Un Baiser Plus escrita por H_S


Capítulo 35
Capítulo 35 - Serenidade


Notas iniciais do capítulo

Trago para vocês nesse final de segunda o 35º e ultimo capítulo de U.B.P, eu não vou falar muito aqui em cima, e sim nas notas finais, então não deixem de ler lá em baixo.
Boa leitura e espero que gostem!



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UN BAISER PLUS

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Capítulo 35

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Serenidade

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"Penso em você o tempo todo."

(A Duquesa)

MESES MAIS TARDE

Os meses pareciam terem voado cada vez mais rápido do que costumavam.

O apartamento de Sasuke agora era mantido limpo todos os dias, os diversos salgadinhos e latinhas de cerveja haviam sido substituídos por achocolatado e brócolis. Apesar de uma grande relutância de Sasuke no inicio, as medidas foram adotadas e foram mantidas a risca desde decretadas.

Tudo na casa era adaptado para o conforto e o bom crescimento de Ryu, o purificador de ar e bombinhas viviam em todo o canto, mas Ryu parecia não se importar se isso não o impedisse de continuar suas inúmeras brincadeiras com os carrinhos de brinquedos.

Sasuke havia contratado uma cozinheira em tempo integral já que proibira a presença de Sakura na cozinha para prevenir possíveis incêndios e também, pela sua grande má vontade de assumir a tarefa diariamente.

As diversas brigas e discussões haviam se tornado raras, e haviam sido substituídas por noites agradáveis de filmes e jantares, na maior parte do tempo, em família.

Sakura tinha em mente em como as coisas estavam perfeitas, se tornando cada vez melhores. Adorava acordar de manhã e dar um beijo no rosto de Sasuke antes de caminhar em direção ao quarto de Ryu. Eles eram os dois homens de sua vida, e agradecia a cada minuto por não ter tirado essa oportunidade de si mesma há tempos atrás.

– Pode ser um tema de carros... Eu não sei. Pouco importa, ele não vai se lembrar de nada mesmo. – Sasuke murmurou, tirando pequenos pedaços do bolo de carne do ultimo jantar enquanto encarava Sakura, que apenas lhe mandava um olhar reprovatório.

– Sasuke, ele está fazendo um ano de idade! Isso é algo extremamente importante, não venha fazer pouco caso disso agora, ok? – Sakura murmurou levemente irritada, prendendo um grampo em sua mecha rosada – Pois bem, balões, doces, bolo, decoração, salgados e refrigerante... Ah! Lembrancinhas... Ainda dão isso em aniversários de um ano, não é?

– Por que não pergunta pra uma das mães dos amigos de escola dele? Eu nunca fiz uma festa infantil. – Sasuke disse calmamente, terminando de comer os últimos pedaços dos jantar passado.

– Você supostamente deveria me ajudar, ok? Elas não gostam muito de falar comigo, elas me acham imatura para ter um filho, por que eu deveria pedir conselhos a elas?

– Então, peça para a Ino. Ela faz qualquer tipo de festa e vai adorar infernizar você com esses detalhes idiotas de festas.

– Sasuke, nós já falamos sobre o assunto: Reclamar e ser irônico menos vezes e me ajudar e ser gentil mais vezes. – Sakura disse as palavras como se proferisse uma lei que acabara de ser aprovada e deveria ser seguida a risca; o que apenas fez Sasuke revirar os olhos e bufar.

– Deixe de ser tão paranoica com isso, certo? Pode ser algo simples, sem muita bajulação. O que importa é que Ryu se divirta, não é?

– Certo, certo, você venceu. – Sakura murmurou, largando sua caneta contra a bancada e depositando seu rosto sobre suas mãos – É que às vezes acho que tenho de provar para as pessoas que somos bons pais... Bem, metade de Tóquio nos acha pais bons e outra nos acham péssimos que eu ainda sou uma aproveitadora.

– Se ligar para tudo que sai na mídia ficará louca. – Sasuke murmurou, tirando um fio rosado do rosto de Sakura – Deveria se preocupar com outras coisas.

– Ah, como você faz, andando como um louco com diversos papéis pra cima e para baixo? – Sakura ergueu a sobrancelha, encarando o olhar cínico se formando nos olhos de Sasuke;

– Olha quem fala maníaca de livros. Você vai acabar virando um livro de medicina de tanto que lê.

– Bem, me desculpe se para se tornar médica é praticamente um parto. – Sakura murmurou irônica – Mas em mais alguns anos eu vou terminar o curso, me tornar interna e então finalmente médica.

– Serei seu paciente mais fiel então. – Sasuke deu um sorriso de canto, o que apenas fez Sakura se inclinar e lhe dar um beijo singelo nos lábios dele.

