Nathan Traveller e a Ilha dos Sonhos escrita por warick, AnandaArmstrong


Capítulo 27
Conhecendo a sogra


Notas iniciais do capítulo

Para os mortos, espero que ressurjam.



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Capitulo 27  - Conhecendo a “Sogra”

Eu provavelmente fiquei com uma cara muito estranha, pois ele parecia querer rir. Não me levem a mal, mas não é todo dia que você vê uma garota que diz que ela é a sua antiga loba de estimação.

- Hã... o quê?

De novo ela pareceu querer rir de mim, mas conseguiu segurar a risada.

- Eu sou uma Loba da Tempestade, posso assumir forma humana quando eu quero.

Isso explicava muita coisa.

- E porque você está aqui?

- Vim te agradecer por me salvar da provável morte que eu teria.

Ela olhou para mim indecisa, ela se apoiou em um pé e depois no outro, como se pensasse em algo, depois ficou um pouco vermelha.

- Não foi nada – respondi depois de algum tempo, de vez em quando eu faço isso, em vez de responder as perguntas das pessoas eu simplesmente fico observando as reações das pessoas.

Ela olhou para mim sorrindo e, sem mais nem menos, me abraçou, fiquei surpreso, depois de um tempo abracei de volta.

- Poderia não contar isso para ninguém? – perguntou ela.

- Claro, não vou contar para ninguém que você é uma Loba da Tempestade, se bem que ninguém iria acreditar mesmo.

- Se quiser contar para os outros sobre o que eu sou tudo bem, mas não conta para ninguém que eu te abracei.

- Por quê?

Ela só fez uma careta e não respondeu.

- Preciso que você venha conhecer minha rainha.

- Por quê?

Eu estava parecendo um papagaio fazendo sempre as mesmas perguntas,

- Como você me salvou eu tenho uma divida de vida com você e para formalizar isso você tem que conversar com a rainha.

- A Sadie também te salvou. – falei me lembrando que eu fiz só os primeiros socorros e a Sadie tinha curado quase completamente as feridas.

- Ela só me curou, se você tivesse me deixado lá na mata depois de ter feito a magia de cura eu iria conseguir sobreviver.

Eu estranhei isso, ela continuou muito ferida depois que eu fiz os primeiros socorros, a raça dela deve ser muito forte para conseguir sobreviver com ferimentos tão graves sem nenhuma ajuda.

- E como vamos para onde esta a tua rainha?

Ela deu um grande sorriso para mim.

- Que bom que você vai vir.

Ela começou a murmurar algumas palavras em outra língua que estranhamente eu entendia.

- Que os guardiões do céu deixem esse filho da terra entrar em seus domínios, que deem a passagem livre pelo seu portão, que o transportem para a minha casa, o reino das nuvens, Álfheim.

Um circulo brilhante apareceu no chão ao redor de nós dois, surgiram vários símbolos ao redor do circulo, no centro do circulo apareceu o símbolo de dois lobos uivando.

- Seja bem vindo a Álfheim.

Agora estávamos em um tipo de altar de pedra com o circulo e os dois lobos embaixo dos nossos pés, o altar ficava entre uma floresta conífera e uma estrada que levava para uma cidade.

- Onde estamos?

- Em Álfheim, a terra das lobas das tempestades, o berço dos trovoes, a terra acima do ceu e a minha terra natal – falou como se isso explicasse tudo.

Um grupo de mulheres e lobas se aproximavam de nós, elas usavam a mesma roupa que a Akalamina, eu tenho a teoria que quando elas ficavam na forma humanas parte do pelo da forma loba se transforma em uma roupa para elas, isso porque o cabelo de todas as mulheres que estavam ali era igual a cor da roupa de pele que elas usavam.

O grupo de mulheres estava muito bem armado, a maioria tinha duas adagas de combate, algumas tinham uma espada e poucas tinham lanças.

A comandante do grupo se adiantou, ela tinha cabelo branco igual ao da Akalamina, olhos azuis iguais, até o rosto era parecidos. Ela olhou para mim.

- Então esse é o humano que te salvou?

- Sim minha irmã. – então estava explicado o porque delas serem tão parecidas.

Só me perguntava qual das duas era mais velha, pois olhando eu não conseguia dizer.

Eu senti uma sensação familiar, um desconforto, mas eu não sabia de onde vinha.

- Vamos logo falar com a rainha. – falou a comandante.

Elas foram na frente e eu simplesmente segui elas, no caminho eu percebi que eu estava sendo rodeado pelas subordinadas da irmã da Akalamina, devia ser algo do tipo de guarda de honra.

