Tentando Meadowes escrita por Miller


Capítulo 4
Vadias (nem) sempre estragam os melhores momentos.


Notas iniciais do capítulo

Eu ia postar esse capítulo sexta feira, mas o Nyah entrou em manutenção dai não deu ¬¬'
Bem, último capítulo O.O E é dedicado à karina_ que recomendou. Obrigado flor *--*
Espero que gostem :)



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Vadias (nem) sempre estragam os melhores momentos


Se houvesse uma escala de perfeição, aquele meu momento com o Remus com certeza estaria no nível mais alto de todos. A sensação do piso frio em minhas costas contrastava deliciosamente com o calor que o corpo de Remus emanava sobre o meu. Suas mãos passeavam pelo meu corpo enquanto seus lábios trilhavam beijos pelo meu rosto e pescoço. Eu não estava muito diferente. Uma de minhas mãos delineava suas costas por baixo de sua camiseta e a outra bagunçava seus cabelos absurdamente sedosos.

Então talvez eu estivesse finalmente entendendo a mágica daquele banheiro. Porque, com toda a certeza, tinha alguma mágica ali. Eu sentia dificuldade para respirar, mas naquele momento a respiração era uma das coisas com as quais eu menos me importava.

Tê-lo assim tão perto era tão perfeito, quase como se ele fosse meu. E, bem, naquele momento ele era meu. Só. Meu.

Felicidade. Essa era a palavra que me descrevia perfeitamente naquele momento.

Eu poderia ficar eternamente deitada naquele chão que nem me importaria a única coisa de que precisaria era de Remus para me esquentar. E me abraçar. E me beijar.

Mas é claro que, para minha pessoa, a sorte não parecia existir.

Eu estava tão perdida nos beijos dele que levei um susto quando batidas soaram na porta.

TOC, TOC, TOC.

Separei com – muita, mas muita mesmo – dificuldade meus lábios dos dele e estava prestes a empurrá-lo de cima de mim quando meus olhos encontraram com os dele. Bem, tinha certeza de que dali por diante minha cor favorita seria cinza.

Foi mais forte do que eu e nós estávamos nos beijando novamente, ignorando completamente as batidas frenéticas na porta.

Afinal de contas, QUE SE DANEM os seres saídos dos confins do inferno que insistiam em ir naquele banheiro àquela hora. Estava ocupado.

Muito bem ocupado.

TOC, TOC, TOC – as batidas foram mais fortes.

Desta fez foi Remus quem separou nossos lábios. Ele estava ofegante e encarava a porta com a expressão frustrada.

- Que mer... – eu comecei a falar, mas fui interrompida novamente por um beijo dele.

- Deixa para lá – ele sussurrou em meu ouvido e eu sorri antes de morder o seu pescoço. Porque fala sério, se o cara mais lindo do universo, possuidor dos olhos mais lindamente cinza do mundo e do corpo mais perfeito de todos diz para eu deixar para lá, bem eu seria uma louca se negasse um pedido desses.

O grande problema era que o ser – imbecil, estúpido e idiota – do outro lado da porta não parecia entender a importância do que estava acontecendo ali dentro. As batidas ficavam cada vez mais pesadas e fortes.

- Eu acho melhor abrir a porta – eu disse lentamente enquanto empurrava Remus de cima de mim. – A pessoa deve estar com diarréia para estar desesperada desse jeito – eu resmunguei baixinho, mas ele ouviu e riu de meu comentário.

Ele levantou de onde estava e eu o segui sentindo que corava fortemente. Minhas roupas estavam terríveis, como se um grande e pesado caminhão tivesse passado por cima delas. Eu tentei arrumá-las, mas tinha sérias dúvidas de que um dia elas voltariam ao seu estado normal.

Remus teve mais sorte – em apenas alguns minutos estava impecável novamente.

TOC, TOC, TOC.

Remus – Alguém chamou e eu senti como se um caminhão tivesse passado por cima de mim.

Não! NÃO, NÃO, NÃO! Não era possível que até mesmo ali – naquele banheiro aparentemente mágico – ela pudesse atrapalhar a minha vida.

