Um Acidente No Tempo escrita por MelanieSofie


Capítulo 16
Capítulo 16 - Presentes


Notas iniciais do capítulo

Eu reapareci das trevas... Eu sei, eu sei, que é imperdoável e que todas você me odeiam... mas bem, nem sei como me explicar... Estes últimos dois anos tem sido um pouco complicados e eu daqui para a frente não me posso comprometer com datas. Assim que puder o capitulo é libertado, mas não consigo dizer quando. Eu vivo em picos de motivação alternados com picos de desmotivação. Fazia vários meses desde a ultima vez escrevia e só agora encontrei a motivação necessária... Lamento todo o tempo que vos fiz esperar, mas eu sou uma escritora lenta...
Honestamente, acho que parte de mim voltou a isto devido a um episodio recente. Eu tenho uma amiga minha, o nome dela é Marlene e bem, eu comprei um livro que ela queria muito para lhe oferecer nos anos (ela faz anos no dia de Natal) e esse livro vai mesmo assinado pelo autor, e eu tive oportunidade de conversar durante alguns minutos com esse autor. É um autor português que pelos vistos tem vindo a ganhar algum destaque, e bem ele disse-me que era bom ser critica com a minha escrita, mas não ao ponto de isso me impedir de escrever. O que eu acho que foi bastante motivador... Por isso estou de volta e pretendo ficar u.u espero que gostem muito do capitulo.



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Ao compreender as palavras da ruiva, a manequim realizou um aceno discreto e movimentou o seu dedo articulado. Não precisavam de mais indícios para perceber que tinham sido bem-sucedidos, os três aproximaram-se do vidro e desapareceram. O interior pouco tinha mudado com os anos.

Estava muito mais frequentado do que no seu tempo, mas a recepção mantinha a mesma estrutura, as fileiras de bruxos e bruxas sentados em fracas cadeiras de madeira, esses pareciam perfeitamente normais e examinavam edições atrasadas do Semanário das Bruxas.

No entanto, alguns dos pacientes se comportavam de formas muito peculiares. Uma bruxa com cabelos cacheados até a cintura, abanava o tronco de trás para a frente e mexia os lábios sem produzir nenhum som; enquanto outro bruxo, com as mãos transfiguradas em sinos, chocava com os mesmos contra a parede produzindo um ruido estridente.

Além da agitação, a única mudança visível era a cor dos robes dos bruxos e bruxas que andavam de cima para baixos nas fileiras. No seu tempo eram brancas, num tom amarelecido pelo tempo, mas tinham sido subtituídas para um verde-limão brilhante. Eles faziam perguntas e anotavam informações em pranchetas. O emblema era um dos pormenores que perdurara ao longo do tempo. Era uma varinha e um osso cruzados, todos o traziam bordado ao peito.

Os três tentaram permanecer o mais discreto possível, e procuraram pelo guia de informação dos pisos.

“ACIDENTES COM ARTEFATOS... Térreo

Explosão de caldeirões, tiro pela culatra da varinha, batidas de vassoura, etc.

FERIMENTOS INDUZIDOS POR CRIATURAS... Primeiro andar

Mordidas, picadas, queimaduras, espinhos enfiados, etc.

ACIDENTES MÁGICOS... Segundo andar

Doenças contagiosas, catapora e. g. de dragão, doença do desaparecimento, etc.

ENVENENAMENTO POR POÇÕES OU PLANTAS... Terceiro andar

Erupções da pele, regurgitação, descontrole 2, etc.

DANOS POR MAGIA... Quarto andar

Azarações problemáticas, feitiços, aplicação incorreta de encantos, etc.

SALÃO DE CHÁ PARA OS VISITANTES/SHOPPING DO HOSPITAL... Quinto andar

SE VOCÊ NÃO TEM CERTEZA AONDE IR, POSSUI INCAPACIDADE DE CONVERSAR NORMALMENTE OU NÃO CONSEGUE SE LEMBRAR DE POR QUE VOCÊ ESTÁ AQUI, NOSSA RECEPÇÃO VAI TER O PRAZER DE AJUDÁ-LO.“

– Deve ser o quarto andar. – Murmurou Sirius, apontado para a descrição desse andar. – O Frank e a Alice não parecem encaixar em mais nenhum.

– De qualquer modo não sabemos o quarto. – Lily colocou a mão no braço de uma medi-bruxa de cabelos curtos com uma pena a escrever por magia. Tinha um sorriso triste. – Poderia indicar-me o quarto de Alice e Frank Longbotton.

– Claro. Um segundo. – A pena parou de escrever e guardou-se sozinho no bolso da bruxa. Num movimento desajeitado, a bruxa procurou nas páginas uma indicação. Ao encontrar o nome dos cujos, o seu dedo fino pousou em cima. – Os Longbotton, correto? São um caso triste, não tem muito que possamos fazer. Andar quatro. A senhora Longbotton no quarto cinquenta e o senhor Longbotton no quarto cinquenta e dois. Agora se me permitem, tenho um paciente para atender. Continuação de um bom dia. – Os lábios finos tentaram moldar-se num sorriso, mas não parecia genuíno.

