Recrutamento e convocação – Capitulo 3

Quando ela me empurrou para dentro do armário me protegi para não bater no fundo dele, mas ao invés do que eu esperei, eu tinha caído no chão. Quando levantei a cabeça me espantei, eu estava em uma clareira no meio de um bosque. Olhei para trás, onde deveria estar o guarda-roupa da Érica tinha um tipo de portal no formato de uma porta.

- Aqui é o lugar certo para agente conversar. – disse a Érica ao atravessar o portal

- Aqui? Onde estamos?

- Dentro do meu armário, dã!

- Armarinho pequeno hein?

- Ele é mágico.

- E eu sou Merlin

- Vamos parar de enrolação e ir direto para o assunto.

- Que assunto?

- Fica quieto que eu explico.

- Ce me joga em um armário que é um portal para um bosque e ainda quer que eu fique quieto?

- É, tais parecendo aquelas mulheres histéricas nas promoções.

- Fala logo então.

- Do principio então, eu sou de uma sociedade chamada…, na sua língua 'Os viajantes' vivemos em uma dimensão diferente da que nós estamos agora, uma dimensão chamada 'Ilha dos sonhos'. Nosso grupo combate todo o mal nas outras dimensões.

- E onde eu entro nisso?

- Eu já estava chegando nessa parte. – falou meio nervosa – Vamos dizer que a nossa sociedade não é só feita das pessoas que nascem em nossa dimensão, ela também é composta de pessoas, não, escolhidos de outras dimensões que nascem com poderes como se fossem um de nós. Daí mandamos algum recrutador, no caso eu, para recrutar o escolhido, no caso você, para ir a nossa dimensão treinar seus poderes e nos ajudar a combater o mal.

- Claro, eu ainda sou Merlin.

- Como você explica esse bosque então?

- Bati a cabeça no seu armário e estou delirando ou to inconsciente.

- Inconsciente não esta - ela falou dando um baita beliscão em mim

- Ai essa doeu.

Estranhamente tudo que ela falou fez sentido para mim e eu estava acreditando, mas tinha algo que eu ainda não entendia.

- Como você sabe que eu sou um desses escolhidos?

Por incrível que pareça ela corou muito com essa pergunta.

- Bem, tem vários testes para saber que alguém é um escolhido ou não.

- E quais são?

- Essa é minha primeira missão de recrutamento, como trote de formando eles só ensinam um tipo de teste.

- E qual é? – perguntei mesmo sabendo a resposta

- Tem que beijar o escolhido. Mas não pode ser qualquer beijo tem que ser o primeiro beijo que você da nessa dimensão.

- Por isso tu me beijasse ontem. – falei, agora que eu falei isso me aliviou um peso das costas e ainda eu descobri que não tinha sentido nada pela Érica por causa do beijo.

- É, eu já estava desconfiando que alguém da tua turma era o escolhido, por isso eu me aproximei de vocês. Isso não quer dizer que agora eu não ache vocês meus amigos, na época era só minha missão, mas agora eu ando com vocês por que eu gosto da tua turma.

- Uma pergunta: Se não fosse essa coisa de escolhido tu tinha ficado com o Blase?

- Não sei. Mas não vou ficar com ele, principalmente depois do que ele fez. – disse um pouco magoada.

Depois que ela falou isso comecei a rir.

- O que foi?

- Uma hora tu é uma viajante dimensional toda fodastica, outra hora é só uma adolescente normal magoada com um amigo. Muito bipolar.

- Ha ha, sem graça. Agora você tem que responder se queis entrar em nossa sociedade.

- Tem escolha?

- Para falar a verdade não.

- E por quê?

- Porque em nossa dimensão também existe o mal, alguns Viajantes que se aliaram as sombras para terem mais poder também vem aos outros mundos em busca de escolhido para fortalecer o mal e quando não conseguem mandam servos destruir os escolhidos.

- E tem algum desses Viajantes do mal aqui?

- Pelo que eu vi não, mas ninguém sabe quando algum aparece.

- Como se sabe que tem um escolhido em outra dimensão?

- Sensores mágicos e os recrutadores têm sensibilidade mágica, por isso eu tinha quase certeza que alguém da tua turma era um escolhido, mas só ontem quando nós ficamos sozinhos por muito tempo percebi que você era o escolhido.

