POV James:

Eu sou tão foda que poderia escrever um livro! Qual seria o nome...?

“Como conquistar a garota dos seus sonhos sem ser meloso ao estremo, sem rastejar a seus pés e continuar sendo foda”

O nome ta meio grande, eu sei, mas da pra entender o contexto.

Quatro anos – QUATRO ANOS! – investindo numa causa que as pessoas – na verdade, o Fred – julgavam perdida. Mas como vocês podem ver...

ALICE LONGBOTTOM DEIXOU QUE EU APOIASSE A CABEÇA EM SEU OMBRO! CHUPA ESSA MANGA!

Enfim, eu ainda não consegui identificar o porquê dela ter deixado. Não estou me queixando, ok? Só não consigo entender se foi por causa das minhas palavras românticas, ou por causa dos meus lindos olhos, ou do meu sorriso... Acho que foi tudo junto, eh, deve ter sido.

Olhei para seu rosto, e ela estava claramente se segurando para não olhar pra mim. É, eu sei que sou lindo. Mas atributos pessoais á parte, eu tinha acabado de perceber que nunca tinha estado tão perto dela assim. E, pelos meus cálculos, já estávamos chegando a Hogwarts. Não podia deixar uma oportunidade dessas passar. O que meu querido avô diria? Me endireitei e fui chegando mais perto de seu rosto. Ao perceber que eu ia beijá-la, Alice se levantou de supetão

-Wow – exclamou ela –wowowowowowowowowowowow! O que você pensa que está fazendo?

-Acho que todos sabemos o que eu penso que estou fazendo - respondi sorrindo marotamente (como sempre)

Alice me encarou de boca aberta com uma expressão incrédula.

-Olha aqui, Potter, não é só por que eu deixei você encostar a cabeça no meu ombro que você pode ir fazendo o que quiser não ok? – disse ela irritada

-Mas é assim que as coisas começam – se intrometeu Fred – se é que me entende

-Eu entendo – respondi levantando uma das mãos

-ARGH! Vocês dois são nojentos! – exclamou Alice – o que pensam que eu sou?

-A garota mais linda do mundo – essa eu não podia deixar passar

-Você não perde uma oportunidade, não é, Potter? – caçoou ela

-Não – respondi ainda sorrindo

-Quer saber? Eu vou trocar de cabine. Não quero ficar respirando o mesmo ar que vocês. – ela disse se virando para ir embora

-Mas nós já estamos chegando a Hogwarts! – exclamei

-Cada minuto longe de vocês é um pouco de sanidade mental que eu preservo. – disse ela

Quando ela já havia saído Fred começou a rir muito, riu tanto que até lágrimas saíram de seus olhos. Eu diria que ele até fungou

-O que foi? – perguntei

-Aiai... – começou ele parando de rir - foi por pouco hein, James?

-Muito pouco – resmunguei

-Acho que ela não ficou muito feliz de você ter tentado beijá-la – argumentou Albus

-É culpa dela – eu disse

-Hã? – perguntou Fred confuso

-Quem mandou ela ser tão gostosa? – eu disse sorrindo maliciosamente, e Fred assentiu apoiando meu comentário

Agora, quem eu acho que não gostou muito do meu comentário foi Daniel:

-ELA É MINHA IRMÃ, POTTER, OLHA O RESPEITO! – exclamou ele

-Sabe o que eu acabei de perceber, James? – perguntou Fred ignorando Daniel

-Você acabou de perceber que Daniel estava nessa cabine? – caçoei – por que eu só percebi agora

-Não – negou Fred rindo – eu percebi que, sei lá, 92% das garotas de Hogwarts tem uma queda por você, e você é apaixonado justamente por aquela que, entre essas 8% restantes, é a que mais te odeia.