Os três agradeceram e iniciariam a sua subida até ao quarto andar. Era a primeira vez que qualquer um deles tinha subido ao quarto andar, não poderia identificar se teria mudado com o tempo ou se permanecia igual ao do tempo deles, mas as paredes eram de um branco escuro, e as portas pareciam gastas. Percorreram toda a sua extensão num passo acelerado, no entanto sem dar demasiado nas vistas. Lily parou em frente de uma porta com um grande cinquenta pintado no centro. Era complicado para qualquer um deles imaginar a bem disposta da Alice por trás daquela porta.

– Você fica com a Alice, enquanto nós vamos ter com o Frank, pode ser? – Propôs Tiago, encarado a porta em frente com um cinquenta e dois marcado. – Ela pode não estar como antes, mas é provável que o instinto dela não tenha esquecido tudo o que lhe fiz.

– Não a pudemos julgar. – Sussurrou Sirius com um sorriso.

Tiago se preparava para se defender, mas Lily o interrompeu.

– Chega, pode ser. Eu fico com a Alice. – Lily empurrou ambos em direção ao quarto de Frank. – E por favor, eu imploro a você, não estraguem nem expludam nada, nós não pudemos dar nas vistas.

– Sim… - Disseram os dois com rostos desiludidos, e entraram no quarto de Frank ruidosamente.

Enquanto isso, Lily permaneceu no corredor, amaldiçoando-se por ter trazido aqueles dois. A porta para o quarto de Alice permanecia fechada, e Lily sentiu-se reticente a bater à porta. Não tinha bem a certeza se o que estava a fazer era correto, no final de contas, Alice não estava no seu estado normal.

Antes que se arrependesse e simplesmente esperasse que Tiago e Sirius voltassem, a ruiva deu duas batidas fracas na porta de madeira. Ouviu-se alguns ruídos do interior, e uma voz muito conhecida, embora ligeiramente mais aguda. Pareciam murmúrios para si mesma. No entanto nenhuma resposta veio do interior indicando que Lily poderia entrar. Por um momento Lily hesitou em virar a maçaneta, mas respirou fundo e abriu a porta.

A mulher que caminhava desorientada no quarto não repara na entrada de Lily. Era definitivamente Alice, mesmo com os cabelos esbranquiçados e frágeis, e os olhos acastanhados com muito menos vitalidade, não deixava de ter um contorno suave e belo, algo muito característico de Alice. Era uma mulher envelhecida, mas não deixava de ser Alice. Apenas alguns momentos depois é que ela reparou na intrusa.

Os seus olhos estudaram-na avidamente, parecia querer dizer alguma coisa, mas apenas murmurou:

– Gaveta. – Era uma voz muito mais esganiçada e a palavra saíra com uma entoação estranha. O seu dedinho pálido apontou para a primeira gaveta de uma velha secretaria cheia de papéis amarrotados e variados tipos de lixo. Dentro dessa gaveta apenas existia um velho caderno, que Lily retirou e abriu.

Continha imagens de várias pessoas, com pequenas descrições por baixo. As descrições estavam escritas em várias caligrafias, umas mais harmoniosas outras mais rabiscadas, Lily notou numa imagem de Neville.

“Neville Longbotton, filho de Alice e Frank Longbotton. Seu filho. Muito amavel. Você o ama. ”

Neville não estava sorridente na imagem, na verdade tinha uma expressão muito triste. A ruiva percorreu os olhos até encontrar uma imagem sua, era um retrato de si, um pouco mais velha. Seu cabelo estava mais longo e trazia uma pequena flor nas mãos. Por baixo tinha uma simples descrição.

“Lily Evans Potter, casada com James Potter. Sua amiga, você a amava. Morreu.”

– Você quer que eu mostre a você quem eu sou? – Alice não acenou nem negou com a cabeça, apenas ficou a observar um desenho que tinha exposto na parede. Era claramente infantil, trata-se de uma casa simples com três pessoas ao lado. Era bonecos simples, mas um parecia ser uma criança e os outros dois pareciam ser um casal. Lily sentiu um aperto no coração e entregou o caderno aberto na página com a sua fotografia.

Ela desviou o olhar do desenho e encarou o retrato, seu rosto ficou confuso por um momento.

– Mo… Morreu.

– Eu sei, mas viajou no tempo. Está aqui outra vez. – Murmurou Lily com um sorriso triste. Mas Alice não parecia convencida, seus olhos corriam a ruiva e depois o retrato. – Polissuco, não é minha verdadeira aparência. Poção para mudar a aparência.

Alice observou Lily mais um pouco e largou o caderno com os retratos no chão, enquanto a ruiva se abaixava para o apanhar, a mulher apareceu novamente com outro caderno e uma pena. Sem hesitar entrega-os à ruiva, que se senta e abre.

