Acordou com o celular tocando alguma musica da Katy Perry. O que estranho... Lembrou-se de alguns dias atrás que Justin havia pegado seu celular, e colocou a música Califórnia Gurls como toque, porque dizia que a letra combinava com ela. Aliás, Jennifer era mesmo Californiana.

Ela riu com aquela lembrança e logo agarrou o celular que estava por cima da cômoda e o atendeu.

– Alô? – disse com a voz um pouco sonolenta.

– Jennifer Thompson? – a voz era feminina e desconhecida.

A garota franziu a testa.

– Sou eu. Quem fala? – ela suspirou e fitou o relógio, vendo que passava um pouco das 9 horas.

Merda, não se pode dormir até mais tarde. Pensou.

– Aqui é a produtora, Samantha Plec. Vi alguns de seus trabalhos e me interessei em agendar um teste pra você... – a moça dizia seriamente.

Jennifer deu um pulo na cama, se sentando de imediato. Um teste?

– Teste? Teste para que exatamente? – ela sorriu nervosa.

– Uma série de TV. Está a caminho, tentaremos um sucesso e estamos pensando em você como a protagonista. – a moça pareceu falar de um jeito entusiasmado, o que roubou um riso animado de Jennifer.

A garota estava tentando entrar nesse rumo de atriz a um bom tempo. Havia feito testes pra tudo quanto é tipo de filmes e séries. Conseguira um papel bem fraco em alguns filmes, onde aparecera só uns cinco minutos. Fez uma peça na Broadway que não teve muita importância, mas, era uma das protagonistas na mesma, mesmo que a peça de teatro não houvesse feito sucesso.

– Está falando sério? – ela disse, desacreditada com o convite.

– Muito sério. Temos ótimas cartas de recomendação sobre você... Que tal um teste ainda hoje? – a tal de Samantha parecia inexplicavelmente simpática e de bom carisma pela sua voz e o jeito de falar.

Jennifer esperava um convite desses há meses.

– Ótimo! Em que horário?

– Ás quatro horas da tarde, esta bom? – perguntou.

– Perfeito. – a garota disse com um sorriso deslumbrante no rosto.

Ela pode ouvir a moça dizer do outro lado um “obrigada, espero você!” – antes de desligar o celular.

Ser atriz era um de seus sonhos. Tanto que começou lá com comerciais... Um de seus comerciais foi onde conheceu Justin. Mas, a música e a escrita também sempre lhe chamou atenção e ela nunca pode deixar de compor e ‘vender’ letras a cantores. Ganhou lucros com tudo isso. Apesar de ter feito comerciais, peças e aparecido por cinco minutos em dois filmes, não sabia se conseguiria atuar em uma série de TV. Ainda mais como protagonista. Ainda era nova nesse ramo.

Bom, nada poderia estragar seu entusiasmo. Ela estava pronta. Pronta para seguir em frente, com sua carreira e com tudo.

~~

– Isso é tão maravilhoso, Jenny! Ai, amiga, você pode ganhar prêmios e ser super famosa... Um sonho! – Caitlin tagarelava, após Jennifer ter lhe contado sobre a ligação da produtora.

– Não faço idéia de como essa moça conseguiu meu telefone, mas, estou tão feliz que poderia explodir em purpurina! – ela disse rindo como boba.

Caitlin só riu junto com ela.

– Isso mesmo amiga. Vai dar tudo certo. – ela piscou.

Jennifer assentiu, concordando.

As duas estavam no carro, Jenny dirigia até o estúdio onde encontraria Scooter e provavelmente... Justin. A idéia sobre escrever músicas novas ainda não havia acabado. Mas, ela ainda não ficaria cara a cara com Justin, sem uma companhia ao seu lado. Por isso estava com Caitlin. Apesar de tudo, ela ainda tentava lutar contra alguns sentimentos.

Fixou seu olhar na estrada, ainda indecisa com tudo. Com cada sentimento, com suas perdas e emoções. Como alguém poderia, simplesmente com uma carta, bagunçar e concertar tudo de uma vez? Ela só queria vê-lo novamente, e tudo virou uma bola de neve. É isso que acontece quando não se ouve conselhos sobre deixar o passado pra trás. É isso que temos que fazer... Não podemos mexer com o que é passado. Ela devia ter pensado nisso antes.

Agora, nada mais importava.

– Aposto que Justin ficaria feliz por você. – ouviu Caitlin falar ao seu lado.

– Ele não precisa saber. – ela suspirou, dizendo sem olhar para amiga. Ainda atenta na estrada.

