Capítulo 01

O casal foi içado pelas cordas em direção aos céus até desaparecer por trás de uma densa nuvem branca.

Ninguém podia ver a verdade. Por trás daquela fofura toda estava escondido um navio de proporções assombrosas. Uma embarcação com cinco mastros, sendo o do meio maior e mais forte, onde uma bandeira com o símbolo ondulava: fundo negro, ossos cruzados e uma caveira com uma cicatriz em forma de raio na testa. O símbolo pirata que representava Harry Potter.

– Eu disse que daria certo, Malfoy – Potter sorriu para a loira ao seu lado enquanto a corda terminava de puxá-los – Bem vindo ao lar.

A garota não respondeu. Os olhos cinzentos se voltaram para a proa do navio. Na parte de fora, escrito em letras grandes e simples que sangravam sem parar, estava escrito o nome da embarcação. “Basilisco Alado”. Seu lar. Um dos maiores e mais poderosos navios a desbravar os céus.

Assim que chegaram à amurada mãos amigas terminaram de ajudá-los a ir a bordo. Harry aceitou o aperto do ruivo alto e forte, com rosto sardento um tanto infantil:

– Mandou bem lá, Harry.

– Obrigado. Está tudo certo aqui, Ron? – o moreno perguntou já saltando em segurança.

– Melhor impossível. E... – percebeu Malfoy recusando a ajuda de Hermione Granger para ir a bordo, saltando a amurada sozinho. Com um sorriso pra lá de sacana soltou um longo assobio – Porra, Harry. Onde arrumou a gostosa?

Draco ficou tenso enquanto Harry e Ron seguravam uma risada e Hermione rolava os olhos. A loira apontou um dedo magro para seu companheiro de missão e bufou.

– Potter eu nunca mais vou beber nenhuma poção Polissuco, ouviu? Nem pra salvar a sua vida miserável! – enfiou a mão dentro do decote e puxou um pergaminho enrolado que parecia muito velho – Aqui está a porcaria que você queria!

Empurrou-o com força contra o peito do moreno e, com um movimento muito sensual dos quadris, deu meia volta e saiu pisando duro rumo às cabines. Sua intenção era trancar-se até que o efeito passasse.

Harry Potter observou-o se afastar com um sorriso divertido nos lábios. Como adorava provocá-lo... então a voz de Ron o despertou.

– Isso é...?

– Harry! – Hermione pareceu encantada, aproximando-se para ver de perto – Malfoy realmente conseguiu!

O sorriso de Harry aumentou incrivelmente:

– Esse é o Mapa do Maroto. A pista estava certa e o encontramos no Travessa do Tranco. Hermione mude os feitiços de Desilusão, vamos zarpar. Peça a Seamus que calcule a nova rota e avise aos gêmeos que precisaremos de mais munição. Gastamos tudo no pub. E... – estreitou os olhos na direção do amigo ruivo – Ron, sei que é difícil, mas... pode parar de olhar a bunda do Malfoy?

O ruivo corou enquanto gaguejava um pedido de desculpas e Hermione ria da careta que ele fazia. Harry balançou a cabeça sem estar zangado de verdade, os olhos verdes se fixaram no mapa em suas mãos. O Mapa do Maroto. Um dos tesouros mais raros e procurados do mundo. O objeto mágico que precisava para lhe indicar o caminho.

Finalmente, depois de todos aqueles anos de busca, era hora de ir para Azkaban.

Continua