Era apenas texto corrido, novamente com varias caligafias, e narrava vários acontecimentos, coisas bastante simples, como Alice ter sido selecionada para a Grifinória, o seu casamento com Frank, alguns menções sobre algumas loucuras que ela cometera como pintar o cabelo e cor-de-rosa apenas para irritar a sua mãe. Lily não conseguia não sorrir ao relembrar alguns desses momentos, e foi aí que ela percebeu.

Encarou a pena na sua mão e começou a escrever. Tudo o quanto conseguia lembrar-se escreveu nas últimas páginas daquele velho caderno.

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As horas foram passando e Alice não parecia ficar entediada ao observar Lily escrever elegantemente todas as aventuras que se lembrava, ela gostava quando as pessoas escreviam no seu caderno, assim teria mais histórias para ler antes de adormecer. No entanto o momento literário de Lily foi interrompido quando um garoto surgiu na porta. Era Neville com um rosto entristecido, que se surpreendeu ao encontrar a professora no quarto de sua mãe.

– Professora… - Murmurou envergonhado, mas Lily terminou de escrever e entregou tanto o caderno como a pena

– Não se esqueça que você o ama. Está na hora de eu ir. Muito obrigado pelo momento. – Lily aproximou-se de Alice e pousou um beijo na face da mesma. Em seguida encaminhou-se para a porta, mas não sem antes murmurar um “Seja forte, Sr. Longbotton” baixinho para Neville que lhe sorriu agradecido.

A ruiva fechou a porta atrás de si, e dirigiu-se ao quarto de Frank, as gargalhadas estridentes podiam ser quase que ouvidas do outro lado do corredor. Bateu duas vezes á porta, mas ninguém parecia ter ouvido, sem paciência para aguardar, girou a maçaneta e observou o cenário.

O quarto era exatamente igual ao de Alice, a única diferença era a presença de três indivíduos sentados no chão do quarto. Tiago e Sirius riam-se de forma descontrolada, segurando as suas barrigas com força, enquanto Frank soltava um riso tímido e baixo, seus olhos parecia com pouca vida, sem se fixarem em lado nenhum. No entanto, devido à entrada da ruiva, pararam de rir. Os olhos de Frank encararam Lily confusos até encarar um álbum a seus pés. Este estava aberto numa página com uma imagem da ruiva dos seus tempos em Hogwarts. Tinha um belo sorriso do rosto.

– Lily E…Evans? – Era uma voz tímida e rouca. A ruiva acenou. – Era mais… bonita. – Lily sorriu tristemente encarando os cabelos extremamente embranquecidos e a barba por fazer do amigo.

– Mas não se preocupe ela continua assustadora como sempre. – Murmurou Sirius, colocando o braço à volta de Frank, que pareceu descontrair um pouco e acompanhar de forma desajeitada os risos dos marotos.

– Muito engraçado, Black. Mas tenho que lembrar a vocês que temos que ir. O Harry está nossa espera. Além de que daqui nada é de noite. Tem que ser.

Eventualmente a ruiva conseguiu arrastar os dois marotos do quarto, mas apenas após várias promessas de que voltariam o mais rapidamente possível. O que nenhum deles sabia era que aquela seria mesmo a última vez colocariam os pés naquele lugar.

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Os dias que se seguiram até à noite de Véspera de Natal, apenas poderiam ser descritos como maravilhoso para Harry, ate mesmo o seu pesadelo com Voldemort tinha despovoado a sua mente. Os seus dias eram passados com a sua família reunida, onde ele pode ouvir todo o tipo de histórias, algumas mirabolantes como o episódio em que os marotos numa brincadeira, acabaram errando o alvo e enfeitiçando Dumbledore. Felizmente tinha sido apenas um feitiço para mudar a cor de cabelo, e Dumbledore limitou-se a rir-se um pouco e lançar em si mesmo o contra feitiço. Enquanto outros mais estranhos, como uma guerra de bolas de neve épica que acabou com a sua mãe no hospital. Segundo o seu pai, uma semana depois o idiota que a tinha acertado também fora parar ao hospital de forma muito misteriosa, mas Lily não chegou a confirmar esse evento.

Tudo parecia realmente mágico, e quando chegou a véspera, Harry aguardava ansiosamente pela manhã do dia seguinte. Ele tinha colocado os presentes que comprara para os pais debaixo da árvore. Não eram nada de extraordinário, mas tinham vindo diretamente do coração. Além que Harry guardava expectativas muito elevadas em relação à reação dos seus pais. Secretamente também estava ansioso por saber o que guardavam as caixinhas que os pais tinham comprado para ele. Sabia que a companhia deles era o mais importante, e não a trocava por nenhum presente no mundo, mas esses seriam os primeiros presentes que alguma vez iria receber de seus pais. Já recebera presentes terríveis dos seus tios, presentes dos seus amigos, mas de seus pais seriam os primeiros.