Passou em frente de um shopping grande e sem querer, mergulhou em mais lembranças.

Lembrou-se de quando veio neste shopping com Justin. E como gargalhou e se divertiu tanto naquele dia. Guerrinha de pipoca no cinema, abraços aconchegantes, beijos gelados de sorvete... O que havia de melhor que isso? O que havia de melhor do que estas lembranças? Pena que eram só lembranças. Coisas tão boas. Ela daria tudo, exatamente tudo para viver aquilo de novo, quantas vezes pudesse. Foi à melhor época da sua vida.

Pegou-se sorrindo pro nada, talvez com cara de boba. Era engraçado como tudo a fazia se lembrar daquele garoto. Ele parecia estar por toda parte.

Pior que dizem que quando acordamos e dormimos pensando em uma única pessoa, é sinal de amor. Por mais que tentasse dizer a si mesma que estava o esquecendo, o seu coraçãozinho sempre voltava com a historia de que ele era inesquecível para si.

Não se pode apagar alguém do coração de uma hora pra outra.

– Chegamos, Jenny. – sentiu Caitlin cutucar seu braço, a fazendo despertar dos pensamentos.

Já estava estacionando em uma vaga, e em seguida, puxou o freio e virou a chave, desligando o carro.

Caitlin saiu do carro rápido, lhe dando uma piscadela.

Já Jennifer, hesitou antes de abrir a porta do carro. Ela não realmente não queria sair dali, mas, era preciso.

Puxou sua bolsa, a arrumou no ombro e saiu, batendo a porta com força. Ela mostraria a todos que nada a abalaria. Jamais. Que estava firme, forte, feliz e determinada.

– Vamos lá, não vai ser tão ruim assim. – Caitlin se pós ao seu lado, dando um tapinha amigável em seu ombro.

– Eu sou uma garota firme, feliz e totalmente determinada. – Jennifer deu aquele sorriso que poderia passar uma mensagem de “nada me abala”.

– Essa é a minha garota! – Cait riu, enquanto apertava uma das bochechas da amiga.

Ela respirou fundo e então, caminhou até a entrada do estúdio.

Minutos seguintes, estava entrando em uma das salas. Seus saltos ecoaram na sala silenciosa e os que estavam sentados, trataram de se levantar. Pode ouvir Caitlin dar um risinho atrás de si, como se aquilo realmente fosse engraçado.

Ela pigarreou e jogou sua bolsa em uma mesinha ali.

Só depois teve tempo para fitar a sala. Scooter e Usher estavam um ao lado do outro, em pés a sua frente. E um pouco atrás, estava ele, Justin Bieber, com seu cabelo desarrumado, as calças caindo e uma blusa regata. Jennifer não pode deixar de reparar no quanto ele estava tremendamente lindo e delicioso. Ele ficava ainda mais sexy de regata e cabelo bagunçado.

Balançou a cabeça para despistar os pensamentos e deu o seu melhor sorriso.

– Então? Nosso astro pop trabalhou em algo ou só ficou de bobeira por aí? – cruzou os braços, dando uma olhada de soslaio para o garoto que se aproximava mais deles.

– Eu trabalhei em algo sim, Thompson. – Justin parou a poucos centímetros a sua frente, lhe dando um meio sorriso.

– Ótimo. Quero ver. – ela disse. Estava sendo seca, não trocava nenhuma palavra com ele a um bom tempo.

Agora, só se trataria do trabalho.

– Aqui está, ajudante de álbum. – ele sorriu maroto, lhe entregando um papel dobrado. – Preste bem atenção na letra. – falou mais baixo, quase em sussurro.

Ela pigarreou antes de começar a ler.

A letra não estava muito caprichada ou algo assim, e talvez a musica precisasse de uns ajustes.

O titulo da música a interessou... Era... “Thought Of You”, e conforme ia passando os olhos, lendo aquilo, ela dava um suspiro baixo.

– Eu estou apaixonado, com o pensamento em você. – pode o ouvir sussurrar uma parte da música perto de seu ouvido.

Ela deu um pulo pra trás e se sentiu desnorteada por um tempo. O que ele queria dizer com tudo aquilo? Com aquela letra... Com cada palavra... Pena que ela não acreditava mais tanto em apenas palavras. Jennifer gostava de atitudes.

Ergueu os olhos, encontrando o sorriso torto e perfeito que o garoto tinha no rosto.

– Eu também tenho algo. – ela entregou o papel para ele e tirou outro de sua bolsa. – Não é tão boa, mas... Chama-se Fall. Pode ficar pra você. –ela praticamente jogou o papel em suas mãos.