Não era o bastante tudo o que ela já havia feito comigo?

Remus parou a meio caminho da porta e me encarou.

- Você está bem? – ele perguntou e tudo que eu pude fazer foi sorrir sarcasticamente.

Se eu estava bem? Ele ainda tinha a coragem de perguntar se eu estava bem? Por todos os Deuses! É claro que eu não estava bem! Afinal de contas quem é que ficaria quando a vadia que era sua melhor amiga e que sabia que você estava apaixonada por um cara e mesmo assim o rouba de você bate na porta do banheiro – naquele momento nem tão mágico assim – estragando o melhor momento de sua vida?

- Dorcas eu... – ele começou, mas eu o interrompi.

Desculpas eram as ultimas coisas que eu queria naquele momento.

- Apenas abra a porta de uma vez – eu disse tentando manter a voz calma, mas tudo o que eu consegui foi quase guinchar por estar extremamente irritada.

Eu ouvi quando ele suspirou fortemente, mas não quis erguer meus olhos para encará-lo. Não queria deixá-lo ver o quanto eu me sentia mal.

O 'click' da porta se abrindo foi o que me fez erguer os olhos.

E é claro, lá estava ela, Emmeline Vance, com toda a sua arrogância e nariz empinado. Deus! Porque ela precisava ser tão bonita? Era quase como se eu estivesse sendo prensada contra a parede pelo simples fato de ela estar ali.

Aquilo era tão injusto!

Se eu olhasse para o chão seria possível a grande poça de meleca que era minha auto-estima naquele momento.

Vance entrou no banheiro a passos largos e perfeitamente colocados, quase como se estivesse desfilando em uma passarela. Os grandes olhos castanhos dela passearam pelo banheiro com muito interesse.

- Ouvi a McKinnon e a Evans conversando – ela disse e olhou para Remus. – Elas estavam falando que você estava aqui – falou.

- Oh, além de vadia é fofoqueira, que lin-do – eu resmunguei para mim mesma, mas é claro que os dois ouviram. Minha voz sempre foi alta demais. Que ótimo.

Os olhos dela voltaram para mim e ela me olhou de cima abaixo, demorando-se principalmente em minhas roupas completamente bagunçadas. Eu não pude deixar de sentir uma pontinha de humilhação ao comparar suas roupas com as minhas. Minha calça jeans e camiseta – amassadas – contrastavam tolamente com as botas de cano alto, shorts jeans e sua blusa justinha.

Uma enorme vontade de arrancar sua cabeça se instalou em mim quando ela soltou um sorrisinho de deboche.

- Conseguiu o que queria Meadowes? – ela balançou a cabeça.

- Olha Emmeline – Remus ficou entre nós as duas e virou de frente para ela. – O que é que você quer?

- Nada Remie – ela disse e voltou a encará-lo. – Eu só queria confirmar as minhas suspeitas – ela sorriu falsamente. – Mas sinceramente eu nunca pensei que você se rebaixaria tanto – e me olhou novamente.

Um silêncio pesado se instalou no banheiro e eu quase podia ouvir o cérebro de Lupin – sim, naquele momento ele era Lupin, não Remus – trabalhar na tentativa de evitar uma briga entre nós duas.

Eu encarei os grandes olhos de Emmeline. Eu não precisava aturar aquilo. Realmente, eu já havia aturado demais em todos aqueles anos.

Aquela VACA tinha conseguido esgotar minhas ultimas parcelas de calma e tranqüilidade. Eu fui na sua direção, pronta para arrancar todos os fios de cabelo que ela possuía e triturá-la em pedacinhos. Mas Remus me encarou. E eu não consegui continuar.

Estava claro, ao olhar para aqueles olhos malditamente cinza, que ele não queria que eu brigasse com Emmeline. Eu esperei que ele respondesse alguma coisa à ela, algo como 'Dorcas é muito melhor do que você Vance, ou 'Quando eu estava com você é que eu estava me rebaixando'. Eu estava aceitando até mesmo 'Focas são melhores do que você', mas ele não disse nada. NADA. Nadinha de nada.

