Acordei com uma pequena ardência entre as pernas, obviamente normal depois da primeira relação sexual de uma garota. No entanto, aquilo não me incomodava.

Davey ainda dormia, seu corpo estava suado como se tivesse queimado em febre, de costas para mim, eu me deparava com a tatuagem de asas de águia. Acariciei-a (a tatuagem) e depois o abracei, colando ainda mais nossos corpos. De olhos fechados ele segurou minha mão e a beijou, depois, junto à sua, colocou-a debaixo de seu rosto.

Fiquei imaginando o quanto foi bom nos entregarmos, nossos corpos virando um só, na mesma vibração, o quanto ele foi carinhoso... Foi mágico!

Contemplei-o mais algum tempo, desejando estar dentro daquele momento para sempre, até ele abrir seus olhos.

- Bom dia, amor!

- Bom dia, querida... bom dia mesmo? Acho que já é boa tarde.

- Hum... 12:30.

- Nossa, tudo isso?! Puxa, você acabou comigo! - ele disse num tom, com um sorriso um tanto maliciosos.

- Ah, é? De agora em diante, você vai precisar estar animadinho todos os dias, senão não irá aguentar... não dará conta!

- Já pegou o gostinho da coisa? Bem, eu costumo ser bonzinho na primeira, depois disso... Bem, não vou comentar; sou de fazer, não de falar! Vamos levantar, tomar um banho, comer algo... Pra onde vamos sair hoje?

- Não queria sair pra lugar algum, queria ficar aqui, agarradinha com você! O dia está chuvoso, é perfeito pra ficar em casa...

- Farei o que você quiser, Michelle Walker.

Nos beijamos e fomos tomar banho juntos. O corpo de Davey em perfeita forma, completamente tatuado entrava em contraste com o meu, totalmente branco. Preferimos o chuveiro à banheira, queríamos observar melhor nossas formas.

Escorregadios por conta do sabonete, parecia uma boa ideia para a segunda vez... ele me levantou, encaixando-me entre si e os beijos ficavam mais calorosos, enquanto eu tentava convencê-lo apenas com beijos e carícias qual era a minha vontade.

- Miche, estamos sem proteção, você não toma remédio...

- Uma vez, o que tem?

- Pensando assim, um monte de garotas engravidam... Além do mais, temos grande chance de levar um escorregão!

- Por que você tem que abrir a boca e estragar as coisas?

- Relaxa, fogosa! Teremos o dia inteiro pra continuar... garanto que nosso fogo não apagará tão cedo!

Nós rimos e terminamos nosso banho. Ele vestiu uma calça de moletom preta e uma camisa meia-manga branca e eu, apesar de ter levado minha própria roupa, vesti uma blusa de manga comprida preta dele, claro. Adoro vestir suas camisas, ele diz que sempre que compra camisas novas, me imagina vestindo-as antes mesmo dele. Mas não nega que é muito mais prático para bem... é... Então, continuando.

Fomos para a cozinha, Davey preparou panquecas de escarola que estavam divinamente deliciosas, e suco de acerola. Ele é extremamente geração saúde, nunca bebeu, nunca fumou, nunca se drogou, faz parte de um movimento chamado Straigh Edge desde os 15 anos, adotado por muitas bandas de rock que incentivam os fãs a não usarem substâncias químicas e é vegetariano desde os 21. Perfeito, não?

- Puxa, isso é muito bom, Davey!

- Eu sei. Tudo o que faço é muito bom.

- Ha-ha... Por que você é vegetariano?

- Porque eu odeio plantas, quero acabar com elas.

Na verdade, sabemos bem porque ele não suporta mais ver carne, sentir o cheiro dela. É uma questão bem além de “simplesmente amar os animais, não achar justo testes em laboratórios”, blablablá.

Terminamos o almoço eram quase três da tarde. Decidimos assistir um filme na sala, uma comédia romântica com Adam Sandler, “Como se fosse a primeira vez”, eu amo, já o fiz assistir milhares de vezes.

- Eu queria me apaixonar pela mesma pessoa todos os dias...

- Então eu não faço isso, Michelle?

- Sim, mas com o tempo... podemos cair na rotina...

- É só fazermos da rotina, todos os dias serem diferentes e especiais. Um pequeno detalhe pode fazer grande diferença... você mesmo, apareceu como detalhe em minha vida e agora eu não vivo sem você .

Aquilo foi tão lindo vindo dele, e era tão sincero, foi simplesmente para me fazer sorrir como boba, como uma criança ganhando um unicórnio.

Quando me vi de novo, estava encaixada em seu colo, beijando-o.

- Sabe o que eu acho?

- O que, Miche?

- Que você está vestido demais para mim!

Rimos, nos beijando calmamente enquanto ele tirava sua blusa. Em poco tempo, estávamos despidos naquele sofá.

Ele puxava meus cabelos beijando meu pescoço, roçando o rosto nele com a barba a fazer, dando mordidinhas em minha orelha, depois alisava minhas coxas e me apertava contra seu corpo.

- Menina, como pode?

- Como pode o quê?

- Você ser tão gostosa! Meu Deus... você devia ser magricela como as garotas normais da sua idade.

- Disse bem, as “garotas normais”... eu não sou normal... e cale a boca, não estrague tudo com palavras!

- Por que não me cala? - disse mordendo meu lábio inferior.

Meu corpo ia e vinha lentamente, eu arranhava suas costas, mordia seu pescoço enquanto ele me apertava contra si e apalpava meu corpo.

De repente ele me jogou no sofá e deitou-se por cima de mim.

- Quanto tempo achou que eu te deixaria por cima, no comando?

- Ainda bem, viu... Pensei que seria um frouxo e me deixaria fazer tudo sozinha!

- Se prepare, porque vai engolir todas essas palavras!

Droga. Por que será que eu não duvidava?

Sua boca passou por todo o meu corpo. Todo. Me provocava diversas sensações prazerosas, coisas que nunca senti antes, que não sei como descrever até hoje.

Era maravilhoso, num ritmo mais acelerado, mais carnal e menos carinhoso. Ainda assim, ele me tratava como “a namorada”, coisa que normalmente os homens esquecem de fazer na hora do sexo.