Era uma musica que ela tinha escrito há alguns dias atrás. Ela havia achado que a letra até teria combinado com toda aquela historia doida.

Parecia boa pro momento.

Justin pegou-a, passando os olhos pelo papel.

– Temos que continuar assim. Todos trabalhando. O álbum do garoto pode ficar bom. – Jennifer deu de ombros.

– Obrigado, Jennifer. Você é uma ótima garota. – Scooter sorriu a ela.

Jenny apenas assentiu, com um sorriso vago no rosto.

– Vou... Tomar um copo d’água. – ela disse um pouco nervosa, caminhando sozinha para uma salinha separada daquela, onde tinha maquinas de refrigerante, cappuccino e um filtro d’água.

Ela pegou um copo e o encheu de água, tomando um gole em seguida.

A verdade era que já não agüentava mais ficar perto dele. O olhando, sendo tão fria... Argh! Porque ela nunca conseguia nada disso? Droga!

Ela tinha que ser a boa garota... Mas, tem também que lembrar que, na maioria das vezes, as boas garotas, apenas se ferrão.

Tomou todo o resto da água em apenas uma golada e jogou o copo no lixo, em seguida. Sentia-se nervosa. Totalmente.

– Você não é tão boa assim bancando a garota responsável. – ouviu aquela voz rouca e irritante atrás de si.

Virou-se rapidamente, vendo Justin encostado na soleira da porta e a fitando com um sorriso maroto.

– Eu sou totalmente responsável. – disse fria, no mesmo tom de antes.

– Pare de falar desse jeito comigo, qual é, Jenny... Vamos ficar assim pra sempre? – ele suspirou, se aproximando dela aos poucos.

– Parece que sim. – ela deu de ombros.

– Você sabe que é um anjo? Que se esqueceu como voar... – ele citou uma parte da sua música, da que ela havia escrito, em seguida, deu um risinho.

– Então, você leu a minha música? – ela sorriu fraco.

– Você escreve muito bem, Jenn. – ele estava bem perto agora e permitiu-se levantar uma das mãos e tocar o rosto dela.

Jennifer sentiu suas bochechas queimarem com aquele contato.

Ela não queria tanta proximidade.

– Eu vou te segurar se você cair. – ele riu, enquanto levava a sua outra mão, até a cintura da garota.

– Pare com isso. Você é um idiota. – ela se permitiu rir, pela primeira vez desde que havia entrado naquela sala.

– Vamos parar de joguinhos... Devíamos apenas viver o momento. – ele pôde empurrá-la de leve, e fazer com que ela se encostasse à parede.

– Eu gosto de jogos. – Jennifer sussurrou perto do ouvido de Justin, tentando fazer uma voz mais rouca. – Já que você gosta de brincar... Vamos fazer isso, não? – ela deu uma risadinha em seguida.

Ser provocante, realmente não era o seu forte.

Ela tentou desviar e sair dali, mas, Justin a prensou ainda mais na parede.

– Minha meiga garota das cartas? Quer brincar? – ele riu.

– A garota boazinha às vezes cansa, Justin. Eu cansei. – ela sorriu um pouco irônica a ele.

Jennifer passou a fitar o rosto de Justin, que estava com uma expressão divertida. Ela mordeu os lábios, enquanto passava a fitá-lo melhor.

– Você é imprevisível. – ele murmurou.

Ela riu fraco.

Estava se segurando ao máximo. Ela não tinha o perdoado, se é o que pensa.

Sentiu os lábios do garoto encostarem levemente em seu pescoço. Ele passara a trilhar beijos calmos e deliciosos do seu pescoço até o ombro. Deu-lhe mordidinhas e chupões. Jennifer até chegou a pender a cabeça pro lado e dar um sorriso malicioso, enquanto levava uma das mãos no cabelo dele e puxava alguns fios. O garoto colocou uma das mãos embaixo de sua blusa, fazendo cócegas na sua barriga e subiu, apertando um de seus seios.

Ele mordeu seu queixo, lhe deu um selinho rápido e voltou a beijar seu pescoço, baixando para beijar seu decote. Ele apenas queria a deixar louca, desejando mais.

Deu-lhe um empurrão, quando sentia que o garoto puxava uma das alças de sua blusa, deixando seu sutiã um pouco amostra, e beijava um de seus seios, cobertos.

Ela deu um tapa no rosto do garoto, não havia sido tão forte, porque ele apenas riu daquilo.

– Fique... Longe!... Estamos em uma reunião de negócios, Bieber. – ela se afastou dele. Balançou a cabeça e se ajeitou, pensando na burrada que estava cometendo.