Enquanto Lily tentava preparar uma refeição mais ou menos decente para a véspera da noite de Natal, Harry e Tiago colocavam os talheres e os pratos na pequena mesa redonda, mesa que tinha sido propositadamente mudada para perto da árvore de natal. Era possível observar os flocos de neve cair suavemente, era uma noite muito bela.

Depois de jantarem todos se deitaram bem cedo. Agora não era apenas Harry que aguardava pela manhã seguinte. Mas no meio da escuridão uma coruja negra buscava por uma abertura em alguma das janelas na casa onde os Potter descansam. Tinha garras afiadas e um bico alongado, que lhe permitiram amentar a brecha na janela da cozinha, permitindo a sua entrada. A casa estava escura e silenciosa, e a coruja sem perturbar isso, pousa uma caixinha castanha junto das outras.

Tinha uma nota anexada à caixinha, com uma letra elegante:

Para Lily Evans” Da mesma forma que entrou a coruja abandonou a casa.

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O sol já brilhava com alguma intensidade quando Harry se ergueu da sua cama, desde criança que sonhava com este momento. Ele sabia que os pais tinham morrido e que não iriam voltar, mas não conseguia deixar de imaginar como seria acordar de manhã no Natal e ver o sorriso dos seus pais com caixinhas nas mãos para lhe darem. Hoje seria o dia em que aquilo que tanto desejava aconteceria, não era imaginação sua ou algum sonho, era mesmo real. Maravilhosamente real.

Desceu as escadas a correr e encontrou seus pais sentados de costas para si, bem debaixo da árvore de Natal. Sem se aperceberem da aproximação do garoto, Lily bateu na cabeça do maroto.

– Pará de ser tão impaciente. O Harry precisa de descansar e nós não vamos abrir os presentes sem ele!

– Como é que ele consegue dormir? Eu estou aqui a morrer de…- Resmungou Tiago se agarrado a uma caixinha pequena que era o presente de Harry para o maroto.

– Eu estou aqui. Podiam ter começado…. – Os dois voltaram-se para o garoto sorrindo. – A sério, podiam…

– Que parvoíce. Você acha mesmo que íamos começar sem você…! – Disse Lily, retirando a caixinha das mãos de Tiago. – O Harry é o primeiro, por isso se comporte Potter! Sente aqui, Harry.

A ruiva apontou para o espaço entre ela e Tiago, no qual Harry se sentou rapidamente. Havia várias caixinhas amontoadas debaixo da árvore, tinham vários formatos e cores. No entanto não deixava de ter um encanto especial, pois era assim que as coisas deviam ter sido sempre. Lily pousou uma caixa rectangular enorme do colo do garoto, tinham um papel vermelho e um laço gigante em branco, assim como aquilo que parecia ser uma cesta embrulhada de forma desajeitada. Harry começou pela cesta, assim que começou a rasgar o papel azul claro conseguiu ver o seu conteúdo. Continha vários tipos de doces, mas predominavam os sapos de chocolate.

– Aww… Obrigada, mamãe… - Harry pousou um beijo na bochecha da mãe.

– Ainda não acabou, essa caixa também é vinda de mim.

Harry pousou a cesta atrás das suas costas e encarou a caixa vermelha. Não conseguia pensar no que poderia ser, era demasiado largo para ser um livro, no entanto pouco largo para ser uma vassoura. Poderia ser roupa, no entanto não imaginava a sua mãe a oferecer-lhe roupa. Sem mais demoras, rasgou o papel vermelho e encontrou uma caixa de cartão selada. Não tinha nada escrito no topo nem das laterais, se não fosse pelo peso parecia uma caixa vazia. Abriu a caixa, onde encontrou vários livros amontoados. O que se encontrava no topo tinha a capa castanha clara e um aspecto muito antigo. Retirou-o e começou a folhar.

Estava escrito à mão numa letra infantil e redondinha, apesar de tornar-se progressivamente mais elegante. Não tinha nenhuma imagem ou desenho, eram apenas textos que pareciam escritos por uma criança. Harry demorou algum tempo a compreender o que se tratava, mas quando o percebeu a sua boca abriu-se um pouco e olhou para a mãe.

– Isto era o seu? – Questionou Harry, ainda com a boca aberta. Lily acenou com a cabeça.

– Estava num esconderijo secreto na antiga casa dos meus pais. Agora pertencem a uma família de trouxas, mas eu consegui entrar discretamente e retira-lo de lá. Pelos vistos nem a Petúnia nem os novos habitantes o conseguiram encontrar… Não sabia se você iria gostar, mas de qualquer jeito prefiro que seja você a tê-lo do que algum estranho. Mas vá tem mais…

Harry deu mais uma olhada, antes de pousa-lo junto da cesta. Não sabia o que dizer, aquilo era algo que pertencera à sua mãe e ela queria que fosse ele a guarda-lo, a guardar as suas confissões secretas de quando era mais nova. Respirou fundo para não chorar, e foi buscar o caderno seguinte.