- O teu trabalho é só achar os escolhidos?

- Não. Eu tenho que treinar os escolhidos na arte da luta com espada e na luta corporal. Isso me lembra que seu treinamento começa agora.

"Por que eu tinha que abrir a minha boca?"

- E o que eu vou ter que fazer?

- Vamos começar o treino leve, vamos dar uma corridinha.

A "corridinha" durou cerca de uma hora, depois fomos a uma lagoa perto dali para "refrescar" e nadamos por mais uma hora depois ela me dispensou dizendo que tinha que pegar leve por eu ter começado o treinamento agora. "Se isso for leve não quero ver o treino pesado"

O tempo foi se passando eu ia para a aula de manhã e em algumas tardes, mas também continuava o treinamento com minha mestra Érica que não aceitava outro tratamento quando estávamos treinando.

Divagando

Como dizia o antigo ditado chinês (ou de outro pais eu não sei) para conhecer alguém de poder a essa pessoa, então eu conheci o "lado" ditadora da Érica.

Voltando

Enquanto nosso treinamento me fortalecia ela me ensinou a lutar com espadas, facas, atirar com arco e flecha, luta corporal (você não sabe como é humilhante perder todos os dias para a mesma pessoa e ainda varias vezes ao dia), seguir trilhas que ela preparava e outras coisas assim.

Meu corpo foi ficando mais musculoso meus reflexos foram melhorando, muitas pessoas notaram isso, quando elas me perguntavam respondia que estava fazendo academia.

Mas ao invés de os treinos fossem ficando mais fáceis por causa da habilidade que estava aumentando a Érica fazia com que os treinos ficassem quase impossíveis.

- Nathan se não acertar na próxima vai fazer 200 flexões.

- Como se tu não fosse me mandar fazer 200 flexões se eu acertar.- o que eu tinha que acertar era um alvo no meio dos galhos de uma árvore, até ai estava fácil, mas eu estava a 400 metros de distancia.

Atirei a flecha subiu uns 20 metros, e eu acertei o alvo na borda.

- Começa a pagar as 200.

- Por que? Eu acertei o alvo. – reclamei, na verdade eu só falei isso pra irritar ela que eu sabia que ia pagar de qualquer forma.

- Pois se fosse um inimigo a flecha passaria de raspão e ele poderia atirar uma flecha de volta, e então paga.

- Tem uma explicação par tudo mesmo - resmunguei começando a fazer as flexões

- O que foi que disse?

- Nada senhora.- disse rápido – andei pensando sobre uma coisa…

- Que novidade você pensa

-… se lembra da primeira fez que nos caminhamos juntos voltando para casa?- continuei falando sem me importar com a interrupção.

- Lembro.

- Você disse que seus pais morreram, aquilo foi mentira?

- Mais ou menos, eles não morreram em um acidente foram mortos no meio de uma missão lá na Ilha dos sonhos. E antes que você pergunte a minha irmã não é a minha irmã de verdade ela é só uma guardiã, como eu sou menor de idade e essa é minha primeira missão de treinamento ela me acompanha.

- Duzentas, acabei.

- Pode ir então.

- Tais bem?

- To, por quê?

- Não vais me mandar dar duzentas voltas no bosque? Que estranho.

- Se você faz tanta questão disso…

- Não precisa, não. Ainda bem que aqui o tempo passa mais rápido que lá fora senão a minha mãe já teria me matado por chegar em casa tão tarde em dia de semana.

- Como é ter um ap com um portal dimensional e temporal para ter esses treinamentos sem mexer com a carga horária do escolhido, você tem sorte por isso.

- Érica já fizesse o trabalho de português? – mudado completamente de assunto

- Já, não fizesse? É pra manhã!

- É eu sei. Deixa eu copiar?

- Aaahn, não.

- Muito obrigado, seu aprendiz esta na beira da morte e tu se nega a ajudá-lo, que mestra boa você é!

- Beira da morte? É só um trabalho de português, não é o fim do mundo.

- É o meu fim se minha mãe ver minha nota baixa.

- Ta bom pode copiar – disse ela bufando

- Você é a melhor mestra do mundo. – disse dando um beijo na bochecha dela.

- Mudança rápida de opinião, né? O trabalho ta em cima da minha mesa, devolve amanha sem falta.

- Sim senhora.

