Simplesmente Complexo escrita por Julie Blair


Capítulo 49
Capítulo 49




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Voz: Booth

Largamos os cavalos, já os enxergávamos ao longe, embora não nos enxergassem. Nos dividimos em três grupos para atacá-los. A chuva já se resumia em chuvisco e, ainda assim, o solo permanecia inundado.

- Agora.

Grupo por grupo, silenciosamente, passou a avançar. Meu objetivo era chegar até Brennan... E sabia onde ela estava. Não protegeriam tal área por outro motivo. Não Ben.

Atrás de arbustos e árvores me escondida. Eles eram muitos, mas também éramos. Passo a passo, os riscos aumentavam. Mas os índios prosseguiam, eram corajosos... Mesmo com o armamento pouco eficaz. Era o único a carregar uma arma, a segurava com força, frente a mim, pronta para ser disparada. Mantínhamos o silêncio, os passos cuidadosos... Até que escutássemos as hélices do helicóptero, indicando que Max estava a caminho. Não tínhamos mais porque esconder, eles sabiam que estávamos ali. Então apenas corremos, os enfrentamos. Lança por lança, objetos afiados de metal, e armas potentes foram jogadas no chão. Apenas escutávamos o barulho do helicóptero ao fundo, e os gritos de dor e de honra de todos que perdiam suas armas. Não pude me concentrar nos índios que ali morriam... Que deixavam suas lanças, ao lado de seus corpos. Não pude me concentrar nos grandes heróis... Naqueles que desarmaram com apenas uma lança e mataram com grandiosidade homens duramente treinados.

- Eles estão fugindo!

Um dos índios gritou, apontando para três homens. Entre eles, Nathan... Que correu, o mais depressa possível.

- Sigam!

Quatro índios isso fizeram, com suas lanças e bravura. Nathan e os demais homens já haviam perdido suas armas, estavam desprotegidos. Vi, bem a minha frente, Nathan e os dois homens darem passos a mais acreditando ser aquele o mesmo solo lamacento em que pisávamos. Mas não, esse não era o caso. Não era apenas um solo lamacento... Era uma grande concentração de areia movediça. Logo, suas pernas começaram a afundar. Percebendo a situação, sem um lugar onde pudessem se segurar, Nathan suplicou...

- Preciso que me tire daqui! Me tirem daqui!

Os índios nada fizeram. Sentiam que aquele não era um bom homem. Acreditavam que ele realmente merecia ter o seu fim, assim como os outros.

E assim vi, diante de meus olhos, Nathan e os dois homens afundarem pouco a pouco... Até que suas cabeças estivessem cobertas. Nunca mais poderíamos escutá-los... Eles ficariam perdidos ali, naquele lugar, para sempre.

 Continuei, avancei ainda mais... Já havia deixado muitos homens para trás, procurava um provável lugar onde Brennan poderia estar. Sabia que ela estava ali, embora não soubesse exatamente aonde... E eu precisava encontrá-la, precisava vê-la. Foi então que enxerguei uma gruta e soube... Soube que ela estava ali. Corri, corri muito... O mais depressa que pude. Meus sapatos afundavam e sujavam na lama. Minha roupa estava molhada... Dava para se ver meu peito pela camisa branca, que havia tornado-se transparente. Finalmente, sem fôlego, enxerguei Ben. Ben virou-se para mim, e de imediato, dei um soco que acertou em cheio seu rosto. Ben voou para trás, batendo com força suas costas e cabeça contra o fundo da gruta. Deixou rastros de sangue ali, havia doído... Embora seu sorriso permanecesse constante.

- Não acabará assim Agente Booth!
Ben falava, com esforço. Suas palavras se misturavam, eram confusas... Ele se esforçava para manter a consciência. O que lhe restara de energia foi gasto quando tentou apanhar a arma, para apontá-la para Brennan. Brennan. Via suas lágrimas e suas mãos trêmulas... Não sentiria culpa por matá-lo. E foi depois de olhar para Brennan, que dei o tiro final. O tiro acertou em cheio sua cabeça, fazendo-o perder a consciência de vez. Brennan ainda chorava e tremia... Suas mãos amarradas, com cordas que certamente a machucavam. Aproximei-me, com pressa... Seus olhos encontraram os meus, acariciei de leve o seu rosto, e juntei meus lábios aos seus. Segurei-a, puxei-a para mim. Nossos lábios quentes, nossas respirações ofegantes, se misturavam no beijo mais intenso e terno. O medo de perdê-la, o medo de nunca mais enxergá-la, tudo uniu-se naquele beijo. Podia sentir sua pulsação, forte quanto a minha. Os machucados, as dores que sentíamos... Tudo foi esquecido, naquele momento. Nada mais importava, tínhamos um ao outro.

 Quando nossos lábios enfim se separaram, desamarrei as cordas que prendiam seus pulsos e pernas. Fiz o mesmo com Zora e Caio, tendo cuidado com os arames espalhados pelas mãos de Caio. Suas mãos estavam cobertas de sangue, precisávamos tirá-lo dali. Foi então, que Max entrou na gruta acompanhado de mais homens. Ele havia conseguido contatar reforços... Estávamos salvos. Um por um, os índios foram tirados e atendidos. Peguei Brennan em meus braços, carregando-a em meu colo.

- Você está bem, querida?

Brennan balançou a cabeça afirmativamente, para Max.


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