Un Baiser Plus escrita por H_S


Capítulo 34
Capítulo 34 - Morte


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Não foi no final de semana certinho, mas saiu!
Bem, antes de tudo quero agradecer a todos que comentaram no ultimo capítulo e dar boas vindas a novos leitores!
Capítulo completamente revisado, mas se possuir algum erro pedimos desculpas.
Bem, antes de começarem a ler vou pedir que confiram as notas finais e espero que gostem!
Boa Leitura!



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UN BAISER PLUS

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Capítulo 34

¨¨

Morte

***

"A gente precisa ter o coração partido algumas vezes. Isso é um bom sinal, ter o coração partido, quer dizer que a gente tentou alguma coisa."

(Comer, Rezar, Amar)

Centro de Tóquio

21h25min da noite

Misha tinha seus olhos vidrados no vazio. Soltou um pesado suspiro e jogou uma água por seu rosto pálido e marcado. A água gelada fazia seus músculos se retraírem, a dor que ainda sentia dos hematomas se tornava suave e suportável.

Tentava encontrar seu ponto de equilíbrio naquele momento, tentava achar um pequeno detalhe para não apostar sua vida em um jogo sem volta. Mas não achava nada, e aquele vazio em seu peito, que havia sido aberto da forma mais cruel possível apenas a incentivava a fazer tamanha loucura.

O plano de Ibiki era simples, mas podia conter milhares de detalhes e acontecimentos não planejados. Misha iria entrar no prédio, ficar a mercê de Madara como uma distração, até o momento que a polícia conseguisse avançar para o vigésimo andar.

Misha sabia dos riscos, mas aquilo não a impedia de prender o pesado colete a prova de balas contra seu corpo, e caminhar em direção à viatura de policia que apenas a esperava. Tentava pensar que aquilo ajudaria Itachi. Seu eterno salvador. Pensava que aquilo seria uma maneira muito boa de retribuir. Uma vida por outra. Uma atitude heroica por outra. Nos filmes aquilo seria o fim perfeito. Por que não pensar que seria o mesmo na vida real?

Seus olhos tentavam acompanhar a grande quantidade de luz que a cidade de Tóquio conseguia transmitir em um único prédio à medida que o carro avançava pelas ruas movimentadas e barulhentas. Tentava achar reconforto naquelas luzes vibrantes, tentava pensar por um momento que a criança em seu ventre era inocente e pura e que apenas precisava do amor de uma mãe e por um momento tentava imaginar uma vida onde seus pais estivessem lá, ao seu lado e Wole da mesma forma.

Encarou o alto prédio a sua frente, sem luzes, sem brilho. Um símbolo estranho no topo, aquele deveria ser o grande e famoso prédio da Folha. Encarou aquelas longas faixas amarelas dando uma volta sobre o quarteirão e as inúmeras câmeras e pessoas focadas em apenas um só lugar.

Alguém realmente estava se importando com as pessoas dentro daquele prédio como ela estava? Ou pessoas apenas continuavam com sua imensa sede por dinheiro e publicidade? Talvez a segunda opção fizesse mais sentindo na cabeça de Misha. Apenas a segunda.

Ibiki abriu sua porta e encarou o rosto de Misha, sua boca estava seca e suas mãos soavam pela primeira vez em toda a sua carreira. Talvez o motivo seja por colocar uma garota tão jovem em direção a uma missão suicida.

- Você... Sabe o que está fazendo, não é? – perguntou novamente por uma ultima vez, completamente receoso – Se não quiser fazer isso não posso forçá-la... E ai você pode voltar para a Rússia para a sua família.

- Minha família está morta. – Misha murmurou, encarando o rosto de Ibiki com seus olhos duros – Eu entendo sua preocupação, mas eu não tenho nada mais a perder. Ele me tirou tudo.

Ibiki acenou com a cabeça lentamente antes de recuperar sua compostura, não era de seu fetiche se tornar uma figura completamente insegura como aquela, mas aquela garota, ela possuía algo unicamente especial para ele.

- Você vai entrar. Não tire esse colete. Tente ficar segura. Vamos entrar em vinte minutos e subiremos para lá. Certo?

Misha acenou levemente com a cabeça e encarou a frase escrita sobre a porta de vidro. Nunca soube dos verdadeiros princípios da Akatsuki, mas se uma coisa havia aprendido naqueles meses era que a Akatsuki nunca descumpria suas promessas. Desde que havia entrado naquela viatura para sentir o cheiro da morte cada vez mais perto, não duvidava que naquela noite, alguém acabaria morto e na realidade, não sabia quem seria atingindo por algo tão drástico.

