Os Guardiões da Existência escrita por kaio_dantas


Capítulo 6
O sopro do passado


Notas iniciais do capítulo

Espero que todos gostem desse capitulo porque eu gostei muito de escreve-lo, na minha opinião um dos melhores até o momento. Varias surpresinhas. Boa leitura...



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Os garotos assim que conseguiram se adaptar aquela nova sensação, começaram a olhar aquela cena para tentar absorver o máximo de informações possíveis, pelo que podiam ver estavam em uma grande cidade. Por não terem nenhum conhecimento de como era o mundo fora do povoado não foram capazes de identificá-la, mas eles não ficaram presos a isso, afinal Eterniel não os mandaria ali simplesmente para reconhecimento.

Foi quando viram que em uma das ruas o queaparentementeeram cinco crianças, ambos pensaram que se estivessem mais perto poderiam ver melhor e foi o que aconteceu, a rua aproximou-se mais dele como se estivessem usando uma lupa, nesse momento eles perceberam que tinham total controle sobre a visualização o que lhes permitiria uma melhor observação dos detalhes.

Vendo tudo mais de perto eles tiveram certeza que o que tinham visto antes era cinco jovens, aproximadamente com as mesmas idades que eles. Não demoraram a descobrir que os cinco jovens eram também guardiões só que de outra época, os garotos estavam indo de encontro a um homem moreno alto e de olhos verde claro, um homem tinha uma expressão da qual os garotos não puderam definir já que ficava entre a serenidade e o tédio.

Quando o homem e os guardiões estavam frente a frente era possível sentir a energia que emanava do local.

—Então você é Iratus? Perguntou o garoto que estava no centro da formação que provavelmente era o líder dos guardiões.

—Vejo que alguém já falou de mim para vocês, aposto que foi aquele imbecil que diz ser o tutor de vocês. Como é mesmo o nome dele... Lembrei Kazael.

—Não ouse falar do Kazael. Bradou uma garota que estava na ponta da formação.

—Isso Melissa, liberte toda fúria que existe dentro de você isso só me tornara mais forte.

—Como você sabe o meu nome?

—Eu conheço cada um de vocês, Melissa a que controla a água, Anne a que domina o fogo,Marry a que reina sobre o ar, Marvin o que rege e a terra e por último mais não menos irritante Eterniel o “Iluminado”. Vocês se surpreenderiam se imaginassem o que eu sei, cada pensamento obscuro por menor que seja. Eu conheço vocês como a palma da minha mão.

—Não escutem o que ele diz.

—O Eterniel está certo, você não sabe nada sobre nós, quer apenas nos amedrontou. Falou Mary a garota baixinha de voz infantil.

—Vocês são tolos, eu sei sim tudo sobre você, eu me aproveito de cada grãozinho de ódio que os seres humanos liberam para me tornar mais forte. Se rendam ao pecado crianças, será melhor para vocês, não há chance de me vencerem, aquele que vocês chamam de tutor mandou vocês a uma batalha perdida.

—Eu já disse para você não ousar falar do Kazael. Berrou Anne dando um passo à frente e lançado uma imensa rajada de chamas em cima de Iratus.

Ele apenas fez um aceno com a mão fazendo com que a rajada fosse desviada.

—Garotinha insolente, você acreditou em algum momento que esses seu poderes ridículos poderiam me vencer?

—Talvez ela não possa fazer nada sozinha, mas vamos ver o que você fará contra todos nós.

—Já que vocês insistem trucidar crianças pode ser um bom passa tempo.

Os garotos iniciaram a batalha, lançando vários ataques simultâneos em Iratus, não dando tempo para que ele se defendesse ou revidasse, foram tantos ataques que começou a se formar uma poeira espessa envolta deles que foi completada quando Marry lançou uma forte rajada de vento que tornou impossível visualizar um palmo na frente dos olhos.

Os garotos tentaram encontrar uns aos outros com a utilização de outros sentidos, com um pouco de esforço eles se encontram ficando em uma formação circular a espera de um ataque a qualquer momento.

—Será que o vencemos? Perguntou Marvin meio ofegante.

—Não vamos nos precipitar, ele não seria um dos sete pecados se você tão fácil vencê-lo, ele tem a qualidade do pecado a persistência.

—Eterniel está certo, se já é difícil lutar com o sentimento de raiva dentro de nós, imagine lutar contra a personificação da ira.

A poeira foi abaixando e aos poucos foi sendo possível observar os arredores da rua. Quando toda a poeira sumiu, não havia ninguém onde antes estivera Iratus.

Foi quando se ouviu uma risada maquiavélica vindo de um prédio de uns seis andares.