E eu senti toda a minha raiva esvair de meu corpo.

Não valia a pena eu dar uns belos tapas em Vance se eu não teria Remus por isso. Não valia a pena eu ficar trancada com ele em um banheiro, vivendo os dez minutos mais perfeitos da minha vida se eles fossem apenas isso. Apenas dez minutos e nada mais. Porque eu até podia gostar dele – ou amá-lo -, mas eu ainda tinha um restinho de orgulho. E eu não iria ficar ali, esperando por uma resposta que ele não parecia ser capaz de dar.

Juntei todo o orgulho que tinha e dei as costas para os dois. A porta do banheiro estava aberta mesmo, era só sair e seguir em frente. Eu nunca o tive e seguir sem tê-lo não iria me fazer falta.

Estava quase na porta quando uma risadinha irritante chegou até os meus ouvidos.

- Isso mesmo Meadowes, saia daqui, eu e o Remie temos coisas mais importantes para fazer – Emmeline disse e eu me virei de frente para ela.

Quero dizer, só um tapinha não iria fazer mal algum não é mesmo?

PLAFT

Senti como se todas as minhas frustrações fossem tiradas de cima de mim quando a palma da minha mão encontrou com o rosto idiotamente parecido com o da Barbie que ela tinha.

- Espero que doa muito – eu disse e sai dali, rapidamente.

O ar frio da noite me atingiu. Deus, quantas horas haviam passado desde que eu tinha entrado naquele maldito banheiro?

Meu celular vibrou em meu bolso e eu o atendi.

- Oi – eu disse.

Hey D' – a voz de Lily parecia feliz do outro lado da linha.

- Hey – eu cumprimentei-a com minha voz completamente sem vida.

- Uau, você não parece bem – Lily soou preocupada. – Que foi? Remus acabou com você? Nunca pensei que ele fosse desse tipo – ela riu e eu grunhi.

- Não ele não 'acabou' comigo – eu disse e suspirei. – Na verdade eu nem sei de que tipo ele é, não tive tempo de saber – resmunguei.

O QUÊ? – Lily gritou.

O que houve? – a voz de Lene soou.

O que aconteceu? – Lily perguntou.

- Duas palavras: começa com Emmeline e termina com Vance – eu disse e minha voz estava cheia de escárnio.

Aquela VADIA? – Lily perguntou.

- Bem, essa palavra também serve – eu suspirei e sentei no banco de uma parada de ônibus que era próxima ao salão onde ficava aquele banheiro (ridículo).

Onde você está? – Lene perguntou.

- Sabe a parada de ônibus que fica perto do... banheiro? – perguntei.

Quer que a gente vá até ai ficar com você? – Lene perguntou.

- Não, eu estou bem – eu respondi tentando aparentar a normalidade que eu não sentia.

Tem certeza? – Lily perguntou.

- Yeah – eu disse.

Você quem sabe, qualquer coisa chama.

- Okay – eu disse e desliguei a chamada antes que elas falassem qualquer outra coisa.

Quando eu tinha saído do banheiro, bem eu não pensei que fosse ficar tão mal, mas agora, olhando para minhas roupas amassadas e meu reflexo na tela do celular – bem, eu estava horrível.

Caramba estava tudo tão perfeito! E eu sinceramente tinha acreditado que ele pudesse gostar de mim depois de ter dito que estávamos lá só porque ele queria.

- Grande merda – eu resmunguei. – Joguinho de palavras? Vadia, diaba, baranga, galinha, nha... Grr, que ódio!

Pus minha cabeça nas mãos.

- E ainda por cima aquele, aquele imbecil do Lupin... Aquele idiota, estúpido...

- E burro – uma voz soou perto de mim e eu dei um grito de susto.

Olhei para o lado para ver quem era e meu coração – que já estava acelerado – dobrou a velocidade de batidas.

- Lupin – eu assenti com a cabeça quando pronunciei seu nome. – Pensei que estivesse com a Vance – eu disse.

