Ugly escrita por Loup


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Uou! Me desculpem!!! Eu sei que demorei muito, mas eu tive um bloqueio mental que nao me deixou escrever UMA palavra, mas nesse carnaval eu fiquei inspirada e finalmente me sentei em frente ao computador para escrever alguma coisa!
Garanto que esse cap sera surpreendente!



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     Eu poderia dizer que tive uma infância perfeita, eu tinha uma família, alguém com quem pudesse contar e os mais incríveis amigos que possuo ate hoje, mas algum dia algo sempre desmorona, minha vida não foi diferente, as coisas mudam, pessoas mudam, os caminhos se separam e as levam para longe. Eu sempre acreditei nos contos de fada do  “felizes para sempre”, mas depois de um tempo você vê que isso não existe e nunca poderá existir.

-Kurenai? – Foi a única coisa que pude pronunciar quando vi a figura da minha madrinha sentada no sofá e tomando chá. Uma parte de mim quis pular de alegria por vê-la depois de tanto tempo, mas a outra parte desejou com todas as forças que ela fosse embora.

    Eu nunca fui uma criança estúpida e desentendida, eu sempre estive calada, mas eu analisava cada palavra que as pessoas ao meu redor diziam, fui crescendo e levando esse habito comigo, eu podia perceber que minha madrinha não trazia boas noticias, eu não esperava que o fizesse, talvez eu ate não quisesse.

-Sakura-chan, como vai? – Dei meus primeiros passos em direção ao sofá a sua frente, onde minha irmã e minha mãe estavam sentadas com um semblante preocupado. Sentei-me com cuidado, sem tirar os olhos de Kurenai. Esperamos em silencio ela terminar o chá e eu me surpreendi pelo fato da minha mãe não ter me mandado para o meu quarto, talvez estivesse preocupada demais para isso.

-Hana. – Um frio percorreu pela minha espinha quando ouvi o nome de minha mãe. – Primeiramente eu gostaria de dizer um “olá” pra minha enteada preferida. Agora podemos ir direto para o assunto. –Ela parou por uns instantes e mexeu na sua pasta, tirando de la um envelope amarelado, o empurrou lentamente através da mesinha de centro ate a minha mãe, ela parecia paralisada, então Yume deu os primeiro passos e pegou o envelope. Tortuosamente ela foi tirando o papel de dentro do envelope, calmamente leu o que estava escrito e o colocou de volta.

     Eu não precisava ler, minha mãe não precisava ler, nem ao menos minha irmã precisava, era tudo tão obvio. Kurenai deu um longo suspiro e se ajeitou na cadeira.

-Se você não assinar Hana as coisas apenas se tornaram mais difíceis do que serão. – Virei meu rosto, olhando fixamente para a janela, analisando o tempo la fora, tentando ao Maximo ignorar todas as palavras que viriam a seguir.

-Eu não vou assinar. – Respondeu minha mãe, sua voz saiu por um fio, estava fraca e baixa, sem vida...

-Não seja teimosa Hana, apenas o faça, tudo apenas se tornara mais difícil.

-Sakura. Ela é menor... – Ela não precisou terminar a frase, Kurenai logo entendeu o que ela queria dizer, com mais um suspiro cansado ela abriu a boca algumas vezes, mas não disse nada, ate que finalmente conseguiu se pronunciar.

-Vocês terão que lutar por ela...por isso que eu digo para você tornar as coisas mais fáceis, já basta essa luta. – Ela o ignorou e se levantou abruptamente, começou a andar de um lado para o outro.

    Senti minha cabeça doer e não pude continuar ali com as lagrimas que já me sufocavam. Levantei-me do sofá, peguei meu casaco e sai de casa. Ninguém me impediu, ninguém correu ate a porta para me chamar, estavam ocupados demais com o seu nervosismo.

    Começou a chover e eu dei um sorriso sem humor, me perguntando se as coisas poderiam ficar “melhor”. Aos poucos as lagrimas se misturaram com a chuva, aos poucos meus passos aumentaram ,aos poucos eu comecei a correr, aos poucos eu ia me afastando da casa, da rua, do bairro.  Eu estava correndo descoordenada pela rua deserta, correndo como se algo me perseguisse. Talvez algo estivesse, talvez eu estivesse correndo do passado, correndo o mais rápido o possível, para ele nunca poder me alcançar e eu continuar fingindo como se nada disso nunca tivesse acontecido.