Oh, droga!

– Imprevisível e deliciosa. Esse seu ar de garota responsável te deixa ainda mais desejável. – ele mordeu os lábios. – Porra, Jenny... Vamos esquecer. Tudo. – ele arqueou uma das sobrancelhas.

A garota apenas revirou os olhos.

– Sabe o seu defeito, Bieber? Achar que tudo tem que ser do seu jeito. – ela cruzou os braços, o encarando. – E não é. Você é um imbecil. – sorriu sínica.

Ela virou de costas e saiu dali, seguindo de volta para aonde o resto estava.

Caitlin, Usher e Scooter riam de alguma coisa. Riam pra valer. E ela até ficou feliz com isso. A contagiou. Caitlin sempre era bem humorada, sua alegria contagiava qualquer um.

– Continue com os jogos, Jenn. Eu os adoro. – Justin chegou por trás dela, pegando em sua cintura e mordendo o lóbulo de sua orelha. – As coisas podem ser do seu jeito se quiser. É gostoso quando as garotas querem mandar. É excitante. – ele riu atrás de si.

– Você é... Nojento! – Jennifer lhe deu uma cotovelada na barriga.

Ele rapidamente saiu de trás de si, colocando as mãos no local e se curvando um pouco, talvez com um pouquinho de dor.

Ela apenas gargalhou alto.

– O que estavam fazendo? – Usher os olhou e lhes lançou um sorriso malicioso.

– Conversando sobre... A... A música. – Jennifer disse, parando de gargalhar aos poucos.

– Hm... Parece que conseguiram se divertir enquanto falavam sobre a música... – Caitlin disse com o mesmo sorriso malicioso.

Jennifer lhe lançou um olhar mortal, que dizia para ela calar a boca. Mas, a amiga apenas riu alto.

– Caham! – Jenny pigarreou, antes de falar qualquer coisa. – Já temos todas as faixas? – ela tentou mudar aquele assunto bobo.

– Se a Rainha da Lerdeza se apressasse um pouco mais, nós teríamos. – Justin parou a sua frente, lhe dando uma piscadela.

Rainha da Lerdeza... Era irritante e até fofo o jeito como ele a chamava. Era como se... Se fosse um apelido próprio, que ele havia inventado e apenas ele poderia a chamar assim.

Ela bufou e balançou a cabeça, quando percebeu que quase estava sorrindo bobamente outra vez com lembranças.

– O álbum é seu, não meu! – cruzou os braços, arqueando uma das sobrancelhas.

– Precisamos de mais duas musicas, gatinha. – ele deu de ombros, a encarando com um sorriso travesso nos lábios.

– Não me chame de gatinha! Animal é você, imbecil. – ela bateu um dos pés e lhe mostrou a língua.

– Quem mostra a língua quer beijo. – Justin riu e mordeu os lábios em seguida, olhando divertidamente para a expressão irritada da garota.

– Chega! Eu hein! Parecem cão e gato! – Scooter resmungou, fazendo Usher e Caitlin rirem como se tivesse dito uma piada. – Vocês se encontrem em qualquer lugar e escrevam juntos as musicas que faltam! – completou autoritário.

Jennifer bufou e viu Justin revirar os olhos.

– Ainda hoje? – o garoto perguntou.

– Hoje não! Tenho meus compromissos. – Jenny deu de ombros.

– Amanhã então. Vê se acertem. Sem essas discussões idiotas. – o empresário do garoto disse mais uma vez, cruzando os braços.

Os dois apenas assentiram.

Jennifer fulminava o garoto pelo olhar, mas, logo tentou relaxar.

Amanhã seria um longo dia.

~~

E perto das quatro horas da tarde, Jennifer se dirigiu para o endereço dado pela produtora, Samantha Plec. Ela faria o teste.

Estava confiante. Mais do que nunca. O sorriso no seu rosto era inigualável. Ela conseguiria aquele papel e todo o propósito da sua vida mudaria, é claro.

Os seus sonhos, poderiam se realizar de uma forma ou outra. Ela estava pronta. Pronta para enfrentar tudo. E mesmo pensando em Justin e no quanto ele poderia ser um idiota, ela não deixava que nada a abalasse para conseguir aquele papel. Seria dias de gravações longe dele! Chega de sofrer!

Ela seria a revelação de um novo sucesso.

É melhor abrir as cortinas, porque Jennifer Thompson está a caminho da fama!

“O Oscar vai para você. Você que faz de cada dia um novo começo. De cada vitória um aprendizado. De cada derrota uma lição. De cada passo, um caminho.”