No entanto, ao observar de perto, logo compreendeu que não se tratava de um caderno mas sim de um álbum de fotografias. Respirou fundo novamente e abriu o álbum. A primeira foto era de seus avós, sua tia e Lily sorridentes em frente a uma casa com um aspecto muito simples e simpático. Sua mãe deveria ter uns seis ou sete anos, e trazia um malmequer na mão direita. Pareciam momentos muito felizes.

A seguinte era Lily e Petúnia num parque infantil num baloiço Eram um pouco mais velhas, e já era possível observar uma certa distância da Petúnia em relação à irmã. Como se naquele curto espaço de tempo várias coisas tivessem mudado. Harry continuou a passar os olhos pelas fotografias, sem conseguir evitar uma ou outra lágrima. Nas últimas seu pai também aparecia, pegando Harry sorridente.

A caixa continha mais dois livros sobre as melhores estratégias para jogar quadribol, que Harry prometeu tratar como relíquias e na caixa que quando agitada produzia um som idêntico a metal a cair no chão. Harry olhou curioso para mãe, e ao abrir a caixa ela estava cheia de galerões de ouro.

– Mãe… - Mas Lily não o deixou continuar.

– Foi o que sobrou do dinheirinho que tenho andado a juntar. Fique com ele, você precisa mais dele.

– Não, não preciso. – Negou Harry, pousando a caixa no colo da mãe. – Você e o papai deixaram-me uma fortuna no banco, não preciso de mais dinheiro.

Lily lançou um dos seus olhares de “Não vale a pena argumentar porque eu sei o que faço”, o que fez o Harry revirar os olhos. Mas em seguida beijou o rosto da mãe.

– Obrigada por tudo. Mesmo. – Lily sorriu, e pousou o dinheiro atrás das suas costas, ela o iria colocar na conta de Harry quando voltassem das férias.

Durante esse tempo, Tiago passou o braço em volta de Harry e anunciou que era o seu turno. Pousou no colo do garoto, aquilo que era claramente uma vassoura desajeitadamente embrulhada em papel dourado e uma caixa vermelha. Harry começou pela caixa, esta estava recheada de doces, sendo alguns deles desconhecidos por Harry. Um, em particular, parecia um rebuçado embrulhado em plástico branco, mas quando era apertado este se ajustava aos seus dedos como se tivesse uma consistência gelatinosa. Ele o colocou de volta na caixa e seguiu para a vassoura.

Era uma Nimbus 1001, um modelo totalmente obsoleto, que quando comparada com a Firebolt de Harry era como uma velha vassoura trouxa. Mas as palavras de Tiago tornaram aquela vassoura um bem precioso.

– Era esse o modelo que eu utilizava nos meus jogos. Sem dúvida que uma das melhores na sua época, bem na minha época… Agora deve ser um pedaço velho de madeira flutuante, se bem que um pedaço bem difícil de encontrar.

– Não se preocupe, eu gosto muito dela. – Disse Harry alisando a suave cauda da vassoura. – Agora vocês têm que abrir o que eu comprei. Não é nada de especial, mas…

– Não se preocupe. – Murmurou Lily, colocando a mão no rosto de Harry. – Você nem precisava de comprar nada.

Sem mais demoras, Harry colocou um pequeno embrulho no colo de cada um dos pais, enquanto os encarava com expectativa. O maroto foi o primeiro a abrir, rasgando o papel vermelho sem delicadezas. Neste continha uma caixinha, onde se encontrava um porta-chaves. Era completamente dourado e tinha uma corrente que segurava uma vassoura. Essa vassoura esforçava-se por fugir das correntes, sem sucesso, e trazia escrito elegantemente a negro:

Meu Pai

O maroto não sabia o que dizer. Enquanto isso, Lily abria o seu embrulho. Era também um porta chaves, mas este, invés de uma vassoura voadora, era um lírio que florescia e desflorescia ao longo do tempo, no cale da flor trazia escrito na mesma letra elegante:

Minha Mãe” Agora eram os dois que estavam sem palavras. Era apenas porta-chaves, aparentemente insignificantes, mas naquele momento eram como um mundo das suas mãos, aquela seria a única prenda que alguma vez receberiam de seu filho, a única que ele tinha cuidadosamente escolhido e pensado para eles. Ambos abraçam o filho, completamente emocionados e com lágrimas muito perto de caírem.

– Eu sei que não é nada…

– Não, Pontinhas. É muito especial. – Interrompeu James abraçando o garoto, e depositando o beijo na testa do mesmo. – Agora, vamos a ver o que a sua mãe acha da minha. – O maroto passou para Lily uma caixinha pequena com uma rosa vermelha no topo.

– Flores, Potter? Da última vez não deu bom resultado.

***FlashBack*** - 14 de Fevereiro de 1975

O inverno desse ano fora particularmente rigoroso, como tal, a maioria dos estudantes não dispensava uns felpudos protetores de orelhas. No entanto, dada a festiva data, ao cruzar os extensos corredores era possível encontrar algumas garotas utilizando protetores em tons de rosa e formato de um coração.