—É tudo que vocês tem? Sempre soube que não deveria esperar muito de crianças. Ele pulou do prédio e desceu planando como uma pluma. Enquanto ele descia os garotos juntaram todos os anéis e executaram uma grande descarga de energia, tamanha era a força daquele jato de poder que fez grande rachaduras no solo e deixou um grande furo em uma nuvem no céu.

Os garotos esperavam terem pulverizado Iratus, mas tiveram suas expectativas frustradas ao verem que nada lhe havia acontecido. Ele finalmente aterrissou.

—Quando vocês começarão a levar isso a sério, já estou ficando entediado acho melhor acabar logo com isso.

—Telleportum. Falou Eterniel, levando a todos para um lugar afastado da rua que estavam.

—O que você pensa que está fazendo, não podemos fugir, o futuro de tudo depende de nós. Falou Marry afobada.

—Eu sei, mas ele vai acabar conosco, gastamos muita energia naquela descarga inútil, ele é mais forte do que imaginávamos.

—Então o que iremos fazer? Ele não vai demorar em nos encontrar.

—Eu sei Marvin, mas não temos forças o suficiente, podíamos voltar para a caverna. E lá pensar melhor.

—Eterniel não seja covarde, é muito fácil ir para um lugar protegido se esconder, mas o que será da vida de todos que precisam de nós, aqueles que não têm um abrigo seguro. Será que é justo com eles, nós que deveríamos protegê-los fugir.

—Não pensem que gosto de fazer isso, mas eu também sinto medo, não sei fale a pena sacrificar a minha vida por está humanidade, que me garante que eles merecem essa salvação.

—Uma missão nos foi dada e nós a aceitamos, não temos direito de julgar se eles são dignos ou não de ajuda. Não podemos ir contra a vontade Divina, não temos sabedoria para isso.

—Vocês acharam mesmo que poderiam fugir de mim, deveriam ter tentado um lugar mais longe. Já tiveram tempo suficiente para discutir e aceitar a ideia de que não podem me vencer.

—Não importa o que você diga jamais nos renderemos.

—É uma pena Anne, vocês seriam excelentes pupilos, e poderia ensinar a vocês todos os segredos do mal.

—Quem disse que queremos aprender esses segredos! Bradou Eterniel.

—Estou ficando cansado disso, adeus. Falou ele lançando uma esfera de sombras em direção aos garotos, Eterniel conjurou um escudo de luz para proteger a todos, o escudo conseguiu para a esfera de trevas, mas o impacto lançou os garotos a alguns metros.

—Por que resistem? Vocês não tem chance, será que é difícil compreender isso.

Terminando de falar isso ele ergueu a perna e pisou com força no chão, os garotos que ainda estavam se levantando, foram levados novamente ao solo, uma imensa força estava a puxa-los, tamanha era a força, que eles estavam quase sendo esmagados.

—Espero que vocês estejam preparados para uma morte dolorosa e lenta.

—Não podemos nos render. Falou Marvin enquanto tentava se mexer, para usar seus poderes.

—É inútil garoto, você não tem força suficiente para resistir, a pressão que está sobre vocês é de varias vezes o seu peso.

Ele começou a concentrar toda a sua força em uma imensa esfera denegra energia, os garotos não tinham nenhuma chance de sobrevivência caso fossem atingidos por toda aquela energia.

—Onde está seu Deus agora? Que divindade poderosa é essa que manda crianças lutarem em seu lugar? ...

—Mesmo que andássemos pelo vale da sombra da morte mesmo...

—Mesmo assim não temeriam o mal? Então veremos. Ele lançou a imensa esfera contra os jovens que só conseguiram gritar.

—NÃOOOO. E fecharem os olhos a espera do pior.

Eles nada sentiram, abriram os olhos para ver onde estavam e para surpresa de todos só havia uma grande cratera na frente deles e eles puderam visualizar a silhueta de um grande par de asas. Era Kazael que tinha se posto a frente deles par defende-los.

Ele ficou alguns segundos suspensos no ar e depois cai desfalecido para dentro da cratera. A força que estava a prender o garotos ao chão foi rompida e eles puderam se erguer, eles estavam aparentemente em choque e em pranto pelo que havia acontecido com kazael.

—Seu maldito! Você se arrependerá por isso. Esbravejou Eterniel.

Todos saíram do transe que estavam e avançaram contra Iratus, um choque do que viram parecia ter despertado todos seus poderes ocultos que os jovens tinham.

Melissa congelou-o totalmente, enquanto isso Marvin esmagou o aquele cubo de gelo gigante com dois imensos blocos de pedra. Anne criou um imenso tornado que foi fortalecido por vários globos de fogo lançados por Anne. Os garotos tinham certeza que era o fim daquele ser. Mas quando o tornado se findou eles viram Iratus caminhando saindo da nuvem de poeira que havia se formado.

