Simplesmente Complexo escrita por Julie Blair


Capítulo 37
Capítulo 37




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Voz: Brennan

- Festa grande, Jung ficou feliz!

Jung disse, com os olhos ainda brilhantes. Zora respondeu...

- Você mereceu, Jung... Foi muito corajoso!

Concordei, imediatamente. Jung ficou sem jeito, logo observei.

- Jung não pode dormir com Mani – Aiá e Zora... Tenho que ir para a barraca de Caio.

Era visível sua vontade de ficar. E também era visível a vontade que Zora tinha, de que ficasse ali.

- Mas isso não quer dizer que não podemos nos encontrar... Ainda há tanto da noite, Jung!

Zora acrescentou, com um lindo sorriso no rosto. Jung sorriu, entendendo suas intenções... Mas preferiu retornar ao assunto inicial, reafirmar nossos planos.

- Amanhã, quando o Sol estiver a pino¹, Jung, Caio, Mani – Aiá e Zora ir em busca de contato.

Estava combinado, todos concordamos. Seriam cinco dias exaustivos de caminhada... Mas tínhamos um plano, tínhamos um caminho cuidadosamente planejado para seguir. O seguiríamos, e se tivéssemos sorte, significaria minha liberdade... Minha vida, de volta, mais uma vez. 
Zora e eu conversamos um pouco mais dentro da barraca... Era pequena, mas realmente aconchegante. Após conversarmos por mais um tempo, pedi uma pequena pausa... Tinha algo importante a fazer... Faziam dias que não escrevia a Booth, e deveria, depois de tantos acontecimentos. Além de escrever sobre a fuga, a festa, a gentileza de todos os índios da aldeia de Jung, escrevi sobre o quanto sua ausência doía... Sobre o quanto nada seria o suficiente, até que estivéssemos novamente juntos.

Olhar Zora e Jung, me fez lembrar do antes... Dos tantos anos que passamos, das idas e vindas, até que pudéssemos finalmente ter uma vida compartilhada. Me fez lembrar do antigo calor de seus braços, do seu toque comedido, e da vontade que sentia de beijar seus lábios, quando estávamos próximos. Me fez reviver uma história... Nossa história... De Booth, e eu. E era linda, apesar de dolorosa... Observei, sorrindo. E aquela deveria ser apenas mais uma das muitas partes dolorosas, que superaríamos, juntos. Porque nossa história era linda... E não podia, de forma alguma, acabar assim.
Quando acabei de escrever, percebi que Zora me observava, curiosa e interessada. Não sabia exatamente o que estava fazendo, mas percebi que tinha algum palpite em mente. Percebendo seu interesse, lhe respondi...

- São cartas. Para Booth. Escrevi outras, mas tive que deixá-las... Quero que um dia possa lê-las.
- Hm...

Zora tentava disfarçar o interesse que sentia pelas cartas. Mas não por muito tempo...

- Eu podia ler? Um dia?

Sorri, lhe entregando a carta que havia acabado de escrever. Zora a leu em voz alta, se prendendo por vezes nas palavras e nos detalhes. Lhe agradou o fato de seu relacionamento com Jung ser semelhante ao meu e de Booth no passado... De tal forma, que lhe fez imediatamente me fazer um novo pedido.

- Preciso que chame Jung... Diga que espero ele, na Grande Árvore.
- Grande árvore?
- Ele entenderá.

Disse Zora, já saindo da cabana. Não tive escolha a não ser chamar Jung, e fazer o que Zora havia me pedido.

O caminho até a chamada “Grande Árvore” foi longo... Jung parecia ter pressa, seus passos eram maiores e mais rápidos do que normalmente. Acompanhei seu ritmo, até que enxergássemos uma realmente enorme árvore ao longe. 

- Jung está bonito?

Dei uma pequena risada, antes de responder...

- Está sim... Um belo índio!

Jung sorriu, satisfeito com minha resposta. Logo, virou-se... Para seguir o caminho, que o separava de Zora. Quando estavam próximos, já sabiam o que aconteceria... Zora lhe seguraria com força, o beijaria com amor e paixão, enquanto Jung misturaria todos seus sentimentos com o prazer e a doçura de um primeiro beijo. 
Eles ficaram de mãos dadas, trocando promessas, enquanto eu os observava ao longe... Com a mesma curiosidade de Zora, ao ler minha carta. Senti que aquele momento deveria ser deles, e apenas... Então me distanciei, os deixei para trás, aquele deveria ser além de um começo para mim, um começo para eles.


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Notas finais do capítulo

Glossário:
1. Sol a Pino: Sol do meio dia, em zênite, perpendicular a terra.



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