-Nossa! Desde quando você sabe fazer contas, Fred? – exclamei tentando não parecer abalado por seu comentário

Fred abriu a boca pra responder, mas nesse momento, Hugo entrou todo esfarrapado, seu cabelo estava bagunçado, e as vestes rasgadas

-O que aconteceu, Hugo? – perguntou Albus

-Alice... ela chegou da cabine... me mandou sair... eu disse que não... disse pra ela vir pra cá... e ela... – disse Hugo ofegante

-Usou um feitiço contra você? – perguntou Dan

-Não, usou a força mesmo – disse Hugo se sentando

-É, essa é a confirmação de que ela não gostou nada do que você fez, James – disse Fred

-O que ele fez? – perguntou Hugo

-Parece que chegamos – avisou Albus

Todos levantamos, e pegamos nossas coisas apressados e ainda tendo que agüentar Hugo enchendo nosso saco, “O que ele fez, o que ele fez?”. Ah, fala sério, se alguém fosse falar já teria falado.

Saímos da cabine, no mesmo momento que as meninas saíram da delas. Deixamos elas passarem na frente – por um motivo bem obvio, hehe – e um pouco antes de sairmos do trem, Rose, que estava ao lado de Alice, virou a cabeça para trás e sibilou algo como “Você é doido, ou algo assim?”

É, sou sim, DOIDO PELA MINHA LOIRINHA. Pensei com meus botões

Misericórdia, isso foi muito brega. Ainda bem que não falei alto.

A primeira pessoa que veio falar comigo depois que desembarcamos do trem foi Kim Chang Bennett, uma garota da Corvinal que era apaixonada por mim desde o segundo ano. É, ela tem mesmo bom gosto.

-Oi James – disse ela –... e Fred

-E aí, Bennett – disse Fred

-Olá Kim – eu disse – como foram suas férias?

-Ótimas, e as suas? – Kim abriu um largo sorriso

-Espetaculares – eu disse sorrindo também, eu não precisava ficar jogando muito charme para Kim, ela seria apaixonada por mim mesmo se eu me cobrisse de bosta e a abraçasse, ela não ligaria para a bosta, estaria muito distraída com o abraço.

-É, as minhas foram boas também, se quiserem saber – resmungou Fred

-Hey, Potter – disse alguém atrás de mim, me virei

A minha loirinha estava me encarando com os braços cruzados. Ela fica tão gata quando está brava.

-Preciso falar com você – disse ela parando do meu lado

-Com licença, Longbottom – disse Kim com falsa simpatia – eu estava falando com ele antes

-Ah é, Chang-chang? Foi mal, mas é que eu tenho prioridade, o conheço há mais tempo. – disse Alice retribuindo o tom de voz.

-Você não pode chegar aqui me mandando ir embora – disse Kim – quem você pensa que é?

-Penso que sou a garota que vai te azarar feio se você não vazar daqui agora, japa – disse Alice sacando a varinha

Kim deu um passo pra trás

-Conversamos depois, Jamie – se virou e foi embora

-Conversamos depois, Jamie – resmungou Alice imitando a voz de Kim e fazendo careta

-Wow, isso tudo é ciúmes? – caçoou Fred

-Vai se fuder, Fred – disse Alice revirando os olhos

-Não precisa ficar com ciúmes, loirinha – eu disse – eu sou todo seu

Estendi a mão para tocar em seu rosto, mas ela bloqueou minha mão de seu rosto com a varinha

-Nem tente, Potter - disse ela

Sorri e arrumei meu cabelo com a mão que era para estar acariciando seu rosto naquele momento, ah, se ela não fosse tão difícil...

-Sobre o que quer conversar? – perguntei

-Sobre o que aconteceu no trem – disse ela

-Ah, quer discutir a relação? – perguntei

-Nós não temos uma relação! – sibilou ela

Cheguei mais perto dela para sussurrar em seu ouvido:

-Ainda.

E saí andando. Se estou certo – e sempre estou – ela se arrepiou.

Cara, como eu amo saídas triunfais!