Voz: Booth

Minha mente estava confusa, nada parecia fazer sentido. Tudo estava além da minha capacidade de compreensão. A letra e as digitais de Brennan estavam ali, mas sabia que não era verdade. Brennan jamais abandonaria a mim, a Sophie... Brennan jamais deixaria pra trás tudo o que tínhamos. E ao mesmo tempo, uma pequena parte de mim, temia que fosse verdade. Por mais que não fizesse sentido, sabia que ela tinha tocado naquela carta... Pude perceber o quanto as linhas estavam tortas, também notei os rastros de lágrimas deixados na folha de papel... Mas mesmo que ela estivesse em cada palavra, não conseguia acreditar que ela me deixaria, deixaria Sophie... Eu a amava, mais do que nunca pensei amar a alguém, ela não poderia me abandonar... Eu jamais a abandonaria, eu precisava dela, acima de tudo.

- Seeley, todos lemos! Foi a Dra. Brennan quem escreveu essa carta, as digitais dela estão aqui! Foi ela!

Cam gritava. Não estava focado completamente nela, meus pensamentos estavam longe... Brennan me amava, amava o que tínhamos... Aquilo não podia ser verdade. Estava perdido em minha mente, tentava encontrar algum sinal, enquanto desacreditava.

- Seeley!

Cam gritou novamente, forçando que respondesse. Olhei em minha volta, todos estavam abalados com a carta. Angela não falava, e Hodgins passava os dedos de leve sobre seu ombro. Os estagiários estavam mudos, como se não existissem. Todos estavam tentando entender a situação, não fazia sentido algum.

- A Bones... Ela jamais escreveria isso! Ela jamais nos deixaria sozinhos, nós somos uma família! Ela não faria isso, entendeu? Ou é difícil demais pra você enxergar algo além de uma evidência?

Minhas palavras sairam um pouco mais ríspidas do que queria. Mas Camille compreendeu, meus olhos encheram-se de água, e então ela aproximou-se o suficiente para um abraço.

"Vai ficar tudo bem, vamos encontrá-la".

Ela sussurrou. Mas não sabia se acreditava em suas palavras... Não sabia se seríamos o suficiente. Senti Angela aproximar-se também, e colocar a sua mão tremula sobre meu ombro. Ela não disse nada, mas não precisava de mais nada para entendê-la... Ela também estaria lá, todos estariam, e faríamos de tudo, mas a encontraríamos.