Fui correndo pra casa para não chegar muito tarde depois desse treinamento intensivo que eu tinha todos os dias com a Érica, estranhamente depois que eu comecei a me preparar para ir a Ilha dos sonhos eu nunca mais tive insônia.

No dia seguinte eu devolvi o trabalho da Érica e com a copia que eu tinha feito dele tirei nota 9.

- Muito obrigado Érica, me salvou de uma morte dolorosa, e salvou a minha mãe de ir para a prisão por um assassinato altamente brutal.

- Não exagera. – depois de dizer isso ela ficou em estado de alerta, ela mexia a cabeça de um lado para outro procurando algo.

- O que foi?- disse e também ficando em estado de alerta.

- Algo de outra dimensão esta aqui por perto.

- E como cê sabe?

- Coloquei um rastreador mágico em cada lugar que nós freqüentamos.

- E tem um desses lá em casa?

- Tem, por quê?

- Porque eu iria querer saber se algo entrar lá me casa.

- Precisamos sair daqui!

- No meio da aula?

- Tu não entendeu, precisamos sair dessa dimensão!

- Agora?

- É.

Foi ai que eu me toquei que para ser um viajante eu teria de abandonar a minha vida, minha família e todos os meus amigos. Mas se eu ficasse colocaria todos em risco.

- Como?

- Vamos ter que encontrar o portal mais próximo.

- Como?

- Deixa que eu faço, fique de vigia.

Ficar de vigia é fácil, a não ser que a seu turno de vigia dê resultados, e esses resultados sejam monstros de 2 metros de altura, com cabeça de cachorro, garras que pareciam aquelas peixeiras (facas enormes), com espinhos que saíam de suas costas, todo coberto de pelos pretos que estavam meio avermelhados com uma coisa que parecia sangue.

- Acho que estamos com uns probleminhas.

- O que são?

Eu descrevi para ela.

- É acho que são um probleminha mesmo.- disse pegando um tipo de vareta da bolsa e apontando ela para cima.

- Tem um portal lá em cima. – apontando para um lugar a dois metros da varanda de um prédio do colégio.

- Subido as escadas - falei correndo pras escada com a Érica um pouco atrás de mim.

Mas antes de chegarmos a escada um dos probleminhas saltou na nossa frente.

- Eu distraio ele e tu sobe.

- Ta bom.

Ela segurou uma espada, que veio do alem, e foi para cima do cachorrinho, com essa distração eu passei por ele e comecei a subir as escadas. Fui ao segundo piso e como não sabia abrir um portal fiquei esperando pela Érica. Ouvi um grito e o prédio começou a tremer um pouco e depois parou, depois ouvi outro grito e ouve uma ventania que fez minhas roupas se debaterem.

Depois dessa ventania apareceu a Érica um pouco machucada e cansada subido as escadas correndo.

- Temos que ir, eles daqui a pouco eles conseguirão passar.

Do que ela estava falando não consegui entender, antes que ela conseguisse chegar perto de mim um cachorrinho veio subindo as escadas atrás dela.

- Cuidado atrás de você!

Mas meu aviso foi tarde demais, antes de ela conseguir virar para encará-lo ele saltou sobre ela. Eu vi a cena como se fosse em câmera lenta, ele vindo para cima dela com as garras mirando o pescoço. Senti uma energia dentro de mim e como se tivesse feito isso a vida toda levantei as mãos e gritei.

- Brisingr. – uma esfera de fogo saiu da minha mão e foi direto no peito do cachorrinho, que se desintegrou.

A Érica me olhou com muita surpresa.

- Como?… temos que ir logo vem – ela veio ate mim e me puxou para uma varandinha do prédio, que servia de noite para os alunos poderem observar as estrelas.- Você confia em mim?

- Não, mas o que vamos fazer?

- Pular daqui.

Estávamos no segundo andar do prédio e lá em baixo tinha um chão de concreto.

- Tem certeza?

Ouvimos o som de um latido que vinha da escada.

- Não, mas é a melhor opção! - falou me puxando para a proteção da varanda.

Subimos na proteção correndo e pulamos o mais alto que conseguimos, e eu gritei um coisa muito inteligente tipo:

- Aaaaaaaaaaaaaaaaa .

- Portalis Opion. – com esse encantamento de Érica um circulo de uma luz azul surgiu em nossa frente e nós entramos nele.