que removi a tampa o forte aroma de sangue humano ativou o monstro dentro de mim, levei a garrafa a minha boca sem pensar duas vezes, eu apertava rezando para que tivesse mais liquido mas ela estava vazia.

Edward ao perceber minha frustação suspirou e disse:

- Precisamos caçar novamente.

Assenti.

Edward não tinha mais tanto remorso em tirar vidas humanas, já eu ao contrário dele ainda me preocupava um pouco com isso. Então nós dois decidimos desde então começarmos a roubar o banco de sangue. Poupava mais vidas e não era tão trabalhoso.

Ele sentou-se atrás de mim e me puxou para o colo dele, olhou em meus olhos e perguntou:

- O que você tem gatinha?

Como dizer para ele o que eu tinha? Como eu iria dizer para ele que o nosso relacionamento de anos estava quase no fim? Eu não possuía forças para isso muito menos coragem. Não gostaria de ver a tristeza estampadas no homem que me deu a “vida”, no homem que com o tempo me ensinou a ser o que sou hoje.

- Eu estou bem Edward.

Mentiras e mais mentiras. Por quanto tempo eu vou ficar mentindo para mim mesma? Não estou bem. Não estou nem um pouco bem.

- Não parece Bella. Me conte o que você tem.

- Eu já falei Edward. Eu estou bem. – me virei para o outro lado da cama.

 Como eu queria dormir nesse momento, eu achei que nunca sentiria falta disso mas hoje percebo que o sono é um privilégio, uma fortaleza para me livrar de mais palavras trocadas, mais caricias com sentimentos inexistentes.

Para muitas definições o amor não acabar. É algo inesgotável. As vezes chego a me perguntar porque tem que acabar comigo? Na minha opinião sempre fui uma boa mãe, uma boa namorada e por um tempo até uma boa esposa. Mas por que teve que acabar assim?

Edward me puxou novamente para perto dele, suas mãos passeavam por meus braços até parar em minha mão a qual apertei um pouco. Isso era algo tão comum entre nós chegava até ser algo intimo. Sempre que não tínhamos mais nada o que falar ele fazia isso e eu sempre que ele segurava minha mão eu a apertava. Era conectividade.

Senti a respiração gélida de Edward na minha nuca e em seguida seus lábios na mesma. Mordi meu lábio inferior com o seu movimento. Sua mão que até então estava moldada sobre a minha agora estava passeando pelo meu corpo, o moldando e o embalando em um ritmo perfeito. Me virei para olha-lo, seus olhos não estavam mas dourados e sim vermelhos. Ele aproximou seus lábios dos meus e com isso sua mão foi direcionada ao meu rosto. O toque dos nossos  lábios fizeram um barulho estranho talvez para os ouvidos humanos mas para o nosso era um barulho habitual, estávamos acostumados com ele. Enquanto nossos lábios se tocavam e nossas línguas buscavam o ritmo perfeito eu levara minhas mãos até seus cabelos dourados, tão macios, tão meus. Em um movimento ágil e ao mesmo tempo cuidadoso ele me deitou na cama ficando por cima de mim, meus braços passeavam por seu corpo e subiam sua camisa com um pouco de urgência, nosso beijo ficava cada vez mais urgente e o olhar de Edward estava em meu rosto como se pedisse permissão para fazer algo. Dei um meio sorriso gentil assentindo para seja lá o que ele quisesse fazer.


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