The Beautiful Thieves escrita por bitterends


Capítulo 44
Feliz Aniversário...




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 Ele veio para cima de mim, e num instante pensei que seria para me bater ou sei lá... Mas Davey me apertou em seus braços e tocou os seus lábios nos meus. Então me empurrou, e vi que a realidade tinha caído sobre sua mente. Seu olhar se tornou frio e ele se mostrou um Davey que eu não havia conhecido ainda.

- Feliz aniversário, Michelle. - ele disse entre os dentes.

- Obrigada, Davey... mas não diga o que realmente não quer que seja. - respondi num tom afável.

- Escuta aqui, menina...- Davey já alterou o tom de voz quando o interrompi.

- Olha, eu não voltei de tão longe para brigar, justo com você, com quem eu tanto quis me encontrar para conversar, me explicar...

- Você planejou tudo, não foi? A música, o estúdio, o dia... tudo! Eu... eu sorri pra você...

- Eu...

- Eu amei você! Eu dormi, acordei ao seu lado...Eu te engravidei... Eu te pedi em casamento... - ele gritava descontrolado, as pessoas começavam a surgir nos corredores. - Eu pensei em você todos os dias desses malditos meses que você esteve fora... FUGINDO!

- Davey, se acalma, aqui não é lugar pra gente conversar sobre isso. - eu me mantinha calma por fora, mas com imensa vontade de sair correndo dali.

- Conversar? Você quer conversar?! Sobre o que quer falar primeiro? AH! Que tal o meu filho que você matou? A carta que me deixou? Não foi mulher nem para olhar pra mim e dizer aquelas coisas!

- Você não percebe, não é mesmo? Quero dizer... o que te faz pensar que apenas você sofreu com tudo isso? O que te faz pensar que eu senti nada ao fazer... aquilo... EU QUERIA TER MORRIDO, COM O MEU BEBÊ NAQUELA NOITE! E sabe o que é pior, Davey? É que você nunca quis saber por quê, nem mesmo me deu chance para explicar antes de me acusar.

Era melhor eu sair dali, antes que tudo piorasse, e assim eu fiz. Aquela não era hora nem lugar para conversar sobre o passado. Corri para tentar que ele não me alcançasse, só então notei que continuava com seu casaco.

Olhei para trás, estava livre, ele não vinha ao meu encontro. Mas alguma hora nos encontrariamos e ele teria de me escutar, e depois disso, teria todo o direito de tirar suas conclusões.

Meu celular começou a tocar, eu não queria muito atendê-lo. O toque estava insistente, me fazendo desistir de deixar tocar até cair na caixa postal.

-Alô?

- Michelle? - eu logo reconheci aquela voz rouca.

- Josh! Ainda bem que ligou...

- Feliz aniversário, querida.

Eu não sei por que aquele 'feliz' me parecia tão contraditório naquele momento.

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DAVEY'S POV 

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Era ela... e levou meu casaco ainda! Pretexto para nos vermos novamente?

Depois de tê-la em meus braços, eu realmente senti muito mais ódio; por ela sempre brincar comigo como desejasse, me fazer sentir coisas e pensar que vendo-a tão forte me faria mudar de ideia, acreditar que ela mudou e assim voltar para ela. Ódio é o sentimento mais próximo do amor e eu provei disso em seus lábios.

Passei a manhã inteira irritado, e ainda tinha combinado de almoçar com Jeff, eu sei que ele se esforçaria em me acalmar.

- Por que está assim, Davey?

- A Michelle voltou.

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- Soube que encontrou Davey... - Harry tocou no assunto.

- Encontrei. Ele não gostou muito de me ver, sabia? - disse em tom debochado, querendo disfarçar um certo desconforto.

- Posso imaginar que não!

- Ele acha que planejei tudo, gritou feito louco... Todos sabem que abortei e que voltei agora... O restinho da minha dignidade neste lugar está perdida. Ele não pode fazer ideia de quanto estou constrangida, Harry.

- Ele está nervoso...

- Ele está sendo egoísta! Ele gritou comigo na frente de todos, expôs nosso relacionamento e o que houve para ter acabado, não me escutou! Ele me odeia e eu não acredito que Jos consegue me persuadir para procurá-lo ainda e conversar.

- Josh sabe que você ama Davey e o quer de volta...

- É, vocês sabem mais da minha vida do que eu mesma.

Colocamos as conversas em dia  e eu tentava me distrair. Chegamos em casa e um bolo de chocolate me esperava, bem como eu previa que fosse... Meu aniversário poderia ter sido melhor se eu estivesse longe de lá.

O jeito pelo qual as pessoas se importavam comigo começava a me sufocar. Todos pensando saber o melhor para mim, me pedindo para tomar decisões e era exatamente por isso que não queria voltar.

Só houveram duas decisões que tomei sem ninguém, porque estive só. Talvez eu devesse viver minha própria vida e estabelecer os limites entre os desejos dos que me amam e suas concepções do que é melhor pra mim e o meu querer.

EU devo escolher o que é melhor, o que eu quero e o que devo fazer.


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