In Love Again escrita por BabyS


Capítulo 9
O NOVO COMEÇO


Notas iniciais do capítulo

Não demorei tanto dessa vez né? Espero gostem, eu não achei mt bom não mas...



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  Eu andava pelas vielas escuras meio que sem rumo, absorto em pensamentos, meu pés se moviam mas eu não enchergava nada, além da noção do caminho... e aquela sensação de estréia, de ansiedade começava a me dominar a medida que eu imaginava o discuroso de Stefan, e eu teria que concordar com ele é claro e voltar com toda a coisa de serial killer de animais que se torna bem mais difícil quando você tenta retornar depois de uma rebelião.

   Eu entrei nessa coisa de seguir regras, me importar, não sair em matança pela cidade pela Elena, por que eu tinha certeza de que a amava, tinha certeza de que com a Katerine foi só uma obcessão e que com a Elena seria diferente, porque a Elena é altruísta, é boa e corajosa... e namorada do meu irmão. Tudo perfeito, garota perfeita e a básica provocação de sempre e eu sabia que a Elena sentia algo por mim mesmo quando ela negava com toda a alma, ela podia não saber mas eu sabia. Mas agora mudou porque essa certeza de que a Elena é quem me prende a esse lugar está se evaído, sumindo, se consumindo. Não era a Elena que me prendia aqui, não mais.

   Bella. Ah Bela, tão divertida, animada e atrapalhada com seus dois pés esquerdos, impossível não se importar com ela, impossível não sentir o seu instinto protetor rugir quando ela está por perto. Tão frágil quanto uma boneca de porcelana precisaria de um exército imortal para protegê-la do perigo que a segue. A pele translúcida tão delicada, tão quebrável... o rubor que tingia suas bochechas por qualquer pequena coisa que a pudesse constrangir. Eu dizia qualquer palavra e quando dava por mim ela lá estava ela de cabeça baixa e bochechas vermelhas, inquieta passando a mão pelos cabelos negros que se moldavam perfeitamente em seu rosto branco como papel, ressaltando os olhos chocolates como nunca havia visto antes e que por falar neles contém um mistério inimaginável. Ás vezes pareciam lhe escapar coisas tão banais que qualquer um nada associaria à sua reação estranha: os olhos voltados para um tempo distante, a face num tom pálido que não se imagina possível restorcida em dor, o pequeno corpo curvado para frente com os braços envoltos em si e a respiração ofegante; eu sempre fico com medo quando ela fica assim, não sei se lhe dou uma chacoalhada para voltar a si ou se lhe jogo um balde de água fria... a verdade é que me sinto impotente diante dela nesse estado, como se estivesse tendo um ataque cardíaco e eu não pudesse fazer nada e isso me mata.

   Sacudi a cabeça tentando fugir da confissão que acabara de fazer a mim mesmo, coisa que nunca permiti antes: pensar abertamente sobre Bella, e isso me fez chegar a conclusão de que as coisas estavam saindo de controle. Ri irônicamente admitindo como estava parecendo um adolescente idiota com suas inseguranças.

   Trinquei os dentes, fechando os punhos rente ao corpo enquanto marchava pelas ruas escuras sempre cortando qualquer luz de pensamento que me vinha, eu me permitiria mais pensar em nada, não agora. A chuva caía sem piedade.

   Torci a manga da blusa e passei a mão na testa para desgrudar o cabelo encharcado de água. Eu caminhava o mais rápido que um humano poderia para não chamar a atenção destes mesmos que estavam por perto, quando ouvi um barulho como dentes batendo. Olhei a rua envolta mas estava tudo escuro a não ser pelas luzes nas janelas das casas, ouvi o barulho mais um vez e me virei para a direção de onde ele vinha. Um forma pequena e escura estava encolhida em um corredor vazio que separava duas casas, me aproximei curioso e a forma se encolheu mais ainda colocando a cabeça entre os joelhos e em qualquer lugar eu reconheceria aquele cheiro.

 - Bella? - murmurei, mas eu tinha certeza que era ela.

   Ela levantou a cabeça lentamente quando me ouviu, limpando a água empoçada em seus cílios com as costas da mão, piscou tentando enxergar no escuro.

 - Q-q-quem... - piscou mais um vez - Damon? 

   Ela parecia tão surpresa quanto eu mas não pude deixar de notar que ela sorria - fazendo aquela covinha no queixo aparecer - ainda com o olhar inquisitivo.

 - O que você está fazendo aqui? - perguntei, o tom autoritário me dominando mesmo que contra minha vontade. Dei mais dois passos a frente e me inclinei sobre sua forma pequena e vulnerável cobrindo-lhe com meu casaco.

 - O que você está fazendo aqui? - Bella indagou, a voz rouca falhando algumas vezes.

