The Legend Of Cleopatra escrita por Lady Holmes


Capítulo 8
Apontar e atirar


Notas iniciais do capítulo

*-* Vamos começar a bagunça. UAUHAUHAH



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Cairo, Egito. A capital da história antiga, da grande civilização dos faraós. O sol estava alto, um calor infernal. Tirei a jaqueta, mas eu havia escolhido a cor preta para ir ao lugar errado.

- Eu deveria ter me tocado que preto não era a cor para a ocasião. – Disse revirando os olhos. Não tínhamos bagagem, por isso seguimos para a rua. Tentei alguma sorte com o meu celular, mas duvidei mesmo que ele fosse ajudar.

- Precisamos de um telefone. – Eu disse séria. Bakt foi rapidamente a uma pequena loja e comprou um descartável. Digitei o numero do tio Phill e logo escutei sua voz pelo telefone.

- Al salamm a’ Laykum – Oi em árabe.

- Hey tio Phill.

- Emily? – Agora ele falava em inglês. – Emily!

- É, sou eu! – Disse dando um risinho nervoso. – Será que você poderia vir me buscar no aeroporto?

- Me de cinco minutos! – E então ele desligou.

 Tio Phill era o irmão gêmeo da mamãe. Ele me mimava por não ter filhos e eu ser sua única sobrinha. Era um amor, mas vive sempre se metendo com mulheres erradas. Vi seu carro aparecer no horizonte e sorri, não o via há quase um ano. Mas ainda estava pensando no que eu iria usar como desculpa para tudo isso.  Ele desceu do carro e abriu os braços, me convidando para um abraço.

- Quem é minha sobrinha preferida? – Ele disse, sorrindo. Corri e o abracei.

- Tio Phill! Que saudades. 

- Hey, porque tanto preto? Quer provar o que, para quem? – Ele disse rindo, até perceber que eu estava acompanhada, e não era por meu pai. – Emily, o que está acontecendo? – Phill também era arqueólogo, o que significava que ele sabia de tudo. Que grande família essa a minha, me escondeu minha própria história durante anos.

- A tumba foi aberta, meu pai foi pego, e eu quero saber exatamente até que ponto você está envolvido. Ah, - eu disse apontando para Dean e Bakt. – Esses são Dean e Bakt.

- Você descobriu logo, não foi? – Ele disse sério. – Entrem no carro, vocês correm perigo aqui fora.

Fomos em direção a sua casa, na zona nobre da cidade. Em quanto eu via a paisagem passando eu sentia que algo estava errado. E me sentia em casa. Era estranho, mas parecia minha casa. Chegamos à mansão, uma casa clara e bonita que minha mãe havia ajudado a decorar. Entramos e eu me joguei no sofá.

- Agora, você me conta o que sabe sobre essa história de eu ser a reencarnação da Cleópatra.

- Eu não sei muito, sei o que todos sabem. E o que li no livro...

- Do professor Collins? – Eu disse. Ele confirmou. – É, parece que todos apenas sabem disso. O que está escrito lá, mas parece que tem mais coisas. 

- E como você sabe disse? – Ele pediu.

- Pashedu me contou.

- Quando foi que ele consegui falar com você? – Dean pediu, preocupado.

- Meu sonho... Parece que temos alguma ligação. – Eu disse, dando de ombros. – O que eu quero saber, é como é que vocês descobriram que eu era a reencarnação da Cleópatra antes de eu aprender a engatinhar. – Disse furiosa.

- Isso envolve coisas que só seu pai tem o direito de lhe contar Emily. – Disse Phill sério.

- Pelo que vejo não tem como ele me contar alguma coisa então... Seria muito mais fácil se você cooperasse. – Nisso, de relance escutei a voz do tio Phill dizer:

- Se ela soubesse que é adotada... – Mas eu percebi que a boca dele não estava se mexendo. Eu acabava de ler os pensamentos dele, por segundo, não consegui fazer novamente, mas o que eu escutei foi o que eu precisava. Para saber sobre mim e para que as lágrimas começassem a escorrer pelos meus olhos.

- Quer dizer que Mary e James não são meus pais? – Isso o pegou de surpresa. Ele se calou e me encarou.

- A dois segundo você não sabia, como você...? – Ele estava confuso.