- Eu dei o fora nela – ele explicou e eu senti uma bolhinha de esperança se inflar em meu peito. Fiz de tudo para estourá-la, afinal eu não queria pensar coisas que não devia para depois acabar me dando mal. De novo.

Assenti com a cabeça, não sabendo o que responder com relação aquilo.

- Dorcas eu... – ele começou e eu olhei para ele.

- Escuta uma coisa – eu disse antes que ele terminasse. – Se você veio até aqui me dar falsas esperanças de novo, bem, nem perca o seu tempo okay? Agora se você quiser falar de uma vez o que é que quer comigo de verdade e sem mais enrolação, bem eu vou te escutar.

- Eu vou ser direto – ele disse e sua voz soava divertida. Eu tive vontade de bater nele também. Como ele podia estar divertido num momento como aquele? – Dorcas, eu não gosto da Emmeline – ele disse e eu dei um meio sorriso. – Nunca gostei – Remus me olhou. – Mas eu também nunca tive coragem para chegar à garota de quem eu gostava com medo de levar um fora e como Emmeline sempre demonstrou interesse por mim – ele deu de ombros. – Eu sou um homem, afinal de contas.

Eu ri um pouco disso.

- Mas olha, já faz algum tempo, para falar a verdade desde que James e Lily começaram a namorar, que eu tive a idéia de falar com você – Remus me encarou. – Daí James disse que o banheiro era uma ótima escolha – eu ri – eu não queria no inicio, fala sério! Um banheiro! Não é uma coisa muito legal! Mas as garotas disseram que você estava chateada e curiosa por saber o que é que tinha lá e eu decidi testar o plano de James.

- Não deu certo.

- Em parte sim – ele riu. – Consegui me livrar de uma mala por causa daquele banheiro.

Eu revirei os olhos com isso.

- E o que você pensa em fazer agora? – perguntei sentindo-me extremamente mais leve.

- Bem, como eu disse, o negócio do banheiro só deu certo uma parte e eu queria ir até lá e testar de novo – ele disse com um sorriso maroto no rosto.

- Precisa de companhia para isso? – perguntei embalada pelo seu senso de humor.

- Oh claro, eu não deixaria minha namorada de fora dessa – ele disse.

- Namorada? – eu olhei para os lados em fingimento. – Não estou vendo nenhuma namorada sua por aqui.

- Então o que acha de irmos até o banheiro antes que ela chegue? – a voz dele estava cheia de subentendidos.

- Desde quando você é safado desse jeito? – eu ri.

Ele deu de ombros e me beijou antes de me erguer no colo.

- Hey, me solta – eu reclamei.

- Não mesmo – ele disse e caminhou comigo até chegarmos ao banheiro quando ele finalmente me soltou.

Eu virei de frente para ele e sorri.

- Seria muito estranho se eu dissesse que te amo? – ele perguntou baixinho.

Eu achei que poderia gritar de felicidade por causa daquilo.

- Eu também te amo – eu disse e o beijei.

No final, minhas roupas ficaram num estado bem pior do que estavam antes, mas quer saber? Elas eram o de menos naquele momento.

FIM


TENTANDO MCKINNON (Sirius/Lene)  - TENTANDO EVANS (James/Lily)


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Notas finais do capítulo

É sempre triste ver o fim de uma história, mas eu realmente espero que vocês gostem de ler a fic tanto quanto eu de escrevê-la. Me desculpem se não atingi as expectativas, fiz meu melhor. Essa foi minha primeira fic Dorcas/Remus e bem, eu os acho um casal bastante dificil de escrever porque, ao meu ver, os dois se gostam (ao contrário de James/Lily que vivem brigando ou Sirius/Lene que também brigam bastante), então a convivência em um banheiro - trancados - para os dois nem deve ser tão difícil (6' .
Bem, muito obrigado por lerem, acompanharem e comentarem. Isso com certeza me motiva muito. Sou grata por tudo.
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Mandem reviews aqui e recomendações também!
Podem ter certeza de que vão alegrar muito o meu dia *--*
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PS: Me sigam no twitter? @TheCaahMiller - sigo de volta :)
Beijos, Carol Miller :*