Os Guardiões da Existência escrita por kaio_dantas


Capítulo 8
Histórias de viagem


Notas iniciais do capítulo

Capitulo introdutório nenhuma grande cena de ação, mas algumas informações importantes para quem queria saber um pouco mais sobre os antigos guardiões, prometo que no próximo capitulo vou colocar cenas de ação e um confronto bem legal.



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Nas semanas seguintes nada foi muito diferente, os garotos iam até a gruta três ou quatro vezes a cada semana, para não levantar suspeitas. Os ânimos se acalmaram um pouco, Eterniel não trouxe mais nenhum monstro nem os levou a nenhum lugar, apenas os soterrou com inúmeros exemplares de livros sobre a história desde os primeiros guardiões. Quando perguntavam se não iam batalhar novamente ele sempre dava a mesma resposta: que era preciso aprender com o passado.

Tiveram algumas poucas sessões de treino em uma sala da gruta que era totalmente fechada e fortificada contra magia, o poder já fluía mais facilmente pelos seus corpos e era cada vez mais fácil invocar os feitiços, mas eles sempre ficam esgotados depois de uma sessão de treino.

Numa manhã nublada, que poderia ser uma comum, claro, se não se soubesse que envolta de sua bela redoma de segurança se encontrava um mundo em caos, os guardiões mais uma vez foram em direção a sua atividade de estudos rotineira.

Teleportaram-se em direção à caverna. O que antes era algo difícil de fazer agora era quase feito em modo automático, ninguém mais se estatelava no chão. Quando chegaram à caverna encontraram Eterniel andando de um lado para o outro, parecendo bastante nervoso, o que não era do seu feitio.

— Que bom que vocês chegaram, tenho uma missão urgente!

Ele realmente não estava bem, os seus olhos brilhavam como se uma nova centelha de esperanças estivesse sendo reacendida dentro dele.

—Yahh. — Exclamou Ray.

Todos pareciam animados, mas também um pouco inquietos. Uma missão real, sem cenários controlados como o caso da harpia, não era apenas uma chance de testar seus poderes, era também uma situação que correriam risco de vida.

Eles seguiram até a sala onde costumavam estudar, sentaram em volta da mesa com Eterniel para ouvir o que ele iria lhes dizer.

— Como falei antes tenho uma missão importantíssima, tenho uma informação que pode mudar drasticamente o rumo da nossa luta.

— Fale logo então em que vamos ter que arriscar nossas vidas dessa vez. — Disse Morgan.

Eterniel não pareceu gostar do comentário, mas continuou falando.

— Encontrei um lugar que ainda não foi destruído pelas forças do mal, algum tipo de magia ancestral tem guardado aquele lugar, impedindo que qualquer ameaça se aproxime, vocês precisam ir investigar.

— Isso não parece difícil, afinal só precisamos nos teletransportar até lá.

— Você pensou bem Bryan, mas a barreira mágica que protege a ilha impede que qualquer coisa se teletransporte para dentro dela e a barreia ocupa um grande perímetro ao redor da ilha.

— Então como vamos chegar até lá? — Pergunto Morgan.

— Já vou lhes mostrar, vou leva-los até o lugar mais próximo da ilha, lá explico melhor.

Eles levantaram e com um estalar de dedos de Eterniel estavam à beira de um penhasco, com o mar à frente e com uma brisa suave acariciando lhes o rosto, aquela era sem duvidas uma linda vista, bem diferente da ultima que tinham tido do mundo exterior e diante de tamanha beleza era difícil acreditar que o mundo se encontrava em tamanho caos.

— O criador realmente fez coisas muito boas, é uma pena que a maioria não valorize aquilo que de tão bom grado lhes foi ofertado. — Exclamou Eterniel.

Por um momento ficaram em silêncio absortos por aquela imensidão.

—Então, prosseguindo, um barco espera vocês lá embaixo é a única forma de chegarem até a ilha. Devem ir navegando, um velho amigo está lá ele irá guiar o barco até a ilha.

—Espere um pouco. — falou Denika. — Se vamos viajar de barco, quer dizer que vamos passar dias longe de casa, nossos pais vão ficar preocupados e desconfiados, não vamos ter como nos explicar.