- Eu escutei você pensar nisso. Por poucos segundo, e não consegui escutar mais, mas escutei o que era necessário. Eu sou adotada, afinal.

- Bem, você é parte da família. Mary e James estavam no Cairo procurando a tumba de Cleópatra quando Mary descobriu sobre a lenda. Ela se aprofundou a tal ponto de conseguir localizar a próxima reencarnação. Mas não foi a única. A lenda é famosa aqui no Egito e todo e qualquer cidadão local tem medo que a lenda ocorra. Um grupo seleto de homens e mulheres também descobriu sobre você. Mary, James e eu estávamos lá quando eles invadiram sua casa. Você era uma criança linda. Sua mãe nos viu, e vendo a pureza no olhar de Mary te entregou. Todos acabarem queimados no fim do dia. Decidimos que para sua segurança, você viveria o mais longe possível do Egito. – Eu não conseguia assimilar o fato de que minha família de verdade estava morta e que eu havia sido a causa disso.

- Parece que todos que se aproximam de mim morrem no fim. – Eu disse tristemente.

- Você não sabe como isso é correto, imperatriz – Escutei a voz sombria de Lenny e gelei. – Tenho contatos pela cidade que estavam de olhos abertos esperando você chegar. É bom revê-lo Phill.

- Lenny seu covarde assassino. – Disse meu tio sacando uma arma. Mas Lenny não estava sozinho, haviam no mínimo quinze homens com ele, todos armados. Meu tio fez sinal para que fossemos atrás dele. Virando o sofá e transformando em uma trincheira ele disse rapidamente.

- Ok crianças, eu acho que estamos em desvantagem aqui. – Ele tirou uma almofado do sofá revelando um mini arsenal de guerra. Me entregando um revolver eu sorri.

- Agora eu sei porque serviu todas aquelas aulas de tiro com você tipo Phill.

- E lembrem-se, eles não vão parar antes que vocês estejam mortos. Não parem também. – Ele disse sombrio. – Corram para o mais longe, Emily, vão ao minha garagem. Lá tem duas motos, sei que posso contar com você, e alias, pegue mais algumas armas e boa sorte. – Então o tiroteio começou.

  Tenho que dizer que eu era boa nisso, eu via tudo com clareza. Eu tinha um objetivo e eu iria chegar nele, e eu não deixaria ninguém para trás e ninguém iria me impedir de conseguir o que eu queria. Não que aqueles brutamontes com armas não tenham tentado. Mas eles levaram o que mereciam. Não matei nenhum deles, eu não tinha coragem, mesmo depois do mini discurso do tio Phill, mas talvez alguns acabassem com uma aposentadoria adiantada por falta de membros. E acho que um deles nunca vai poder ter filhos, ou outros filhos caso ele já tenha. Chegamos até a garagem.

- Vocês dois vão nessa, eu pego aquela. – Disse correndo até uma parede e pegando revolveres, munição e algumas mini granadas.

- De jeito nenhum eu sairei em uma moto com ele. Eu vou com você. – Dean disse, já subindo na minha, eu não tinha exatamente muito tempo para discutir com ele por isso subi e saímos daquele lugar.

- Eu juro que se Phill estiver morto, eu vou matar Lenny dolorosamente e lentamente. – Disse mantendo o caminho. Foi ai que eu percebi que não tínhamos um caminho para manter.

- Hey Bakt. – Eu chamei. Ele se aproximou e me encarou. – Para onde podemos ir? Conhece algum hotel bom e barato?

- Me sigam. – Então ele foi mais para frente e eu o segui para um lado do Cairo que eu não conhecia.

  Chegamos em uma pousada, modesta mas muito bonita e afastada do centro. Infelizmente eles só tinham um quarto, com uma cama de casal e uma de solteiro. Eu já estava decepcionada com isso, e quando perdi e tive que dormir com Dean na cama de casal o negócio só piorou.

  Eu voltará ao mesmo lugar de antes, o céu parecia igual, e Pashedu estava ali.

- Veio para o Cairo a final, imperatriz. – Disse ele de longe. Eu sentia um calafrio subir pela espinha toda vez que escutava ele me chamar assim. 

- O que você quer dessa vez, Pashedu?

- Compreender o que se passa. Você deveria querer morrer atualmente. Sabe, já deveria estar apaixonada pela alma de Julio césar, e ele já deveria ter morrido ou te odiando a essa altura. Não compreendo porque você é tão diferente das outras reencarnações.