– Bem, suas consultas serão de graça. – Sakura sorriu e apenas entrelaçou suas mãos brancas com as ásperas e quentes de Sasuke – E eu lhe darei um brinde a cada consulta que você for bonzinho e se comportar bem.

– Vou fazer o melhor possível... – Sasuke ergueu seus olhos acima de sua cabeça e Sakura tentou assimilar cada fato antes de virar e encarar a montanha de brinquedos espalhados, enquanto Ryu apenas tirava e jogava para fora – Ele vai colocar de volta ou vou ter que arrumar isso de novo?

– Terá de esperar pra ver... – Sakura sorriu e encarou Ryu sentando no chão e começando a brincar com os brinquedos jogados.

Ele já falava, apesar de se embolar com algumas palavras, possuía uma boa dicção, o que apenas lhe deixava mais orgulhosa. Sabia que a curiosidade aumentava naquela idade, então já havia começado a se preparar para os turbilhões de perguntas que recebia diariamente.

Sasuke lhe deu um beijo no pescoço e se desencostou da bancada. Já passava das dez, e ele deveria se encontrar com os garotos para uma tarde de amigos, assim como Sakura lotaria a casa de garotas naquela mesma tarde.

– Vejo você mais tarde. – Sasuke murmurou vestindo sua inseparável jaqueta e caminhando até Ryu e lhe pegando no colo – Volto mais tarde, não faça bagunça hein?

– Tá bom, papai! – Ryu disse com sua voz calorosa, dando um abraço em Sasuke antes de ser colocado no chão.

Sakura encarou Sasuke saindo pela porta e voltou seus olhos para Ryu e sentou-se do seu lado, tentando imitar os movimentos que Ryu fazia com seu carrinho vermelho e azul. O encarava como se ele fosse uma das coisas mais importantes do mundo, o que de fato era.

Perguntava-se naquela hora se era daquela maneira que seus pais se sentiram quando a observaram. Era uma sensação incrível de amor e paz que simplesmente nunca queria perder. Apesar dos inúmeros altos e baixos que Tóquio lhe proporcionara, havia gostado da experiência.

Da ideia de ter permanecido, e lutado pelo o que queria. Como sua mãe lhe disse uma vez... “As melhores histórias começam da maneira mais difícil.”

E agora, sabia exatamente o que ela queria dizer.

***

RÚSSIA

O vento da Rússia era frio e forte. A neve branca inundava o chão, e era o bastante para tornar a vista singela de uma pequena casa destruída, em uma cena bucólica. Misha tinha seus olhos azulados encarando a neve se apossar de todos os vão presentes na casa.

Uma grande faixa amarelada se mantinha em volta da casa, e Misha apenas encarou o sangue seco, espirrado a porta. Por toda a força que tentasse fazer para avançar em direção aquele lugar, estava presa. Um medo incontrolável rondava seu corpo, assim como a dor parecia vibrar contra seu peito.

– Quer entrar? – seus olhos se arregalaram levemente, e sentiu seu estomago revirar. Virou seus pés e encarou o rosto conhecido, os olhos negros, os fios ao mesmo tom, presos, e as mãos dentro do bolso. Deixou um pequeno sorriso brotar em seus lábios, ele estava vivo afinal.

– Disseram que você estava instável da ultima vez que eu o vi... Você sangrava e... Eu também, depois eu fui para uma sala e você para outra, e então... Acabou. – Misha disse serenamente com seus olhos focados em Itachi. Um tiro no abdômen fora o que recebera de Zetsu, o bastante para matar a criança em seu ventre e lhe causar algumas cirurgias. Aquilo soara reconfortante, acabar com tudo que lhe restava de Madara, mas não era o que realmente aconteceria, vivia presa a isso, a cada momento se sentia presa a isso.

– Eu me lembro. – Itachi murmurou em resposta – Eu perguntei por você. Disseram que te mandaram de volta para Rússia por não ter um passaporte ou recebido permissão pra ficar no país, eu relutei em vir, mas achei que fosse a melhor coisa a fazer.

Misha deixou seus lábios se abrirem em um sorriso relaxado e prendeu um de seus fios, agora em um louro fraco, contra sua orelha esquerda.

– Coisa certa... – murmurou para si mesma – Eu venho aqui todos os dias. – disse encarando a casa novamente, com seus olhos agora, ardendo em lágrimas – A cada dia que passa, eu apenas quero esquecer Madara, mas isso significa esquecer tudo. Madara está preso a minha família desde que Wole se viciara em drogas, ele fora um excelente irmão enquanto estava sóbrio, mas ele tinha uma capacidade de fazer coisas estupidas...

– Aposto que sim. – Itachi murmurou, seguindo com seus passos sobre a neve espessa e parando a alguns centímetros de Misha, encarou aquela casa por longos minutos e entendia perfeitamente o que Misha sentia ao observá-la, era torturante e ao mesmo tempo reconfortante, um pedaço de seu passado onde ela queria esquecer, mas não conseguia largar.