—Vocês são melhores do que eu imaginava, conseguiram me ferir. Ele mostrou um pequeno arranhão em seu braço da qual escorria um filete de sangue, ele esboçava um sorriso de sarcasmo.

—É o nosso fim. Falou Anne caindo de joelhos e em pranto.

—Ainda não, ainda existe algo que podemos tentar.

—Nãooo. Eterniel você não pode, você ainda não está pronto.

—Eu preciso tentar, Kazael deu a vida por nós. Minha será sacrificada por uma causa justa. Tentem para-lo pelo maior espaço de tempo possível.

Os garotos investiram novamente, mas dessa vez nada conseguiram, parecia que tudo que Iratus tinha feito com eles até esse momento era só uma brincadeira. Em poucos segundo estavam todos ao chão. Iratus estava estrangulando Marvin em uma parede o garoto agonizava e se debatia tentando livrar-se.

Marry usou pouco de força que ainda tinha para empurra-lo para longe, por sorte ela conseguiu desequilibra-lo forçando-o a soltar o pescoço de Marvin para apoiar-se, o garoto engatinhou para tentar se afastar.

—Será que vocês não se casam. Falou ele furiosamente. Dando um grande chute no ar que gerou uma onda de impacto lançando os garotos a alguns metros frente, repetiu isso algumas vezes até que notou a ausência de Eterniel.

—Onde está o Iluminado? Acovardou-se e fugiu.

—Não abra sua boca para falar do Eterniel, seu problema é conosco. Falou Marvin dolorosamente, ele tinha as marcas de mãos em seu pescoço.

Iratus deu as costas aos garotos para observar onde estava Eterniel, foi quando visualizou o garoto que estava de joelhos com o braço do anel erguido e sobre ele havia uma grande lança de luz. Ele se dirigiu ao garoto a passos lentos, parou quando estava bem próximo.

—Não me diga que você esta tentando utilizar Hasta Archangeli, se for isso você e mais tolo do que eu pensava.

—Vamos ver o eu você vai dizer quando ela tiver transpassado seu peito.

—Você não tem energia nem para cria-la acha que terá forças para empunha-la. Acho que vou lhe poupar o sofrimento.

Ele criou uma espada negra e projetou-se contra o garoto, mas foi barrado por outa espada que estava sendo empunhada por Kazael.

—Eu não acredito que você não morreu seu semianjo maldito.

—Iratus você deveria esperar mais de mim, estamos nos enfrentando há séculos.

Iratus rasgou o seu colete e imensas asas negras saíram de suas costas, ele alçou voo e Kazael fez o mesmo. Uma batalha épica iniciou-se o anjo negro e sua espada de trevas e o anjo da luz com sua espada de chamas. O embate era tão rápido e a tantos metros de altura que era quase impossível definir alguma coisa, só era possível ver dois pontos se chocando. Os choques produziam grandes ondas de impacto que estilhaçavam os vidros que ainda restavam nos prédios.

Os outros vieram ao encontro de Eterniel para esperarem juntos o resultado do embate já que era impossível ajudar. Melissa tinha estudado as propriedades curativas da água e estava tentando minimizar alguns ferimentos. De repente algo cai no solo com grande velocidade e provoca um grande estrondo, os garotos correm para ver era Kazael que havia sido derrubado, os garotos o ajudaram a levantar.

Ele voltou alçar voo, mas dessa vez ele pegou Hasta Archangeli e levou-a consigo. E novamente se iniciou a luta e assim foi por algum tempo até que os garotos viram cair Kazael e Iratus o anjo tinha um ferimento em seu peito e o pecado tinha o peito transpassado pela lança. Os garotos correram para ver melhor a situação, todos se ajoelharam próximo a Kazael. Melissa tentava desesperada e em pranto tentar o ferimento do peito de Kazael.

—Minha jovem pare, o meu fim é irremediável e eu já o aceitei.

—Mas porque você está tão sereno? Como pode estar feliz por morrer?

—O jovem Eterniel você ainda tem tanto a aprender. Não estou feliz por morrer, mas também não praguejarei contra o meu destino, afinal sei que estou indo para um lugar melhor.

Os jovens ficaram assim até a vida esvair-se totalmente do corpo do anjo e para surpresa deles o corpo se desintegrou em milhares de partículas de luz que subiram em direção ao céu. Já o corpo de Iratus também havia sumido, mas havia se transformado em uma névoa negra que desceu por uma fenda no chão.

