The Legend Of Cleopatra escrita por Lady Holmes


Capítulo 6
A lenda é real


Notas iniciais do capítulo

Fim da parte calma e tranquila, vamos entrar na bagunça hasta el fin!



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Eu estava deitada na cama, com Victória me consolando. Meu coração doía, mas meu orgulho estava pior.

- Ele é um idiota. – Disse Victória, mas seu olhar não demonstrava o mesmo.

- Eu sei. – Disse, mentido. Quem era idiota, não era Dean, e sim eu.

- Posso ficar aqui essa noite, se quiser.

- É bobagem Victória. Eu só preciso de um comprimido, e estará tudo bem. Quando descer, diga a Theodoro que não irei jantar essa noite. Fale que estou com cólica e ele nem tentará vir ver o que aconteceu. – Victória sorriu e desceu, escutei ela se despedindo de Dean e conseguindo carona com Peter. Escutei Dean subir e também, parar em frente a meu quarto, mas ele não entrou, nem bateu. Eu desci rapidamente, dizendo a Theodoro que iria tomar um remédio, ver um pouco de Supernatural e dormir.

Acordei atrasada para a escola, Dean já havia ido, eu sorri ao perceber. Cheguei atrasada, implorei um passe para o diretor, que depois da morte de minha mãe havia se tornado muito receptivo com os meus pedidos. Entrando na sala de aula do Sr.Morris, que era de Geografia, sentei-me ao lado de Brook que era a única pessoa que prestava na sala. 

- Atrasada, por quê? – Pediu Brook.

- Dormi demais por causa dos remédios. – Ela revirou os olhos e se calou.  A aula estava normal até que o diretor, Sr.Allen pediu que eu me retira-se, e também que pegasse meu material. Quando sai me deparei com um homem e uma mulher, um jovem que deveria ter minha idade, ou seja, 16 e mais outro homem, muito parecido com o garoto. Logo, Dean apareceu e correu, abraçando o primeiro homem e a mulher. Deduzi que eram seus pais, mas se Richard e Molly estão ali, porque meu pai...

- Emily, - disse Molly, - acho que seu pai já deve ter comentado quem éramos.

- Falando nele, ele foi procurá-los. Onde ele  está?

- Bem, Emily, é por isso que estamos aqui... – Disse o homem moreno que parecia estar com medo de tudo.

- O que aconteceu com ele? Ele não pode... Ele não morreu, não é? – Apareceram lágrimas em meus olhos, meu coração pareceu se apertar. Dean parecia querer me abraçar, mas o garoto moreno ergueu meus olhos, e disse:

- Não, ele está vivo, ainda. – Por segundos senti um alívio, mas então a palavra ainda ressoou em meus ouvidos.

- O que aconteceu com ele?

- Emily, para isso teremos que te explicar tudo. E isso incluiu a morte de sua mãe. – Disse o pai de Dean. Então escutamos o diretor gritar, e o som de um tiro soou. A porta de entrada se abriu, e três homens apareceram. Usavam roupas que eu reconhecia dos livros do antigo Egito da minha mãe. Os dois morenos se colocaram na minha frente e falaram em uma língua estranha, os pais de Dean puxaram a mim e ele, falando que corrêssemos. Então um homem branco, que eu me lembrava vagamente do velório da minha mãe, disse:

- Emily, você não quer seu pai? – Eu parei de correr, e virei para encarar olhos frios e negros.

- O que você fez a ele? – Pedi. Parada entre os dois morenos e os pais de Dean, eu não sabia para onde eu corria. Era óbvio que aqueles homens queriam a mim, todos estavam me protegendo o bastante, e eu havia visto filmes de mais para saber disso. Mas meu pai, eu não poderia deixar ele morrer, poderia?

- Nada, ainda. – Disse o homem, virando-se para os outros três que seguravam armas, falou em uma língua estranha e os três me olharam. Um deles, o que parecia o líder, carregava uma jóia azul clara e se aproximou de mim. Quando o fez a jóia começou a brilhar, até iluminar sozinha todo o corredor da Royal. Ele me agarrou pelos cabelos, fazendo com que ficássemos cara a cara. Uma súbita dor surgiu em minha mente e percorreu todo o meu corpo, e em um momento eu estava ali, indefesa, e em outro, o homem estava no chão. Eu havia o derrubado, sem saber como, mas havia. A jóia foi pega por um outro homem, e o branco pegou o que eu havia derrubado e correu. Mas antes de sumir pela porta ele deixou um aviso bem claro:

- Nos encontre no Cairo, Emily e terá seu pai de volta. – E sumiu.

- O que foi que aconteceu aqui? – Pedi encarando a todos. – Como eles me conheciam, que jóia era aquela, e como foi que eu pude fazer um golpe daqueles sem ao menos saber que existia? – A mãe de Dean me encarou, pude ver compaixão em seus olhos.

- Então James estava certo quanto ao Lenny – disse Richard, - ele é um canalha trambiqueiro.

- Lenny, o homem que falou comigo?