– Acredito que a Akatsuki realmente não volte por um tempo... – Itachi murmurou, virando seus olhos para encarar os azulados de Misha – Eles não a atacarão pelo simples motivo de que com Madara morto, isso significaria voltar para casa... E isso era o que a maioria ansiava... Mas como Zetsu disse antes de ser executado*, aqueles que ainda compartilharem os ideais da Akatsuki, a manterão viva...

Misha franziu lentamente o cenho, antes de colocar suas mãos contra o bolso quente de seu casaco e começar a caminhar em direção à cidade, seus olhos se mantinham centrados em seus pés, enquanto sentia a respiração quente de Itachi a alguns passos atrás.

– A Akatsuki está desfeita. Não deve pensar nada, além disso. – disse com sua voz firme e com o sopro quente subindo ao meio do frio – Se todos tinham algo a zelar como você me disse uma vez, então não teria por que colocar as mesmas coisas preciosas em perigo, não é mesmo?

– Não... Não teria sentido. – Itachi cessou seus passos e encarou Misha depois de dar mais alguns passos. Do pouco que sabia sobre o amor, era que ele agia de maneira estranha, aparecia em momentos incomuns e florescia em momentos únicos e especiais. Misha lhe trazia uma calma, uma calma que sempre buscara, e nunca conseguira depois que entrara para Akatsuki.

Podia dizer que aquele momento, onde a encarava com uma vontade absurda de reconfortá-la e impedir que alguém fosse capaz de machucá-la de novo significasse que sentia algo maior do que esperado por ela, algo tão simplório como amor? Talvez sua mãe estivesse certa, analisava demais os detalhes, se prendia demais em passado.

– O vento está forte... Quando isso acontece, dizem que coisas ruins estão sendo arrastadas para longe... Superstições... Entende? – Misha murmurou calmamente, encarando o rosto de Itachi e lhe mandando um sorriso.

– Isso soa bem com a situação. – Itachi encarou os galhos se balançando fortes e o vento soprando, se tornando mais frio a cada minuto.

– Sim... – Misha sorriu, juntando suas mãos com as de Itachi antes de encarar os galhos secos e se balançando com força e logo se repondo ao lugar, quando o vento finalmente, parara de soprar – Aqui chamamos de “criar um momento”.

Itachi encarou as mãos gélidas de Misha contra a sua e apenas sorriu em troca, encarando seus olhos azulados, antes de umedecer seus lábios e murmuras as palavras;

– Acho que japoneses e russos tem ideias bastante parecidas sobre “criar um momento”.

– Tenho a mesma teoria, Uchiha Itachi.

Itachi apenas encostou seus lábios contra os de Misha. Gélidos e macios. Aquele era um tipo de sensação que não se sujeitava a longos anos, e naquele momento, se agradecia por isso. Não se importaria de esperar anos, para poder sentir os lábios carnudos de Misha contra os seus.

– Eu lhe prometi que ficaria seguro, e dessa vez eu vou cumprir cada palavra que eu lhe disser, pode acreditar no que digo.

– Eu acredito. – Misha disse docemente, encarando as esferas negras que eram os olhos de Itachi – Acho que finalmente é o momento de... Enterrar tudo em um grande baú e jogá-lo em algum lugar onde não possa voltar.

– E acredito que agora seja a melhor hora, para eu me perder em algum lugar... Algum lugar para me recomendar nessa imensa Rússia?

Misha sorriu e entrelaçou seus dedos contra os de Itachi antes de encarar a paisagem tomada de branco, começou a murmurar algumas palavras e Itachi apenas acenava completamente concentrado em cada coisa que saia de sua boca.

– Bem, espero que tenha uma companhia para se perder.

– Você seria a companhia perfeita. – Itachi manteve suas mãos entrelaçadas com as de Misha enquanto seus pés se afundavam contra a neve macia.

Misha não se importava aonde o levaria primeiro ou que comida e bebida pedir, apenas sabia que agora, poderia ter as mãos de Itachi presas a sua, e aquilo, era um sonho não tão distante.

xXx

THE END

NOTAS ADICIONAIS DO CAPÍTULO:

*- A pena de morte é permitida no Japão e é praticada.


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Notas finais do capítulo

Bem, primeiro de tudo eu gostaria de agradecer a todos os leitores dessa fanfic, a todos que comentaram, favoritaram e recomendaram. Eu simplesmente adorei escrever do inicio ao fim essa fanfic, e a experiencia se tornou ainda melhor só pelo fato de vocês terem gostado dela.
Mais uma vez, eu só quero agradecer a todos vocês. Muito obrigada mesmo!
Kisses!
H_s