 - Eu perguntei primeiro. - disse passando um braço em torno de seus ombros e levantando-a. Segurei-a pelos ombros sem ter certeza de que conseguiria ficar em pé. Olhei em seus olhos e ela assentiu, então a soltei.

 - Meu carro ficou sem gasolina e eu saí pra procurar algum posto por perto mas eu me perdi e então começou essa chuva e você apareceu. - falou de uma vez, atropelando algumas palavras, parou e voltou a tremer.

Assenti. Isso é bem típico de Bella...

 - Você ao menos sabe onde o seu carro está? - perguntei passando um braço por sua cintura, ela realmente estava bem gelada mas eu pude vê-la corar sob a luz vacilante dos postes.

 - Se eu soubesse não estaria assim. - gesticulou para si mesma, totalmente encharcada.

 - Acabou com o sarcasmo?

Ela balançou a cabeça, sacudindo o cabelo molhado que respingou para todos os lados.

 - Acho que foi em algum lugar perto de uma praça. - disse encostando a cabeça em meu peito. Prendi a respiração.

 - Acho melhor a gente pegar um táxi.

 - Que taxista em sã conciência vai deixar a gente molhar o seu estofado? 

 - Eu posso suborna-lo. - ofereci perguntando se realmente tinha algum dinheiro na carteira.

 - Mas e o meu carro?

 - A gente busca amanhã. - eu disse levantando-a quando passávamos por um enchurrada.

 - Não... - remungou, fungando.

 - Bella, se a gente for perder tempo procurando por seu carro nesse tempo - apontei para o céu roxo - quando acharmos ele e SE acharmos ele, você já deve estar com pneumonia, bronquite e todo tipo de doença respiratória. - olhei para seus lábios roxos me convencendo do que disse.

 - Eu não sou assim tão frágil. - e como que para contradizê-la deu três espirros seguidos.

Eu ri sem humor algum olhando para seu pequeno corpo quebrável e vulnerável a todas essas coisas humanas.

 - Saúde. Você vai precisar de muita se ainda quiser achar seu bibelô.

   Ela suspirou e me olhou nos olhos, piscando uma ou duas vezes.

 - Espero que tenha algum ponto de táxi por perto.

   Sorri vitorioso levantando-a mais um vez ao passarmos por outra enchurrada.

   O táxi era velho e cheirava à tabaco e menta e eu realmente acho que a Bella se preocupou em vão quanto a molhar os acentos já sujos de gasolina.

 - ... e foi um home run. Ele é bem rápido... -  o taxista tagarelava sobre esportes, se virando de cinco em cinco minutos para ver se estávamos prestando atenção. Eu apenas sorria e assentia, então ele voltava a tagarelar, o corpo rexonchudo sumindo no banco. Inclunei para ver pelo retrovisor suas bochechas gordas balançarem histéricamente.

   Virei-me para Bella, encolhida como uma bola perto da porta, se balançando para frene e para trás. Sorri cumplice quredno que aquilo acabsse logo.

 - Mansão Salvatore, chegamos. - o homem assoviou anunciando.

 - Aleluia. - murmurei saindo do carro e dando a volta para abrir a porta de Bella.

 - Belinha querida, porque você não vai para a porta enquanto eu resolvo aqui? - ela assentiu e saiu correndo de cabeça baixa protegendo o rosto da chuva, fiquei olhando até ter certeza de que ela chegara inteira na porta e então me virei para o taxista que esperava inquieto. Tirei a carteira do bolso e peguei uma nota de cinquenta que coloquei em seu bolso.

 - Fica com o troco amigão. - disse dando-lhe um tapa nas costas e me virei para o escuro. Na soleira da porta Bella me esperava tremendo.

 - Você tem alguma chave? - perguntou.

 - Não sei... - ponderei por um momento apalpando meus bolsos vazios a não ser pela carteira. - Acho que não.

   Ela revirou os olhos com um meio sorriso e se esticou na ponta dos pés para tocar a busina, quando ela estava quase alcançando resolvi dar um ajudinha. O som soou sombrio na noite.

 - Isso é tão frustrante. - resmungou

 - Tamanho não é documento mas é necessidade... - falei estufando o peito e parecendo ainda maior diante da Bella tão pequena.

   Ela socou meu estomago, realmente forte, e eu fingi me contorcer de dor e depois explodi em gargalhadas. Bella fechou a cara e se virou de costas para mim.

 - Mas é claro que ser tão nanico tem as suas vantagens. - continuei.

 - Qual? - perguntou de repente parecendo esperançosa.

 - Você pode ser salva vidas de aquário, pintora de rodapé, anã de jardim... emprego é o que não te falta. - terminei sorrindo colgate.