- Esse mesmo. – Disse Molly, - ele é um velho conhecido, foi rival de seu pai na época que namoravam Mary e seu pai insiste que a culpa da morte de sua mãe, é dele. – Escutar isso fez meu mundo desabar. Sabia que algo estava errado na morte de minha mãe, mas assassinato? Isso só podia ser brincadeira. Ela havia morrido de uma doença rara que pegara no deserto, meu pai disse isso, todos disseram isso. Mas então a ficha caiu. O velório foi com o caixão fechado, eu havia pedido o porque e meu pai havia dito que a doença havia debilitado-a muito. Mentira, ela deveria ter marcas do que aconteceu, e se eu estava compreendendo bem, a culpa era toda minha.

- Porque, - eu disse, segurando as malditas e teimosas lágrimas, mas não conseguindo, - eles estão atrás de mim? – Eu entrei em desespero, eu deveria ser um perigo ambulante.

- Isso será mais bem explicado em nossa casa. – Disse Richard. Fomos ao carro e então seguimos pela rodovia. Eu não falei durante todo o percurso. Richard, Molly e o homem moreno conversaram, mas em outra língua.

  A casa era bem parecida com a minha. Artigos e artefatos espalhados por tudo. Aquela coisa de arqueólogo de sempre, como você pode ver em filmes como A múmia,mas sem o glamour de Hollywood. Se sentamos ao redor de uma mesa, e então eles pegaram um velho livro. Eu reconhecia aquele livro, sabia o teor dele decorado.

- Acho que Mary já lhe apresentou esse livro, não é Emily?

- Sim, ela sempre disse que quando se tratava da história da grande imperatriz, esse era, de longe, o melhor livro para uma pesquisa escolar que eu quisesse tirar um A. Mas eu sempre dizia que ele era muito mais agradável que um livro velho. – Disse sorrindo, havia parado de chorar.  Eu não era mais criança e estava cansada de parecer como tal. – Eu sei tudo que se tem para saber, mas fora a parte histórica e comprovada, é só um punhado de lendas e crenças.

- O problema Emily, - disse Molly – É que esse punhado de lendas é real. A alma de Cleópatra é imortal, a tumba foi aberta, e aqueles três homens são de verdade, Pashedu, Merer e Katep.

- Se isso é verdade porque eles estão atrás de mim, eu tenho cara de reencarnação de Cleópatra agora?

- Você quer a verdade? – Disse o homem moreno, - Eu e meu filho Bakt somos os últimos dois Guerreiros de Ísis existentes. Apenas a alma da Cleópatra faria a gema brilhar. E pelo que todos vimos em sua escola, a gema brilhou quando se aproximou de você. – Eu parei para relembrar as inúmeras vezes que minha mãe, quando eu pedia uma história para dormir, contava-me a famosa lenda de Cleópatra. Relembrando de cada parte, me senti cada vez mais idiota. Ela passará a vida inteira me ensinando, mostrando quem eu realmente era. Mas se tudo isso fosse verdade eu acabaria morta, de uma maneira ou outra. Morta pelas mãos de Pashedu e seus homens ou pelas minhas próprias mãos. Acho que aquilo tudo de eu ser a reencarnação da imperatriz era muito pra mim, e eu andava dormindo sobre o efeito de remédios. Acho que eu não tinha nervos para agüentar a pressão, eu corri, corri o mais rápido que pude, para o mais longe que pude. A propriedade dos Brown era gigantesca, havia até um pequeno bosque. Foi para onde eu corri, mas não prestando atenção para onde ia, eu apenas fui. 

  Cheguei a uma clareira. Havia uma casa da árvore ali. Um casa é pouco, era uma mansão. Com escorregadores, escadas e pontes, ocupava três grandes arvores. Vendo que era o melhor que me esperava, subi. Encontrei o paraíso masculino. Haviam gibis, coisas de futebol, uma TV de plasma, um computador e inúmeros puffs, só na primeira parte, mudando de arvore vi uma mini cozinha com um pequeno fogão e algumas panelas. E um monte de porcaria, decidi não atravessar a segunda ponte, que levava a terceira arvore, quando voltei a primeira, Dean estava jogando no puff de uma luva de beisebol.

- Ok, desculpe por invadir seu espaço, estou saindo. – Disse, já que não poderia expulsa-lo. Ele me olhou, estava branco, quando fui descer, o garoto, o tal de Bakt estava montando guarda. Voltei para dentro e me joguei no puff vermelho, me virando para a janela e encarando o céu azul. Qualquer um que olhasse o céu juraria que era apenas mais um dia normal de primavera. Agora, ninguém diria que 3 guerreiros milenares estão atrás de uma garota de dezesseis anos, porque ela é a reencarnação da mais famosa imperatriz.

- Eu sei que deve estar sendo difícil para você, Emily, mas acho que se fechar não é o melhor. Se aquela lenda estiver certa, você acaba entrando em uma depressão profunda e se suicidando. E não estou com vontade de ir no velório de ninguém.