Tentava entender as conversa de Ibiki e Anko tinham alguns passos atrás, mas tudo se passava muito rápido em sua mente. Tentava controlar o pânico de rever cada rosto sóbrio da Akatsuki e controlar seu pânico por Madara. Tentava se focar em sua fuga com Itachi. Em todas as promessas que ele fizera em vão e todos os sonhos que começara a ter novamente a cada novo por do sol que via ao lado do Uchiha.

- Estamos mandando Misha Lukashenko... Com informações importantes que devem ser mandadas para o seu chefe. Entendem isso?! – Anko dizia em sua melhor voz contra o autofalante.

Misha mantinha seu corpo parado em frente à escada, até as trancas serem retiradas da porta e Hidan aparecer com um charuto em sua boca e Kakuzo com duas armas presas em sua mão logo atrás. Hidan fez um pequeno movimento com o dedo, a chamando para subir.

Respirou fundo antes de subir as escadas, tentando controlar o tremor em suas pernas e parar apenas um degrau abaixo onde Hidan estava. Seus olhos em um pânico encaram a fumaça subindo sobre seu rosto e impregnando o ar. Misha fitou as mãos de Hidan apenas puxarem seu colete aprova de balas e o jogar em um lugar qualquer.

- Não vai precisar disso por aqui. – disse deixando um sorriso se formar no canto de sua boca, antes de puxá-la para dentro e passar a tranca sobre a porta – A reviste. Esses desgraçados devem ter colocado algum microfone dela.

Kakuzo puxou um dos botões de sua camisa, o jogou ao chão e pisou em cima. Apenas a palavra “amadores” escapou por sua boca. Um microfone e uma câmera haviam sido colocados em Misha, naquele exato lugar. Agora a policia estava cega, e sem saber quando deveria realmente agir.

- Pode subir com ela. – Kakuzo murmurou brusco - Ela não tem mais nada.

- Agora você vai tornar a festa muito mais interessante. – Hidan murmurou, pegando o braço de Misha com suas mãos fortes e bruscas e a puxando para o elevador. Apagou seu charuto o guardou no bolso de seu paletó à medida que os andares se avançavam.

Misha tinha sua respiração descompassada e seu coração batendo de forma frenética. As coisas começaram a sair dos trilhos antes mesmo que conseguisse chegar ao ultimo andar daquele prédio. Seus olhos encararam nervosos Hidan, que apenas a observava com um típico olhar que Madara costumava lhe mandar. Aquilo só fez seu corpo ficar mais rígido e Hidan dar um pequeno e sonoro riso.

- Sabe, Misha... É uma pena que garotas tão bonitas como você devam morrer. Isso é realmente uma coisa muito trágica. – ironia era uma das coisas mais notáveis no rosto de Hidan, assim como arma que apenas recebia munição – Não leve tudo isso para o lado pessoal se é que me entende, mas é apenas o meu trabalho.

Misha sentiu sua respiração pesar. Ele não a levaria a Madara, ele a mataria ali mesmo, naquele elevador antes que tivesse a chance de fazer qualquer coisa. Seus olhos agora ardiam e suas mãos soavam, mas a única coisa que agora passava em sua cabeça era o que Itachi havia lhe dito em uma tarde, onde dormiram em um dos motéis baratos da cidade.

“Você tem razão, não conseguiria lutar contra um membro da Akatsuki. Mas pode se defender de um. Você precisa saber se defender. Eles são maiores, mais fortes... Mas você é pequena, mais rápida. Tem de usar isso ao seu favor. Tem de usar a força deles ao seu favor.”

Nunca em sua cabeça pensara que teria de lutar com alguém duas vezes mais forte do que ela, mas sabia que Itachi não havia passado a tarde lhe ensinando golpes de defesa à toa. Ele sabia que ela precisaria daquilo em algum momento e aquele era o momento.

Misha respirou fundo, tentando juntar coragem para colocar seu plano em prática. Bateu na mão de Hidan, que apenas observou sua arma ir de encontro com o chão, seus olhos se voltaram para Misha e seu braço se prensou contra seu pescoço;

- Olha só, garota... Eu não estou em humor muito bom para suas brincadeirinhas agora.