 - Arg!  - ela pisou em meu pé.

 - Não doeu. - cantarolei.

 - Ah é? - perguntou inclinando a cabeça. - então tá.

   E então ela começou a pular encima do meu pé, e eu não conseguia parar de rir o que a deixou mais irritada ainda.

 - Bella meu amor, acalme-se. Eu só estava brincando. - eu disse quando ela pegou uma pedra de dois quilos no jardim e estava rondado-a como uma atiradora de peso, e o mais assustador é que ela vinha na direção.

 - Não estava não! - gritou levantando a pedra acima da cabeça.

 - O que está acontecendo aqui? - A voz de Stefan surgiu na porta. Bem a tempo.

 - Cuida dela aí! - empurrei ele pra Bella e entrei correndo na casa dando de cara com Alaric na sala de estar lendo um livro que reconheci ser da minha coleção.

 - Fazendo o que aqui Buffy? A Elena criou algum juízo e te expulsou de casa?

   Ele apenas revirou os olhos voltando a atenção ao MEU  livro.

 - Stefan! - gritei quando ouvi que ele entrava na sala também. Será que estava com a Bella e será que ela ainda estava com a pedra? - Está vendo? Ele chega na nossa casa, pisa com o pé enlameado no meu tapete - chutei uma das botas de Alaric - e pega os meus livros... Acho que a gente está dando liberdade demais.

   Stefan revirou os olhos e subiu as escadas. Será que todo mundo resolveu "revirar os olhos" pra mim hoje? Ah irmãozinho, sempre infurnado no quarto dele.

 - Belloca! - cantarolei abrindo os braços quando a ví.

- Nem vem! - ela ergueu uma mão aberta me impedindo de chegar mais perto. - O Stefan me isso! - ela disse alegremente balançando um taco de baseball para um lado e para o outro.

 - Traidor. - resmunguei subindo as escadas para o meu quarto e Bella me seguiu. Ah maravilha! Ela resolveu me caçar hoje... ri com a ironia.

 - Toma isso! - joguei duas toalhas que elas se esforçou para pegar no ar.

 - Obrigado. - murmurou secando os cabelos e enchendo o quarto com cheiro de morangos.

 - Eu vou pegar algumas roupas com Stefan. - quando eu disse ela ergueu as sombrancelhas.

 - Eu vou pegar algumas roupas da Elena com o Stefan. - reformulei a frase.

 - Pra o Stefan guarda... - ela começou a perguntar mas de repente a luz do entendimento brilhou em seus olhos - Oh!

   Bella corou e riu contrangida. Ri de sua reação e saí do quarto deixando a sozinha.

 - Aí tem um banheiro! - gritei do corredor.

   Stefan, Elena e Alaric estavam na cozinha fazendo alguma coisa que parecia estar queimada.

 - Queimando o que? - perguntei aparecendo de surpresa ao lado de Elena que pulou de susto. Eu acho que nunca vou me cançar de fazer isso...

 - Se não veio ajudar, então não atrapalha. - resmungou pegando as panelas que tinha deixado cair.

 - E quem disse que eu não vim ajudar?

   Ela ergueu as sombrancelhas.

 - Eu só queria saber porque quem disse isso estava completamente... certo! - sorri torto piscando pra ela que me bateu com a toalha.

 - Cuidado se não você machuca alguém com isso... Aaaii! - e então não consegui não rir.

 - O que você quer Damon? - perguntou Stefan.

 - Com você eu não quer nada. - dei-lhe um tapinha nos ombro. - É que Bella precisa de umas roupas e eu estava querendo saber se Elena tem alguma pra emprestar.

 - Falasse antes. 

- Acho que essas vão servir. - ela disse me entregando uma muda de roupas.

 - Então, vou levar pra ela. - eu disse e saí mas pude vê-la olhando estranho pra mim.

 - Bella? - chamei quando não ví ninguém no quarto e então me lembrei que ela podia estar no banheiro. Bati na porta.

 - Pode entrar, eu não estou pelada. - ela disse e eu ri. Que pena - pensei.

   Abri a porta e ela estava enrolada numa toalha e enxugando o cabelo com a outra.

 - Meu cabelo está cheirando a la Damon? - perguntou inclinando a cabeça em minha direção. Inspirei e beijei o alto de sua cabeça.

 - Está sim. - sorri, mas eu preferia o cheiro de morangos dela.

Ficamos em silêncio por um tempo nos encarando e Bella começava a corar quando eu lembrei por que estava lá.

 - Ah, Elena mandou lhe entregar essas roupas.

 - Obrigado. - ela pegou e ficou me olhando.

 - Se você puder sair para eu me vestir... seria legal. - disse e agora quem estava envergonhado era eu... pela primeira vez em séculos eu acho.

