Wagashi escrita por Franiquito


Capítulo 1
Wagashi


Notas iniciais do capítulo

Eu espero que a Chibizinha goste desse presentinho pequenininho... O presente é pequeno, mas o carinho que eu tenho por ti é enorme, viu? Te desejo tudo de bom, muita felicidade sempre! Feliz aniversário, Chibi! Eu te gosto muito! >.
Boa leitura!



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WAGASHI

Takanori caminhava quase que saltitando pela calçada, sob a brisa fresca e agradável do outono recém iniciado. O menino trazia um pequeno saco de papel em uma das mãos, abarrotado de doces e guloseimas que acabara de comprar. O loirinho cantarolava baixinho uma música qualquer enquanto refazia o percurso até sua casa, dando pequenos pulinhos ao invés de passos. Ele estava feliz.

Takanori enfiou a mão no saco de papel outra vez, atrás de algum bolinho fofo e saboroso. Havia tanta coisa ali que o pequeno não encontrou o que queria de imediato, precisando parar e espiar dentro do saco de papel.

- Hum... Cadê, cadê...? Ah! – o menino não se demorou em abocanhar a guloseima, engolindo quase metade do doce de uma vez. Ele permanecia com o bolinho na boca quando voltou a caminhar.

Mas então parou novamente.

- Nani?

A atenção de Takanori tinha sido atraída pelo parquinho a alguns metros de distância. O lugar estaria vazio se não fosse por uma criança de cabelos curtos e escuros, sentada de forma encolhida em um dos balanços.

Ela parecia muito triste.

Takanori se distraiu por alguns instantes apenas observando-a de longe, até que o bolinho que ainda mantinha em sua boquinha caiu no chão aos seus pés.

- Ah, que droga!

A indignação de Takanori tinha sido ruidosa o suficiente para atrair a atenção do outro no parque. A pequena criança – ela era menor do que o próprio Takanori, isto era um grande feito! – pareceu se assustar por não estar mais só e levatou-se do balanço, correndo na direção contrária.

- Não! Espera aí! – o loirinho gritou ao começar a correr também – Espera!

As pernas curtas de Takanori não ajudavam a ganhar velocidade, mas o fugitivo também não apresentava grandes vantagens. O menino de cabelos loiros e curtos logo alcançou seu objetivo, segurando-o pelas costas da blusa azul de mangas curtas.

- Eu gritei para esperar, po, você não ouviu? – disse Takanori ligeiramente ofegante. Ele recebeu um olhar desconfiado.

Os dois ficaram onde haviam parado por algum tempo, esperando a respiração voltar ao normal, sentindo o vento suave da estação balançar os cabelos. Takanori continuava a receber olhares de soslaio, como se a outra criança não conseguisse se decidir entre confiar nele e voltar a correr.

- Tá tudo bem? – o loirinho disse por fim. O outro assentiu devagar – Parecia que... Eu te vi de lá – Taka apontou para a direção de onde viera, sem saber direito o que dizer – Hum... Quer bala?

Os olhinhos escuros e desconfiados abriram-se em surpresa, aumentando até o parecer duas bolas de ping-pong. A mão direita se estendeu timidamente com a palma virada para cima. Takanori sorriu, exibindo seus dentinhos brancos. Ele depositou um bolinho igual ao que deixara cair na mão aberta. A apreciação que o menor fez do doce foi bastante diferente: segurando o bolinho com as duas mãozinhas, o moreninho deu uma dentada quase imperceptível na guloseima.

- O-oishii! Arigato ne... – disse uma vozinha meiga e baixinha.

Takanori quase deu um salto para trás.

- Eeh?? É uma menina?!

A pequena piscou os olhos escuros sem entender e então subitamente perdeu a pose de ingenuidade, parecendo ficar um pouco brava.

- Sou uma menina sim, por quê?

- Eu... Eu pensei que fosse um menino... O cabelo... – ele apontou debilmente para o cabelo ligeiramente ondulado que ela mantinha curto.

- Qual o problema com o meu cabelo? Eu não falei do seu! – ela apontou de volta.

A boquinha do loiro se abriu em um “O”.

- O que tem o meu cabelo?

Mas a menininha, ao invés de seguir com as provocações, riu-se.

- Seu cabelo é legal... – ela passou a mão pelos fios irregulares. Takanori voltou a sorrir.

- É, o seu também é... Para uma menina... Ah, gomen, gomen...! Toma!

Takanori estendeu o saco de papel para a garotinha, que aceitou sem entender.

- Pode pegar – ele disse.

- Por quê?

- Porque você parecia triste... Eu costumo ficar feliz quando como doces... – Takanori coçou a nuca, parecendo sem jeito. A menina sorriu docemente e espiou dentro do saco de papel.

- Sabe... Tem muito doce aqui... Por que a gente não divide?

Takanori sorriu de volta.

- Hai! Aliás, qual é o seu nome?

- Camila. E não conta para ninguém, porque eu estou fugindo de uma festa chata com pessoas chatas... – ela sussurrou de forma cúmplice, olhando para os lados –, mas hoje é o meu aniversário...


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