Nathan Traveller e a Ilha dos Sonhos escrita por warick, AnandaArmstrong


Capítulo 29
Lobo da tempestade


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora pessoal, devido a problemas de net eu nao pude postar mais cedo (umas 2 h mais cedo) kkkk
eu sei que demorei e ngm le as notas do capitulo então ...
se divirtam



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Capitulo 29 – Lobo da Tempestade

A tempestade começou, o que chovia não era água e sim raios.

Cada raio que caia uma loba caia junto, acertada pelo raio.

Tentei controlar a tempestade, mas ela não me obedecia, eu sentia minha energia sendo sugada, a tempestade se mantinha com as minhas forças.

A minha visão começou a escurecer e eu não vi mais nada.

Acordei, a cama estava tão boa que eu não quis nem abrir os olhos.

O travesseiro era macio, o estranho é que tinha perfume feminino nele, sendo que eu nunca trouxe garotas para a minha cama, regras da casa, estranhei mais quando notei que o meu travesseiro não era tão confortável quanto esse, nem as cobertas tão macias.

Tentei voltar a dormir, mas tinha uma vozinha chata na minha cabeça dizendo que tinha alguma coisa errada.

Bufei e abri os olhos, até que  tinha alguma coisa errada, eu estava em um quarto digno de realeza, paredes brancas com detalhes em vermelho, moveis de madeira nobre, três portas (uma dupla e outras duas simples), muitas estatuas e pinturas de lobos. A cama onde eu estava era um pouco maior que o normal, tinha o tamanho igual a 4 camas minhas uma do lado da outra.

- Um pouco melhor que aquela cela – falei.

- Concordo.

Akalamina tinha entrado pela porta dupla, logo que entrou já fechou as portas.

- Gostou da minha cama. – perguntou vendo que eu ainda estava deitado.

- Um pouco, principalmente porque tem o teu perfume.

Ela corou e virou o rosto para o outro lado.

- Não querendo ser grosseiro, mas por que eu estou aqui?

- Como você me salvou, a minha vida e os meus pertences são seus, nada mais justo que você dormir no meu quarto.

Essa coisa de possuir ela não me agradava, mas eu não ia falar nada por enquanto, já que isso poderia ser alguma desfeita e assim ir de novo para algum teste maluco.

- Eu queria saber o por que de eu estar em um quarto assim e não em uma cela.

- A rainha não poderia te prender depois do que você fez.

- E o que eu fiz?

- Para explicar eu preciso contar a história do meu povo.

Antigamente, as lobas da tempestade viviam quase a vida toda em forma de lobas, pois achavam que a forma humana era desprezível, como os filhos homens de nossa raça não conseguem se transformarem em lobos nossas ancestrais tinham que ficar na forma humana para procriar.

O mundo de baixo (como nós chamamos a sua Ilha dos sonhos) não era habitado por nenhum humano, elfo, centauro, nenhuma dessas raças, nós íamos para la somente para a caça.

Um dia um estranho portal se abriu e de lá saíram muitos humanos, mas eles não eram humanos normais, eles conseguiam se transformar em animais, nós ficamos curiosas sobre eles, os primeiros contatos foram muitos hostis, mas nada muito violento, não precisávamos de mais um inimigo.

O tempo foi passando até que o lider deles, que virava um lobo negro pediu para falar com a nossa rainha da época.

Um tratado foi firmado e ele começaram a ensinar a arte de se transformar em animais para os nossos machos, não eram todos que conseguiam se transformar e aqueles que conseguiam se transformavam em lobos ou outros canídeos, essa foi a época em que os machos tiveram a maior participação na nossa sociedade e que as fêmeas ficavam a maior parte do tempo em forma humana, já que era o único jeito de se comunicar com druidas que viravam animais que não eram lobos.

A nossa rainha e o líder druida se casaram depois de algum tempo, os filhos deles cresceram e se tornaram druidas e lobas.

O tempo passou os druidas construíram um portal para sua dimensão natal e começou o comercio entre elas.