Mas esse não era o caso de Lily Evans, esta trazia um longo cachecol vermelho enrolado em volta do pescoço e uns vulgares protetores brancos. Apesar de suas orelhas estarem bem aconchegadas, tal não sucedia ao seu coração. Enquanto caminhava, encarava as paredes e todos os indivíduos que a rodeassem com uma expressão irritada. Tal não resultava, ao contrário do que todos pensavam a problemas no campo amorosa, isto é, de algum garoto não ter aceitado sair com ela ou algo idêntico, mas sim do seu insucesso na noite anterior.

Tinha-se dedicado nos últimos dias a uma poção que quando derramada em algum tecido ou objeto, esse permanecia quente durante várias horas, o que seria extremamente útil se derramada nos lençóis. Assim não haveria mais noites frias no seu dormitório. No entanto, enquanto estava na fase final da receita, onde teria que adicionar algumas folhas de uma planta rara, notou que algo não estava certo.

Na receita, que encontrara perdida num velho livro, dizia que deveriam ser adicionadas três folhas, o que seria excelente, visto que apenas restavam exatamente três folhas no frasquinho. Mas depois de as adicionar, a poção não tinha a tonalidade certa. Era necessário pelo menos mais uma folha. Folha essa que ela não tinha.

Desde o seu primeiro ano que Lily compreendera que as receitas são praticamente inúteis para quem deseja uma poção realmente bem feita. Nunca explicam com todas as palavras e passos. Era por isso necessários seguir o seu instinto, e procurar aproximar a sua poção o mais possível a uma poção exemplo. Mas isso não era possível naquele momento.

No final, a poção era praticamente inútil, apesar de ter seguido as regras à risca. O calor apenas durava alguns minutos, e todas as garotas no seu dormitório continuariam a acordar com os pezinhos gelados. O que justificava o mau humor da ruiva.

Mas essa expressão destruidora não parecia demover Tiago Potter. Com o seu sorriso confiante se aproximou de Lily. Trazia na mão direito um ramo com rosas vermelhas e brancas, e quando a ruiva o encarou ele empurrou o ramo na direção da garota.

– Então Evans, agora já aceita sair comigo?

Lily não disse nada por algum tempo, mas o seu rosto parecia a cada segundo tornar-se progressivamente mais irritado.

– Potter se você não tirar isso de perto de mim, eu juro que enfio isso na sua cara. – E assim o fez.

***Fim do FlashBack***

– Lily, me dê um desconto. – Lily acenou com a cabeça, e abriu o embrulho.

Dentro da caixinha estava um pequeno colar de pérolas. Não era extraordinário, mas as pérolas tinham um brilho suave, e ficavam encantadoras no pescoço da ruiva. Sem saber muito bem o que dizer, a ruiva deu um beijo no rosto de Tiago, e passou-lhe uma caixinha. Era um conjunto de livros sobre a azarações inteligentes e como conseguir livrar-se das consequências. James não poderia negar que era irônico a ruiva lhe desse livros daquele gênero, mas conteve o seu comentário e murmurou:

– Obrigado, ruivinha. – Sem perder a oportunidade, deu um longo beijo no rosto dela.

Depois de todos os presentes terem sido entregues é que os três repararam numa caixinha castanha, muito simples e pequena junto aos pés da árvore. Nenhum deles, sabia muito bem do que se tratava, eles tinham conversado com os Weasley e dito que apareceriam mais tarde para a partilha dos presentes e um almoço em conjunto, por isso não deveria ser de nenhum deles. Tiago puxou a caixinha para perto de si.

– Diz aqui “Para Lily Evans”. Quem enviou isto para você? – Lily encolheu os ombros e puxou a caixa. – Ruiva não abra isso… Você não sabe de quem é isso.

Mas Lily percebera de quem era o presente assim que observou a letra, sem dar grandes explicações o guardou num dos seus bolsos e encarou os garotos.

– Temos que ir ter com os Weasley. – E assim o fizeram

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Em Londres, Borough of Islington, reinava um clima que seria de totalmente festividade se não fossem os olhos avermelhados de Molly, que chorara de manhã ao receber de volta a suéter que enviara com tanto amor a Percy. No entanto, nem mesmo essa conseguira evitar sorrir quando Harry, acompanhado de seus pais, invadiram a sua cozinha. O retorno dos mortos, ou melhor dito do passado, dos pais de Harry Potter ainda lhe causava alguma confusão, afinal de contas, tais coisas não deveriam suceder, mas a felicidade do garoto, que sempre considerara um filho, era demasiado grande para não contagiar a senhora Weasley. Depois de um abraço apertado a cada um deles, continuou nos seus afazeres enquanto os outros três se dividiram. Harry foi em busca de Rony e Tiago dos dois Sirus. Por outro lado, Lily depois de receber um “não é necessário, querida” da Senhora Weasley quando lhe perguntara se queria ajuda em alguma coisa, dirigiu-se ao quarto, no primeiro andar, que Sirius lhe atribuíra da última vez que ali estivera. Tencionavam passar esta e possivelmente a próxima noite na sede, e depois voltar o resto das férias para a sua casa.