    Bati em alguma coisa e acabei me desequilibrando, mas antes que pudesse cair a pessoa me segurou, abri meus olhos, que tinha fechado para não presenciar a queda, e me deparei com os olhos azuis de Naruto, dei um sorriso tímido que foi retribuído por um radiante vindo dele.

-Ola Sakura-chan! – Ele chegou mais perto para que eu dividisse o espaço debaixo do quarda chuva com ele, novamente sorri em agradecimento. – O que estava fazendo correndo por ai?

-Eu...eu estava pensando. – Começamos a andar pelo mesmo caminho por onde eu corria.

-Não pense em tantas coisas assim, odeio ver pessoas chorarem. –Engoli em seco por ele ter notado, pensei que a chuva fosse esconder, mas havia me esquecido dos olhos inchados e do rosto vermelho. – Dia difícil? – Perguntou olhando para a frente, maneei a cabeça concordando, ele deu um breve suspiro e me puxou para um caminho diferente.

-O que? – Perguntei confusa.

-Quando eu era pequeno havia um lugar pra onde eu sempre fugia quando estava triste ou com raiva, era meu lugar preferido, foi meu pai quem me mostrou e eu vou mostrar pra você Sakura-chan! Se considere especial, pois só o Teme sabe desse lugar. – Seu sorriso brilhante e abobalhado me contagiou a sorrir também, em pouco tem ele não precisou mais me puxar, eu já estava ao seu lado, ansiosa para ver seu lugar especial, me sentindo especial.

   Chegamos na lateral de um parque de diversões, Naruto me ajudou a pular a grade, me surpreendi com a facilidade que o lugar poderia ser invadido, mas era uma parte em que a cerca elétrica não cobria, pois estava quebrada. Ele me puxou correndo ate a frente do parque.

-Fique aqui. – Fez sinal pra eu ficar parada e saiu correndo para algum lugar, antes que eu pudesse reclamar da sua demora todas as luzes do parque se acenderam e todos os brinquedos ligaram, tenho que admitir que era uma vista muito bonita. – Esse parque foi fechado a alguns anos atrás, eu adoro vir aqui.

-Não é perigoso? – Perguntei receosa.

-Claro que não! Está abandonado, será divertido, vamos! – Ele me puxou me levando ate o primeiro brinquedo.

                                                                        .:Ugly:.                                                      

-Acho que depois dessa eu nunca mais ando em um negocio desses – Naruto riu de mim, na verdade ele riu de mim o tempo todo enquanto estávamos nesse brinquedo giratório, bati em seu braço e ele mordeu o lábio para tentar se controlar, mas não adiantou pois logo depois caiu na gargalhada. – Ta bom, ta bom, pode rir.

-Me...me desculpe...Sakura-chan – Falou com dificuldade entre risos.

-Pare de rir! – Bati com mais força em seu braço.

-Ai! –Reclamou. – A culpa não é minha se você estava muito hilária!

-Não precisa ficar rindo! – Ele riu mais um pouco antes de conseguir se controlar.

-Ok, ok...nossa, já ta tarde...mas tem só mais um lugar que eu queria mostrar Sakura-chan! –E la estava ele me puxando novamente. Chegamos ate uma ponte toda iluminada, debaixo tinha um pequeno lago, mas não parecia ter nenhum peixe, não me surpreendeu, já que eles não sobreviriam. Nos sentamos e colocamos nossas pernas pra fora da ponte.

-Por que você estava chorando hoje? – Olhei nosso reflexo na água e pude ver um Naruto serio olha do pra frente.

-É complicado. – Murmurei.

-Eu sou especialista em historias complicada. – Olhei pra ele,mas ele continuava a olhar pra frente.

- Se você me contar as suas eu conto as minhas. – Pude ouvir seu riso.