—Acalme-se Denika, já pensei em tudo isso. Embora eu não goste de fazê-lo, vou ter que parar o tempo dentro do povoado.

— Você consegue fazer isso? —Falou Devyl surpreso.

—Sim, embora não goste, sempre esgota meus poderes e não estamos em um momento propício para isso.

—Por que não?

—Bem, Ray, meus poderes mantêm o povoado protegido. Se eles se esgotam, o véu que cobre o vilarejo cai e podemos sofrer um ataque a qualquer momento.

—Quanto tempo temos? — Perguntou Bryan um tanto apreensivo depois do comentário de Eterniel.

—Bem, não costumo fazer isso com muita frequência, mas sem prejudicar a barreira posso aguentar no máximo uma semana.

—O que exatamente vamos precisar investigar?

—Não tenho certeza, mas existe uma montanha na ilha e no topo dela, um templo. Seja lá o que for que protege a ilha, está lá. Gostaria de ir com vocês para tentar ajudar, mas a barreira repele qualquer coisa não mortal.

—Ok, vamos logo, não temos tanto tempo assim.

—Devyl está certo. —Falou Bryan. — Você pode nos fazer flutuar até a praia, Denika?

—Posso sim. — Disse começando a se concentrar para usar o feitiço. —Aer alacri.

Um leve vento os carregou, fazendo-os planar até chegar lá embaixo. Conseguiram ver a embarcação ancorada na praia e um homem de cabelos e barba branca e olhos azuis vivos que os esperava na areia.

—Olá crianças, eu sou o seu anfitrião. Meu nome é Noah, a mim foi incumbida a missão de guiar-lhes e assim o farei. — Falou com um sorriso gentil no rosto.

Os garotos se apresentaram e subiram para o barco. A embarcação era construída de madeira e aparentava ser bem antiga, embora estivesse muito bem conservada. Noah levou os garotos para ver onde eram os aposentos.

Os garotos ficaram em uma cabine e as garotas em outra, as cabines não eram muito grandes, em cada uma delas tinham alguns beliches, uma pequena cômoda e sobre ela um lampião já um pouco empoeirado, contavam com janelas para que fosse iluminado durante o dia, era possível sentir o cheiro salgado do mar entrando pelas janelas.

O mar estava tranquilo, lhes disse Noah, se tudo corresse bem estariam na ilha em três dias, os garotos nunca tinham andado de barco e passaram o primeiro dia quase inteiro de molho nos quartos com os rostos esverdeados de tão mareados que estavam.

—Hora de comer, jovens! —Chamou Noah, quando o sol já estava se pondo.

Os garotos foram comer na sala de jantar de Noah, a mesa estava posta, uma bela tolha bordada com inúmeros animais cobria a mesa e bonitos pratos azuis com desenho de ondas, o cheiro da comida se espalhava por toda sala e era ótimo.

No centro da mesa havia uma grande peixe assado e outras inúmeras comidas que faziam os garotos lembrarem de suas casas, estavam há pouco tempo longe, mas já sentiam saudades e um aperto no peito porque nunca tinham estado tão longe de casa.

Eles sentaram na mesa circular, fizeram suas preces e começaram a comer. Realmente estava tudo delicioso, a comida pareceu abrandar um pouco dos sentimentos que sentiam, cada uma parecia estar comendo a comida de suas mães.

—Como você conheceu Eterniel, Noah? —Perguntou Ray de repente, interrompendo o silêncio no local.

—Faz muito tempo, ele também já foi jovem como vocês e um Guardião também, ele salvou a minha vida uma vez e sou eternamente grato por isso, então sempre que me pede um favor procuro ajudar.

—Que legal! Você pode nos contar como foi?

—Claro que sim! Vejo que você é muito curioso garoto, eu gosto disso. Foi há muito tempo atrás, o mundo não estava assim ainda, os primeiros conflitos malignos estavam começando e eu precisei levar o grupo deles para uma missão, assim como eu estou levando vocês hoje. — Ele suspirou. — Eterniel já lhes contou sobre as cidades sagradas?

—Ele apenas nos falou que era dela que vinham todos os guardiões e Armatran foi a única que sobreviveu. —Respondeu Bryan.