Misha apertou sua mão contra o braço de Hidan, estava começando a sentir seu suprimento de ar se esgotar, balançou seus pés freneticamente tentando se soltar, mas não conseguia nada apenas de tornar toda a situação mais insuportável.

Ergueu sua mão e ficou suas unhas no rosto de Hidan antes de passá-la por todo seu rosto e atingir o seu olho esquerdo, Hidan a soltou no mesmo instante e colocou a mão sobre seus olhos. Misha caiu ao chão ofegante e pegou a arma do chão no mesmo instante. Encarou Hidan se virando para ela novamente e então apenas apertou o gatilho.

Encarou a cena como se ela se passasse lentamente em sua cabeça. A bala apenas atravessara o peito de Hidan que agora caia ao chão com sangue saindo por seu peito. Misha ergueu seu corpo do chão se sentindo perdida e confusa. Nunca havia dado um tiro em alguém ou muito menos tirado a vida de algum homem. Hidan era o primeiro.

Era uma assassina...? Uma assassina como eles? Esfregou seu rosto e respirou calmamente. Não poderia pensar daquele jeito. Teria de fazer coisa pior se quisesse continuar viva naquele lugar. Segurou a arma com firmeza em sua mão até a porta do elevador se abrir.

Vigésimo andar. Seus olhos encaram com cuidado, e apenas fitaram dois homens mortos e porta de um grande escritório aberta. Caminhou da forma mais silenciosa em direção àquela sala e apenas via mulheres em um lado e homens de outro.

Encostou seu corpo contra a parede e começou uma reza silenciosa. Apertou seus olhos com força e sussurra as palavras de forma silenciosa. Uma onda de adrenalina rondava seu corpo e não via como sair viva dali, não conseguiria lutar contra Madara. Resistir a Hidan havia sido uma tarefa difícil, com ele seria pior, completamente pior.

Encarou novamente a cena, agora de forma mais observadora. Madara tinha uma arma, contra a cabeça de um garoto, não deveria ter mais de dezessete anos, mas isso não o impedia de estar tão assustado como os outros na sala. Itachi sangrava, tinha um ferimento feio em seu ombro, quase como se tivesse levado um tiro, e isso apenas foi o bastante para Misha apertar seus olhos.

Seja o que Itachi tivesse feito fora para proteger alguém daquela sala e aquilo apenas deixava o pânico invadir todo o seu sistema. Itachi estava disposto a morrer e aquilo parecia deixá-la completamente desconcertada.

“Se acalme”- disse a si mesma passivamente – “Você precisa manter a calma... Precisa manter toda a calma possível... Misha... Ele precisa de você, precisa que você ajude os outros, você precisa deter Madara, você consegue. Eu consigo. Eu consigo”.

Apertou a arma em sua mão e ergueu o corpo, seus passos seguiam decisivos até aquela sala, um jogo muito maior estava prestes a começar, teria de enfrentar Madara frente a frente. O pesadelo no qual vivera durante meses. Não estava preparada para passar por uma situação como aquela tão vulneravelmente.

Encarou as costas de Madara, largas e seus cabelos completamente bagunçados por seus ombros, parecia alguém completamente desesperado e tomando atitudes drásticas. Apontou a arma em sua direção e apenas encarou os olhos negros a encarando de forma completamente sarcástica.

- Ora, ora, ora... Veja quem está aqui, Itachi... Sua paixão passageira. – Madara jogou Sasuke contra o chão e dava pequenos passos em sua direção o que apenas fez Misha recuar alguns para trás – O que está fazendo aqui?

- Digamos que tem uma falha na sua segurança. – Misha murmurou, mantendo a arma firme em direção a Madara, mas suas mãos tremiam o que apenas o fazia rir irônico.

- Acha mesmo que consegue me matar? Não conseguiria puxar o gatilho nem mesmo se tentasse... Quer bancar a salvadora, querida? Não é um trabalho muito fácil, já que fracassou com todos os que tentaram ajudar, não é mesmo?

- Eu não... – o corpo de Misha se contraíra assim como sua garganta, as palavras pareciam ter sumido de sua boca e suas mãos apenas tremeram cada vez mais visíveis – Eu não tive a chance de salvar ninguém! Você matou todos eles...! Todos!

- Mentira! – Madara berrou alto e a encarou com seus olhos duros e sombrios – Você teve a chance de salvá-los, mas você só pensou em si mesma. Resolveu fugir, fugir com um traidor! Podia ter poupado à vida da sua família miserável e do seu irmão de merda.

