The Beautiful Thieves escrita por bitterends


Capítulo 26
O Parque de Diversões


Notas iniciais do capítulo

Para compensar a demora, o capítulo está gigante, mas está lindíssimo!
Esta foi uma das primeiras vezes que resolvi colocar bastante detalhes.
Garanto surpresa e emoção



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20 de novembro, aniversário de Davey!

Ele não quis comemoração formal, festas... nada disso. Queria apenas estar em sua rotina: era sexta-feira, dia de ensaio de manhã e show à noite. Eventos comemorativos para ele, são besteiras para gente como nós: serve apenas para chamar a imprensa e mostrar que você tem tem dinheiro pra servi-los o champanhe mais caro e um caviar.

Obviamente, isto me contrariou, mas não disse algo, afinal o aniversário era dele e pelo menos uma vez em dois meses ele deveria fazer algo em benefício a ele mesmo.

Eu não gostava de barulho, shows, suor e estava torcendo imensamente pra que ele não me pedisse para acompanhá-lo. E pareceu adivinhar, porque não me pediu.

Fiz questão de passar o dia ao seu lado, começando às 10:00 da manhã, no estúdio. Os outros chegariam às 10:30, cheguei às 9:30 para ver o Harry, e conversávamos exatamente sobre este dia, esta sexta-feira 20 de novembro.

- Mas que vaca você é! Vaca, vaca, vaca!

- Credo, Harry!

- Me diz, o que custa ver o cara tocando?

- Paciência.

- Miche, às vezes é preciso fazer coisas que não queremos por quem a gente ama. Você nunca o viu no palco, para ele, seria maravilhoso olhar para algum canto e avistar a namorada dele, admirando-o como seus fãs. Ele faria isto mais empolgado que nunca, porque a força dele estaria ali, em sua frente!

- Eu não gosto do barulho, da bagunça, do empurra-empurra, isso me enlouquece Harry!

- Tudo bem, faça o que quer. Mas já te aviso que está sendo ingrata, ele satisfaz todos os teus caprichos, sem contar no que aconteceu uns dias atrás... ele te salva tanto, você vê mas não retribui o mínimo, Michelle. - vi Harry realmente aborrecido ao me dizer isso, tanto que apenas virou as costas para mim e se foi.

Aquilo partiu meu coração, vê-lo virar as costas, sem dizer algo. Significava que aquele assunto havia acabado.

Corri então para a cantina, para encontrar com Davey, e enquanto caminhava, decidi fazer uma surpresa para ele.

- Oi amor!

- Michelle! - Disse ele, me envolvendo em um abraço gostoso, beijando meus lábios.

- Olhe pra você... está virando um coroa bem sexy!

- Coroa sexy? - disse, seguindo de uma de suas gargalhadas deliciosas.

- O que faremos esta tarde?

- Queria ficar em casa, de molho, não gosto de me desgastar antes de ir para o palco.

- Hum... Eu queria te levar para um lugar...

- Ah, é? Sendo assim... Vou onde você me levar!

Não demorou e os outros chegaram, fazendo algazarra como garotos de 15 anos num parque de diversões, juntos a Davey num abraço único desejando os parabéns.

Assisti ao ensaio, eufórica para que acabasse logo, porque queria levá-lo a um lugar mágico, que certamente não esqueceria, ainda mais com a notícia por receber.

A parte financeira de meu presente, sem dúvidas, ficou por conta de papai... estávamos planejando isso havia cerca de um mês.

Davey sempre falava sobre um parque de diversões em Ukiah, na Califórnia, que foi levado pela primeira vez aos 5 anos de idade.

Lembrava-se nitidamente dos detalhes: as luzes amareladas, barracas de tiro ao alvo, a montanha-russa de madeira que lhe apavorava, citava um a um dos brinquedos, até finalmente chegar ao carrossel... Descreveu cada réplica de animais ali; dois cavalos, um branco e outro negro, um tigre com a boca aberta e uma de suas presas ligeiramente lascada, o leão cujo rosto sério lhe fazia mesmo o rei – o rei não só da floresta, mas também daquele carrossel e até do parque, talvez -, dois unicórnios, um rosa e outro branco. Os animais pareciam ter gliter, enquanto subiam, desciam e rodavam ao som da música infantil, era tudo o que as crianças até os sete anos fascinavam-se, segurando com suas pequenas mãos as grades metálicas e suas cabecinhas entre elas.

Descrevia o cheiro de algodão doce, pipocas e cachorros-quente que inundava o lugar, disse, quando aos quinze anos, neste mesmo parque, na roda gigante, do alto da cidade com todas as luzes cintilando e dançando lá embaixo, ele deu seu primeiro beijo e pediu Christie em namoro.

Eu gostava de ouvir sobre como ele se referia à Christie, era tão lindo e quase que frequente, de certa forma, só não sentia ciúme dela porque estava morta. Mas atualmente ele não o faz, não que a tenha esquecido, mas agora, existe uma família... a nossa.

Enfim, voltando ao parque, alguns meses depois de seu primeiro beijo com sua ex mulher, sem maiores explicações, este foi desativado. Alguns diziam que uma criança foi arremessada da montanha russa, não por imprudência do parque, sim porque a criança não havia travado direito seu cinto.

Tudo boato. Papai e eu buscamos pelo dono, seu nome era Marcus Gonsalez, que alegou ter fechado o parque por falta de recursos financeiros, pois seu sócio o surrupiou, roubando todo o dinheiro arrecadado com aquele negócio bastante lucrativo e ele não teria coragem de manter os funcionários famintos durante alguns poucos meses, pois haviam muitas contas à pagar até que eles pudessem voltar a receber seus pagamentos.