- Eu não pediria que fosse, se estivesse morta

- Mas eu iria mesmo assim, pois eu me importo. – Eu me virei, agora deitada e encarando seus olhos azuis apaixonantes .

- Porque você insiste em dizer isso?

- Dizer o que?

- Que você se importa. Se você se importasse não teria sumido depois das férias, não teria deixado a amizade morrer. – Eu disse segurando as lágrimas. Parecia aquela cena que eu havia idealizado inúmeras vezes na minha mente, mas na que eu imaginara eu estava linda, com o garoto mais perfeito do meu lado, e fazendo ele perceber o erro dele.

- Eu digo, porque é verdade. Emily, - como era bom escutar meu nome sair de sua boca, pensando nisso me permiti uma pequena viagem na memória para lembrar as sensações de nosso beijo, me arrepiei lembrando-me. – eu nunca queria ter me afastado, só achei que era o melhor. Você poderia se machucar se eu ficasse próximo.

- Você se afastando não ajudou muito, sabia? – Sorri sarcástica. Sarcasmo e ironia eram, de longe, meus melhores amigos.

- Eu percebi. E me perdoe por isso. Só de pensar o quanto você sofreu nesses últimos meses, me deixa maluco. Eu só quero que você seja feliz. E há muito tempo eu não vejo aquele lindo sorriso que você tinha. – Escutei isso e fiquei surpresa, desde quando eu tinha um sorriso lindo? E pensando nisso, quando foi a ultima vez que eu sorri de verdade, que eu sorri por que queria? Há muito tempo, tempo demais eu diria.

- Acho que depois que minha mãe morreu só você fez aquele sorriso aparecer. Um sorriso verdadeiro. Não que eu não estivesse feliz, mas faltava alguma coisa, e quando você apareceu, eu não senti que faltava. – Abaixei os olhos, encarando meus pulsos. Achava que ele não sabia, e torcia para que não descobrisse, mas ali, por baixo da pulseira que a Victória tinha me dado, havia cicatrizes. Eram da época que eu fiquei muito mal, achando que eu nunca me recuperaria, e fazendo uma dor física superar a emocional. Não havia sido apenas por causa de Dean. Eu o amava com toda a força, mas uma parte era a coisa toda com a minha mãe. Ela fazia falta, muita falta. Eu não percebi que Dean estava ajoelhado em frente ao meu puff, só quando senti a respiração dele.

- Eu... – ele parecia procurar as palavras certas, pensando mais um pouco ele continuou. – eu vou estar do seu lado, pronto para te ajudar. E não vou deixar que você morra. Eu não sei como que eu me encaixo nessa história, mas se eu posse te proteger, é o que eu farei. – Sorri, o sorriso mais verdadeiro em meses. Mas eu acabaria morta, de um jeito ou de outro.

- Mas a lenda diz... A lenda diz que isso só pode ser quebrado se eu for morta, por um deles, sem que eu queira. Isso significa que eu estou morta, e ponto final.

- Na verdade, a lenda completa não está no livro. – Disse Dean com um sorriso malicioso no rosto.

- O que você quer dizer com isso? – Dean foi até a janela e gritou:

- Bakt, pode subir! – Bakt subiu, e chegando até mim, reverenciou-me.

- Imperatriz...

- Emily, por favor. E sem reverências. – Ele se levantou.

- Então Bakt, porque não nos conta o que eles esconderam. Tem outra maneira de impedir os três guerreiros não é? – Bakt não respondeu. Parecia preocupado.

- Hey Bakt, eu sei que parece bobagem, eu deveria querer morrer, mas eu tenho o meu pai e, depois que ele estiver a salvo, eu não vou querer deixá-lo sozinho.

- Tudo bem, - ele disse em um inglês com sotaque. – Existe um meio, mas é perigoso, e os adultos estão procurando outro. Mas para conseguir realizar teríamos que roubar uma coisa de Pashedu.

- E isso seria? – Dean pediu.

- O livro dos Mortos. Com ele, fazemos o ritual e por fim, pedimos a Anúbis que realize nosso desejo. Mas devemos se sincero com o que pedimos, pois se em algum momento, o deus dos mortos perceber a mentira, ele realizara uma maldição, como fez com Pashedu quando ele ofereceu a vida de seus amigos em sua busca.

- Ou seja, pode ser pior que a morte. – Disse me jogando no puff. – Então é oficial, eu estou fadada a morte e ao esquecimento.

- Se você morrer por vontade própria, eles não serão destruídos e acabarão dominando o mundo. Impera... Quer dizer, Emily, você é a salvação e a perdição do mundo. Como foi Cleópatra.

- A imperatriz, que traiu seu país por amor. É, eu conheço a história. – Disse. Por fim, decidimos retornar a casa para comer alguma coisa, me senti aliviada por estar conversando tão bem com Dean, mesmo que machucasse ser apenas amiga dele, era melhor que nada. 


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Notas finais do capítulo

O cap é grandinho, eu postei já que o outro era do narrador... Bem, adivinhem onde ela vai ter que dormir? ^^



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