 - Não fale deles! – Misha diz com toda sua força e agora, tinha as lágrimas descendo por seu rosto. Poderia mesmo ter evitado a morte de todos se tivesse permanecido lá? Presa? Como um porco sendo preparado para o abate? Nunca saberia. A única coisa que tinha era uma família morta e lembranças tenebrosas, nada mais.

- Eu trouxe você pra cá por uma razão, apenas uma. Você me daria um filho e se não fosse por isso eu lhe dava um tiro agora mesmo. – as palavras de Madara ficaram tão acidas quanto o ódio em seus olhos, Misha apenas encarou a arma se soltando de suas mãos, com a brutalidade que Madara a puxara, não se sentia nada além de uma impotente e fraca.

- Quando acabar com esses pequenos vermes... Eu tenho algo especial para você... Algo realmente especial. – Madara murmurou, apertando seus olhos e correndo os dedos pelos fios negros que eram os cabelos de Misha, mas aquilo fora o bastante para lhe trazer velhas sensações.

Madara encarou Misha começar a correr ao meio do corredor e apenas revirou seus olhos, fez um breve sinal a Zetsu e começou a segui-la, seus olhos pareciam vidrados em cada movimento que ela executava, era como um rato na gaiola. Ela não conseguiria se livrar tão facilmente.

- Pode fugir de mim a vontade Misha, mas quando eu encontrá-la... Não vai gostar muito do que eu vou fazer.

A respiração de Misha se mantinha ofegante, seus olhos perdidos nas diversas portas que via e nas vidraças refletindo a luz vibrante da lua. Entrou em uma sala qualquer e puxou da maneira mais rápida possível, diversos móveis. Aquilo seria o bastante para atrasar Madara por alguns minutos.

Moveu seus olhos nervosos a procura algo pesado o bastante para cair no chão e para quebrar a grande vidraça que a sala possuía. Pegou um troféu velho da estante e rasgou um pedaço de pano de sua roupa, seus dedos escreveram da melhor forma possível em um pedaço de papel “Me ajude” e apenas repetiu aquela palavra em qualquer lugar visível do objeto.

Deu alguns passos para trás, antes de jogar com força o troféu, que apenas espatifou inúmeros pedaços de vidro pela sala antes de cair vinte andares abaixo.

Virou seu corpo e apenas encarou a porta sendo forçada, com cada vez mais força. Sua respiração se mantinha descontrolada e pegou a caneta e apertou contra sua mão, tentaria usá-la para se defender da melhor maneira que conseguisse. Ele a atacaria com força e com vontade.

Apertou seus olhos por uns instantes antes de ver os móveis indo a abaixo, Madara andou furioso ao seu encontro e antes mesmo que pudesse fazer alguma espécie de movimento sentiu um impacto forte contra seu rosto.

Misha caiu diretamente ao chão sobre o vidro, sentindo os cacos arranharem sua pele à medida que Madara apertava o pé contra seu peito. Misha segurou a perna de Madara com toda sua força, tentando retirá-las de cima de seu peito, mas aquele movimento inútil parecia apenas entretê-lo cada vez mais.

- Implore. Implore para que eu não a mate. Ande! Diga “Madara, não me mate. Eu me enganei, eu deveria ter ficado lá, com você, para sempre!”. Vamos! Diga!

Misha apertou a caneta contra sua mão antes de enfiá-la com força em sua panturrilha. Um grito histérico de dor fora o que escapara de seus lábios e Misha apenas aproveitou o momento para se arrastar para longe.

Forçou seu corpo para cima tentando correr, mas Madara apenas lhe puxou com força de volta, com os olhos mais inundados em ódio.

Misha apenas pegou a caneta ensanguentada e colocou com força no pescoço de Madara, seus olhos se arregalaram com a expressão que criara em seu rosto, mas não se importara, apenas voltou a correr da melhor maneira que seu corpo conseguia permitir.

Aonde quer que passasse, se sentia observada. Era estranho nenhum membro da Akatsuki tê-la atacado além de Hidan. Será que a policia havia recebido sua mensagem e colocado o plano em prática? Ou todos apenas assistiam curiosos ao seu confronto com Madara?

Tentava expulsar qualquer pensamento como aquele de sua cabeça e apenas seguir com seu percurso, os machucados em seu corpo ardiam em dor, conseguia sentir vidro ainda ficado em sua pele, entrando cada vez mais fundo, mas se mantinha decidida.