As contas estavam quitadas, mas Marcus não encontrava ânimo para reabri-lo. Conseguimos alugar por um dia aquele lugar repleto de lembranças de Davey e muitas outras crianças entre as décadas de 1970 e 1980, que conheciam um mundo onde tristeza era quando as fichas para os brinquedos esgotavam-se.

Papai contratou algumas pessoas para limparem o lugar, outras para operarem os brinquedos e outras para fazerem o aroma doce e infantil voltar. O combinado entre papai e eu era que eu passasse duas horas a sós com Davey e depois, o parque seria aberto para crianças de 10 orfanatos, que andariam em quaisquer brinquedos que quisessem e comeriam o que escolhessem. Era justo com os pequenos e Davey sempre gostou de crianças.

Um helicóptero alugado por papai nos esperava no alto do prédio da produtora; era uma outra vontade de Davey poder um dia voar em um.

Enquanto sobrevoávamos as cidades, tudo parecia um formigueiro e podia ver o quanto os olhos dele brilhavam – como a criança vendo o unicórnio subindo e descendo... -, aquelas miudezas o encantavam enquanto eu enjoava ao seu lado, mas ele estava admirado demais com tudo para reparar, também não esperava que o fizesse. Ao menos um dia ele precisava estar longe da preocupação que lhe causava.

- Isto é incrível, Michelle!

- O QUÊ?

- É IN-CRÍ-VEL! - berrou ele, era meio difícil escutar o que se dizia. - PARA ONDE VAMOS?

- É SURPRESA!

Chegando à Ukiah, vendei Davey, e agradeci por estar em terra firme agora, os enjoos estavam acabando comigo, havia uma área para pouso do helicóptero um pouco afastada do parque, tomamos um táxi, e eu não dizia sequer uma palavra de onde estávamos.

Paramos em frente ao parque, Davey ainda vendado, estávamos deparados aos enormes portões enferrujados, abertos e os brinquedos em perfeito estado, pois Marcus sempre executava a manutenção destes, querendo algum dia, voltar a reabrir sua propriedade. Além de que seus filhos e netos adoravam aquele parque.

- Sinto cheiro de algodão doce, Miche...

- Hora de abrir os olhos, querido. - disse puxando a venda de seus olhos.

Ele correu para dentro, olhou ao redor e abriu um sorriso, um sorriso tão largo que eu antes não vi em seu rosto. Tapava a boca com as mãos, seus olhos brilhavam como estrelas.

- Amor, HOJE, este parque é seu!

- Miche... como... como conseguiram?

- Davey, você sabe, mas isso não importa! Este é o meu presente para você e tenho mais...

- Vamos à roda gigante?

- O que quiser!

Sentamos no banquinho vermelho, e enquanto ele subia empolgado, eu combinava com o controlador que quando o banquinho alcançasse o topo, ele pararia o brinquedo, mas que dois minutos depois o faria voltar.

E Davey sorria, feito uma criança boba, com estrelas presas nos olhos. O banquinho alcançou o topo, o brinquedo parou.

- O que houve? -ele me perguntou.

- Eu pedi, porque quero te dar uma notícia.

- Ai, ai... Sabia que estava perfeito demais. Fale logo. - e o sorriso foi se desfazendo.

- Bom, nós dois não gostamos de rodeios, então não vou enrolar... Bem, estou grávida...

- Grávida? Mas como? Só fazem alguns dias e...

- Davey, estou grávida, mas o bebê é seu! É sua criança... você vai ser papai, como quis, como iria ser há 17 anos. - e a roda recomeçou o percurso.

- Ai meu Deus...

- Não está feliz?

- Muito, estou muito feliz! É o presente mais lindo... Quando soube disse, como está certa que... ?

- Senti umas dores estranhas semana passada, corpo inchado, nada de menstruação... mas minha menstruação nunca foi uma coisa normal. Os enjoos malditos... decidi fazer algum exame, por causa do que aconteceu. O exame deu positivo, recebi o resultado terça-feira. Ontem fiz a ultrassonografia, o médico calcula quase dois meses... Então... Não poderia ser de outra pessoa... Davey, o coraçãozinho bate tão depressa! - as lágrimas começaram a brotar de nossos rostos involuntariamente. - Eu sei, tenho somente 17 anos, ano que vem começaria uma vida universitária, mas não me importa! Eu quero muito esse bebê... Sei o quanto será difícil dizer ao papai, ele te aprecia muito, com certeza dirá que temos nos casar, o que não seria ruim pra mim, pois eu te amo e teremos uma criança... já somos uma família!

- Ah, Michelle. Eu quero esse bebê, ele terá todo o meu carinho. Não te deixaria passar por isso sozinha, fico feliz que o queira dar ao mundo. Sei o quanto está radiante por dentro, eu também estou... mas vamos deixar pra contar ao seu pai quando a barriga começar a tomar forma... Ainda não me dei conta da notícia, vamos nos preparar primeiro e então seu pai saberá de tudo.

- Tudo bem, eu só queria que VOCÊ soubesse, por isso te trouxe até aqui.

- Eu te amo. Amos os dois. -disse ele, acariciando minha barriga.

Saindo do brinquedo, ele me envolveu num abraço caloroso e demorado, bailando nossos corpos de um lado para outro, dando beijos em meu pescoço.

- Feliz aniversário, futuro papai. -sussurrei em seu ouvido.

- Obrigado, gravidinha.


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Notas finais do capítulo

Calma, a descrição do aniversário de Davey ainda não terminou, pois pra mim, seu aniversário é feriado!



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