Quando a hora de almoço se aproximava, sendo possível sentir-se um cheiro agradável proveniente da cozinha, Lily que terminara de organizar a sua roupa e os seus pertences pelo quarto, estendeu-se na sua cama com um livro sobre o seu peito. Tinha o comprado à alguns dias em Hogsmeade, e ficara intrigada. Estava num canto da secção de livros usados, e tinha mais pó do que a maioria dos armários da casa de Sirius, e tratava-se de uma reflexão as potencialidades e perigos de um conjunto de poções avançadas. Planeava propor esse tema a Severo para um trabalho para os alunos do último ano, enquanto uma perspectiva mais filosófica de olhar para Poções.

Enquanto Lily percorria as primeiras páginas, dedicadas à introdução, a porta da sede da Ordem da Fenix abriu-se. O longo corredor não se alterara desde a última vez que Severo o percorrera, o papel de parede continuava a desfazer, assim como a extensa carpete debaixo de seus pés. No entanto para sua felicidade, o quadro da horrível mãe de Sirius estava adormecida e silenciosa. Fechou a porta atrás de si, e dirigiu-se às escadas para os andares superiores. Ele tencionava entrar, fazer o que precisava e sair sem que ninguém reparasse na sua invasão, no entanto, quando estava a meio das escadas surgiu um Sirius apressado, que parou ao encontrar um obstáculo no caminho.

– Snape… - Havia um certo desdém na sua voz. Algo que acontecia na maioria das vezes que se dirigia a Severo. – Porque raios está você aqui?

– Não é nada da sua conta, Black.

Com estas palavras ditas, Severo procurou contornar o corpo do maroto, mas este não o permitiu segurando o braço de Snape com força. Os dois homens se encararam com intenso ódio.

– Na verdade, me parece ser bastante da minha conta. – Mas Snape não se conteve, desviou o olhar do maroto e arrancou o seu braço das mãos deste. Embora Sirius tivesse por alguns momentos pensado em correr atrás de Snape em busca de explicações ou então simplesmente lançar um feitiço, chegou à conclusão que não valeria a pena. Snape não era mais um garoto indefeso e fraco da sua adolescência e não seria nada fácil arrancar informações dele se ele não as quisesse dar.

Enquanto isso, Snape que acabara de chegar ao primeiro andar, encarava das portas dos quartos. A última coisa que desejava era se deparar com um dos Weasley ou pior com um dos Potter, mas não fazia a menor ideia de onde se encontrava Lily. Enquanto se decidia se deveria bater na primeira porta que encontrou ou não, ouviu um ruido do outro lado do andar. Era o som de um objeto, talvez um caixa ou algo idêntico, a cair ruidosamente no chão, acompanhado de uma exclamação de uma voz feminina. Era a voz que ele procurava.

Severo hesitou antes de bater com a sua mão na porta. Tinha passado a manhã praticamente toda a discutir com Dumbledore sobre a melhor solução para o problema que surgira na noite passada, devido a uma conversa que tivera, em privado, com o Lorde das Trevas. Não fora uma conversa agradável. A lealdade de Severo tinha sido colocado em causa quando ouvira da boca do Malfoy um pequeno comentário sobre Snape aparentar estar próxima de uma das novas professoras de Hogwarts, a que lecionava Poções com ele.

Para surpresa de Lucius essa professora era uma sangue-ruim que ninguém conhecia e se apresentava como Liana Evanne. Snape fora automaticamente interrogado, e apesar de apanhado de surpresa, fora capaz de desmentir tudo enquanto o Lorde analisava a sua mente. Reafirmara com toda a sua frieza e calma que nenhuma mulher, especialmente uma sangue ruim, iria por um segundo interferir na sua missão e na sua lealdade para com o mestre. Sua apatia, se o mestre quisesse assim lhe chamar, era motivada não por qualquer tipo de sentimento ou réstia de humanidade mas por ter sido forçado a cooperar com ela. Dumbledore tinha organizado tudo isto, presumivelmente para testar a sua lealdade, e Severo dera o seu melhor para levantar a menor quantidade de suspeitas, visto que até a sua lealdade ao seu mestre era superior ao nojo e desprezo que sentia cada vez que tivera que olhar no rosto daquela mulher. Para sua infelicidade ela desenvolvera sentimentos por ele, e Severo decidira que o melhor seria fingir que devolvia esses mesmos sentimentos. Nada mais do que isso, mas seu mestre poderia estar descansado, se o seu fingimento colocava em causa a sua lealdade, ele mesmo trataria de afastar a mulher o mais que pudesse.

Lorde Voldemort não pareceu duvidar da explicação, mas tal não descansou Severo, especialmente devido à decisão do Lorde em relação ao assunto. Severo deveria continuar com a sua atuação até se conseguir tratar do assunto. Foi a referência a esse tratar do assunto que levou Severo à porta de Lily. A segurança da ruiva estava em perigo. Com as mãos um pouco suadas, bateu levemente na porta.

