Nada Por Acaso escrita por HermannRed


Capítulo 6
Sixth


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, época de prova não é nada fácil, mais esta ai o novo capítulo, espero que gostem, por que foi um dos capítulos que eu mais gostei de escrever.



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-Ai... -Gemi com dor.

-Meu filho! Ainda bem que você acordou! - Minha mãe falou me abraçando.

Olhei ao redor, estava em um quarto de hospital, e com o corpo todo dolorido. Minha mãe me abraçava segurando a minha cabeça, estava sentindo dor, mais não queria que aquele momento acabasse ali.

-Graças a Deus meu filho. Graças a Deus... –Ela repetia enquanto me abraçava.

-Mãe, cadê o Léo? –Perguntei pra ela ainda em seu colo.

Ela me soltou do abraço e olhou profundamente nos meus olhos.

-Bem longe daqui! Eu sei o que ele estava fazendo com você Bruno, eu vi, ele lhe beijando no carro.

-Como assim longe daqui mãe? E se você viu, era mais um motivo pra ele estar aqui do meu lado, Ai... –Gemi com dor no esforço de me colocar sentado na maca.

-O que você ta querendo dizer com isso?! Você não é isso! Eu não vou deixar que você seja, não importa que eu tire a sua liberdade, mais você não vai ser isso que você esta pensando que é!- Eu pude sentir a dor nas palavras dela, e em seguida uma lágrima escorreu pelo seu rosto.

-Mãe, o que você quer dizer com “Isso”?! –Falei com desprezo na voz.

-Você sabe muito bem Bruno... - A interrompi.

-O que mãe?! –Falei quase gritando e com os olhos cheios de lágrimas.

-GAY! –Minha mãe gritou e colocou as mãos no rosto e começou a chorar, segurei o máximo às lágrimas que ameaçavam cair. –Eu não quero isso pra você Bruno... Você é meu único filho, eu não quero que você sofra nesse mundo que não tem nada de bom a lhe oferecer meu filho...

Ela disse se aproximando da maca onde eu estava sentado, as lágrimas começaram a cair, tanto do meu rosto como do rosto da minha mãe, a abracei, não agüentava ver minha mãe chorar.

-Mãe, eu não vou mudar se é esse o seu medo, eu vou continuar sendo eu mesmo, aquele que foi criado por uma mulher que sempre deu muito duro na vida... Não vou abrir mão das coisas que a senhora me ensino por todos esses anos... –Minha mãe só chorava no meu ombro.

-Eu te amo meu filho... Mais eu não vou suportar isso sozinha... –Minha mãe disse acomodando a sua cabeça em meu ombro.

-Você não precisa, eu jamais quis fazer a senhora sofre, ao contrario, sempre tentei dar o meu melhor pela senhora, e eu só peso isso agora... Não me proíba de ver o Léo... Ele me tem feito um bem que a senhora não imagina...

-Tudo bem meu filho... –Ele disse saindo do nosso abraço e me olhando com um sorriso triste. –Se é assim que você quer... Prometo tentar entender... Mais por favor, não cobre muito de mim, que vai ser muito difícil de aceitar tudo isso... Meu único filho... – Ela disse arfando a minha cabeça com uma voz melancólica e depois saiu do quarto.

Fiquei triste pelo o que tinha acabado de acontecer, mais sabia que o que eu fiz foi o certo, mais cedo ou mais tarde, minha mãe iria descobrir da minha opção sexual, era triste saber que ela não me apoiava, que era contra a mim e ao Léo.

Alguém bateu na porta, era Su, ela entrou e sentou na cadeira que minha mãe estava sentada antes.

-O que foi que acontecer?!- Ela perguntou preocupada. –Vi a tia Lúcia correr pro banheiro feminino...

-Eu falei tudo pra ela... –Falei com os olhos enchendo de lágrimas novamente.

-Tudo bem... Eu não estou aqui pra falar de assunto triste! – Ela disse fazendo uma cara de repreensão. –Como vai esse corpinho lindo?! –Ela disse sorrindo.

-Dolorido! –Respondi sorrindo. –Su?!

-Oi?

-Pode me fazer um favor?! –Falei com uma cara de pidão.

-Fala! –Ela disse com uma cara amarga, mais irônica ao mesmo tempo.