—As cidades sagradas eram lugares lindos, fantásticos... Naquele dia estávamos viajando para Clessidria, ela era conhecida como a cidade das flores. Lá se encontravam os mais bonitos jardins, flores únicas, aromas inesquecíveis. Era um lugar realmente admirável.

— Incrível! —Exclamou Denika. —Uma pena que não vamos mais poder ver o seu esplendor.

—Uma pena mesmo... Mas, continuando, estava transportando aquelas cinco crianças e logo no começo não sabia quem elas eram, tinha apenas sido incumbido de transporta-las até Clessidria e nada mais, elas tinham um semblante pesado como se já tivessem passado por muitas situações difíceis mesmo sendo tão jovens. O dia estava bom para navegar, mesmo para mim que ainda era inexperiente, era um dia claro e com um vento bom. Mas algo estava me chamando à atenção, uma grande nuvem escura e densa no céu que parecia nos seguir e logo percebi que os garotos também estavam alarmados com aquilo.

—Vocês sabem o que aquilo significa? — Perguntei.

—Problemas! —Respondeu-me uma garotinha de cabelos loiros e cacheados e com grandes olhos castanhos era a mais jovem do grupo, o nome dela era Melissa.

—Que tipo de problemas?

—Dos piores. —Me respondeu um garoto alto de cabelos castanhos e emaranhados e pele morena que era o mais extrovertido dos cinco, Marvin.

—Impossível, meu feitiço de proteção deveria ter impedido que ela nos seguisse. —Disse Eterniel. Suas feições não eram muito diferentes das atuais, embora ele fosse jovem, parecia já carregar um grande fardo e raramente sorria.

—Que história é essa de feitiço e quem esta nos seguindo? — Nessa hora eles me contaram toda a verdade sobre quem eram e sobre a luta que enfrentavam para manter o mundo a salvo. Não deixei de sentir pena deles nesse momento, tão jovens e com tantas responsabilidades, mas também pude ver que eles tinham um brilho no olhar, o brilho de quem nasce predestinado para ser um herói.

—Depois explicamos tudo melhor, Noah. Elas já estão quase nos alcançando, prefiro não deixar que elas chegarem perto do barco. —Falou uma menina, com a voz confiante. Suas expressões eram duras, ela tinha cabelo preto e curto e olhos que se não fossem de alguém tão jovem seriam intimidadores, mas também possuía um sorriso encantador o que de fato não combinava, mas nela fazia todo o sentido.

—Não vou te deixar ir sozinha Mary, você não teria a menor chance contra elas.

—Eu poderia lutar melhor sozinha, não tenho muita experiência em voo duplo em batalha, estaria te colocando em risco, Anne.

—Mas... Mas não posso te deixar ir sozinha. — Anne era uma garota baixinha ruiva, tinha muitas sardas no rosto e o nariz pequeno o que a fazia ter uma fisionomia extremamente delicada, dava pra notar que entre ela e Mary existia uma grande amizade.

—Então está bem, vamos logo. Melissa proteja a embarcação a qualquer custo e, vocês dois, — falou apontando para Eterniel e Marvin. — tentem não destruir, explodir ou atear a fogo em nada.

—Até aquele momento estava um pouco em duvida sobre o que eles estavam falando, mas no momento seguinte vi Mary e Anne subindo em direção ao céu dentro de um... — Ele parou para pensar. —não sei como explicar, um pequeno tufão.

Nesse momento Noah reparou que os garotos tinham parado de comer e estavam vidrados, esperando o que viria a seguir.

—Bem, foi assim que eu conheci Eterniel, agora vocês já podem voltar a comer.

—Claro que não! — Exclamou Devyl parecendo indignado. — Você não pode para na melhor parte, precisamos saber como acabou a batalha.

—Acalme-se, jovem. Eu vou terminar, mas acho melhor esperar vocês acabarem de comer, não quero que os guardiões do mundo fiquem desnutridos.

Os garotos ficaram um pouco desapontados por terem que esperar, mas logo começaram a comer o mais rápido que podiam para ouvir o fim da história.


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Notas finais do capítulo

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