 - Claro, claro.

   Fechei a porta atrás de mim e me joguei na cama enterrando a cara nos travesseiros, minha cabeça bateu em algo duro. Enfiei a mão debaixo do travesseiro e tirei um livro, E o Vento Levou. Já fazia algum tempo que eu lia... folhei e abri na minha parte preferida. Baixei os olhos para o último paragrafo da folha e murmurei:

"Um destino cruel lhes havia feito, muitas vezes, perder a cabeça, porém jamais conseguira vencer suas energias. Nunca se submeteram antes, lutaram sempre. Morreram muitos, mas não cederam nunca.''

 - E o vento levou. - me virei para Bella que estava empoleirada na cama com as costas escoradas no criado mudo - É um ótimo livro.

 - Hmrm. - fechei o livro e coloquei encima do travesseiro.

 - Que foi? - ela perguntou se deitando ao meu lado e pela primeira vez no dia notei sua roupa. Ela usava um vestido, ou na verdade uma camimsa grande de homem, azul marinho, a cor realçava sua pele clara.

 - Se fosse pra elena te arranjar isso - gesticulei para a roupa - eu pegava alguma blusa minha.

 - Você também tem um shortinho assim? - ela levantou a perna mostrando um short jeans claro.

 - Eu faço uma coleção.

   Levantei da cama e puxei a perna de Bella que ainda estava levantada.

 - Você deve estar com fome, e Stefan, Elena e Alaric estavam queimando alguma coisa na cozinha. - pausei insipirando - Sente o cheiro?

   Ela assentiu pulando da cama.

 - Bella, você pode ficar aí com as moças - olhei para Alaric - enquanto eu converso com Stefan?

 - Claro. - disse e saltitou para a beira do fogão.

  Na sala Stefan tomava um copo de whisky com os pés encima do centro de vidro.

 - Você deveria se alimentar. - sugeri notando o quanto ele estava com fome.

 - Aconteceu alguma coisa e os policiais estão cercando todo o perímetro da floresta. - disse dando um gole.

   Sentei ao seu lado e coloquei um copo de whisky para mim.

 - Aliás, como você conseguiu se alimentar hoje? - perguntou.

   Fudeu.

   Passei a mão pelo cabelo pensando em uma explicação.

 - Ah Damon! Você quebrou a dieta!

   Ergui os ombros e os deixei cair, minha boca se contorcendo uma careta.

 - Eu estou aqui morto de sede e você sai pra caçar. Eu já falei tanto e estava realmente acreditando que você estava melhorando e que estava encontrando a sua humanidade de volta... Eu sempre estou errado sobre você, não é? - Stefan parecia furioso, prestes a levantar colocou o copo sobre o centro de vidro fazendo um estrondo que ecoou.

 - Você deve ter se esquecido que eu não me comprometi com nada. E eu sou mais controlado que você irmãozinho, você não tem volta quando começa. Já eu, posso ir e vir quando quiser.

   Certamente essa não era melhor coisa a se dizer...

 - Não é questão de controle, é questão de compromisso! - gritou, seus dentes a centímetros do meu rosto - Voltar! - zombou - Pra que voltar, Damon? De que adianta? Não há nada que te prenda nessa cidade e nessa dieta, ou há? - ele olhou sugestivamente para a cozinha - Eu realmente não sei o que você quer com a Bella. Ela é uma garota legal e certamente você não a merece, porque se gostasse mesmo dela faria algum sacrifício para se prender ao que há de bom em você. Eu não sei se há mais algo de bom em você.

   Fiquei parado recebendo aquelas palavras como um balde de água fria. Stefan saiu da sala me deixando sozinho, estático, no sofá. Depois de tanto ouvir Não há nada de bom em você Damon. Você não leva nada a sério. Nada é importante pra você. Não vale a pena lutar por algo que não se sabe se existe... Stefan era o único que acreditava em mim. Acreditava. Acho que era bom ter alguém lutando por você, acreditando em algo que nem você mesmo sabe se ainda está alí.

   Foi quando ouvi um grito que me despertou de meus devaneios melancólicos e depressivos. Disparei para a cozinha sem me preocupar em parecer humano, eu já sabia o que havia acontecido e só precisei chegar lá para ver com meus próprios olhos. A mão de Bella sangrava, ela estava encostada canto mais longe da cozinha, sua expressão horrorizada, três expressões horrorizadas com um mesmo foco. Stefan estava agaixado em posição de ataque, as presas a mostra, um rosnado bestial saiu de sua garganta e o resto todo foram apenas vultos. 


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Notas finais do capítulo

Capítulo postado. Quero reviews! Quem gostou comente e quem não gostou comente também. Eu quero saber a opinião dos meus leitores queridos.