Entrou de forma brusca na onde estavam todos, seus olhos apenas se mantinham focados em uma pessoa. Itachi. Correu até ele sem pensar duas vezes, encarando o sangue que parecia manchar cada vez mais sua blusa.

- Acho... Que suas aulas me ajudaram um pouco. – Misha murmurou em seu tom mais doce, encarando os olhos negros de Itachi, completamente tomados por cansaço e dor.

- Disse... Que precisaria. Está indo muito bem... Precisa, só... Se machucar menos. – Itachi murmurou, encarando os cortes no rosto de Misha, o que apenas lhe fazia se sentir mais impotente, havia lhe prometido. Prometido que não deixaria mais ninguém machucá-la.

- Ele precisa sair daqui. – Misha encarou a mulher de cabelos negros, feições muito parecidas com as de Itachi e com o rosto completamente manchado com lágrimas – Ele está perdendo muito sangue.

- Vocês precisam descer pelas escadas... É mais seguro. Mas sejam silenciosos... Pode haver membros da Akatsuki durante o percurso, então pelo menos uma pessoa deve estar armada. – Misha murmurou em seu melhor japonês. Apenas mantendo a mão firme contra o ombro de Itachi – A senhora precisa ir com eles...

- Itachi... Ele... – Mikoto disse inconsolável, apenas sentindo Sasuke a puxando para longe – Você vai ficar bem meu filho, eu vou vê-lo muito em breve, você consegue suportar isso.

- Vá logo, mãe. – Itachi disse as palavras com dificuldade, e Misha apenas encarou o grupo se dissipar ao meio do corredor.

Nenhum deles seria capaz de ficar ali nem por mais um minuto, mesmo que tentassem. O medo e o pânico já haviam lhe consumido por completo, medo de perder um filho ou alguém amado. E Misha não reclamava, faria o mesmo se estivesse no lugar de cada um deles.

Seus olhos se redirecionaram para Itachi e apenas encarou seus olhos cansados perdidos no vazio. Sentia as lágrimas quentes escorrendo por seu rosto e apenas encostou seus dedos contra o rosto pálido de Itachi

- Você se acha um monstro pelo seu passado... Mas você é a pessoa mais incrível que eu já conheci... Não merece morrer agora. Você não pode morrer agora Itachi. Você tem que ficar vivo, continue respirando, não deixe seu coração parar de bater.

- Zetsu... Ele vai matá-la... Madara... Ele... Não está morto. Precisa de uma arma. – Itachi murmurou com sua voz rouca. Misha encarou sua arma ao canto, e apenas se espichou para pegá-la e então voltar a segurar a mão de Itachi – Fique de olho na porta. Não hesite em atirar, Misha... Ele vai atirar em você se não o fizer.

- Itachi... – Misha murmurou de forma silenciosa antes de roçar seus lábios com os de Itachi e sussurrar baixo e sonoramente “Ya lyublyu tebya*”.

Misha soltou hesitante e lentamente a mão de Itachi, e voltou a segurar firmemente a arma em sua mão, seguiu de forma cuidadosa em direção à mesma sala que havia visto Madara pela ultima vez, seguiu com seus passos e fitou Madara caído ao chão, respirando com dificuldade e com a mão contra sua garganta.

Aproximou-se o bastante para conseguir ver seu rosto, seus lábios estavam sujos de sangue e seus olhos sinistros se mantinham lá. Madara abriu a boca e apenas sussurrou ao meio das dificuldades algumas palavras;

- Você enganou muito bem... Mas, se me matar agora... Você vem junto.

- Eu não contaria com isso. – Misha murmurou com seus olhos completamente vagos e então apenas apertou o gatilho. Aquele disparo havia sido diferente dos outros. Aquele lhe trouxe serenidade. Trouxe-lhe uma esperança desconhecida, algo que não experimentara a um longo tempo.

Encarou o sangue escorrendo pela boca de Madara. Um tiro certeiro em seu peito. E nenhum remorso rondava seu corpo. Largou a arma contra o corpo completamente imóvel e então andou alguns passos para trás antes de voltar a andar rapidamente em direção à sala de reuniões.

Conseguia estampar um sorriso em seu rosto, um sorriso por ter conseguido se manter viva, um sorriso por finalmente conseguir paz e justiça para todos que sofreram na mão de Uchiha Madara.