E então veio a noticia que a dimensão dos druidas estava sendo atacada por um inimigo fortíssimo, era alguém que conseguia produzir seus servos dos elementos, da junção de animais e de outros mundos, a batalha parecia equilibrada, eles pediram a nossa ajuda para diminuir as perdas deles, a rainha da época aceitou, ela era uma descendente do líder druida.

Um dia antes de nossas tropas irem para a dimensão dos druidas a cidade que eles tinham aqui foi atacada por membros de nossa sociedade que não gostavam de tudo o que eles tinham feito, nesse ataque mataram todos as crianças, idosos e mulheres gravidas, que estavam ali para se manterem longe da guerra, e destruíram o portal que ligava nossos mundos.

Para completar o golpe, o conselho matou a rainha e sua herdeira, colocando em seu lugar uma descendente da rainha que reinou antes da que casou com o lider druida.

Não se sabe como, mas na hora que assassinaram a rainha uma maldição foi lançada, não se sabe se foi algo nosso, se matar a rainha (coisa que nunca tinha acontecido antes) causava isso, ou se foi porque não ajudamos os druidas, mas desse dia em diante não conseguimos controlar as tempestades, nem os raios, nem os trovoes, estávamos sem poderes.

Tentaram de todos os jeitos tirar a maldição, chegar na dimensão dos druidas para ver se conseguiam tentar compensa-los pelo que fizemos e assim conseguir nossos poderes de volta, mas nada adiantou, nunca mais encontramos os druidas e nem conseguimos quebrar a maldição.

Depois de inúmeras tentativas as lobas ficaram muito irritadas e mataram o conselho que ordenou o golpe, a rainha foi tirada do cargo e colocaram a irmã da antiga, a verdadeira herdeira do trono.

Um dia a nova rainha estava caçando pelo mundo de baixo quando ela encontrou Artemeris, a deusa contou que a maldição só seria quebrada quando o lobo das tempestades despertar.

- Isso até agora era impossível, já que todos os machos de nossa espécie não conseguiam despertar seu lado animal sem ajuda dos druidas, mesmo com muitas pesquisas nada adiantava.

- Até agora eu não entendi o que eu tenho haver com isso.

Ela sorriu para mim.

- Você é o lobo que despertou.

“Fenrir, por que não me contasse que você era um lobo da tempestade?”

...

“Fenrir?”

Tentei chegar na caverna do meu lobo interior, mas não deu certo.

Esse lugar não existia mais, pois Fenrir também não existia mais, quando nos unimos nos tornamos um, só agora eu tinha entendido, meu olfato e audição estavam muito melhores que antes.

- ...quer te ver. – falou Akalamina olhando para mim.

- Me desculpa, eu não estava prestando atenção.

Ela olhou para mim, parecia um pouco braba, mas não falou nada.

- A rainha quer te ver.

Eu não sabia se ficava apreensivo com essa reunião, mesmo com essa história de eu ser o “salvador” eu não confiava nada nela, oras ela mandou um bando de lobos famintos para cima de mim, mesmo que eu fosse um lobo muito maior e mais perigoso que eles, isso não é nada legal da parte dela.

Sai da cama, e só agora notei um fato um pouco interessante, bateu um friozinho nas minhas partes baixas, um frio que não era normal e então percebi que faltava algo, eu estava sem nenhuma roupa.

Olhei para baixo para conferir a minha nudez, eu estava sem nada vestido. Akalamina começou a rir, eu não sei em que tom de vermelho eu estava.

Eu precisava rápido de algo que me cobrisse, senti a minha pele formigar um sobretudo de pelos cinzentos cresceu da minha pele, cobrindo todo o meu corpo.

- Que legal, não vou mais gastar dinheiro com roupas.

Agora as risadas dela passaram para gargalhadas.

- Hã... como isso aconteceu? – perguntei mexendo no capuz que tinha orelhas de lobo.

- É o seu pelo, por alguma magia druida quando se está na forma humana pode-se fazer a pele aparecer como uma roupa, geralmente essa roupa é da mesma cor que o pelo da forma animal, mas tem gente que consegue fazer mudar a cor e até o material da roupa, isso é muito raro. Só tem um problema, se perder você se transforma em um cachorro pelado.