- Eu sou?

- É, e muito. É mais poderosa, mais cabeça dura. Muito mais parecida com a verdadeira Cleópatra. Poucas reencarnações descobriram que tinham poderes e as que descobriram queriam se matar por serem diferentes. Mas você é forte, e tem objetivos. Será que com você será diferente? Quero dizer, será que você ama alguém? – Isso me pegou de surpresa. Eu amava muitas pessoas. Mas ele queria dizer o amor no sentido romântico, no sentido de um namorado.

- Amo.

- E ele a ama?

- Não. – Ele arqueou as sobrancelhas

 - Parece que você é mais forte do que aparenta.

- Eu só acho que a vida tem muito a oferecer e se nenhuma das reencarnações viveu mais que dezesseis anos, não tenho como saber se vou ou não ser feliz futuramente.

- Para começar você vai ter que ter um futuro. – Ele disse, com um olhar sombrio.

- É, isso mesmo. – Eu disse, me afastando. Abri a porta e me dei conta que estava dentro da casa do faraó, eu corri, algumas servas pediram o que estava acontecendo, mas eu continuei a correr e sai no frio da noite desértica. Mas o céu estava tão lindo que não me importei. Vi um pequeno grupo de guerreiros, mas não vestiam as roupa do exército egípcio, não sabendo como eu deduzi que eram romanos. 

- O que moça tão bela faz fora do castelo? – Disse uma voz que eu reconheceria até o fim do mundo.

- Dean?

- Emily?! – Ele disse, corando.

- É, bem, sou eu. – Disse.

- Bem, eu não sabia que era você, me desculpa. – Isso fez com que eu precisasse urgentemente de uma naja, poxa, eu não me importava de ser chamada de bela. Vendo meu desapontamento no olhar, Dean ficou mais agitado, quase como se não fosse aquilo que ele quis dizer.

- Não que você não esteja bonita, você está linda de Cleópatra.

- E você está vestido de...?

- Não sei, mas aqueles caras - ele apontou para o pequeno exército romano, - me tratam como um imperador. – Foi ai que a ficha caiu. Ele era a reencarnação de Julio César. Eu só poderia ter um azar enorme.  

- Hum. – Um vento frio passou por nós e eu tremi involuntariamente já que fazia muito frio e eu estava de top e saia. Dean usava um tipo de casaco, quando me viu tremer tirou e o colocou sobre meus ombros. A pergunta que não quer calar é: Se ele não gosta de mim, por que ele faz isso?

- Obrigada. – Eu disse, sorrindo. Quem estava corada agora era eu e então ele pegou minha mão e me conduziu.

- Eu acho que você vai gostar disso. – Eu o segui e chegamos às margens do Nilo. Havia um pano no chão onde duas pessoas poderiam deitar e olhar o céu.  Ele deitou e bateu a mão do lado, não pude deixar de rir com tal atitude. Coisa tão antiga. Mas pensando bem, estávamos no Egito antigo então poderia ser a primeira vez que um homem fazia isso.

- Isso é um sonho? – Dean pediu para mim em quanto fazia cafuné e olhava para o céu. Nesse momento eu estava pensando como ele poderia ter coragem de fazer isso se não gostava de mim, ele não sabia que eu ia acabar caindo ao pés dele, e me matando? Homens as vezes são tão idiotas. Mas eu estava gostando, mesmo assim .

- Acho que é um tipo de visão. Eu estive aqui noite passada. Encontrei Pashedu, está noite eu corri do quarto e encontrei você.

- Eu tive sorte de encontrar você na primeira vez que vim parar aqui. – Ele disse, encarando as estrelas.

- Ok, qual é o jogo? – Eu disse me levantando e olhando para os olhos azuis que refletiam a noite.

- Que jogo?

- Tudo isso. O cafuné, o casaco. Eu achei que você não gostasse de mim, não desse jeito. – Ele tinha olhos tristes e profundos, levantou a cabeça um pouco deixando nossas bocas a milímetros de distância.

- Quem disse isso?

- Eu... Ninguém, eu só deduzi.

- Você está errada Emily. – E eu não pude responder a ele, pois ele me beijou. E eu acordei. 


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Notas finais do capítulo

^^ AHUAHUHUA.



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