Nada Por Acaso escrita por HermannRed


Capítulo 9
Ninth


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei, passei muito tempo sem postar, mas aqui está o novo capítulo fresquinho, espero que gostem!



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  Acordei com um susto no meio da noite, o relógio da minha cabeceira marcava três horas da manhã em ponto, acabará de acordar de um pesadelo, me sentei na cama com as mãos apoiando a cabeça, o suor escorria da minha testa para a ponta do meu nariz, formando uma poça escura no chão de madeira.

Levantei-me e fui à cozinha tomar um copo de água com açúcar, estava meio desnorteado e com uma sensação de angústia no peito, como se o terrível sonho, fosse como um pressagio de que algo de ruim aconteceria naquele dia, preferia ignorar e voltar a dormir, mais era impossível ignorar tal sentimento.

Voltando para o quarto, liguei o computador e como não iria conseguir voltar a dormir, preferi ir para a web e chegar o que estava acontecendo naquele momento, parecia que ninguém no mundo estava dormindo e que todos estavam conectados, abri meu MSN e tinha 3 pessoas online (Não era muito popular no colégio ou em qualquer outro canto).

“O que você está fazendo aqui hora dessas, amor?” – Leo perguntou, queria mentir, ou melhor, eu podia mentir já que ele não podia me ver.

“Nada, só perdi o sono, e você? O que faz aqui uma hora dessas?” - Perguntei falando para mim mesmo que estava tudo bem.

“Tive um pesadelo e não consegui dormir depois disso...” – Na hora que a mensagem chegou, fiquei por um tempinho em choque, como uma coisa dessas poderia acontecer com nos dois ao mesmo tempo?!

Mais você está bem?”

“Estou sim, melhor agora que posso falar com você, não queria te incomodar á essa hora...”

“Você sabe que não seria incomodo algum, Léo!”

Ficamos conversando por mais algum tempo e voltei para a cama na tentativa de que o sono me dominasse virei para o lado, o relógio já marcava 5:43 da manhã, “Ótimo, agora não vai dar tempo nem pra cochilar”, pensei em voz alta, dito e feito, abri os olhos com o despertador fazendo “Trin- Trin”, parecia que um caminhão tinha passado por cima da minha cara, tomei banho e fui pra escola.

                                                                             ...........

Fui direto ao meu armário guardar os livros que não terem utilidades até as próximas aulas 

- Nossa, que cara é essa? – Léo disse enquanto se se encostava ao armário que ficava próximo ao meu, tomei um susto com a sua chegada repentina, um dos livros caiu no chão.

-Sono. – Respondi me abaixando pra pegar o livro de Revolução Francesa que tinha caído.

-Há sim, falar nisso qual foi o sonho que você teve... -  Léo foi interrompido pelo sino anunciando o primeiro horário e por vários alunos correndo pras suas salas.

-Desculpa, tenho que ir, depois nos falamos. – Léo assentiu com a cabeça enquanto me afastava.

A aula que seria a do meu primeiro horário era a de química com o senhor Gomez e sua cara de gigolô, não podia me atrasar mais com ele, ou ficaria depois da aula, Léo entrou depois de mim, já estava sentado, ele deu uma leve piscadinha conferindo que ninguém havia visto, sorri e abaixei a cabeça, o professor estava logo atrás dele, sua cadeira ainda era a que ficava atrás de mim, quando passou pela minha cadeira, deixou um pedacinho de papel cair em cima dos meus livros e se sentou, peguei o papel e olhei para trás, ele sorriu e eu me atentei para o papel, nele estava desenhado um coração e as palavras “Eu te Amo” dentro do coração, um sorriso enorme apareceu na minha cara, tenho certeza que minha bochechas estavam vermelhas.

Meu celular começa a vibrar no meu bolso, tiro ele da calça com cuidado pra que o professor não veja, uma mensagem da Su, olho pro lado e ela fala “ Lê e responde” gesticulando com a boca sem soltar um único “piu”.

Qual o motivo razão e circunstâncias pra esse sorriso imenso?

Olho pro lado, ela continuando olhando pra mim com os olhos brilhando, como se no bilhete existisse a cura do câncer.

Léo disse que me ama. – Mando pra ela.

Assim que a mensagem chega, ela olha pra mim e pra Léo e desenha um coração no ar com a ponta dos dedos.

-Acho que a senhorita Andrews deseja responder a questão. –Senhor Gomez fala colocando as mãos na mesa, enquanto a sala toda se vira pra ver com quem ele estava falando.

-Não, senhor... – Ela fala se encolhendo na cadeira.

-Ótimo. – Senhor Gomez fala se erguendo novamente para continuar a explicação, não me agüento e começo a rir, baixo claro, não quero ser o próximo a levar uma chamada.

                                                  .............

A aula custa pra passar, a prova de português seria no terceiro horário, antes da pausa pro lanche. Aproveitei um pouco da aula de química e de física pra estudar, enquanto isso Su fazia o mesmo na cadeira dela.

-Ei, você sabe que vai me dar cola, né? – Su disse pra mim, e eu olhei pra ela com os olhos esbugalhados, boca aberta e pensando “Como assim?!”.

-Como assim?

-Eu “Tentei” estudar – Disse ela revirando os olhos, sabia que era mentira, aposto como ela deitou na cama e só levantou porque tinha “Realmente” que fazer aquela prova. – Mais você sabe que eu nem se quer sei o que é uma “Locução adverbial”.