Seu corpo parou por um segundo quando sentiu um frio em incomum, uma dor desconhecida. Seus olhos apenas desceram e então, sangue manchava sua roupa, encostou a mão na ferida a apenas a manchou de sangue, seus olhos viraram lentamente e encararam o rosto de Zetsu imponente com sua arma.

 Seu corpo caiu contra o chão e seus olhos apenas pesaram, como se a puxassem para uma diferente realidade. Encarou Zetsu indo ao chão, com inúmeros policiais entrando nos corredores, mas então voltou seu olhar para Itachi, mais de alguns passos de distancia, mas a única coisa que vinha em sua cabeça era em como queria ter segurado aquela mão. Por longos e longos anos.

xXx

Hospital de Central de Tóquio

Algumas semanas mais tarde

O equipamento parecia apitar cada vez mais alto e forte, assim como os batimentos de Itachi se mantinham instáveis, mas completamente equilibrados.

Mikoto tinha seus dedos correndo maternalmente sobre o rosto de Itachi. Deu um pequeno sorriso ao perceber que ele mantinha a mesma expressão ao dormir desde pequeno. O que apenas a fez esquecer qualquer momento de pânico e medo que os dias anteriores proporcionaram.

Misha... Não se esqueceria daquele nome tão cedo. Ela salvara seus filhos, seus amigos e até mesmo sua própria vida. Seria grata a ela. Assim como esperava que Itachi fizesse a coisa certa em dar uma chance em amar alguém novamente.

Voltou seu corpo para porta e então voltou a relaxar na cadeira quando encarou Sasuke dando alguns passos em sua direção, mas mantendo ainda uma grande distancia.  Mikoto encarou seu braço enfaixado e alguns arranhões em seu rosto, mas ele estava bem e vivo, e isso era o suficiente para ela.

- Ele perdeu muito sangue. Mas os médicos dizem que ficará melhor em alguns dias.

- Isso é bom. – Sasuke murmurou, encarando o rosto da mãe, completamente abatida, mas sendo forte, e mantendo um sorriso amistoso em seu rosto – Eu tive a sorte de só ter uma contusão no braço.

Mikoto ergueu o braço e pegou a mão solta de Sasuke antes de soltar um breve suspiro.

- Sasuke... Esses últimos dias não foram nada fáceis... O seu pai, a invasão... Tudo isso apenas nos deteriorou ainda mais... Mas seu irmão levou esse tiro no seu lugar. E eu sei que as coisas entre vocês não foram nada amigáveis durante esses anos... Mas está na hora de deixarmos esse passado para trás...

“Seu pai foi um bom marido para mim. Mesmo não sendo perfeito, assim como foi um bom pai da maneira dele... Mas agora eu não posso me manter presa ao que Fugaku fez e construiu durante esses anos... Por isso eu vou passar o nosso patrimônio para Itachi e será divido com você.”

“Vocês dois cuidarão de tudo. Eu sei que serão brilhantes...” – Mikoto disse com um pequeno sorriso repuxando seus lábios – “Quando tudo se acalmar, quero que saiba que Sakura será bem- vinda como uma Uchiha... Você é incrível, merece toda a felicidade do mundo, assim como seu irmão...”.

- Precisamos respirar novos ares você não acha?

- É... Eu também acho. – Sasuke murmurou encarando o rosto da mãe e apenas colocou sua mão sobre a dela e de Itachi.

Pela primeira vez, as coisas estavam encaixadas. Sentia que tudo o que precisava estava ali. Um pequeno grande começo.

xXx

To be Continued...

Notas adicionais:

* - Ya lyublyu tebya = Eu te amo (em russo)


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Notas finais do capítulo

Yoooo galera! (tentei uma nova entrada XD)
Antes de tudo, aviso importante e triste:
Esse foi o penúltimo capítulo segundo os meus cálculos, pode acontecer de ter mais um, mas não é nada confirmado.
Agora, eu quero que todos vocês fiquem na espera pela segunda temporada de U.B.P, realmente espero encontrar todos vocês por lá por que muitos mistérios ainda estão inacabados.
Então, por favor, não se esqueça de deixar seu comentário! Ele é muito importante, mesmo que você acha que ele é bobo, acredite, ele é muito importante!
E se você gostar da fic a favorite ou a recomende ou os dois juntos :D!
Até o próximo capítulo!
Kisses and more kisses
H_s