-Você poderia ligar pro Léo vir pra cá?... To precisando muito dele aqui do meu lado... – Eu falei olhando pro lençol que me cobria.

-Mal acabou de levar uma surra e já ta pensando naquilo, benza Deus heim! – Ela disse sorrindo, olhei pra ela com uma cara de raiva, até ela perceber que eu estava realmente com raiva. –Já me adiantei Romeu, ele disse que daqui quinze minutos ele ta chegando... Apropósito – Ela disse dando uma pausa. –Se você quer saber do seu pai... Sua mãe o mandou pra cadeia por agressão e renegação de pensão, e bem provável que ele permaneça lá por um bom tempo... – Ela disse se levantando e indo embora. –Tenho que ir pra escola pra fazer a educação física, hoje já é terça, e você já perdeu a prova de matemática. –Ai não! Agora sim eu estava realmente com a consciência pesada.

Olhei no relógio de parede que fica em frente a maca, e eram uma e meia da tarde. Nunca passou pela minha cabeça que um dia meu pai fosse fazer algo bruto e selvagem como ele fez, nunca passou pela minha cabeça encontrar meu pai novamente desde que ele largou minha mãe.

Depois de vinte minutos, Léo entra como um raio pela porta.

-Meu amor! –Eu não acreditei que ele havia me chamado de “Meu amor”, mais fiquei feliz, que isso não era um truque da minha cabeça. - Que bom que você esta bem! Tentei vir te visitar várias vezes, mais a sua mãe não deixou... Ela... –Não deixei que ele continuasse, o beijei, precisava dele naquela hora, precisava dele pra superar o que tinha se passado um pouco mais cedo.

-O que foi que aconteceu com a sua mãe? –Ele perguntou preocupado pegando na minha mão.

Expliquei tudo o que tinha acontecido, e que ela sabia que nos estávamos tendo um caso, afinal de contas, foi por isso que aquele ser que não ouso titulá-lo de meu pai, me agrediu.

-O como você está?! –Ele perguntou pra mim com uma voz triste.

-Arrasado... –Respondi pra ele com as lágrimas no rosto e segurando a mão dele com mais intensidade que antes, não queria que ele me visse tão triste assim, então desviei o olhar do seu rosto para o lençol da cama, na tentativa de evitar que ele visse as lágrimas se formando.

-Não precisa ficar triste, eu vou sempre continuar do seu lado, não importo o que os outros digam e pensa, Bruno, eu te amo! E pude ter certeza disso, nesses dois dias que não pude te ver. –Ele disse virando o meu rosto, onde um pequeno sorriso surgia em meio de lágrimas, só que dessa vez, as lágrimas não eram de tristeza, e sim de felicidade. –Eu quero estar sempre do seu lado! Eu sei que nós mal nos conhecemos, e que não é a hora e nem o lugar pra isso... Mais Bruno, você aceita namorar comigo?!- Ele disse tirando uma caixinha do bolso, onde tinha um anel de prata e inscrições que dizia “Seja pra sempre meu”, percebi que ele já estava usando uma na sua mão direita.

-É claro que eu aceito... Não queria estar com mais ninguém nesse momento, só com você, é você que me faz tão bem, que me faz sentir vontade de viver, por isso Leonardo, eu posso dizer com toda a certeza que também te amo. –Após eu ter dito isso, Léo abriu um grande sorriso, tirou a aliança da caixinha e colocou no meu dedo e me beijou, lentamente pra que eu não sentisse dor por causa dos ferimos, esse foi o momento mais especial que eu podia me lembrar em toda a minha vida, ninguém me fez sentir tão vivo quanto o Léo fez.

-Juntos pra sempre. –Ele beijou minha mão onde estava a aliança e depois a minha boca, com o mesmo calor que me sentia tão bem.

Léo concerteza foi o primeiro em muitas coisas na minha vida, e eu estava descobrindo a cada dia que se passava, eu tenho que admitir que não foram muitos, que ele era a pessoa que eu sempre pedia do meu lado, que podia ter demorado, mais que a espera valeu a pena.

-Te amo Léo...

-Também te amo Bruno...


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Notas finais do capítulo

Então, eu sei que eles estão apressadinhos demais, mais quando se ama a primeira vista, não tem como se controlar, não é verdade?! =D