-Ok... – Ele parou por alguns segundos e continuou. – Meus pais faleceram quando eu era criança, então eu passei a morar com o Jiraya, ele foi meio que mentor do meu pai... – Olhei para as estrelas enquanto ele fazia mais uma pausa.  – Eu não reclamo, pois não poderia haver uma pessoa melhor, apesar de ser bastante pervertido, ele de certo modo é um pai pra mim.

-Como seus pais morreram? – Arrependi-me de ter feito essa pergunta quando o vi contorcer o rosto, talvez fosse um assunto delicado demais.

-Hmm...eles morreram em um acidente de carro, eu estava na casa do Sasuke quando aconteceu. – O encarei por alguns segundos, ele estava pensativo olhando para a água, respirei fundo e tomei coragem.

-Meu pai sempre foi perfeito pra mim... – Ele me olhou meio surpreso e logo depois demonstrou um sorriso sincero. – Perfeito ate o dia que ele foi embora, eu tenho que admitir que nunca aceitei a ida dele completamente, mas nunca tive raiva disso. Eu o entendo, então eu fiquei feliz por ele, mas um lado de mim não queria que tudo desmoronasse. Hoje chegou os papeis do divorcio, eu me senti péssima quando vi minha mãe, me senti a pior pessoa do mundo por estar feliz com isso, mas me senti ainda mais horrível porque uma parte ficou feliz com a possibilidade de ir morar com ele, me senti terrível por pensar em deixar meus amigos, minha mãe e minha irmã. Eu queria que tudo voltasse a ser como era antes, quando eu era criança, quando ninguém julgava a minha beleza, minha família era unida,eu e a Hina apenas brigávamos por coisas bobas e a mãe do Gaara era viva...

    Naruto ficou em silencio, senti ele se aproximar,se sentando mais perto de mim.

- Sakura-chan, eu a admiro. – Me surpreendi com o que ele disse, meus olhos se arregalaram e eu me ajeitei para olhá-lo melhor. – Sempre vi aquela garota tímida sendo aterrorizada pela Karin, sempre andando pelos corredores, ignorando todos a sua volta...voce pode não saber Sakura-chan, mas você é muito forte... – Sua voz foi diminuindo e ele foi se aproximando cada vez mais, pude sentir sua respiraçao tocar meu rosto, eu nao pensava direito e nao em afastei, eu me aproximei, atraida pelo cheiro de perfume amadeirado que ele exalava, fechei meus olhos inconsciente e senti seus labios tocarem os meus com delicadeza.

    Eu nao fazia ideia do que estava fazendo, minha mente estava confusa e eu acabei entreabrindo meus labios, tornando o beijo mais profundo. Eu nao conseguia pensar em nada corretamente, apenas sentia ele mover seus labios sobre os meus, mas uma imagem invadiu minha mente, Hinata, e entao eu cai na realidade novamente.

   O empurrei e me levantei rapidamente, sem me dar ao trabalho de ver seu rosto eu me virei e fui embora. Pulei aquela grade com um pouco de dificuldade, já que estava sem a ajuda dele, procurei algum dinheiro no bolso do meu casaco e por sorte encontrei, acabei chamando um taxi e entrei no carro.

    O nervosismo começou a se manifestar, senti minha cabeça girar e ficar confusa cada vez mais. Como eu sou horrível! Como eu pude fazer isso?! Como eu pude me deixar levar por isso?! O que Hinata iria dizer, ela me odiaria eternamente, não haveria nada que mudaria isso, para piorar as lagrimas começaram a cair, o motorista deveria estar me achando louca nesse momento. O paguei quando ele finalmente chegou em casa.

   Subi para o meu quarto, mas reparei que as luzes estavam apagadas, provavelmente todos estavam dormindo, acho que minha mãe estava preocupada demais para se lembrar que eu estava de castigo. Joguei-me em minha cama e abracei meu travesseiro com força.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?
Eu queria agradecer a toda a galera que manda reviews e ele a fic, isso realmente é muito importante pra quem escreve uma historia, é bom saber que existem pessoas que apreciam a sua escrita!
Então eu queria agradecer a todos!
Eu tambem queria que vocês recomendassem a fic! Mandem reviews tambem! ^^