Tentei imaginar a cena de um lobo de três metros totalmente sem pelos, isso  iria ser vergonhoso, inconscientemente fiz o meu sobretudo desaparecer.

Me joguei na cama e fui para debaixo dos lençóis.

- Não precisa se incomodar com isso, nós temos uma visão diferente dos humanos sobre nudez, não nos importamos em ver ou mostrar o corpo. – falou ela como se estivesse explicando para uma criancinha.

- Eu sou humano e me importo com isso.

- Na verdade, humano é uma coisa que você não é mais.

Eu ainda não tinha pensado nisso, eu já não era mais humano, os meus sentidos tinham mudado, como eu pensava tinha mudado, parecia que eu era mais selvagem que antes, mais instintivo.

Respirei fundo, não iria pensar nisso agora, eu deixaria para depois, tentaria esquecer essa crise de identidade.

- Onde está a minha roupa?

- Totalmente destruída, quando você se transformou você cresceu um pouquinho.

- Então toda vez que eu virar lobo eu tenho que comprar roupas novas? Que nem o Hulk?

- Hulk? – perguntou ela curiosa. – Não, só na primeira vez seu corpo se transforma as roupas são destruídas, nas outras ela desaparece quando a você começa a mudança, dizem que isso é por causa de uma magia druida.

Ela entrou em uma das portas que tinha no quarto e saiu segurando uma calça preta e uma regata branca, não era uma roupa que eu escolheria para ir falar com uma rainha, era uma roupa que eu usaria em um dia que eu ficaria em casa, mas como a princesa estava mandando usar essas roupas quem sou eu para discordar?

Depois de me vestir saímos do quarto e fomos em direção a sala do trono, foi estranho um pouco estranho por causa dos novos olhares que eu recebia, antes esses olhares eram julgadores ou de nojo, agora tinha um pouco de admiração.

Saber que alguém te admira por algo que você nem sabe como fez é muito estranho, agora eu sei como um certo testa rachada se sentia.

O salão do trono continuava imponente, a única mudança era que só tinha uma pessoa nos tronos, a rainha.

- Vocês demoraram.

- Desculpe minha rainha. – falou Akalamina se ajoelhando.

A rainha olhou para mim, como se estivesse pensando algo.

Eu realmente não sabia o que fazer agora, me ajoelhar, pedir perdão, dizer que meus advogados iriam processar ela,...

Meus pensamentos voaram por mil alternativas diferentes, mas o que deu a seguir eu nunca teria pensado.

- Parabéns druida, você passou no teste, é digno de ser dono da vida da minha filha. Agora por favor saia que eu tenho coisas mais importantes para fazer.

A única coisa que eu consegui dizer foi:

- Ah... certo então.

E sai dali.

Quando saímos da sala olhei incrédulo para minha companheira loba.

- Ela sempre foi de poucas palavras. – disse em um tom normal.

- E agora?

- Agora o que?

- O que eu faço?

- O que você quer fazer?

Respirei fundo.

- Essa coisa de você me pertencer, não tem como reverter isso?

- Não isso é para sempre, até que eu morra eu pertenço a você.

- Se eu disser que eu não quero isso?

Ela olhou indignada para mim, como se eu tivesse ofendido ela.

- Dai eu teria que me matar, pois como eu não sirvo para você eu não tenho direito de viver.

“Ela foi criada com esses pensamentos” só agora tinha percebido isso, falar que eu não queria ela seria como descartar a sua existência.

- Não se irrite é só curiosidade. – tentei amenizar.

- Se você quiser que eu não me irrite eu não vou me irritar.

“Isso vai ser complicado”.

- Eu quero que você se comporte normalmente. – falei depois de pensar um pouco. – Não quero que você se torne um robô cumprindo todas as ordens rigidamente, isso seria muito chato para mim, entendido?

- Sim. – falou sorrindo. – então o que quer fazer agora?

- ... como nós voltamos para casa agora?

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Notas finais do capítulo

quero dizer que se tiver 2 reviews eu prometo postar o prox cap até dia 20
obrigado por ler



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