Chegamos na cidade, ela não era muito moderna, só tinha casa de madeira e no máximo com 2 andares. Passamos por uma rua movimentada por causa do comercio, não era difícil ver lobos andando por ali, as mulheres faziam as compras e os homens ficavam de cabeça baixa carregando coisas.

Achando essa diferença estranha entre homens e mulheres eu resolvi observar melhor, para minha surpresa os homens tinham algum tipo de coleira no pescoço eles eram totalmente submissos as mulheres, por intuição eu sabia que os lobos que andavam na cidade eram somente lobas, não tinha nenhum macho transformado. Só então eu percebi que a sensação familiar de desconforto era os olhares que todas as mulheres e as lobas me lançavam, era um olhar de repugnância.

Essa coisa dos homens serem subordinados as mulheres me dizia 3 coisas: eu estava ferrado, essa sociedade era do tipo das amazonas e eu estava completamente ferrado.

“Qual será que é o pior? Os elfos, os puros ou elas? Só eu mesmo para me meter em uma encrenca dessas.”

Eu estava imerso nos meus pensamentos até que eu tropecei em uma pedra no chão, achei isso estranho, fazia muito tempo que eu não tropeçava em uma pedra, geralmente eu desviava inconscientemente. Uma risada me tirou dos meus pensamentos, parecia que uma das minhas guardas viu que eu tropecei.

Sempre se pode contar com pessoas assim para rir da tua cara em momentos constrangedores.

Nessa hora eu percebi que estava divagando demais, pois estávamos na frente de uma grande construção que eu não tinha notado antes, ela era grande feita de pedra, parecia algo entre um castelo e um templo, o edifício parecia ser resistente à cercos e ao mesmo tempo passava uma impressão mística, era difícil de descrever.

Tinha duas guardas na porta e, elas usavam a mesma roupa que as outras, mas tinha alguns adornos metálicos nos braços e nos pulsos, fazendo-as parecerem mais importantes.

As guardas abriram a porta nos deixando entrar sem perguntar nada, provavelmente por já saber que iriamos vir.

Por dentro do castelo, já que eu ia visitar a rainha isso devia ser o castelo dela.

Primeiro passamos por um saguão de entrada, que era grande e, a não ser as estatuas de lobas, era vazio. O saguão de entrada tinha vários buracos que pareciam aqueles para arqueiros das muralhas e no final uma porta igual a da entrada, analisei melhor a sala, para entrar no castelo tinha que passar por essa sala, então deduzi que ali era uma armadilha para um possível exercito atacante, eles poderiam passar pela primeira porta, mas teriam um problema muito maior para passar pela segunda.

Passamos pela segunda porta, que tinha duas guardas também, e como as outras não perguntaram nada.

Subimos uma escada e no final dela tinha um corredor, esse corredor tinha varias portas dos dois lados, no lado direito do corredor, mais ou menos na metade, tinha um arco que levava para um pátio interno, com um pequeno jardim, caminhamos um pouco por esse pátio, passamos por varias guerreiras que me lançavam olhares extremamente “amigáveis”.

Saímos do pátio e fomos para um corredor que só tinha uma porta no final dele, uma porta reforçada e ricamente entalhada, de cada lado da porta da porta  tinham  quatro guardas muito bem armadas, para diferencia-las das outras guardas elas tinham mais adornos metálicos. Essas não perguntaram nada como as outras, eu estava começando achar isso uma falha muito grande na segurança, não falei nada em relação a isso, na verdade não falei nada por temer o que poderia acontecer.

Passamos por essa porta e chegamos em uma sala gigante, perto das paredes a cada 5 metros tinham vigas que sustentavam o teto de cada lado dessas vigas tinham duas estatuas de lobas, as paredes eram adornadas com pinturas de lobos. No final de sala tinham 6 tronos, cinco que pareciam mais cadeiras de pedra e um que era realmente um trono.

Sentado nesse trono tinha uma mulher de cabelos brancos, olhar frio e selvagem, usava adornos de ferro e uma coroa simples, ao seu lado direito sentavam-se duas mulheres nos tronos e do seu lado esquerdo uma garota sentava em um trono e dois tronos desocupados.

A rainha me olhou criticamente, depois seu olhar caiu sobre a Akalamina.

- Esse é o humano que te salvou?

- Sim, minha mãe.

“Porque eu acho que estou totalmente ferrado?”


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem
Pelo que eu imagino a fict vai ter mais uns 6 capitulos



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