-Ok, ok, eu entendo que você não tem capacidade pra esse tipo de coisa. –Brinco com a cara dela e como resposta, ganho uma caneta na minha cara- Ai! –Grito e a professora se viram pra ver o que estava acontecendo, como um relâmpago, eu e Su nos ajeitamos nas cadeiras fingindo que nada aconteceu, QUE VENHA A PROVA, pensei sorrindo.

                                                            ................

Não estava difícil, a prova disso foi que Su ainda saiu primeiro que eu, demorei mais 10 minutos e entreguei a prova visualizando minha nota máxima – Não estava muito modesto hoje- Leo ainda estava fazendo prova, ele estava coçando  a cabeça baixa, parecia que ele não havia estudado... Fiquei preocupado e queria poder ajudá-lo.

Ele olhou pra mim enquanto entregava a prova e sorriu como se falasse “Pode ir, está tudo bem”, respondi com outro sorriso e saí da sala, ninguém viu nossas trocas de sorrisos, todos estavam preocupados demais com a prova pra notar qualquer coisa, de vez em quando ainda escutava uns “Caramba” e “Mamãe mandou...”

Fui ao banheiro pra lavar o rosto, assim que saí, vi Su passando direto pelo corredor e atrás dela estava Jeremy “O Ogro”.

Fui atrás deles na intenção de descobrir o que se passava.

-Volte aqui – Disse Jeremy puxando o braço de Su, com o movimento bruto de Jeremy, Su rodou e parou de frente para Jeremy.

-Eu já falei que eu não tenho mais nada com você, me DEIXA EM PAZ! –Disse Su tentando se livrar da mão de Jeremy que ainda estava no seu braço.

Como um bando de urubus, os alunos fizeram uma rodinha em torno do palco principal, estrelado por Su e Jeremy. Não ia agüentar não fazer nada, tinha que proteger minha amiga.

-Ei, ela já falou que não tem nada pra falar com você! – Me meti no centro da roda do lado de Su, Jeremy largou o braço dela assim que me interferi na briga.

-E quem o pirralho pensa que é, pra falar comigo?! – Fique sem ação, não sabia o que falar ou o que fazer, nunca tinha tido a experiência de brigar com ninguém, nem fisicamente nem verbalmente, exceto com Su, mas ela não contava. No minuto seguinte que Jeremy disse aquilo, senti o impacto de um dos seus murros no meu rosto, cai em cima de alguns alunos curiosos com o braço aberto, escutei vaias, aplausos, comentários em geral, uns falando “Bem feito” outros falando “Coitado”, não dei a mínima importância, porque graças ao murro, meu nariz começou a sangrar, Su foi correndo me ajudar, enquanto, e ia de encontro ao chão, Jeremy me olhava como se eu fosse um rato, um “Zé ninguém”.

Léo aparece no meio das pessoas, correndo em minha direção, ele se ajoelha do meu lado e olho pro sangue que escorre do meu nariz, e olha pra Su apavorado.

-Você esta bem? –Ele pergunta atônito.

-Estou... Só ta doendo um pouco. –Respondo com a voz nasalada, minha mãe esta no meu nariz, em uma tentativa de estancar o sangue.

Léo afasta minha mão, e analisa o meu nariz, sua cara se transforma totalmente, posso sentir sua raiva, seu rosto começa a ficar vermelho e ele se levanta com os punhos cerrados e rangendo os dentes.

-Foi você que fez isso? –Léo fala encarando Jeremy com tanta raiva na voz, que começo a ficar preocupado.

-Quem?! Esse merdinha? –Fala apontando pra mim, não me sinto ofendido e sim preocupado com o que Léo pode fazer. –Por quê?! O que você vai fazer?! –Jeremy fala com ironia, e é visível a raiva de Léo aumentar.

Jeremy era um pouco maior que Léo, porem Léo tinha mais corpo que Jeremy, como resposta, Léo deu um soco no abdômen de Jeremy, ele recuo com as mãos no estômago. Fiquei desesperado, Léo iria se envolver em problemas por minha causa.

-Léo, para, não vale a pena! –Falei me levantando, mais a rodinha de estudantes queria ver o “Circo pegar fogo” e começaram a gritar “Briga, Briga”. Léo fingiu que não  escutou. Ele estava com muita raiva para dar ouvidos pra mim, enquanto Jeremy se recuperava do golpe que tinha acabado de receber, Léo foi se aproximando e falando.

-Você sabe quem é aquele “Merdinha”? – Disse com revolta e apontando pra mim, depois de dizer, ele chutou as costelas de Jeremy que gemeu de dor. –Bruno Blaine, meu namorado! – A rodinha que estava a nossa volta, fizeram “Ohs” e começaram a cochichar, no meio da confusão, escutei um “Que desperdício” de uma das alunas do último ano. Léo deu mais um soco no estomago de Jeremy, que após receber o golpe caiu de joelhos no chão.- E tenha mais respeito quando voltar a falar com ele. – Léo disse com desprezo na voz, e se voltou pra mim pra me ajudar a levantar e me levar no banheiro, ele passou um dos meus braços pelo seu ombro e foi me levando pro banheiro com Su do lado, enquanto andávamos pra frente, a roda dava espaço pra que pudéssemos passar. Olhei sobre o ombro, Jeremy estava tossindo, vi ele cuspindo no chão, uma mistura vermelha, as pessoas nos olhava, umas com desprezo, outras com um brilho estranho nos olhos.

Parece que o meu sonho realmente tinha um mal presságio. Desculpa Léo...


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Notas finais do capítulo

Então? Não sei se ficou bom ou não, espero a sua ajuda pra melhorar caso ele esteja muito ruim. Obrigado por lerem.