Então a cena começou a escurecer e perder o foco e quando os jovens Bryan, Ray, Denika, Devyl e Morgan se deram conta estavam deitados a observar o teto da caverna.

—Que incrível o que será que tudo o que eu vi foi um sonho?

—Se você viu guardiões de outra época, então acho que tivemos o mesmo sonho Ray. Falou Denika.

—Acho que isso não foi um sonho, mas sim uma lembrança...

—Certo novamente jovem Bryan, tudo que vocês viram faz de uma das minhas lembranças como guardião.

—Por que você não nos contou que já tinha sido um guardião?

—Porque eu não ache relevante no momento e também não passei tanto tempo como guardião, após a morte de Kazael fui escolhido para ser o tutor das próximas gerações, mas vamos ao fato não lhes mostrei minha memória para que vocês aprendessem sobre mim, espero que tenham absorvido tudo possível sobre Iratus. Aquela foi a ultima vez que ele foi visto.

—Precisamos treinar muito ainda, não conhecemos nenhum dos feitiços usados durante a batalha que vimos.

—Eu sei disso, mas tenho dizer pra vocês que se aqueles feitiços não o detiveram naquela época não vai ser agora que ele está muito mais forte que eles irão detê-lo.

—Então o que você quer que nós façamos?

—Preciso que vocês se dediquem e se esforcem mais. Falou isso apontando para uma pilha de livros em cima de uma mesa ao canto.

—Você quer que leiamos isso?

—Exatamente Devyl. Creio eu que você saiba ler, estou certo?

—Óbvio que sei. Falou Ferozmente.

—Aqueles são livros de relatos de todos os guardiões, com eles vocês aprenderão noções de estratégia, os pontos fracos de seu inimigo e as melhores maneiras de usar seus anéis.

Os garotos se dirigiram a mesa e sentaram-se em bancos ao redor dela, pegaram todos imensos exemplares e começaram a ler. Desempenharam essa função durante algumas horas que pareceram uma eternidade. Até que Eterniel veio avisar que já era hora deles voltarem para casa. Alguns estavam com cara de quem estava com náuseas, mas Ray tinha excedido as expectativas ele simplesmente tombou ao tentar levantar e quando se reergue ainda estava meio cambaleante.

—Jovem você deve ter uma nós no lugar de um cérebro, nunca vi alguém que fica tão zonzo após uma leitura. Espero que se acostume porque isso vai se tornar constante será impossível vencer Iratus sem conhecimento.

Os jovens se prepararam e voltaram para a floresta, ao chegar lá ficaram meio confusos porque ainda não era tão tarde como Eterniel havia lhes falado. Os jovens ficarão sentados na floresta durante algum tempo conversando sobre tudo o que tinham visto na memória de Eterniel, sobre o quanto Iratus era forte e como havia sido incrível a batalha entre Kazael e ele. Uma duvida pairava na mente dos garotos será que Eterniel era tão forte como o outro tutor.

Outro comentário que também os deixou pensativos foi o de Morgan, que disse que era compreensível a frieza de Eterniel para com ele tendo em vista que após a morte de seu tutor ele deve ter cauterizado os próprios sentimentos para se fortalecer.

Morgan não sabia, mas ela estava certa. Desde a morte de seu tutor Eterniel nunca fora o mesmo. Ele tinha se tornado insensível por acreditar que os sentimentalismos o enfraqueciam, evitava se apegar a qualquer pupilo, já que sabia que o futuro deles era incerto e também os tratava de forma indiferente para que se um dia ele precisasse se sacrificar como Kazael tinha feito, eles não se sentissem tão mal.

Mandou os garotos embora mais cedo porque precisava ficar a sós com seus pensamentos, era sempre muito difícil relembrar aquele dia, no fundo ele ainda sentia que era culpa dele se tivesse sido capaz de empunhar a Hasta Archangeli seu tutor talvez estivesse vivo. Ele sempre procurava se reconfortar com a ideia de que seu tutor estava em um lugar melhor. Mas o fato é que ele sabia que a única coisa capaz de deixa-lo melhor era se tivesse a oportunidade de vigar a morte de Kazael, acabando com Iratus de uma vez por todas.

Depois de muito conversarem sobre o que haviam aprendido os garotos decidiram voltar para suas casas o sol já se punha e todos pela primeira vez voltaram com o corpo sem nenhuma dor física, embora eles estivessem com uma exaustão mental como nunca tiveram antes.

Entraram no povoado e o primeiro a separar deles foi Devyl que morava muito próximo à floresta.


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Notas finais do capítulo

Continuo com o meu lema se vocês gostarem deixem um review e se não gostarem também para que eu posa melhorar.
Se gostarem muito mesmo, recomendem afinal outros também podem gostar.