Lily não abriu imediatamente a porta. Estava numa parte particularmente curiosa no livro e não fazia a menor ideia de quem iria bater à sua porta invés de simplesmente entrar. O Potter com certeza que não era, mas o seu filho era uma boa hipótese. Soltou um pequeno espere, e arrumou o livro na prateleira e ajeitou um pouco a sua cama antes de abrir a porta. Para sua surpresa encontrou Severo com uma postura algo tensa, que contrastava com o seu semblante sereno.

– Ohhh, Severo. Entra por favor. – A ruiva tocou no ombro dele para este entrar. – Que te traz por aqui?

Antes de responder à pergunta sua pergunta, ele se virou de costas para fechar a porta e lançar alguns feitiços que mais alguém conseguisse escutar a conversa.

– Venho, em parte, por ordens de Dumbledore. Tanto eu como ele tememos que a sua vida esteja em perigo. – Murmurou Severo, enquanto Lily se sentava na sua cama.

– Por pensam isso?

A ruiva indicou para Severo se sentar ao seu lado. O que este fez antes de prosseguir com a explicação.

– A nossa relação… bem, tem levantado algumas suspeitas. Eu consegui amenizar a situação, e não será necessário eu me afastar de você por agora, mas isso não significa que bastante atenção não tenha sido levantada na sua direção e que o Lorde das Trevas não fará algo. Na verdade, ficaria profundamente admirado se não o fizesse. Por isso vim até aqui para pedir a você para ser o mais cautelosa possível. Porque temo que não te poderei proteger dele. O Lorde não pode saber sobre os meus sentimentos por você, e terá que acreditar que é você quem nutre os sentimentos e que eu apenas finjo sentir algo por si.

– Portanto manter as coisas mais ou menos como elas estão atualmente.

Severo acenou com a cabeça, mas acrescentou:

– Não se esqueça de ser cautelosa, Lily. – A ruiva concordou com a cabeça, e após alguns segundos de silêncio pareceu se recordar de algo.

– Gostou da minha prenda, Sev? – Perguntou a ruiva sem esconder o seu sorriso irônico, mas isso não pareceu perturbar Severo.

– Não posso negar que foi muito subtil.

– Eu sabia que você iria achar isso. Você também não pode negar que um “Guia para Feiticeiros Maldispostos” é a sua cara. Me desculpe, mas quando o encontrei na prateleira não resisti.

Severo anuiu com a cabeça, apesar de ser um tanto insultuoso ele não podia negar que tinha a sua graça. Não podia que estava à espera de algo muito mais sério quando encontrou o embrulho nos seus aposentos, mas era um presente vindo de Lily, por isso não deixava de ser especial. Os seus olhos repararam na caixinha em cima da mesa de Lily.

– Você também encontrou o meu. Tive receio que aquela coruja tonta o tivesse perdido, mas pelos vistos chegou ao destino.

A ruiva olhou também para a mesa, como se apenas agora se tivesse lembrado a existência do anel. Levantou-se calmamente para o ir buscar e voltou para a sua cama.

– Você sabe que eu não posso aceitar.

– Porquê não? – Indagou Severo, com uma sobrancelha erguida. – Não gostou?

– Não é isso, o anel é lindíssimo… mas você gastou demasiado dinheiro nisto. Não posso aceitar…

– Não gastei dinheiro nenhum nisso, e você não mo pode devolver pois ele pertence a você.

O rosto de Lily ficou extremamente confuso.

– Me pertence? Como assim?

– Você se lembra de minha mãe? – A ruiva acenou com a cabeça. – Bem, ela faleceu apenas alguns dias antes de você, bem… ir embora. Não fazia a menor ideia que você se tinha casado e que agora tinha um filho, tinha estado os últimos dois anos muito doentes, presa numa cama devido a uma doença que ninguém compreendia muito bem. Alguns dias antes de morrer, ela pediu a alguém que me chamasse, porque ela precisava de se despedir ou algo assim, pelo menos foi o que me disseram, e quando eu lá cheguei ela estava muito séria com o anel na palma da mão. Não percebi algumas das coisas que disse no início, mas ela colocou a anel na minha mão e me disse para casar consigo. Não fui capaz de lhe dizer que não podia. Peguei no anel e fui embora. Alguns dias depois, você… - Novamente, Lily acenou com a cabeça em compreensão. – Desde então eu guardo o anel, mas ele te pertence. A minha mãe queria que tu o tivesses por isso… é seu. Não o vou aceitar de volta.


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Notas finais do capítulo

Bem, e assim acabou este capitulo. Espero sinceramente que tenham gostado, e bem, se alguma de vocês não acho bonito esta ultima parte do anel, bem provavelmente vocês não tem um coração, ou pelo menos não um tão sensivel como o meu! Mas prontos, espero que nos vejamos em breve. Muitos beijinhos, até a proxima meus amores e não se esqueçam de partilhar comigo a vossa opinião